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TBL 6 – HIV TRATAMENTO E DOENÇAS OPORTUNISTAS DANIELA FRANCO TRATAMENTO - Conhecer as classes de antirretrovirais, saber as indicações de tratamento e esquemas de tratamento inicial; O início imediato da TARV está recomendado para todas as PVHIV, independentemente do seu estágio clínico e/ou imunológico. A TARV deve ser iniciada quando a PVHIV estiver informada sobre seus benefícios e riscos, além de fortemente motivada e preparada para o tratamento, respeitando-se a autonomia do indivíduo. Deve-se enfatizar que a TARV, uma vez iniciada, não deverá ser interrompida. Em nenhuma situação deverá haver qualquer tipo de coerção para início da TARV. Situações que priorizam o tratamento: A redução na viremia proporcionada pelo tratamento antirretroviral diminui a ativação celular. O mecanismo aqui envolvido é o da diminuição da translocação bacteriana com consequente diminuição nos níveis de LPS plasmáticos e possivelmente uma diminuição no efeito antigênico da viremia. Sabe-se que proteínas virais como TAT ou VPR podem causar intenso processo inflamatório em tecidos humanos. Levando-se em conta que a estabilidade da mucosa seja fundamental para o controle do processo inflamatório exagerado. Os medicamentos antirretrovirais atuam em diferentes etapas do ciclo replicativo do HIV. Desta maneira, separamos as diferentes substâncias em classes: INIBIDORES DE ENTRADA Enfuvirtida | Inibidor de fusão O medicamento capaz de interferir na fusão do vírus à célula hospedeira é a enfuvirtida. Trata-se de um peptídeo de 36 aminoácidos que atua ligando-se à região HR1 da gp41 do HIV-1, comprometendo os passos subsequentes de fusão da membrana viral com a membrana plasmática. Apresenta a desvantagem do uso subcutâneo (SC) 2 vezes/dia. Os efeitos colaterais mais comuns são os relacionados à injeção. Em geral bem tolerada, enfuvirtida foi associada a cefaleia, neuropatia periférica, tonturas, insônia, depressão, diminuição do apetite, astenia, mialgia, constipação intestinal e pancreatite, embora fossem de leve ou moderada intensidade na maioria dos pacientes. A dose preconizada são 90 mg (1 mℓ) SC a cada 12 h. Apresenta barreira genética baixa, com resistência emergindo após 3 semanas de falha virológica. Maraviroque | Antagonista de correceptor CCR5 Maraviroque somente é ativo para cepas com tropismo exclusivo R5. É apresentado em comprimidos de 150 mg e 300 mg. A posologia é de 300 mg VO, de 12 em 12 h, com ou sem alimentos. Em combinação, a dosagem sempre varia de acordo com o inibidor da protease (IP); quando ambos, um inibidor e um indutor da metabolização hepática são utilizados, o inibidor será dominante. Em relação aos efeitos adversos, é medicação bem tolerada, com raras cefaleias, fadiga, tontura e náuseas. Em altas doses, pode ocorrer hipotensão ortostática. Há relatos ocasionais de elevação de creatinofosfoquinase (CPK) e miosite. A administração concomitante de maraviroque e rifampicina não é recomendada. Isoniazida deve ser evitada pelo risco de hepatotoxicidade. A erva-de-são-joão pode reduzir o nível sérico de maraviroque e também deve ser evitado o seu uso. INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANÁLOGOS AOS NUCLEOSÍDEOS A formação do DNA viral ocorre dentro da célula infectada pelo HIV, graças à ação da enzima transcriptase reversa. Esta enzima recruta os nucleotídeos naturais da célula, a adenosina, a guanosina, a timidina e a citosina. Antes de serem fosforilados, os nucleotídeos são denominados nucleosídeos. Os inibidores da transcriptase reversa análogos aos nucleosídeos funcionam inibindo a síntese de DNA porque apresentam uma estrutura espacial que simula a estrutura dos nucleosídeos naturais. Como os compostos naturais, os análogos aos nucleosídeos são fosforilados pela célula, havendo incapacidade da transcriptase reversa em distinguir qual é o nucleosídeo natural do artificial. Uma vez incorporado, o falso nucleosídeo impede a