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Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto HIV/AIDS HISTÓRIA Os primeiros casos foram descritos em homossexuais masculinos nos EUA em 1981→ depois em hemofílicos, hemotransfundidos, usuários de drogas, crianças nascidas de mães infectadas e parceiros sexuais de indivíduos infectados. ETIOLOGIA HIV-1 e HIV-2, gênero lentivirus. O HIV é classificado em dois tipos (1 e 2), com o HIV-1 subdividido em quatro grupos: M (major), O (outlier), N (new) e P→grupo M é responsável pela maioria dos casos. o HIV-2 tem infectividade e patogenicidade menor, em geral está associado a indivíduos oriundos da África. -Grupos O e N= foram encontrados inicialmente na República de Camarões (10% e 1%). Os tipo O não são detectados por elisa. -Grupo M= maior parte da pandemia, surgiu na áfrica e se espalhou p américa na década de 70. Está classificado em subtipos (A1, A2, A3, A4, B, C, D, F1, F2, G, H, J, K). No Brasil tem 5 subtipos (A, B, C, D, F1)→ B em todo o país, C na região sul, F usuários de drogas em SP. Características virais É um retrovírus→ vírus RNA que, pela enzima DNA polimerase RNA-dependente (transcriptase reversa – RT)→copiam seu genoma de RNA em uma dupla fita de DNA, → integrarem-se ao genoma da célula hospedeira. - envelopado, apresentando em sua superfície uma membrana lipídica oriunda da membrana externa da célula do hospedeiro e duas glicoproteínas (gp41 e gp120). Internamente a essa membrana, está a matriz proteica, formada pela proteína p17 e pelo capsídeo viral de forma cônica composto pela proteína p24. No capsídeo viral, tem material genético, o RNA transportador (tRNA) e as enzimas necessárias para os primeiros eventos da replicação viral. GENOMA contém 9 genes e 2 regiões denominadas LTR→onde estão presentes elementos de controle para integração, transcrição e poliadenilação dos RNA mensageiros. Os genes podem ser divididos em dois grupos: os que codificam as proteínas estruturais (gag, pol e env) e os que codificam proteínas não estruturais (tat, rev, nef, vif, vpu, e vpr). O genoma do HIV inclui três principais genes que codificam as proteínas estruturais e enzimas virais: gag, pol e env. A nomenclatura das proteínas virais utiliza a abreviação “gp” para glicoproteína ou “p” para proteína, seguida de um número que indica o peso molecular em kilodaltons (kd) GENES ESTRUTURAIS= O gene gag (antígeno de grupo) codifica a matriz proteica (p17), o capsídeo viral (p24) e as proteínas nucleares (p6 e p7); O gene pol (polimerase) codifica: transcriptase reversa, protease (PR ou p10) e integrase (p32). O gene env (envelope) codifica uma proteína inicial que é clivada, dando origem à proteína de transmembrana (gp41) e à proteína de superfície (gp120). GENES NÃO ESTRUTURAIS: são subdivididos em regulatórios (tav e rev) necessários para replicação viral; e em acessórios não essenciais Ciclo viral A proteína de superfície gp120 se liga ao receptor da célula (CD4) → expõe sitio de ligação para os correceptores CXCR4 e CCR5 → fusão do vírus com a membrana da célula através de gP41 Quando entra na célula o vírus precisa desarmar uma proteína antiviral natural da célula, a APOBEC3G→proteína viral Vif se liga a APOBEC3G levando a sua degradação. Nas primeiras 6 hrs, o RNA viral será convertido em DNA pela transcriptase reversa e ribonuclease H no citoplasma da célula→ a dupla fita de DNA é integrada ao genoma do hospedeiro pela enzima integrase (que so funciona quando ela se liga a um cofator LEDGF/p75) → após integrado, o DNA viral fica na célula ate ela morrer. O conhecimento do ciclo viral foi importante para a criação de drogas antiretrovirais. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Replicação viral ocorre principalmente nos órgãos linfoides, na região perifolicular dos centros germinativos (100 vezes mais que no sangue) → tem DNA viral em 30% dos linfócitos CD4 e 0,1-1% de RNA viral sugerindo infecção ativa. É um processo dinâmico, sendo alta durante a fase aguda e caindo de 8-10 semanas depois e fica constante podendo sofrer variações se houver infecções ou vacinas. 