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Psiq Transtornos Relacionados a Subs. Psicoativas

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1 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Sanar Residência Médica 
ÁLCOOL 
• Depressor do SNC. 
• Uso agudo/intoxicação – síndrome da abstinência alcoólica 
– dependência/tratamento de manutenção. 
USO AGUDO 
• Abordagem: suporte; sintomáticos; antipsicótico (se 
agitado). 
 
S ÍNDROME DA ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA (SAA) 
• Quadro grave; cérebro hiperativado. 
• De preferência, ficar no pronto-socorro clínico devido às 
possíveis complicações. 
• Diagnóstico: 
✓ Tempo: poucas horas até 15 dias após último consumo 
ou diminuição. 
• Sintomas adrenérgicos (tremor, hipertensão, sudorese, 
taquicardia) + sintomas psiquiátricos (inquietação, 
ansiedade, agitação, mal-estar geral, náuseas). 
• Principais complicações: convulsão, delirium tremens 
(sintomas psicóticos, rebaixamento do nível de 
consciência) e síndrome de Wernicke Korsakof (desnutrido; 
deficiência de vitamina B1/tiamina). 
• Clinical Institute Withdrawal Assessment for Alcohol, 
Revised (CIWA-Ar). 
✓ 0-9 SAA leve; 10-18 SAA moderada; >18 SAA grave. 
Obs.: Identificar a gravidade do quadro de forma rápida: 
delirium tremens (delírio/psicose com tremores) ou disfunção 
orgânica (icterícia, hepatomegalia e ascite) = crise GRAVE. 
• Abordagem: 
✓ Anamnese + aferição de sinais vitais (a cada hora). 
✓ Suporte clínico geral (glicemia capilar, hidratação, 
eletrólitos). 
✓ Tiamina 100 a 200mg/dia (IM ou IV): se for administrar 
glicose é mandatório uso de tiamina. 
✓ Benzodiazepínicos (agem no mesmo recepto do 
álcool): Diazepam 10mg VO (1ª escolha) ou Lorazepam 
2mg VO (se hepatopata) → reduzem a incidência de 
convulsões e delirium. 
- Terapia guiada por sintomas (avalia o paciente a cada 
hora e administra um BZD até que se alcance uma leve 
sedação ou CIWA-Ar abaixo de 9, suspendendo o BZD; 
soma quanto de BZD foi administrado nas 24h e a 
partir do 2º dia pega 50% dessa dose e distribui ao 
longo de 15 dias para realizar o desmame) ou horários 
fixos. 
- Se muito agitado e o BZD não segura = antipsicótico. 
✓ Solicitar exames gerais: hemograma, rim e eletrólitos 
(K e Mg normalmente estão diminuídos), fígado. 
DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA 
• Uso em maior quantidade ou por mais tempo que o 
pretendido. 
• Desejo e falhas nas tentativas de reduzir o uso. 
• Fissura. 
• Problemas sociais, ocupacionais e pessoais. 
• Muito tempo gasto em adquirir, usar e se recuperar. 
• Tolerância. 
• Sintomas de abstinência. 
• Manutenção do uso mesmo após percepção de ter um 
problema. 
• Redução ou abandono de outras atividades. 
Rastreio da dependência de álcool: 
C: cut down → você já sentiu que deveria beber menos? 
A: annoyed → já se aborreceu por alguém criticar seu modo de 
beber? 
G: guilty → já se sentiu mal ou culpado sobre seu modo de 
beber? 
E: eye-opener → já tomou uma dose pela manhã, logo ao 
acordar? (para diminuir o nervosismo ou ressaca) 
1 critério: pensar em uso patológico do álcool. 
3-4 critérios: muito provável de ter uso patológico do álcool. 
• Tratamento: 
✓ Fase de manutenção: 
- Medidas não farmacológicas: terapia, grupos de 
mútua ajuda (alcoólicos anônimos/AA), reabilitação 
social, reformulação de vínculos. 
- Medidas farmacológicas: naltrexona (antagonista 
opiode; diminui o prazer do álcool) e dissulfiram 
(inibidor periférico da álcool-desidrogenase). 
TAGAGISMO 
• Teste de Fargerstrom: avalia o grau de dependência do 
paciente. 
 
