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União Europeia_ o maior projeto de integração regional em seus piores momentos - Nexo Jornal

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ĚXPĿİČǺĐǾ (ĦȚȚPȘ://ẄẄẄ.ŇĚXǾJǾŘŇǺĿ.ČǾM.BŘ/ĚXPĿİČǺĐǾ/)
Rafael Iandoli 03 Mar 2017 (atualizado 05/Mai 16h27)
Čřįǻđǿ pǻřǻ ųňįř ǻ Ěųřǿpǻ póș-ģųěřřǻ, ǿ bŀǿčǿ čřěșčěų, fįčǿų čǿmpŀěxǿ ě ħǿjě ŀųțǻ pǻřǻ șǿbřěvįvěř ěm měįǿ ǻ ųmǻ
įňșțǻbįŀįđǻđě ěčǿňômįčǻ ě įđěňțįțářįǻ
Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ: ǿ mǻįǿř přǿjěțǿ đě įňțěģřǻçãǿ řěģįǿňǻŀ ěm șěųș
pįǿřěș mǿměňțǿș
Em junho de 2016 os britânicos decidiram se separar da União Europeia. O “Brexit (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/24/O­que­importa­na­
sa%C3%ADda­do­Reino­Unido­da­Uni%C3%A3o­Europeia­em­9­pontos)”, como ficou conhecido o processo, marcou a primeira vez que um membro quis deixar o
grupo do qual todos sempre desejaram fazer parte. Um grupo que representa também o projeto mais ousado de integração regional já colocado em prática no mundo.
O evento marcou o ápice de um debate que ganha força em outros países europeus: será que eles querem mesmo ser parte da União Europeia?
Criado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o projeto marcou uma reviravolta nas relações entre países que antes viviam imersos em rivalidades e
beligerâncias. Por ser o mais aprofundado do mundo, o bloco europeu marca também um ponto de referência para todas as iniciativas de integração em outras
regiões. Sua derrocada — que nunca foi tão temida quanto agora — poderia marcar também um redirecionamento na forma como as relações internacionais são
tocadas desde o início do processo de globalização.
O Nexo, então, resgata a história e o desenvolvimento da União Europeia, sua importância política e seu funcionamento para explicar o que está em jogo agora e
como o bloco chegou até aqui.
FǾȚǾ: ŇĚİĿ ĦǺĿĿ/ŘĚŲȚĚŘȘ - 24.JŲŇ.2016
 BŘİȚÂŇİČǾ ČǺŘŘĚĢǺ BǺŇĐĚİŘǺ ĐǺ ŲŇİÃǾ ĚŲŘǾPĚİǺ ĐĚPǾİȘ ĐǾ BŘĚXİȚ ȘĚŘ ČǾŇFİŘMǺĐǾ
Ǿ QŲĚ é ǻ Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ
FǾȚǾ: © ĚŲŘǾPĚǺŇ ŲŇİǾŇ 2015/ĚŲŘǾPĚǺŇ PǺŘĿİǺMĚŇȚ
https://www.nexojornal.com.br/explicado/
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/24/O-que-importa-na-sa%C3%ADda-do-Reino-Unido-da-Uni%C3%A3o-Europeia-em-9-pontos
O bloco pode ser definido como uma união econômica e monetária. Isso significa que todos os seus membros coordenam políticas econômicas entre si e formam um
grande mercado único, congregando suas capacidades produtivas e se transformando em um dos atores internacionais mais poderosos. Além disso, boa parte deles
compartilha a mesma moeda: o euro.
Para facilitar essa coordenação política, foram criadas instituições supranacionais, competentes para impor leis e sanções aos países­membros do bloco nas mais
diferentes áreas — desde a econômica até de direitos humanos, cultura, educação e meio ambiente.
Comissão Europeia
Por ser tão abrangente, a União Europeia é considerada a iniciativa de integração regional mais desenvolvida do mundo. Os blocos podem ser divididos em diferentes
níveis, de acordo com o aprofundamento da integração:
ŻǾŇǺ ĐĚ PŘĚFĚŘÊŇČİǺ ȚǺŘİFÁŘİǺ
Redução das barreiras tarifárias para determinados produtos entre os países. As tarifas, contudo, não são extintas.
ŻǾŇǺ ĐĚ ĿİVŘĚ ČǾMÉŘČİǾ
Redução ou abolição de tarifas para a maior parte dos produtos que os membros de um bloco comercializam entre si. O Nafta (Acordo de
Livre Comércio da América do Norte) é um exemplo.
ŲŇİÃǾ ǺĐŲǺŇĚİŘǺ
Estabelece uma tarifa externa comum para os produtos comprados de países de fora do grupo. Embora seu nome indique o contrário, o
Mercosul (Mercado Comum do Sul) é considerado ainda uma união aduaneira com a intenção de chegar ao mercado comum.
MĚŘČǺĐǾ ČǾMŲM
Permitida a livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. Nesse estágio de integração, os países ainda possuem políticas
macroeconômicas distintas.