93 a 99% das partículas virais são produzidas por linfócitos CD4 ativados, que têm meia-vida de 1 dia. As restantes (1 a 7%) são provenientes de macrófagos, cuja meia-vida é de 14 dias. As células T de memória são responsáveis pela produção de menos de 1% das partículas virais presentes no plasma. Variabilidade genética O vírus tem uma alta variabilidade devido a ação da TR e pela alta taxa de replicação. EPIDEMIO -Os primeiros casos foram relatados em 1981 nos EUA -2012= tinham 35 milhoes de pessoas infectadas e 36 milhoes já morreram pela doença. - o número de casos novos reduziu na última década, mas mesmo assim o número de pessoas infectadas so aumenta; -é uma doença sem cura e sem vacina que deve ter sua prevenção voltada a redução do risco em áreas vulneráveis + medidas facilitadoras de diagnostico e tto adequado + redução do estigma e discriminação. Em junho de 1981, o jornal Morbidity and Mortality WeekIy Report, divulgou o relato de 5 casos de pneumonia causada por Pneumocystis carinii em homens jovens anteriormente saudáveis, que tinham em comum o fato de serem homossexuais. Esse artigo veio a ser o primeiro de milhares de comunicações científicas sobre a aids. em julho de 1981, o MMWR divulgou outro artigo histórico sobre a epidemia de aids, relatando, desta vez, um surto de sarcoma de Kaposi e pneumonia por Pneumocystis carinii entre as comunidades homossexuais masculinas de Nova Iorque e Los Angeles. Em agosto do mesmo ano, uma lei federal americana tornou obrigatória, em todo o território dos Estados Unidos, a notificação aos órgãos competentes dos casos dessa nova doença, caracterizada como uma síndrome, decorrente de um estado de imunodeficiência adquirida. A mídia leiga tratou a questão da doença letal com destaque chamou a doença de câncer gay. Como foi definida como uma epidemia, a OMS classificou as epidemias em: Generalizada: >1 infectado a cada 100 mil Concentrada: <5 a cada 100 pessoas em um grupo populacional específico. BRASIL De baixos níveis de infecção: detecção baixa em qualquer grupo. Em 2014 foi incluída na lista de doenças de notificação compulsória no Brasil → AIDS, infecção pelo HIV em gestantes, parturientes ou puérpera e criança exposta ao risco de transmissão vertical. em 1996, foi estabelecido o primeiro Consenso Nacional de Terapia Antirretroviral no Brasil frente ao surgimento dos inibidores de protease que passaram a compor um esquema combinado de terapia antirretroviral altamente ativo (tratamento antirretroviral – TARV. AIDS no mundo As ações de prevenção e controle do HIV/aids são desenvolvidas a partir de estimativas da abrangência da epidemia, incluindo o padrão das notificações de aids no mundo e as estimativas de HIV. Há dificuldades nas notificações dos casos de AIDS devido a: 2012 -até dezembro de 2012, um total de 35,3 milhões de pessoas convivendo com HIV/aids no mundo, com variação de 32,2 a 38,8 milhões= envolve infectados que já desenvolveram a doença e os que não apresentaram sinais e sintomas da síndrome; -2,3 milhões de pessoas se infectaram com HIV, 260 mil menores de 15 anos. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto -1,6 milhão de óbitos, com 75% na região subsaariana da África (tem a aids como principal causa de morte). -no mundo houve redução de 30% no número de óbitos quando comparado a dados de 2005→ampliação da cobertura de tratamento antirretrovirais em países subdesenvolvidos. -Pacientes com HIV positivo apresentam 50% mais risco de infarto agudo do miocárdio. África A áfrica subsaariana apresenta os maiores índices da doença desde o início da epidemia→ Atualmente, 69% dos adultos e 88% das crianças estão infectadascom HIV. -1,6 milhão de pessoas se infectou com HIV em 2012; -A prevalência