continuidade da formação da cadeia de DNA, bloqueando a replicação viral. Zidovudina A zidovudina após metabolização, torna-se um análogo do nucleotídeo natural timidina. É inativa em sua forma natural, necessitando ser triplamente fosforilada utilizando enzimas dentro da célula. Assim, transforma-se no derivado trifosfato, detentor de ação antirretroviral. Uma vez fosforilado, este composto compete com o nucleosídeo natural timidina, ocupando seu lugar na formação de novas cadeias de ácido nucleico induzido pela transcriptase reversa. Apresenta boa difusão pela barreira hematencefálica, característica que a coloca como um dos antirretrovirais mais populares na escolha de esquema de tratamento para a doença neurológica causada pelo HIV. Também consegue atravessar de modo bastante adequado a placenta, vindo daí seu emprego na prevenção da transmissão vertical. É empregada na dose de 600 mg/dia, o que diminuiu significativamente a ocorrência de efeitos colaterais. Entretanto, ainda são comuns queixas nas primeiras 2 semanas de seu uso de náuseas e cefaleia, que costumam desaparecer após. Podem ainda surgir vômitos, febre, exantema, parestesias e mialgias. A toxicidade medular, exteriorizada por anemia e neutropenia, ocorre principalmente em pacientes com formas avançadas da doença. Um efeito colateral raro, mas que pode apresentar significativa gravidade, é a acidose láctica. Hepatotoxicidade, hepatomegalia e esteatose hepática também ocorrem com baixa frequência. Didanosina A didanosina em sua forma original não apresenta atividade antirretroviral. Após sofrer complexo processo de transformação química intracelular, assume a forma de 2,3′- dideoxiadenosina (ddA), análogo ao nucleotídeo natural adenosina. Portanto, como a zidovudina, inibe a ação da transcriptase reversa competindo com o trifosfato de adenosina na formação da cadeia de ácido nucleico. Atravessa a barreira hematencefálica, com níveis no líquido cefalorraquidiano de 19 a 21% dos observados no plasma em adultos, e mais elevados em crianças. Atravessa a barreira placentária e é removida por hemodiálise. Os efeitos colaterais mais indesejáveis são pancreatite e neuropatia periférica. Pode ainda ocorrer diarreia com relativa frequência, mas sua causa está, em geral, associada à presença dos antiácidos na formulação dos comprimidos. Outros efeitos menos comuns são náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia e insônia. Cardiomiopatias e hepatite são alterações raras e alterações hematológicas são excepcionais. É encontrado em formulações de comprimidos de liberação entérica, essa formulação difere da anterior em comprimidos por ser composta de grânulos revestidos que resistem à degradação ácida no estômago, resultando em maior absorção pela região proximal do intestino delgado. A ausência de antiácido em sua formulação diminui os efeitos adversos gastrintestinais e as interações devidas à sua presença. A administração é em dose única diária de uma cápsula de 400 mg, preferencialmente com estômago vazio. Lamivudina A lamivudina é um nucleosídeo sintético que, após fosforilação, torna-se um análogo a nucleotídeos naturais, inibindo a ação da transcriptase reversa e interrompendo a cadeia de formação de ácidos nucleicos. Efeitos colaterais como neuropatia periférica, pancreatite, cefaleia, tonturas e insônia são raros. Praticamente não apresenta toxicidade hematológica, com raros relatos de anemia ou neutropenia. Abacavir A abacavir após metabolização, torna-se um análogo do nucleotídeo guanosina, inibindo competitivamente a ação da transcriptase reversa. Como os demais inibidores da transcriptase reversa análogos aos nucleosídeos, recomenda-se usar o abacavir em combinação com outros agentes da mesma classe. Efeitos colaterais: É bem tolerado, podendo causar queixas gastrintestinais,fadiga, insônia e cefaleia, em geral de baixa intensidade. Raramente pode causar leucopenia ou alterações das enzimas hepáticas. Entretanto, a principal