ŲŇİÃǾ ĚČǾŇÔMİČǺ Ě MǾŇĚȚÁŘİǺ
 BǺŇĐĚİŘǺ ĐǺ ŲŇİÃǾ ĚŲŘǾPĚİǺ É ĦǺȘȚĚǺĐǺ ĚM ĚȘȚŘǺȘBŲŘĢǾ, ŇǺ FŘǺŇÇǺ
“Os Estados­Membros delegam alguns dos seus poderes de decisão nas instituições comuns que criaram, de modo a
assegurar que as decisões sobre assuntos do interesse comum possam ser tomadas democraticamente a nível
europeu”
Bŀǿčǿș řěģįǿňǻįș
Mantém todas as características do mercado comum, mas também estabelece uma governança comum das políticas econômicas. Cria
também uma moeda única para seus países­membros.
A quantidade de leis criadas ao longo do tempo é um bom indicador do nível de aprofundamento da integração, embora não seja o único. Elas ajudam a dar a
dimensão da quantidade de temas tratados nas instâncias decisórias do grupo e o quão abrangente é a presença institucional europeia nas vidas de seus habitantes.
 
Essas leis (http://eur­lex.europa.eu/homepage.html) vão desde regulamentações de pesca em águas internacionais por barcos de seus países­membros, passam por
decisões de ajuda financeira e humanitária a países externos e vão até diretivas sobre a acessibilidade de sites de órgãos públicos dos países­membros.
Além de crescer em número de membros (alargamento), o grupo não deixou de crescer em complexidade (aprofundamento, como visto no gráfico acima). Esse é um
fenômeno difícil, uma vez que os dois movimentos são praticamente opostos. Quanto mais países­membros, maior a diversidade de interesses, o que tende a tornar a
integração mais rasa para poder agradar a todos.
ĐǺȘ QŲĚ ǺİŇĐǺ ĚȘȚÃǾ ĚM VİĢǾŘ
QŲǺŇĐǾ ǻ Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ șųřģįų
FǾȚǾ: ĚČ - ǺŲĐİǾVİȘŲǺĿ ȘĚŘVİČĚ/© ĚŲŘǾPĚǺŇ ČǾMMŲŇİȚİĚȘ - 1950
http://eur-lex.europa.eu/homepage.html
A ideia de criar um movimento de integração surge com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O continente teve sua história moderna marcada por guerras e
tensões entre países vizinhos, que culminaram nas duas grandes guerras.
A maneira encontrada para superar essas rivalidades foi criar um sistema que tornasse os países interdependentes. Esse sistema deveria ser forte e, sobretudo, unir
Alemanha e França, rivais históricos e duas grandes potências econômicas. Além disso, também criava um grupo maior para se opor à gigante vizinha União Soviética.
Alguns dos maiores entusiastas dessa ideia — e que são considerados os idealizadores (https://europa.eu/european­union/about­eu/history/founding­
fathers_en#box_7) do que hoje é a União Europeia — foram os políticos que lideravam países europeus no período pós­guerra, como o chanceler da Alemanha
Ocidental Konrad Adenauer, o primeiro­ministro britânico Winston Churchill, os políticos franceses Jean Monnet e Robert Schuman e o belga Paul­Henri Spaak.
Winston Churchill
Přįměįřǿ-mįňįșțřǿ břįțâňįčǿ đųřǻňțě đįșčųřșǿ ěm Żųřįqųě, ňǻ Șųíçǻ, ěm 1946
O primeiro passo oficial foi o documento de 1950 chamado Plano Schuman (https://europa.eu/european­union/about­eu/symbols/europe­day/schuman­
declaration_pt), apresentado pelo então ministro de Relações Exteriores da França, Robert Schuman, e desenhado com a ajuda do conselheiro político francês Jean
Monnet.
O plano foi o passo mais importante para a assinatura do Tratado de Paris, em 1951, que deu origem à Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), composta
por França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Itália e Alemanha Ocidental. Esses seis países são considerados os primeiros membros da União Europeia.
 ŘǾBĚŘȚ ȘČĦŲMǺŇ ĿÊ PĿǺŇǾ ĐĚ İŇȚĚĢŘǺŘ İŇĐÚȘȚŘİǺȘ ĚŲŘǾPĚİǺȘ PǺŘǺ İMPŘĚŇȘǺ ĚM PǺŘİȘ
A ideia era integrar a produção das indústrias de carvão e aço — uma área estratégica por ser base da indústria
armamentícia
“Nós precisamos recriar a família europeia em uma estrutura regional chamada, talvez, os Estados Unidos da Europa,
e o primeiro passo prático será criar o Conselho da Europa”
FǾȚǾ: © ĚŲŘǾPĚǺŇ ČǾMMŲŇİȚİĚȘ/ĚČ - ǺŲĐİǾVİȘŲǺĿ ȘĚŘVİČĚ - 1951
https://europa.eu/european-union/about-eu/history/founding-fathers_en#box_7
https://europa.eu/european-union/about-eu/symbols/europe-day/schuman-declaration_pt
A ideia era integrar a produção das indústrias de carvão e aço desses países sob uma autoridade supranacional que a coordenaria — uma área estratégica, por ser
base da indústria armamentícia. Assim, todos os membros saberiam tudo o que os outros faziam com suas indústrias militares.