em adultos de 15 a 49 anos é de 4,7%; Américas em 2012, o número de pessoas com HIV/aids neste continente era de 3 milhões, com 50% na América Latina, 43% na América do Norte e 7% no Caribe. -numero de óbitos= 83 mil em 2012; -a epidemia se concentra em populações mais vulneráveis, HSH, usuários de drogas endovenosas e as populações menos favorecidas; -O Caribe é a segunda região mais afetada do mundo. A principal forma de transmissão é o contato heterossexual. Em 2012, a prevalência na população de 15 a 49 anos foi de 1%; -Na América do Norte, em 2012, estimou-se em 1,3 milhão o número de pessoas vivendo com HIV/aids. A prevalência em adultos de 15 a 49 anos foi de 0,5%. Brasil O Brasil ocupa o segundo lugar em notificações de aids nas Américas, com registro de 686.478 casos, segundo o MS, de 1980 até 30 de junho de 2013. -Regiões= A região Sudeste representa 55,2% (379.045) dos casos, seguida das regiões Sul (20%), Nordeste (13,9%), Centro-Oeste (5,8%) e Norte (5,1%). Na região Norte, de 2001 a 2012, houve um aumento na taxa de detecção de 8,8 por 100 mil habitantes para 21 (139%) e, na região Nordeste, de 7,2 para 14,5 por 100 mil habitantes. A região Sul é a mais atingida, com coeficiente de detecção de 30,9 por 100 mil habitantes em 2012. A região Sudeste apresentou decréscimo de 8,6%, de 22 para 20,1 por 100 mil habitantes, no último ano, -Idade= faixa etária economicamente ativa em idade reprodutiva de 20-49 anos→83,5%; 3,1% em < 14 anos, 1,8% na faixa de 15 a 19 anos, e 11,5% > 50 anos. -prevalÊncia= 0,4-0,5% -No início da década de 80, a epidemia de aids no Brasil atingia principalmente as regiões metropolitanas de SP e RJ, e os casos caracterizavam-se, no sexo masculino, por terem alto nível socioeconômico e por pertencerem às categorias de transmissão HSH. A partir de 1990, constatou-se transição do perfil epidemiológico, resultando na heterossexualização, feminização, pauperização e interiorização da epidemia. Nas mulheres com 13 anos ou + teve aumento de casos devido ao contato heterossexual. A transmissão perinatal é a maior forma de transmissão em crianças menores de 13 anos. Teve um declínio com o passar do tempo, devido a ações de prevenção e controle, por exemplo testagem e o uso de antirretrovirais nas gestantes HIV positivas, medida que reduz substancialmente o risco de transmissão vertical (AZT INTRAPARTO). A transmissão devido ao uso de drogas injetáveis reduziu no Brasil devido a programa de redução de danos e mudança no padrão do uso de drogas Óbitos= aumentou progressivamente até a metade dos anos de 1990. A partir de 1996/1997, os óbitos decresceram, mas se mantêm estáveis nos últimos anos. A redução da mortalidade decorre em grande parte pela ampliação da cobertura da terapia antirretroviral. O SIM registrou 11.896 óbitos em 2012; destes, 65% ocorreram no sexo masculino. POPULAÇÕES MAIS AFETADAS EM TODO O MUNDO mulheres da região subsaariana, HSH, usuários de drogas injetáveis e trabalhadores do sexo. Idade= adultos jovens→contigente populacional formador da força de trabalho→ repercussões socioeconômicas/// é a faixa de população mais ativa sexualmente → favorece a transmissão. Sexo= mais comum em homens, com exceção da África subsaariana. Todas as pessoas portadoras do vírus são potencialmente infectantes, por sangue e secreções, Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto mas doentes com maior carga viral têm mais chance de contaminar seus contatantes. VIAS DE TRANSMISSÃO Sexual a mais importante via de transmissão do HIV, 75 a 85% das infecções por HIV no mundo ocorreram por práticas sexuais, heterossexuais ou homossexuais. qualquer forma de intercurso sexu0al na qual ocorra troca de fluidos entre os parceiros apresenta risco de transmissão do HIV. -O sexo anal receptivo desprotegido é identificado como a prática que apresenta o maior risco de infecção para ambos os sexos. -Pessoas com a mutação genética