preocupação ao usar o abacavir é o aparecimento em aproximadamente 5% dos pacientes de quadro de potencial gravidade caracterizado por reação de hipersensibilidade. Em geral, surge precocemente, em média 11 dias após o início do uso, caracterizando-se por febre alta, náuseas, vômitos, exantema, linfadenopatia e comprometimento significativo do estado geral. Ocorre remissão dos sintomas com a suspensão permanente do uso do abacavir. No entanto, o prolongamento do uso ou o reinício da medicação após interrupção temporária podem levar a quadro ainda mais grave, com choque e morte. Por isso, é vital explicar estes sintomas a todos os pacientes em uso de abacavir e está contraindicada a reintrodução da substância após suspeita de quadro de hipersensibilidade anterior. INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANÁLOGOS AOS NUCLEOTÍDEOS Tenofovir é o primeiro representante dessa nova classe de antirretrovirais, diferindo dos análogos de nucleosídeos por ser previamente fosforilado, competindo com o nucleotídeo natural de adenina. Administrado VO, apresenta biodisponibilidade de 25% e é mais bem absorvido quando ingerido junto com alimentos. O uso do tenofovir eleva a concentração sérica de didanosina, o que pode potencializar o aparecimento dos efeitos colaterais dessa última, motivo para desencorajar tal associação. Em geral, é uma substância bem tolerada. Uma pequena proporção dos pacientes pode se queixar de sintomas gastrintestinais, como náuseas, vômitos e flatulência. INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA, NÃO ANÁLOGOS AOS NUCLEOSÍDEOS Trata-se de outra classe de agentes que também inibe a ação da transcriptase reversa. Porém, ao contrário de agir como um falso nucleosídeo ou nucleotídeo, estas substâncias ligam-se diretamente à transcriptase reversa, fora do sítio ativo, conseguindo impedir sua ação na formação do DNA viral. Em geral, a resistência viral a estes compostos ocorre rapidamente, se utilizados como monoterapia antirretroviral. Nevirapina Liga-se diretamente à transcriptase reversa, bloqueando a atividade de polimerase da enzima por incapacitar seu sítio catalítico. Com ótima penetração no sistema nervoso central, é uma das melhores opções para tratamento da infecção pelo HIV em pacientes com diagnóstico de complexo demencial da AIDS. A reação adversa mais comum é o já referido exantema cutâneo, que aparece geralmente nas primeiras 8 semanas de tratamento. Apesar de habitualmente leve, pode assumir formas graves, incluindo a síndrome de Stevens-Johnson. Nesses casos, o medicamento deve ser interrompido e seu uso futuro evitado. Aumento das transaminases hepáticas também é frequente, recomendando cautela no uso em pacientes que também são cronicamente infectados pelos vírus das hepatites B e C Efavirenz longa meia-vida plasmática (> 24 h) permite seu uso uma vez/dia. Tem boa penetração em sistema nervoso central. Metabolizado pelo sistema enzimático citocromo P-450, sofre e exerce interferência no nível sérico de vários outros medicamentos, incluindo ritonavir, indinavir, saquinavir, claritromicina, cisaprida. Apresenta boa ação antirretroviral, sendo um dos medicamentos mais utilizados no tratamento inicial de pacientes infectados pelo HIV-1. A reação adversa mais comum envolve neurotoxicidade, exteriorizada por queixas de sonolência (mais raramente insônia), tonturas, dificuldade de concentração, cefaleia e alteração dos sonhos. É importante alertar os pacientes sobre tais efeitos antes do início do uso do efavirenz e recomendar a ingestão imediatamente antes de dormir, o que ameniza o desconforto durante o dia. Esses sintomas tendem a regredir após as primeiras 3 semanas de uso. Podem também ocorrer exantema e sintomas gastrintestinais leves. INIBIDORES DA INTEGRASE Os inibidores da integrasse do HIV ligam-se ao sítio ativo da integrase e bloqueiam a etapa de transferência do filamento na integração do ácido desoxirribonucleico (DNA) do retrovírus, essencial