Trecho do Plano Schuman
Đǿčųměňțǿ fřǻňčêș đě 9 đě mǻįǿ đě 1950
Em 25 de março de 1957 os mesmos seis países assinaram o Tratadode Roma, criando a Comunidade Econômica Europeia e a Comunidade Europeia de Energia
Atômica. Estava instaurado o Mercado Comum, uma das principais ambições do projeto europeu.
O bloco foi evoluindo e se tornando mais abrangente. Novas instituições foram criadas para unir as diferentes comunidades que surgiam sob uma governança
unificada, até que em 1992 o Tratado de Maastricht fundou a União Europeia nos moldes de hoje, salvos alguns ajustes institucionais feitos de lá pra cá. Ele entrou em
vigor em novembro de 1993, e criou a união econômica e monetária que caracteriza o bloco hoje.
Nem sempre o bloco foi tão abrangente quanto é hoje. A atual formação, por exemplo, existe há menos de quatro anos, desde que a Croácia ingressou em 1º de julho
de 2013.
28
países fazem parte da União Europeia, incluindo o Reino Unido, que ainda não a deixou juridicamente
 ĚM 1951, Ǿ ĚŇȚÃǾ ČĦǺŇČĚĿĚŘ ĐǺ ǺĿĚMǺŇĦǺ ǾČİĐĚŇȚǺĿ, ĶǾŇŘǺĐ ǺĐĚŇǺŲĚŘ, ǺȘȘİŇǺ Ǿ ȚŘǺȚǺĐǾ ĐĚ PǺŘİȘ
“A solidariedade de produção assim alcançada revelará que qualquer guerra entre a França e a Alemanha se tornará
não apenas impensável como também materialmente impossível”
QŲĚM fǻż pǻřțě đǻ Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ
 
A Ceca é considerada a primeira formação oficial da União Europeia, Depois dos seis primeiros, os novos membros tiveram que se adaptar ao modelo.
Para poder fazer parte do bloco, é necessário que o país cumpra algumas exigências pré­estabelecidas. Elas são conhecidas como os “Critérios de Copenhague
(http://eur­lex.europa.eu/summary/glossary/accession_criteria_copenhague.html?locale=pt)”, por terem sido oficializadas em uma reunião na capital
dinamarquesa. O documento especifica três condições a serem cumpridas pelo candidato.
A primeira exigência é que o país tenha instituições estáveis que garantam a “democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e o
respeito e proteção às minorias”.
O candidato também deve ter necessariamente uma economia de mercado em funcionamento, com a capacidade de se integrar à
“concorrência e às forças de mercado existentes na União Europeia”.
Além da compatibilidade política e jurídica, o Estado também deve aceitar e internalizar leis de 35 diferentes tópicos
(https://ec.europa.eu/neighbourhood­enlargement/policy/conditions­membership/chapters­of­the­acquis_en), que regulam desde a livre
circulação de capitais até as bases para o desenvolvimento de transporte integrado.
Caso a União Europeia, através de sua Comissão, entenda que um candidato ainda tem problemas internos para se adequar às normas coletivas, ele será mantido
como apenas um candidato até que consiga resolver essas questões. Hoje, cinco países estão nessa situação.
Ǻș ěxįģêňčįǻș pǻřǻ ǻđěșãǿ
ĚȘȚǺBİĿİĐǺĐĚ PǾĿÍȚİČǺ1
ĚȘȚǺBİĿİĐǺĐĚ ĚČǾŇÔMİČǺ2
ǺČĚİȚǺŘ ǺȘ ŇǾŘMǺȘ ĐǾ BĿǾČǾ3
ǾȘ ČǺŇĐİĐǺȚǾȘ À ŲŇİÃǾ ĚŲŘǾPĚİǺ
http://eur-lex.europa.eu/summary/glossary/accession_criteria_copenhague.html?locale=pt
https://ec.europa.eu/neighbourhood-enlargement/policy/conditions-membership/chapters-of-the-acquis_en
Além dos candidatos oficiais — Albânia, Macedônia (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/17/Por­que­a­Gr%C3%A9cia­quer­que­um­de­seus­
pa%C3%ADses­vizinhos­deixe­de­ser­chamado­de­Maced%C3%B4nia), Montenegro, Sérvia e Turquia —, Bósnia­Herzegovina e Kosovo são considerados “potenciais
candidatos”, sem o status formal.
A Turquia é talvez o maior exemplo de como a entrada de um novo membro na União Europeia também depende da vontade política dos membros, e não apenas dos
critérios de Copenhague. Alguns dos principais fatores que jogam contra os turcos são:
Ǿ čǻșǿ đǻ Țųřqųįǻ
Falta de identidade cultural compartilhada com o resto da Europa, no entendimento de alguns membros;
Conflitos com atuais Estados­membros, como a questão do Chipre (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/05/25/Como­um­
convite­para­jantar­exp%C3%B4s­um­conflito­de­meio­s%C3%A9culo­em­uma­ilha­do­Mediterr%C3%A2neo) com a Grécia;
Longo apoio dos EUA para sua adesão, o que é visto pelos outros países como uma tentativa dos americanos instaurarem uma agenda de
interesses próprios dentro da Europa.
