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É uma doença comum em cães e gatos Distúrbio metabólico que resulta de uma redução de resposta da insulina A deficiência de insulina é resultado da incapacidade das ilhotas pancreáticas em secretar insulina ou por falta de receptores para que haja ação da insulina nos tecidos 4 tipos celulares nas ilhotas Pancreáticas Células alfa Secretam glucagon Células beta Secretam insulina Células delta Secretam somatostatina Células F Secretam o polipeptídio pancreático Qualquer distúrbio dessas células resulta em excesso ou deficiência desse hormônio As principais causas são, predisposição genética, infecções, pancreatite, mecanismos imunomediados, doenças e fármacos antagônicas à insulina, obesidade e alimentação caseira Alguns fatores do desenvolvimento de diabetes mellitus dependente de insulina Também pode ser desencadeado por hiperfunção da hipófise anterior ou córtex adrenal e qualquer outro fator que causa degeneração das Ilhotas pancreáticas Destruição das células β das ilhotas pancreáticas Ocorre secundariamente a uma pancreatite aguda ou crônica, administração de drogas citotóxicas, pancreatectomia e infecções virais como parvovirose canina Relacionada ao sistema imune, que detecta anticorpos anti células das ilhotas Predisposição genética Algumas raças caninas comuns, como Keeshounds, Malamute do Alaska, Spitz, Golden Retriever, Whippet, Pulik, Cairn Terrier, Schnauzer, Pinscher, Terriers e SRD são raças de maior risco Diabetes Mellitus Degeneração vacuolar das células das ilhotas pancreáticas de um felino com diabetes mellitus SANTOS, Renato de lima; ALESSI, Antônio Carlos. Patologia Veterinária. 2.Ed. Rio de Janeiro: Editora ROCA, 2017. Hormônios diabetogênicos Devido à ação antagônica à insulina, os hormônios diabetogênicos podem levar à exaustão temporária das células β das ilhotas pancreáticas São os glicocorticóides, a adrenalina, o glucagon e o hormônio do crescimento Concentrações plasmáticas aumentadas de qualquer um destes hormônios, resultarão em: antagonismo à insulina nos tecidos periféricos, gliconeogênese, glicogenólise hepática e hiperinsulinemia Glucagon Insulina e o glucagon são hormônios antagônicos Seu aumento pode ser causado por infecções bacterianas ou glucagonomas Hormônio de crescimento É outro antagonista da insulina Diminui a captação da glicose no músculo e no tecido adiposo Estimula a neoglicogênese hepática Glicocorticóides Devido ao hiperadrenocorticismo São pouquíssimos os casos que possuem níveis normais de glicose e insulina no sangue Adrenalina Liberação dos demais hormônios envolvidos com o stress, atuando como antagonista da insulina Estro e prenhez Estrógeno e progesterona reduzem a sensibilidade dos órgãos- alvo para a ação da insulina Fêmeas não castradas são mais propensas ao risco Nas fêmeas pode se perceber os sinais clínicos do diabetes durante o estro ou diestro A administração frequente de progestágenos sintéticos podem elevar os níveis da progesterona Obesidade Um dos fatores predisponente no desenvolvimento do Diabetes Mellitus não Insulino Dependente (DMNID) A obesidade resulta num antagonismo periférico à insulina e numa hiperinsulinemia inicial A obesidade causa um estado reversível de resistência à insulina devido à secreção prejudicada desse hormônio, poucos receptores de insulina e defeitos de transporte sistêmico da glicose A obesidade interfere com a homeostase da glicose e da insulina O grau de insulinemia está correlacionado com o grau de obesidade em cães diabéticos e não diabéticos A hiperinsulinemia promovida pela obesidade, desenvolve diabetes É importante o controle do peso no tratamento da diabetes mellitus Idade Predisposição em animais idosos, por acarretar complicações macrovasculares e microvasculares Macrovasculares - doença cardiovascular, cerebrovascular e de vasos periféricos Microvasculares - retinopatia, nefropatia e neuropatia Medicamentos Principais fármacos: Glicocorticóides Progestágenos sintéticos, como o acetato de megestrol Um diabetes transitório evidente pode ocorrer em animais com insuficiência de insulina e tolerância anormal à glicose antes da administração desses fármacos A