para o ciclo de replicação do HIV. Os dois fármacos dessa classe disponíveis no Brasil são raltegravir e dolutegravir. Raltegravir (RAL) é o primeiro inibidor da integrase do HIV liberado para uso clínico em pacientes que ainda não foram tratados ou previamente expostos. Os efeitos adversos observados são pouco frequentes (1 a 10%), como tontura, epigastralgia, flatulência, obstipação, hiperidrose, artralgia, cansaço, fraqueza. Em função da tontura a capacidade de dirigir pode estar reduzida, raramente. Pode ocorrer exantema discreto, que raramente requer descontinuação. Dolutegravir Dolutegravir (DTG) é um inibidor da integrase de segunda geração por apresentar uma barreira genética ao desenvolvimento de resistência superior à do raltegravir. Aprovado para uso clínico em pacientes não previamente tratados e naqueles que já fizeram uso de antirretrovirais e apresentaram falha virológica. Apresenta-se na forma de comprimidos de 50 mg; sua posologia é de 50 mg 1 vez/dia para pacientes sem resistência na integrase e 50 mg 2 vezes/dia se houver suspeita ou documentação de resistência. Em pacientes com insuficiência hepática ou renal não há necessidade de ajuste de dose. Em estudos clínicos com dolutegravir, observou-se pequena diminuição do clearance de creatinina (ClCr) na primeira semana de tratamento, compatível com o observado em estudos clínicos. Ambas dosagens de dolutegravir não tieveram efeito relevante sobre a taxa de filtração glomerular e fluxo plasmático renal efetivo. Esses dados respaldam estudos in vitro sugestivos de que os pequenos aumentos da creatinina observados em estudos clínicos são causados por inibição não patológica do transportador de cátions orgânicos tipo 2 (OCT2) nos túbulos renais proximais, que medeia a secreção tubular de creatinina. Os eventos adversos mais comuns foram cefaleia, náusea e diarreia, mas foram pouco frequentes. Estudos mais recentes têm demonstrado maior frequência de insônia e transtornos do sono (6%) e sintomas neuropsiquiátricos (4%) (ansiedade, depressão e psicose) do que estudos clínicos iniciais. Em quase todos os casos, esses efeitos colaterais foram resolvidos após a interrupção da terapêutica com o esquema contendo dolutegravir. O fármaco é eliminado em sua maior parte via glicuronidação mediada pela UGT1A1 sem interação com os outros antirretrovirais. Ainda não há dados sobre o uso seguro em gestante e estão em andamento estudos clínicos que avaliam a associação com rifampicina AULA RESPOSTA B Há recomendação de início imediato, não precisa esperar carga viral e CD4. Inicialmente tem que fazer teste para outras infecções sexualmente transmissíveis, interfere no tratamento. Paciente coinfectados com hepatite B possuem prioridades para tratamento. Não é protocolo genotipaem pré tratamento. Precisa fazer CD4 e carga viral para ver o quão grave está. Genotipagem pede só para alguns. Quando iniciar o tratamento antirretroviral? Início imediato independente do estágio clínico. E uma vez iniciada não deverá ser interrompida (pode ter mutações e criar resistência). Entendem-se por sintomáticos os pacientes com imunodeficiência avançada (doença definidora de aids) ou moderada; SOBRE TUBERCULOSE: Recomenda-se que pacientes com contagem de LT-CD4+ abaixo de 50 céls/mm3 ou com sinais de imunodefi ciência avançada iniciem com rapidez o tratamento anti-TB e comecem a TARV dentro de duas semanas do início do tratamento para TB. Nos demais pacientes, o tratamento para TB deve ser iniciado também o mais brevemente possível, e a TARV deve ser iniciada na 8a semana de tratamento anti-TB55. Não se recomendao início concomitante do tratamento para ambos os agravos, a fi m de reduzir ou evitar a ocorrência de eventos adversos cumulativos das medicações. MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE A contagem de LT-CD4+ é um dos biomarcadores mais importantes para avaliar a urgência de início da TARV e a indicação das imunizações e das profilaxias