FǾȚǾ: ǾŻǺŇ ĶǾȘĚ/ŘĚŲȚĚŘȘ - 23.MǺİ.2016
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/17/Por-que-a-Gr%C3%A9cia-quer-que-um-de-seus-pa%C3%ADses-vizinhos-deixe-de-ser-chamado-de-Maced%C3%B4nia
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/05/25/Como-um-convite-para-jantar-exp%C3%B4s-um-conflito-de-meio-s%C3%A9culo-em-uma-ilha-do-Mediterr%C3%A2neo
Mais do que isso, França e Alemanha, as duas maiores economias e lideranças políticas do grupo, são abertamente contra a ideia de a Turquia se juntar ao bloco.
Por outro lado, a Turquia é um ator importante para a segurança europeia, uma vez que constitui o “portão de entrada” do Oriente Médio à Europa. Por isso, turcos e
europeus jogam constantemente com a possibilidade de entrada no grupo como barganha política (https://www.theguardian.com/politics/2016/may/22/vote­leave­
turkey­warning­ignorance­european­realities).
Um dos exemplos é o acordo entre Turquia e União Europeia (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/04/06/Quais­os­argumentos­pol%C3%ADticos­e­
jur%C3%ADdicos­da­Europa­para­expulsar­imigrantes) sobre os refugiados. Na ocasião, a chanceler alemã Angela Merkel disse ser a favor de acelerar as conversas
para a adesão turca ao bloco, embora seu histórico não demonstre tanta boa vontade.
Embora a União Europeia seja só uma, existem diferentes níveis de integração em seu interior. Enquanto alguns países adotaram todos os projetos, outros preferiram
“assinar o pacote básico” do grupo. Os dois principais blocos internos que não incluem todos os países­membros são o Espaço Schengen e a Zona do Euro.
 ČĦǺŇČĚĿĚŘ ǺĿĚMÃ ǺŇĢĚĿǺ MĚŘĶĚĿ FǺĿǺ ČǾM PŘĚȘİĐĚŇȚĚ ȚŲŘČǾ ŘĚČĚP ȚǺỲỲİP ĚŘĐǾĢǺŇ
QŲǺİȘ ǿș đįfěřěňțěș ěșțřǻțǿș đěňțřǿ đǿ bŀǿčǿ
Ěșpǻçǿ Șčħěňģěň
FǾȚǾ: FŘǺŇČǾİȘ ĿĚŇǾİŘ/ŘĚŲȚĚŘȘ - 04.ǺBŘ.2016
https://www.theguardian.com/politics/2016/may/22/vote-leave-turkey-warning-ignorance-european-realities
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/04/06/Quais-os-argumentos-pol%C3%ADticos-e-jur%C3%ADdicos-da-Europa-para-expulsar-imigrantes
Os países que fazem parte do acordo de Schengen não praticam nenhum tipo de controle fronteiriço entre si. Isso significa que pessoas de qualquer nacionalidade —
mesmo as que não são europeias — podem circular livremente entre eles.
Para isso, todos os países­membros se comprometem a ser mais rigorosos com a aceitação de estrangeiros em suas fronteiras externas. O acordo tem esse nome por ter
sido assinado no vilarejo de Schengen, em Luxemburgo, na tríplice fronteira com França e Alemanha.
26
países fazem parte (http://www.diplomatie.gouv.fr/en/coming­to­france/getting­a­visa/article/list­of­schengen­area­member) do Espaço Schengen
4
deles não são da União Europeia: Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein
6
membros da União Europeia não fazem parte: Reino Unido, Irlanda, Chipre, Romênia, Bulgária e Croácia
Eventualmente (http://ec.europa.eu/home­affairs/sites/homeaffairs/files/what­we­do/policies/borders­and­visas/schengen/reintroduction­border­
control/docs/ms_notifications_­_reintroduction_of_border_control_en.pdf) um país do Espaço Schengen pode controlar suas fronteiras caso alegue que exista um
risco real à sua segurança nacional. Mais recentemente, o grande fluxo de refugiados que buscam asilo no continente
(https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/03/A­crise­dos­refugiados­na­Europa­em­5­gr%C3%A1ficos) fez com que pelo menos sete dos membros
evocassem esse dispositivo.
Os países que não fazem parte da área têm motivos diferentes para isso. O Reino Unido nunca integrou Schengen por ser mais rígido com sua segurança de fronteiras.
A Irlanda, por possuir um acordo de fronteiras abertas com o Reino Unido, seguiu os britânicos na decisão.
Já Romênia, Bulgária, Chipre e Croácia estão em situação oposta: querem fazer parte, mas os outros membros exigem maior eficiência no controle de suas fronteiras
externas.