 
2 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Sanar Residência Médica 
 
• Abordagem: 
✓ Medidas não farmacológicas: acolhimento, 
psicoeducação, entrevista motivacional, estágios 
motivacionais(pré-contemplação contemplação, 
preparação, ação e manutenção), trabalhar as 
emoções e MEV (exercícios, sono e apetite). 
✓ Tratamento de comorbidades: transtornos 
psiquiátricos, DPOC, asma, doenças cardiovasculares. 
✓ Medicações: 
➔Terapia de reposição de nicotina (TRN): adesivo (7mg, 
14mg ou 21mg), goma de mascar (2mg ou 4 mg), balas, 
spray nasal, pastilhas. 
- Diminui fissura e sintomas de abstinência; início de uso 
após cessação do tabagismo; liberam nicotina mais 
lentamente que o cigarro e fazem menor pico; cuidado em 
pós IAM imediato, arritmias cardíacas graves, angina 
instável e AVC recente; tempo médio de tratamento 6 a 12 
semanas. 
➔Bupropiona: inibidor de recaptação de noradrenalina e 
dopamina; 150mg ou 300mg pela manhã; liberação 
imediata ou lenta. 
- Não substitui a nicotina; muito comum associar TRN; 
atrapalha sono e pode piorar ansiedade; leve diminuição do 
apetite; risco de convulsão. 
➔Vareniclina: agonista parcial seletivo dos receptores de 
nicotina; 0,5mg 1x ao dia (1º ao 3º dia); 0,5mg 2x/dia (4º ao 
7º dia); 1mg 2x/dia (a partir do 8º dia) = 12 semanas de 
tratamento. 
- Cuidado com suicídio e ideação suicida. 
➔Nortriptilina (casos refratários). 
OPIÓIDES 
• Derivados da Papaver Sominiferum (papoula). 
• Prescritos como analgésicos e sedação. 
• Dependência comum entre profissionais de saúde. 
INTOXICAÇÃO 
• Depressor do SNC. 
• Euforia, boca seca, rubor facial, alteração de humor, 
analgesia, alucinações, desrealização, despersonalização, 
fala arrastada, torpor, sonolência, miose, hipotensão, 
taquicardia, depressão respiratória. 
• Intensidade varia pela quantidade, tolerância e experiência 
de uso. 
• Mais grave se mistura com outros depressores do SNC. 
• Abordagem: 
✓ Suporte clínico: suporte ventilatório, corrigir 
hipotensão e edema pulmonar (comum). 
✓ Antagonista opioide: naloxone (IV) – Narcan 0,8mg; 
naltrexona (VO) – Revia 50mg. 
S ÍNDROME DE ABSTINÊNCIA 
• Cessação de uso pesado e prolongado OU administração de 
antagonista para usuários crônicos. 
• Tempo depende da meia vida da droga. 
• Humor disfórico, insônia, náuseas, vômitos, 
lacrimejamento, rinorreia, piloereção, sudorese, midríase e 
febre. 
• Abordagem: 
✓ Terapia substitutiva: metadona, codeína ou 
buprenorfina. 
✓ Sintomáticos: clonidina, AINE, antieméticos, 
sedativos. 
COCAÍNA 
• 2ª droga ilícita mais consumida no Brasil, perdendo 
somente para a maconha. 
• Derivado da coca: Erythroxylon coca. 
• Brasil representa 20% do consumo mundial e é o maior 
mercado de crack do mundo. 
• Estimulante do SNC (age principalmente na noradrenalina 
e dopamina). 
• Cocaína (sal, vendido em pó): normalmente inalado, início 
de efeito discretamente maior e efeito mais prolongado (1-
2h). 
• Crack (base, vendido em pedras): normalmente fumado, 
preço inferior, efeito mais rápido, euforia de grande 
magnitude + curta ação (5min) + seguida de intensa fissura 
e desejo de repetir a dose. 
INTOXICAÇÃO 
• Efeito agudo: euforia, autoconfiança elevada, aumento da 
sociabilidade e energia, redução de apetite, maneirismos e 
estereotipias, comportamentos impulsivos e violentos, 
ansiedade. 
• Intoxicação: sintomas psicóticos (especialmente 
persecutoriedade), descarga simpática (taquicardia, 
hipertensão, hipertermia, sudorese e midríase), espasmos 
musculares (mandíbula e língua), risco de convulsão. 
• Complicações: quadros cardiovasculares (IAM, arritmias), 
quadros neurológicos (convulsão, cefaleia, AVC), lesões de 
mucosa, problemas pulmonares (pneumonia, fibrose). 
• Atenção: cuidado com uso de betabloqueadores (risco de 
infarto). 
• Abordagem: 
✓ Suporte ventilatório/clínico + sedativos (somente 
cocaína = benzodiazepínicos; se cocaína com álcool = 
antipsicóticos) + sintomáticos. 
ABSTINÊNCIA 
• Cessação de uso pesado e prolongado. 
• Humor disfórico ou deprimido, fadiga, retardamento 
psicomotor, sonhos vívidos e desagradáveis, insônia e 
hipersonia, aumento do apetite. 
• Abordagem: suporte + sintomáticos. 
DEPENDÊNCIA 
• Quadro multifatorial (questões sociais envolvidas). 
• Uso excessivo, falta de controle e prejuízos. 
• Abordagem: terapias (abordagem motivacional e 
reinserção social), tratar comorbidades e medicações 
(topiramato, dissulfiram e modafinil).

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