para IO. A contagem de LT-CD4+ tem importância na avaliação inicial, enquanto a CV-HIV é considerada o padrão-ouro para monitorar a eficácia da TARV e detectar precocemente problemas de adesão em PVHIV. Em pacientes em uso de TARV, o foco do monitoramento laboratorial deve ser a CV-HIV para avaliar a eficácia da TARV e detectar precocemente a falha virológica, caracterizada por dois exames sequenciais de CV-HIV detectáveis. • Paciente que vive com HIV está usando a medicação e ta com CV indetectável: se as células dele tiver < 350 semestralmente tem que solicitar CD4. Se as células estiver > 350 não precisa solicitar • Paciente vive com HIV e não toma TARV ou teve infecções oportuninestas, toxicicidades ou falha virológica. Independente do valor tem que fazer rastreio 2 vezes por ano. • Paciente que vive com HIV e faz tudo certo solicita carga viral a cada 6 meses. Para confirmar a progressão do tratamento. • Paciente que iniciou a terapia ou mudou medicação, solicita após 8 semanas do início de terapia ou novo esquema. Para confirmar a CV adequada ou se vai responder até novo esquema. E CV é padrão ouro para acompanhar adesão ao tratamento. • Para confirmação de falha virologia faz após 4 semanas da primeira carga viral detectada. RESPOSTA D. COMO INICIAR O TARV? • Analisar toxicidades X benefício para paciente. • Resistência viral e adesão • Supressão do RNA viral RESPOSTA B. Quando o vírus vai se ligar no CD4 (proteína de membrana, e ao lado tem os receptores CCR5 e CXCR4), a Gp 120 se liga na aos receptores CCR5 e CXR4. MEDICAMENTOS RESPOSTA A. INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA: Inibe a transcrição de rna viral em dna pro viral. Impede infecção aguda; não afeta as já infectadas previamente; se incorpora ao dna viral e impede o prolongamento; DNA pro viral incompleto -> não faz transcricao e traducao para rna viral. • INIBIDORES DA TR ANÁLOGO DE NUCLEOSÍDEOS: (vai incorporar na fita de DNA e depois faz uma quebra do material genético). Zidovudina (AZT); Lamivudina (3TC); abacavir (ABC); Tenofovir (TDF); Didanosina (DDI); Estavudina (D46). Eventos adversos: 1) AZT: ANEMIA E LIPODISTROFIA › Lipoatrofia: redução da gordura em regiões periféricas, como braços, pernas, face e nádegas, podendo apresentar proeminência muscular e venosa relativa. Lipo-hipertrofia ou lipoacumulação: acúmulo de gordura na região abdomi- nal, presença de gibosidade dorsal, “ginecomastia” nos homens e aumento de mamas em mulheres e acúmulo de gordura em diversos locais do corpo, Forma mista: associação de lipoatrofia e lipo-hipertrofia.); 2) TDF: NEFROTOXICIDADE; 3) ABC; ALERGIA GRAVE; 4) LAMIVUDINA: POUCOS. • INIBIDORES DA TR NÃO ANALOGOS DE NUCLEOSÍDEOS: (se liga diretamente na transcreptase reversa). Nevirapina (NVP); Efavirenz (EFZ). Pílula única no brasil: TDF/3TC/EFV. Ligação direta; metabolismo em cyp450. EFV: TONTURA, INSONIA, DEPRESSAO. O EFV pertence à classe de ARV dos ITRNN. Apresenta posologia confortável (um comprimido ao dia), facilitando a adesão ao tratamento As principais desvantagens do EFV e de outros ITRNN são a prevalência de resis- tência primária em pacientes virgens de tratamento e a baixa barreira genética para o desenvolvimento de resistência. Seus efeitos adversos mais comuns – tonturas, alterações do sono, sonhos vívidos e alucinações – costumam desaparecer após as primeiras duas a quatro semanas de uso. Recomenda-se orientar ao paciente a tomada do medicamento logo antes de deitar-se para dormir e preferencialmente duas horas após o jantar. PEQUENA BARREIRA GENETICA. OU SEJA, SE TOMA DE FORMA ERRADA, GERA RESISTENCIA!! RESPOSTA D. INIBIDORES DA PROTEASE: inibe clivagem da megaproteina; ela cliva a megaproteina em proteinas ativas (enzimas) do virus; não impedi infeccao, mas impeco novos virus de sair e infectar ovas células inibe infectividade. EA: lipodistrofia, tgi, dislipidemia. Ritonavir (rtv) interage em citocromo e aumenta disponibilidade de outros arv ❑ Se ligam de