 PǾȘȚǾ ĐĚ ČǾŇȚŘǾĿĚ ĐĚȘǺȚİVǺĐǾ ŇǺ FŘǾŇȚĚİŘǺ ĚŇȚŘĚ FŘǺŇÇǺ Ě BÉĿĢİČǺ
Żǿňǻ đǿ Ěųřǿ
FǾȚǾ:ČĦŘİȘȚİǺŇ ĦǺŘȚMǺŇŇ/ŘĚŲȚĚŘȘ - 08.JŲĿ.2015
http://www.diplomatie.gouv.fr/en/coming-to-france/getting-a-visa/article/list-of-schengen-area-member
http://ec.europa.eu/home-affairs/sites/homeaffairs/files/what-we-do/policies/borders-and-visas/schengen/reintroduction-border-control/docs/ms_notifications_-_reintroduction_of_border_control_en.pdf
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/03/A-crise-dos-refugiados-na-Europa-em-5-gr%C3%A1ficos
A União Europeia é um mercado único e nele existem países que compartilham também a mesma moeda: o euro (€). É a segunda principal moeda em termos de
troca, presente em 31% das operações de câmbio no mundo — embora esteja em queda desde 2010 (http://www.bis.org/publ/rpfx16fx.pdf).
A criação do euro (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/02/%E2%80%98Arquitetos­do­Euro%E2%80%99­morrem­%C3%A0s­v%C3%A9speras­dos­15­
anos­da­moeda­qual­era­o­plano­e­o­que­houve­na­pr%C3%A1tica) está relacionada com o ideário (http://www.europeanpolicy.org/en/european­policies/single­
market.html) político de integração e solidariedade entre os países do continente. Além disso, uma moeda única facilita as relações comerciais entre seus membros e,
em teoria, fortalece a economia de todos do grupo.
A lógica é que uma vez que produtos, serviços, pessoas e capitais são livres para circular dentro do bloco, o trabalho de efetuar o câmbio cada vez que uma fronteira é
atravessada seria um impedimento para que o mercado único funcionasse da melhor forma possível, além de ser um processo custoso. O euro acaba com esse
problema.
 VĚŇĐĚĐǾŘ ĐǾ MĚŘČǺĐǾ ČĚŇȚŘǺĿ ĐĚ ǺȚĚŇǺȘ ŘĚČĚBĚ ŇǾȚǺ ĐĚ 5 ĚŲŘǾȘ ĐĚ ČĿİĚŇȚĚ
MǾĚĐǺȘ MǺİȘ İMPǾŘȚǺŇȚĚȘ ĐǾ MĚŘČǺĐǾ
http://www.bis.org/publ/rpfx16fx.pdf
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/02/%E2%80%98Arquitetos-do-Euro%E2%80%99-morrem-%C3%A0s-v%C3%A9speras-dos-15-anos-da-moeda-qual-era-o-plano-e-o-que-houve-na-pr%C3%A1tica
http://www.europeanpolicy.org/en/european-policies/single-market.html
 
Mas não foi todo mundo que comprou a ideia. Dos 28 países do bloco, apenas 19 adotaram o euro (http://europa.eu/european­union/about­eu/money/euro_pt). O
Reino Unido e a Dinamarca optaram por não fazer parte, e a Suécia organizou um referendo em 2003 que também disse não ao euro. República Tcheca, Romênia,
Hungria, Polônia, Croácia e Bulgária ainda estão em processo de adequação interna para adotar a moeda única.
337 mįŀħõěș
de pessoas vivem em países que adotaram o euro
A união monetária é gerida (https://bookshop.europa.eu/en/economic­and­monetary­union­and­the­euro­pbNA0114988/?
CatalogCategoryID=sciep2OwkgkAAAE.xjhtLxJz) de forma descentralizada. Algumas políticas são responsabilidade do Banco Central Europeu, órgão independente
localizado em Frankfurt, na Alemanha. Outras, pelos governos nacionais dos países­membros. As instituições políticas do bloco também participam da formulação e
acompanhamento de decisões econômicas.
Mas a integração, mesmo entre os membros do euro, não é completa. As políticas fiscais ainda são diferentes em cada país, por exemplo. Isso significa que se uma
empresa pretende atuar nos 28 países, terá que se adaptar a 28 sistemas diferentes de impostos.
A tendência, nesse caso, é que indústrias prefiram se instalar em um país que cobre menos impostos, e a partir dele exportar seu produto para o resto do bloco,
criando uma competição interna desigual que mantém o fluxo de dinheiro dos países mais pobres para os mais ricos.