progesterona pode resultar num antagonismo à insulina, pela estimulação da secreção do hormônio do crescimento Outras doenças Pancreatite Hiperadrenocorticismo Síndrome de Cushing Hipersomatotropismo Parvovirose Stress Fator que estimula um diabético latente (que não manifesta sinais clínicos e é autoimune) se transforme em um diabético com sintomatologia evidente O stress pode ser causado por infecções, lesões, prenhez ou qualquer doença aguda A relação entre o stress e o diabetes se dá na inter-relação dos hormônios cortisol, glucagon, hormônio de crescimento e adrenalina Em cães a diabetes mellitus pode ser classificação em 3 tipos, de acordo com a capacidade secretória das células β pancreáticas Grupo I ou Diabetes Mellitus Dependente de Insulina (DMDI), é a mais comum em cães, com uma alta concentração basal de glicose sanguínea, incapazes de responder ao aumento e liberação insulina em seguida, semelhante ao Diabetes tipo I em humanos O DMID foi dividido em 6 estágios 1º - suscetibilidade genética 2º - autoimunidade das células β Provavelmente por medicamentos e agentes infecciosos 3º - período da auto-imunidade ativa, mas é mantida a secreção normal da insulina 4º - persistem as anormalidades imunológicas, mas a secreção de insulina estimulada pela glicose se perde com o tempo 5º - diabetes com sinais clínicos, ainda há secreção residual de insulina 6º - é caracterizado pela completa destruição das células β Uma forma transitória ou reversível de DMDI é rara Grupo II ou Diabetes Mellitus não Insulino Dependente (DMNID) cães com alta concentração basal de glicose sanguínea e uma concentração basal de insulina normal ou elevada, liberação retardada de insulina endógena após estímulo com a glicose, semelhante ao Diabetes tipo II em humanos “Diabetes mellitus secundário” é um termo para designar a hiperglicemia e a glicosúria devido à resistência da insulina, mesmo quando os níveis plasmáticos de insulina estão normais ou elevados Grupo III: cães com uma concentração sanguínea de glicose um pouco elevada e uma concentração basal praticamente normal de insulina Esses cães mostram-se capazes de responder ao teste de tolerância à glicose, semelhante nos humanos ao Diabetes tipo III, subclínico ou alterada tolerância à glicose O diabetes tipo III inclui o diabetes endocrinamente induzido pela concentração aumentada de qualquer um dos hormônios diabetogênicos, devido à secreção excessiva, deficiente degradação ou administração exógena Qualquer distúrbio nos níveis de insulina resulta em uma diminuição da utilização de glicose, aminoácidos e ácidos graxos pelos tecidos periféricos, como o fígado, músculos e adipócitos, com aumento na gliconeogênese Com isso, a glicose acumula-se na circulação, causando hiperglicemia A capacidade dos túbulos renais em absorver glicose vai diminuindo resultando em glicosúria A glicosúria cria uma diurese osmótica, causando poliúria A polidipsia compensatória impede a desidratação A perda calórica e diminuição do metabolismo tecidual periférico da glicose ingerida, resulta na perda de peso Baixa capacidade de utilização periférica de glicose induz a um estado catabólico A gordura e a proteína do músculo são metabolizadas formando substratos para a gliconeogênese A capacidade da glicose em penetrar nas células do hipotálamo, está sob influência da insulina No diabetes mellitus, a glicosenão penetra nessas células, o centro da saciedade não é inibido, e o indivíduo se torna polifágico (fome excessiva) Portanto, os 4 sintomas principais do diabetes mellitus são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso Os sinais clínicos dependem do tipo, grau e das condições precedentes ao início da insuficiência de insulina O diagnóstico baseia-se na mensuração de curva glicêmica e alterações laboratoriais As principais formas de tratamento, são a terapia insulínica, manejo alimentar, exercício físico e retorno periódico ao veterinário SANTOS, Renato de lima; ALESSI, Antônio Carlos. Patologia Veterinária. 2.Ed. Rio de Janeiro: Editora ROCA, 2017. Pâncreas de um cão com fibrose (*) e perda das ilhotas pancreáticas, que desencadeou diabetes mellitus
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