modo reversível às proteínas; ❑ Vírus imaturo e não infeccioso. ❑ Ritonavir (RTV); atazanavir (ATV); lopinavir (LPV) INIBIDORES DA INTEGRASE: Impede a integração do DNA pro viral no DNA humano; usada com tenofovir e lamivudina; alta barreira genetica para mutação; excelente perfil toxicidade; terceira droga principal dos esquemas arv. ❑ Bons resultados em pessoas multirresistentes; ❑ Queda da CV rápida; ❑ Raltegravir (RAL); Dolutegravir (DTG) RAL: GESTACAO E TB. Deve ser administrado duas vezes ao dia, excelente tolerabilidade, alta potência, poucas interações medicamentosas, eventos adversos pouco frequentes e segurança para o uso em coinfecções como hepatites e tuberculose DOLUTEGRA: PRIMEIRA ESCOLHA, GANHO DE PESO O DTG é um ARV da classe dos INI. Esse ARV tem as vantagens de alta potência, alta barreira genética, administração em dose única diária e poucos eventos adversos, garantindo esquemas antirretrovirais mais duradouros e seguros As MVHIV devem ser informadas quanto à contraindicação do uso do DTG no momento da pré-concepção, pelo risco de má formação congênitaa. O DTG pode ser indicado como parte da TARV para mulheres em idade fértil, desde que antes do início do seu uso seja descartada a possibilidade de gravidez e que a mulher esteja em uso regular de método contraceptivo eficazb, preferencialmente os que não dependam da adesão (DIU ou implantes anticoncepcionais), ou que a mulher não tenha a possibilidade de engravidar O DTG não é recomendado em PVHIV em uso de fenitoína, fenobarbital, oxicar- bamazepina, carbamazepina, dofetilida e pilsicainida. Pacientes devem ser avaliados quanto à possibilidade de troca dessas medicações a fim de viabilizar o uso do DTG. RESPOSTA B. Inibidores de entrada são antagonistas de receptores. INIBIDORES DE ENTRADA: inibe a entrada do rna na celula; atua nos receptores cxcr4 cxcr5; inibe que virus se ligue na membrana da celula alvo. Pouco usadas pois tem muitos efeitos colaterais, compem esquemas de resistencia, ❑ Interage com gp41; ❑ Enfuvirtida (ENF); maraviroque (MVQ). RESPOSTA B. • Adultos início do tratamento: TDF/3TC + DTG • HIV + tuberculose sem critério de: TDF/3TC/EFC (troca do DTG por EFC) • HIV + Tuberculose com critérios de gravidade gravidade (CD4< 100, doenças oportunista e tuberculose disseminada); TDF/ 3TC + RAL(multirresistente). Quando o CD4 está abaixo de 50 tem que iniciar no máximo 2 semanas. SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE RESPOSTA A Isso acontece quando o CD4 está bem baixo e carga viral está alta e vem com TARV. E o corpo gera uma reação imune muito exacerbada que de certa forma é deletéria. Os primeiro 6 meses são mais importantes. É importante diferenciar as infecções subclínicas que aparecem pela primeira vez em pacientes em TARV (“SIR desmascarada”) e infecções clinicamente evidentes já existentes no início da terapia, que muitas vezes, paradoxalmente, pioram durante a terapia (“SIR paradoxal”). Tratamento da SIR: Início da TARV não deve demorar. A prevenção das complicações associadas à SIR envolve identificação e manejo precoce. Na suspeita de SIR, deve-se priorizar o diagnóstico e tratamento da IO. Na maior parte dos casos, sua resolução é espontânea, envolvendo tratamento sintomático, tais como anti-inflamatórios não hormonais.Ressalta-se que a TARV não deverá ser interrompida, exceto em casos graves. Existe dois tipos de SIR: desmascarada (quando a infecção começa) e a paradoxal (reativação de uma infecção que já existia). GENOTIPAGEM • Pessoas que tenham se infectado com parceiro (atual ou pregresso) em uso de TARV ; • Gestantes infectadas pelo HIV; • Crianças infectadas pelo HIV; • CoinfecçãoTB-HIV FALHA NO TRATAMENTO ❑ CV-HIV detectável após seis meses do início/modificação do tratamento, ou rebote da CV-HIV em indivíduos que haviam atingido supressão viral sob tratamento. ❑ Confirmar após quatro semanas. ❑ A ocorrência de IO na ausência de falha virológica não indica falha da TARV, mas pode