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Utopia Resumo

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“Utopi�”
Resenha do ensaio de Bronislaw Backzo por Fabiana Silva - Licencianda em História(UFMA)
O presente texto visa abordar o ensaio de " Utopia " desenvolvido por Bronislaw
Baczko para a Enciclopédia Einaudi, no ano de 1989, onde explica de forma
eficiente e contundente o termo e a obra de Thomas More, funcionário da corte de
Henrique VIII.
O texto está implicitamente organizado em introdução, desenvolvimento e
conclusão, sendo que a primeira parte é composta pela elucidação de como surgiu
o livro e de como se deu a publicação, além de um breve resumo a cerca da vida de
Thomas More. Após a introdução, o autor começa a resumir o livro, destacando os
principais pontos e relacionando-os à época onde o livro "Utopia" foi escrito. No final
do texto, Baczko reflete sobre a importância da obra e a respeito de seu teor moral e
imaginário.
O autor, antes de iniciar a resenha sobre o livro, destaca ser complicado resumir o
texto sem mutilar partes importantes de Utopia, o que de fato, percebe-se ao longo
da leitura, pois Utopia apresenta um novo mundo aos leitores, uma sociedade
estrangeira cheia de detalhes que não podem ser esquecidos, pois, do contrário boa
parte da história perderia o sentido.
A princípio, é importante, entender um pouco da história de Thomas More que foi
um importante humanista do renascimento. Nasceu em Londres em 1478,
pertencente a uma família burguesa. Se tornou membro do parlamento em 1504 e
na administração de Henrique VIII, tornou-se funcionário da corte, primeiro-ministro.
Encarregado de várias missões importantes, foi durante a viagem a Antuérpia, em
1515 que o autor iniciou os trabalhos de Utopia. Mas infelizmente, teve contendas
com o monarca, após as polêmicas do rei com a igreja católica apostólica romana,
Henrique VIII queria divorciasse de Catarina de Aragão para se casar com a dama
de companhia de Catarina, Ana Bolena. Porém, a igreja foi contra e o monarca
fundou sua própria igreja, se auto denominando Chefe supremo da igreja anglicana,
como chamava sua religião, o anglicanismo. Thomas More, pediu demissão, pois
não queria ser relacionado as atividades hereges do rei diante da igreja. Contudo, o
rei procurou-o para que More declarasse lealdade a si e a nova religião, mas More
recusou-se a prestar juramento antipapista, leal a causa católica e a sua fé no
cristianismo, portanto, foi preso por traição e encarcerado na Torre de Londres até
quando foi julgado e decapitado, posteriormente ele foi canonizado pela igreja
católica, por permanecer fiel até o fim a sua fé, transformando-se no patrono dos
políticos.
Utopia, é uma mescla inteligente de realidade e ficção, onde Thomas More dialoga
filosoficamente com o viajante Hitlodeu, tornando-se uma espécie de narrador e
personagem no decorrer da obra. O assunto gira em torno de Utopia, uma ilha que
um dia foi habitada por um povo grosseiro e selvagem, nas palavras de Hitlodeu,
mas Utopus, conquistou a ilha e deu seu nome ao país. Utopia é habitada pelos
utopianos, que se organizam de forma democrática. A sociedade contém muitas
famílias, com integrantes numerosos, e à frente de cada grupo de trinta famílias
encontra-se um magistrado, eleito anualmente, chamado de " sifogrante ". Sendo os
sifograntes que elegem por voto sigiloso o governador, intitulado de " Ademo ", que
permanece no cargo até sua morte, se não houver complicações em sua
administração de caráter corrupto-tirano. Outrossim, há a existência de um senado,
também escolhido através de uma votação e qualquer assunto de importância e
discutido por todas as famílias que dão seu parecer ao senado para que as
decisões sejam tomadas ao gosto de todos. O objetivo principal dessa organização
é impedir que haja um governo tirano. Assim, os responsáveis pela organização do
estado, trabalham para que todos vivam em harmonia com direitos iguais, sempre
tentando assegurar uma vida feliz e sem haver intrigas. De modo que há poucas
leis, mas que trabalham de forma eficaz, todas de fácil compreensão a disposição
do povo.
A descrição ocorre com uma gama de detalhes por parte de Hitlodeu, nome que tem
um significado interessante se aplicado ao contexto da narrativa. Hitlodeu, significa
“hábil no palavreado”. Assim, o narrador relata a inexistência de situações bastante
comuns na sociedade inglesa de Henrique VIII. Utopia, afinal, descreve uma
república imaginária governada em prol de todos, sem focar em uma minoria,
portanto não ocorre acumulação de riquezas. Cabe destacar, que em Utopia, o ouro
ou qualquer outro categoria de mineral precioso, não tem valor algum, de modo que
as correntes dos criminosos são forjadas utilizando o ouro. Assim, a propriedade
privada não existe e todos compartilham das terras, podem trabalhar e usufruir de
seus frutos, não há um comércio voltado para exportação, então as vendas só
ocorre quando há excessos na produção.
Hitlodeu também fala a cerca da política expansionista, baseada na conquista,
muito praticada pelos estadistas, procurando instalar sua influência e poder em
diversas áreas a custo do sangue de inocentes e da morte de seu próprio povo.
Exibindo exércitos que demandam altos custos de manutenção, mas pouco se
importando com a crise entre a população, o que Hitlodeu ressalta ser resquícios de
uma crise moral. O governante Utopus não busca estender seus territórios, muito
menos procura batalhas infundadas, ele encontra a guerra, ira barganhar desde o
início para que não tenha que pôs seus homens no campo de batalha, o confronto
só ocorrerá quando não houver mais opções de retardar o conflito. A vadiagem é
outra das proibições, é um ato considerado crime em Utopia, portanto o estado
procura fazer todos contribuírem para o crescimento e bem-estar da sociedade. É
interessante que em Utopia, pode-se acreditar e seguir a religião que quiser,
contanto que seja de caráter monoteísta e a maioria da população rendeu-se ao
cristianismo.
A alegoria de Thomas More, é uma crítica social muito bem elaborada, expondo os
erros de governo de um monarca tirano. Os diálogos, que seriam entre o próprio
More e o viajante, Hitlodeu, buscam, sobretudo, fazer com que o leitor reflita a cerca
da política, das questões sociais e também religiosas. Assim, o autor constrata a
realidade cheia de injustiças com a sociedade de Utopia.

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