As políticas unificadas têm seu lado negativo: padronizam medidas para economias com necessidades diferentes
ČǾMǾ ěŀǻ șě ǿřģǻňįżǻ įňșțįțųčįǿňǻŀměňțě
FǾȚǾ: © ĚŲŘǾPĚǺŇ ŲŇİǾŇ 2016/ĚŲŘǾPĚǺŇ PǺŘĿİǺMĚŇȚ
http://europa.eu/european-union/about-eu/money/euro_pt
https://bookshop.europa.eu/en/economic-and-monetary-union-and-the-euro-pbNA0114988/?CatalogCategoryID=sciep2OwkgkAAAE.xjhtLxJz
A União Europeia possui diversas instituições que gerem o bloco. Seus principais órgãos decisórios são cinco:
É a “Câmara dos Deputados” da Europa. Agrega todos os parlamentares eleitos diretamente por voto popular, e representam a população dos países­membros. Sua
principal função é criar e modificar leis, mas também tem o papel de controlar os outros poderes do bloco e de participar da definição do orçamento da União
Europeia. O Parlamento (http://www.europarl.europa.eu/) é composto por 751 eurodeputados, divididos proporcionalmente às populações de cada país.
É o comando político do bloco, composto (http://www.consilium.europa.eu/pt/european­council/members/euco­members/) pelos chefes de Estado ou de governo
dos países­membros. O Conselho Europeu define as prioridades executivas da União Europeia e faz recomendações a outros órgãos. É lá também que se definem os
posicionamentos internacionais do bloco.
Reúne os governos dos países­membros, representados por um de seus ministros, dependendo do tema tratado. Ele celebra acordos internacionais em áreas
específicas de cooperação. Junto ao Parlamento, participa da definição do orçamento do bloco e da criação de legislações. Com o Conselho Europeu, coordena as
políticas nacionais e participa da definição de posicionamentos internacionais.
Os “comissários” não representam seus países, mas sim a União Europeia como um todo, tanto para dentro quanto para fora do bloco. A Comissão é um órgão mais
executivo: propõe leis, políticas e programas de ação. Também é ela que fiscaliza se os países­membros estão obedecendo os acordos e tratados firmados no âmbito do
bloco. Por fim, representa a União Europeia diplomaticamente.
Se os quatro órgãos anteriores cuidam das áreas legislativa e executiva, o Tribunal (http://curia.europa.eu/jcms/jcms/j_6/pt/), com sede em Luxemburgo, é a
instância máxima do Judiciário europeu. Ele cuida de questões relativas às leis comuns da União Europeia. Tem competência para decidir conflitos que envolvem
Estados­membros, instituições da União Europeia, empresas, pessoas ou coletivos. É formado por um juiz de cada país.
As cinco instâncias acima, além do Banco Central Europeu, podem ser consideradas as mais importantes do bloco. Além delas, outros órgãos independentes cuidam
de temas mais específicos.
Outras agências, autoridades, centros, empresas, fundações, institutos, observatórios e organismos especializados também são vinculados à União Europeia e cuidam
de assuntos desde produção audiovisual até políticas de drogas.
 PÚBĿİČǾ ǺȘȘİȘȚĚ ĐĚBǺȚĚ ǺŇŲǺĿ ŇǾ PǺŘĿǺMĚŇȚǾ ĚŲŘǾPĚŲ, ĚM ĚȘȚŘǺȘBŲŘĢǾ
Pǻřŀǻměňțǿ Ěųřǿpěų
Čǿňșěŀħǿ Ěųřǿpěų
Čǿňșěŀħǿ đǻ Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ
Čǿmįșșãǿ Ěųřǿpěįǻ
Țřįbųňǻŀ đě Jųșțįçǻ
Ǿųțřǻș įňșțįțųįçõěș
ǾŇĐĚ ěșțãǿ șěųș čěňțřǿș đěčįșóřįǿș
http://www.europarl.europa.eu/
http://www.consilium.europa.eu/pt/european-council/members/euco-members/
http://curia.europa.eu/jcms/jcms/j_6/pt/
A União Europeia não tem uma capital. Suas principais instituições estão espalhadas pelo continente. Mas existem algumas cidades que, de alguma forma, podem ser
consideradas “centros” importantes para o bloco.
Bruxelas, capital da Bélgica, é uma delas. Lá estão as sedes do Conselho Europeu, do Conselho da União Europeia, da Comissão Europeia e de diversas outras
instituições menores. O Parlamento, que tem três sedes diferentes, também faz a maioria de suas atividades ali.
Luxemburgo, capital do país homônimo, é outra cidade importante no bloco. Abriga as sedes do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas, além de receber reuniões
do Conselho e do Parlamento. Estrasburgo, na França, é a sede oficial do Parlamento e do Provedor de Justiça. Já Frankfurt, na Alemanha, recebe o Banco Central.
FǾȚǾ: © ĚŲŘǾPĚǺŇ ŲŇİǾŇ 2016/ĚŲŘǾPĚǺŇ PǺŘĿİǺMĚŇȚ
 ĚŲŘǾĐĚPŲȚǺĐǾ ĐÁ ȘĚŲ VǾȚǾ ĚM ȘĚȘȘÃǾ ĐǾ PǺŘĿǺMĚŇȚǾ ĚM ĚȘȚŘǺȘBŲŘĢǾ
FǾȚǾ: FŘǺŇČǾİȘ ĿĚŇǾİŘ/ŘĚŲȚĚŘȘ
Mas essa difusão geográfica não fica isenta de críticas dentro da Europa. O argumento é que as viagens feitas pelos políticos entre as diferentes sedes de instituições
gera altos custos para o orçamento do bloco.