refletir recuperação imunológica insuficiente, falha da profilaxia para IO ou SIR. Paciente que está com carga viral indetectável por 6 meses é intransmissível. Que o risco estimado nesses casos é tão pequeno que pode ser considerado insignificante. A CV-HIV deve estar indetectável há pelo menos seis meses; Assim, uma pessoa com HIV, sem nenhuma outra IST, seguindo TARV corretamente e com CV-HIV suprimida, tem mínimas chances de transmitir o HIV pela via sexual. O uso do preservativo continua sendo recomendado como forma de cuidado adicional para evitar reinfecção pelo HIV e para prevenção de outras IST e hepatites. PROFILAXIA RESPOSTA: A PrPE: profilaxia pré infecção e PEP profilaxia pós exposição PrPE: indicado para quem não tem HIV, mas está exposto como trans, gays, profissionais do sexo. PEP: é uma urgência, para quem pode ter sido exposto em situações de sexo desprotegido e acidente de trabalho. Primeiro tem que ver se o paciente tem HIV prévio. STATUS SOROLÓGICO No status sorológico tem que fazer exame no paciente que se cortou e no que contaminou a pessoa. É direito da pessoa recusar a PEP ou outros procedimentos indicados após a exposição (por exemplo, coleta de exames laboratoriais). Nesses casos, sugere- se o registro em prontuário, com documentação da recusa e explicitação de que no atendimento foram fornecidas informações sobre os riscos da exposição, assim como a relação entre o risco e o benefício das intervenções O primeiro teste é pra ver se tem ou não HIV prévio, não deu tempo de se contaminar ali no acidente. Veio não reagente, significa que não tem HIV prévia, então a profilaxia está indicada. Se veio reagente significa que tem HIV prévio precisa ser encaminhado para CD4 e carga viral e iniciar tratamento. No paciente fonte: pode ter: Se desconhecido: avaliar caso a caso. » Nos casos envolvendo acidentes com fonte desconhecida (ex.: agulha em lixo comum, lavanderia, coletor de material perfurocortante) ou fonte conhecida com sorologia desconhecida (ex.: pessoa-fonte que faleceu ou que não se apresenta ao serviço para testagem), a decisão sobre instituir a PEP deve ser individualizada. » Deve-se considerar a gravidade da exposição e a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV naquela exposição (área de alta prevalência para HIV, pacientes internados com infecção pelo HIV naquele ambiente, etc.). Existem muitos casos em que a PEP não está indicada, em função do risco extremamente baixo de transmissão do HIV. Amostra não reagente (TR1 não reagente): a PEP não está indicada. » Contudo, a PEP poderá ser indicada para a pessoa exposta quando a pessoa-fonte tiver história de exposição de risco nos últimos 30 dias, devido à possibilidade de resultados falso-negativos de testes imunológicos de diagnóstico (rápidos ou laboratoriais) durante o período de janela imunológica. No caso de utilização de testes de fluido oral, considerar janela imunológica de 90 dias. Todas as pessoas potencialmente expostas ao HIV devem ser orientadas sobre a necessidade de repetir a testagem quatro a seis semanas e 12 semanas após a exposição, mesmo depois de completada a profilaxia com ARV. Fez primeira amostra e está reagente vai fazer PEP, se não ta reagente volta de 4 a 6 semanas para repetir e após 12 semanas repete de novo (pode ter janela imunológica). O esquema preferencial de PEP deve incluir combinações de três ARV, sendo dois inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeo (ITRN) associados a outra classe (inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeo – ITRNN, inibidores da protease com ritonavir – IP + RTV ou inibidores da integrase – INI). PrEP Para a indicação do uso de PrEP, deve-se excluir o diagnóstico prévio da infecção pelo HIV, uma vez que a introdução da PrEP em quem já está infectado pode ocasionar a seleção de cepas resistentes. Realiza-se um teste rápido (TR1) e, caso o resultado seja não reagente, o diagnóstico está definido como “amostra não reagente para HIV” e a pessoa poderá ser candidata à PrEP. Caso o TR1 seja reagente, deve-se realizar o TR2; se este apresentar resultado não reagente, ou seja, resultados discordantes entre TR1 e TR2, deve-se repetir o fluxograma. Persistindo a discordância dos resultados, uma amostra deve ser colhida por punção venosa e enviada ao laboratório para ser submetida a um dos fluxogramas definidos para laboratório. Aguardar resultado laboratorial para indicação de PrEP ou TARV. Em caso de suspeita clínica de infecção aguda pelo HIV, deve-se proceder à realização de teste de carga viral do HIV, a fim de estabelecer o diagnóstico. • Combinação de tenofovir e entricitabina, em dose fixa combinada TDF/FTC 300/200mg, um comprimido por dia, via oral, em uso contínuo. • Sexo anal: 7 dias; Sexo Vaginal: 20 dias. • Altos níveis de concentração celular dos medicamentos ocorrem a partir do sétimo dia de uso contínuo da medicação para as exposições por relação anal e de aproximadamente 20 dias de uso para as exposições vaginais Quando interromper a PrEP? • Diagnóstico de infecção pelo HIV; • Desejo da pessoa; • Mudança no contexto de vida; • Persistência ou a ocorrência de eventos adversos relevantes; • Baixa adesão à PrEP. RESPOSTA C DOENÇAS OPORTUNISTAS Há uma relação direta entre o nível da imunossupressão e a ocorrência de IO (infecções oportunistas). Nas infecções pelo HIV não tratadas, há um contínuo declínio na contagem de linfócitos T CD4+; contagens abaixo de 200 células/mm³ representam risco elevado de IO. Entretanto, mesmo após a ampla disponibilidade dos tratamentos antirretrovirais efetivos (TARV ou HAART), as IO continuam a figurar como importante causa de morbidade e mortalidade. Ocorrem em indivíduos que desconhecem sua condição de infecção pelo HIV, mas também naqueles que abandonam ou são pouco aderentes ao tratamento antirretroviral. Alguns pacientes que iniciam tratamento antirretroviral com contagem de linfócitos T CD4+ reduzida e sem IO clinicamente aparentes podem manifestar sinais e sintomas associados a estas infecções, após melhora da resposta imunológica decorrente do sucesso do tratamento antirretroviral. Tal condição, conhecida como síndrome da reconstituição imunológica (SRI) ou síndrome inflamatória da reconstituição imunológica, é consequência da reação contra agentes infecciosos, ou contra alguns antígenos, resultando em reação inflamatória no tecido acometido e acarretando controvérsias na condução do tratamento, que eleva a morbidade e a mortalidade associada. Nem sempre o agente que desencadeou a resposta inflamatória está ativo ou viável. Para algumas infecções consideradas oportunistas, tais como tuberculose, herpes-zoster, sarcoma de Kaposi e infecções invasivas por pneumococos, a melhora da imunidade reduz, mas não elimina o risco de ocorrência, mesmo que a contagem de linfócitos T CD4+ se eleve a mais de 200células/mm³. Decorrente do aumento da expectativa de vida dos indivíduos infectados pelo HIV, algumas complicações, antes inexistentes, emergiram nesta população, tais como: carcinomas cervical, anal ou oral decorrentes da infecção pelo HPV ou doença hepática crônica e hepatocarcinoma em indivíduos coinfectados por VHB e VHC, somando-se aos problemas decorrentes de doenças metabólicas, coronarianas e vasculares, já há algum tempo enfrentados. Por outro lado, algumas IO têm sido evitadas ou tiveram sua ocorrência reduzida com o uso de vacinas em alguns subgrupos de pacientes vivendo com HIV ou com AIDS, tal como se observa em relação às vacinas contra pneumococos, contra HPV e contra herpes-zóster. Tal atitude preventiva se soma ao uso de medicamentos profiláticos com o objetivo de reduzir o risco de algumas IO mais frequentes. REFERENCIAS: 1 - Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos 2 - Salomão, Reinaldo Infectologia: Bases clínicas e tratamento / Reinaldo Salomão - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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