Segundo contas divulgadas em 2009 (http://www.dw.com/en/the­traveling­circus­of­the­european­parliament/a­4288656) peloeurodeputado alemão Wolf Klinz,
os 785 parlamentares da União Europeia e suas equipes gastavam cerca de € 200 milhões (aproximadamente R$ 654 milhões) por ano com viagens entre as três
cidades onde acontecem reuniões do grupo — Estrasburgo, Bruxelas e Luxemburgo. A situação ganhou até apelido: “traveling circus” (circo viajante, em português).
 ȘĚĐĚ ĐǺ ČǾŘȚĚ ĐĚ JŲȘȚİÇǺ ĐǺ ŲŇİÃǾ ĚŲŘǾPĚİǺ, ĚM ĿŲXĚMBŲŘĢǾ
QŲǺĿ ǿ țǻmǻňħǿ đǿ bŀǿčǿ
FǾȚǾ: ŘĚPŘǾĐŲÇÃǾ/FĿİČĶŘ - ĚŲŘǾPĚǺŇ PǺŘĿİǺMĚŇȚ
http://www.dw.com/en/the-traveling-circus-of-the-european-parliament/a-4288656
O seu tamanho pode ser medido sob dois principais aspectos: o econômico e o demográfico. Eles são os dois eixos centrais da própria existência do bloco, que, por um
lado, junta economias para criar um grande e forte mercado, mas, por outro, também cria um espaço de convergência entre diferentes culturas na tentativa de
cultivar um sentimento de pertencimento europeu, acima das paixões nacionais.
A União Europeia é a segunda maior economia do mundo, mas, como o gráfico abaixo demonstra, desde o início da crise de 2008 tem tido dificuldades para se
estabilizar e voltar a um ritmo de crescimento estável.
 BǺŇĐĚİŘǺ ĐǺ ŲŇİÃǾ ĚŲŘǾPĚİǺ ǺǾ ĿǺĐǾ ĐĚ BǺŇĐĚİŘǺȘ ŇǺČİǾŇǺİȘ ĐǾ BĿǾČǾ
Țǻmǻňħǿ ěčǿňômįčǿ
İŇȘȚǺBİĿİĐǺĐĚ PĚŘȘİȘȚĚ
Mesmo com uma economia forte, o bloco ainda tem dificuldades em proporcionar uma qualidade de vida equilibrada entre todos os seus habitantes. O gráfico a seguir
compara o consumo individual real de cada país­membro — uma forma de medir o bem­estar. O índice médio é 100, e a partir dele é calculado o consumo individual
de cada país. Quanto maior o índice, maior acesso ao consumo tem a população.
ĐİFĚŘĚŇÇǺȘ İŇȚĚŘŇǺȘ
 
As populações mais jovens são algumas das mais afetadas pelo atual momento econômico. O índice de desemprego das pessoas entre 15 e 24 anos, mesmo em queda
desde 2013, ainda supera a marca dos 18%. Na Grécia, Espanha, Croácia e Itália, a taxa de desemprego entre os jovens fica acima dos 40%.
A dívida pública também disparou com a crise de 2008, comprometendo mais de 80% do PIB interno do bloco.
PİČǾ FǾİ ĚM 2013
ĢǾVĚŘŇǾȘ ĚŇĐİVİĐǺĐǾȘ
 
Se fosse um país, a União Europeia teria a sétima maior área do mundo. Mas em termos populacionais, só perderia para a China e para a Índia.
510 mįŀħõěș
de pessoas vivem na União Europeia
Uma das maiores preocupações com relação à sua demografia é o processo de envelhecimento. O gráfico abaixo mostra como, entre 2005 e 2015, a proporção de
crianças e da população economicamente ativa diminuiu, enquanto a de idosos aumentou.
Țǻmǻňħǿ đěmǿģřáfįčǿ
MĚŇǾȘ ČŘİǺŇÇǺȘ, MǺİȘ İĐǾȘǾȘ
Essa tendência (https://www.youtube.com/watch?v=PoxndG1Yyd0) pode ser explicada tanto pela melhora na qualidade de vida e nos avanços na área da saúde,
como também pelo alto desemprego entre os jovens e o corte nos direitos das mulheres (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/09/10/Por­que­a­
It%C3%A1lia­atingiu­o­menor­n%C3%BAmero­de­nascimentos­da­sua­hist%C3%B3ria), que em alguns países, como a Itália, correm o risco de perderem seus
empregos caso engravidem.
80,9
anos é a média da expectativa de vida ao nascer na União Europeia
1,6
é a taxa de fertilidade total das mulheres do bloco
PǾŘ QŲĚ țěm ģěňțě qųě é čǿňțřǻ ǻ Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ
FǾȚǾ: ȚǾBỲ MĚĿVİĿĿĚ/ŘĚŲȚĚŘȘ - 24.JŲŇ.2016
https://www.youtube.com/watch?v=PoxndG1Yyd0
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/09/10/Por-que-a-It%C3%A1lia-atingiu-o-menor-n%C3%BAmero-de-nascimentos-da-sua-hist%C3%B3ria
População envelhecendo, governos endividados, jovens desempregados e economia instável criam um clima de preocupação com o futuro econômico do Estado de
bem­estar social europeu. Em meio a isso, a percepção de que a União Europeia é mais um peso econômico do que um benefício para seus habitantes.
Nos últimos anos, ganhou atenção o crescimento de grupos políticos considerados “eurocéticos”, ou seja, que pregam a saída de seus países da União Europeia ou,
pelo menos, uma integração mais rasa.
O principal exemplo desse movimento foi o referendo do Reino Unido, em junho de 2016, favorável à saída do bloco. A campanha pró­Brexit
(http://www.voteleavetakecontrol.org/why_vote_leave.html) foi liderada pelo Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido) e se baseava em três eixos
principais, que também se aplicam de modo geral às campanhas semelhantes em outros países.
Para a campanha, os custos em fazer parte do bloco não compensam os ganhos, e vale mais a pena investir o dinheiro do orçamento nacional
no próprio país. Sustentada nos efeitos da crise de 2008, a ideia de que o euro é uma moeda instável também é muito usada. Além disso,
existe o argumento de que estar dentro do bloco impede que o país negocie acordos comerciais livremente com outros parceiros.
“A União Europeia começou com nove países — agora tem 28”, diz o site da campanha pelo Brexit, dando a entender que a quantidade de
nacionais de outros países que podem entrar livremente no território britânico saiu de controle. Todo o debate aconteceu em meio à crise de
refugiados, e a ideia de ter fronteiras abertas para qualquer cidadão europeu — incluindo os membros do leste e as pessoas que conseguiram
asilo em algum país do bloco — não agrada grupos mais conservadores.
Por fim, ainda evocando a questão da independência nacional reduzida por estar dentro de um bloco de integração, os eurocéticos julgam
que os poderes Legislativo e Judiciário devem ser nacionais, para que a população seja governada por instituições mais próximas do que as
continentais.
Tudo isso se insere em um contexto global de reavaliação do impacto da globalização (https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2016/10/16/Como­o­crescimento­
do­nacionalismo­promove­a­%E2%80%98desglobaliza%C3%A7%C3%A3o%E2%80%99) nas realidades nacionais. A eleição de Donald Trump
(https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/09/3­motivos­que­levaram­%C3%A0­vit%C3%B3ria­de­Trump.­E­5­consequ%C3%AAncias­imediatas) nos EUA,
um candidato que prega o fechamento de fronteiras e a priorização da indústria nacional em oposição ao comércio mundial integrado, é outro grande exemplo.
Países europeus tampouco ficam imunes ao fenômeno. Na França, a Frente Nacional de Marine Le Pen nunca foi tão forte
(https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/31/Quem­s%C3%A3o­e­o­que­prop%C3%B5em­os­5­principais­candidatos­%C3%A0­presid%C3%AAncia­da­
Fran%C3%A7a). Na Itália, o partido que mais cresceu nas últimas eleições foi o Movimento 5 Estrelas (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/26/O­que­
a­vit%C3%B3ria­na­It%C3%A1lia­de­um­%E2%80%98n%C3%A3o­partido%E2%80%99­revela­sobre­a­pol%C3%ADtica­atual), também eurocético, embora prefira
 BŘİȚÂŇİČǾȘ QŲĚ ĐĚFĚŇĐĚM ȘǺÍĐǺ ĐǺ ŲŇİÃǾ ĚŲŘǾPĚİǺ ČĚĿĚBŘǺM ŘĚȘŲĿȚǺĐǾ ĐǾ ŘĚFĚŘĚŇĐǾ
Ǻřģųměňțǿș pǻřǻ șǻįř đǻ Ųňįãǿ Ěųřǿpěįǻ
QŲĚȘȚÃǾ ĚČǾŇÔMİČǺ1
ȘĚĢŲŘǺŇÇǺ ŇǺČİǾŇǺĿ2
ĐĚMǾČŘǺČİǺ3
http://www.voteleavetakecontrol.org/why_vote_leave.html
https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2016/10/16/Como-o-crescimento-do-nacionalismo-promove-a-%E2%80%98desglobaliza%C3%A7%C3%A3o%E2%80%99
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/09/3-motivos-que-levaram-%C3%A0-vit%C3%B3ria-de-Trump.-E-5-consequ%C3%AAncias-imediatas
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/31/Quem-s%C3%A3o-e-o-que-prop%C3%B5em-os-5-principais-candidatos-%C3%A0-presid%C3%AAncia-da-Fran%C3%A7a
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/26/O-que-a-vit%C3%B3ria-na-It%C3%A1lia-de-um-%E2%80%98n%C3%A3o-partido%E2%80%99-revela-sobre-a-pol%C3%ADtica-atual

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