CKR5= permaneceram não infectadas, mesmo após várias relações sexuais com parceiros portadores do vírus. -O pico de viremia encontrado foi em torno do 24º dia após a infecção no sêmen; -Homens circuncidados apresentam chances até 60 vezes menores de se infectar; -A presença de doenças sexualmente transmissíveis (DST), especialmente as que causam ulcerações na região genital, como sífilis, cancroide e herpes→aumenta transmissão do HIV. Perinatal 200 milhões de mulheres ficam grávidas a cada ano no mundo, das quais 2,5 milhões são infectadas pelo HIV. representa a forma mais comum de aquisição do HIV pelas crianças. Pode ocorrer intraútero, durante o trabalho de parto, ou por amamentação. O uso de antirretrovirais durante a gestação, parto e no pós-parto→ reduzem a replicação viral e, dessa forma, diminuem a carga viral, reduzindo a transmissão materno-infantil. Tipo de parto e risco= o parto normal, seguido de cesárea eletiva e de cesárea não eletiva→ do menor para o maior risco. Transfusão sanguínea É a via mais eficiente para transmissão do vírus= alta concentração viral encontrada no sangue de infectados – maior que em quaisquer outros fluidos corpóreos – E introduzir o vírus diretamente na corrente sanguínea. Uso de drogas injetáveis Mais de 1/3 do total de casos acumulados de infectados pelo HIV nos EUA é usuário de drogas injetáveis. A maioria dos usuários é jovem e sexualmente ativa. Eles adquirem e transmitem o vírus HIV compartilhando o mesmo equipamento de injeção (transmissão direta) e ao praticarem sexo sem proteção (transmissão indireta) com profissionais do sexo, seus parceiros ou ainda quando se prostituem para obter drogas. ALCOOL= o efeito da droga dificulta a realização de práticas de sexo seguro – escolha de parceiros, uso de preservativos, prevenção de contato com secreções – favorecendo a dupla exposição ao HIV. FISIOPATOLOGIA A integração do genoma viral nas células infectadas, principalmente das células T, é a causa das principais alterações na expressão de genes das células hospedeiras, levando a destruição destas e de células não infectadas. Essa integração resulta em anormalidades que são: Diminuição da proliferação de células T antígeno-específicas e da síntese de citocinas e mudanças nos processos celulares básicos, como o ciclo de regulação celular→ morte celular programada prematura. mudanças na homeostase não imunológica com consequências no processo imunológico, como elevação do nível de substância P, que, por sua vez, aumenta a expressão do HIV nos monócitos. DESTRUIÇÃO DE LTCD4= Ocorre destruição direta pela replicação viral (efeito citopático), mas também destruição indireta mediada pelo próprio sistema imune do hospedeiro, que reconhece e agride as células infectadas (citotoxicidade de linfócitos T CD8+, células natural killer e anticorpos anti-HIV). Ocorrem ainda os fenômenos de “exaustão celular” ou anergia (disfunção qualitativa) e apoptose (morte celular programada), ambos desencadeados pela ativação imune exagerada. Evolução da infecção Desde a infecção por HIV ate um quadro de aids→ há uma queda progressiva de células T helper + hipergamaglobulinemia. A estimulação generalizada de linfócitos T e B que acompanha a infecção pelo HIV produz hipergamaglobulinemia policlonal e, com frequência, síntese de autoanticorpos→plaquetopenia, artrite, neurite. -DESEQUILÍBRIO DE CITOCINAS= Os linfócitos dos pacientes que evoluem para a aids tem uma menor produção de IL-2 e IFN-gama + aumento de IL-4 e 10→esse desequilíbrio da rede de citocinas → alterações imunológicas que levam à aids. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Há também uma aumento de células TH2 com redução de Th1. Th2 expressa CD30 em sua superfícieque tb esta aumentado em pacientes com aids. O fator nuclear das células ativadas (NF-AT) é produzido → aumenta a expressão do HIV-1→ leva as células th1 a serem mais susceptíveis a morte induzida por hIV. Com TH1 reduzido→ maior numero de infecções oportunistas pq A maioria são do tipo intracelular, para as quais as células Th1 e suas citocinas são a barreira de defesa mais importante. estratégias que restaurem o equilíbrio Th1/Th2 podem ser abordagens imunoterapêuticas úteis para prevenir o desenvolvimento e tratar a aids e as infecções oportunistas subsequentes. existem dois caminhos para matar as células CD4+: um envolvendo apoptose das células do tipo Th1 mais suscetíveis; e outro com morte em decorrência da infecção das células do tipo Th2 remanescentes. A função de células CD8+ com atividade citotóxica e especificidade para o HIV é cada vez mais exaltada como fundamental para o retardo na progressão para aids e como um marcador positivo de resposta aos antirretrovirais. Apoptose Células T maduras são mais resistentes ao sinal de morte pela ativação do receptor das células T (TCR). Entretanto, a infecção pelo HIV ou a interação entre CD4 e gp120 diminui o limiar da apoptose induzida por antígenos em células T maduras→ reduzindo a proliferação e a produção de citocinas, e é relacionada com a queda da liberação de Ca2. Células apresentadoras de antígeno e ciclo celular Essas células servem como reservatório de vírus – acredita-se que tenham papel importante na sua disseminação para o cérebro. Tem papel na transmissão do vírus para células não infectadas e como apresentam o antígeno aos T CD4→atuam estimulando sua ativação levando a expressão da proteína viral e a RESUMINDO... O HIV infecta linfócitos e macrófagos que têm em sua superfície o marcador CD4, mas pode infectar outras células, como as dendríticas. A infecção seletiva de linfócitos CD4+, importantes organizadores da resposta imune adaptativa, é o marco fisiopatológico da doença. A depleção de linfócitos T CD4+→ desorganização da resposta imune e ao aumento da suscetibilidade de processos infecciosos, principalmente por germes intracelulares (microbactérias, fungos e parasitas), bem como de processos neoplásicos (linfoma de células B, Sarcoma de Kaposi). A resposta imunológica humoral contra vários antígenos virais é vigorosa. A maioria das proteínas do HIV é imunogênica, mas uma resposta de anticorpos precoce e preferencial é induzida contra as glicoproteínas do envelope, a gp120 e a gp41, e contra a proteína do capsídeo viral, a p24→ produz IgG e IgM→ ao contrário de outras doenças infecciosas, a presença da IgM não permite diferenciar uma infecção recente de uma infecção crônica, tendo em vista que a IgM pode reaparecer em outros momentos durante o curso da infecção (padrão intermitente). TRANSLOCAÇÃO BACTERIANA + SECREÇÃO DE GP DO ENVELOPE VIRAL (GP120)→ causa ativação inflamatória e processos degenerativos, contribuindo com o aumento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares No curso da infecção pelo HIV os linfócitos T CD4+ e outras células de defesa são ativados de forma contínua e exagerada→ facilitar a replicação viral ― acarreta duas outras consequências: (1) essas células acabam entrando em “fadiga” (exaustão celular), o que prejudica suas funções imunológicas; (2) podem ocorrer lesões orgânicas associadas ao estado inflamatório crônico, como a aterosclerose acelerada secundária à disfunção endotelial. Infecção e inflamação A infecção pelo HIV desencadeia alterações inflamatórias durante todo o curso. Durante a fase aguda, ocorre uma resposta inflamatória signifi cativa representada pelo aparecimento de diversos marcadores plasmáticos de fase aguda (alfa 1 anti- tripsina e amiloide A) e liberação de um grande número de citocinas inflamatórias comandadas pelo interferon alfa e IL15, o que coincide com o aumento expressivo da carga viral plasmática. Embora as células dendríticas da submucosa intestinal sejam as primeiras a produzirem grande quantidade de citocinas, com a evolução da infecção, inúmeras outras células passam a produzi-las (monócitos, macrófagos, células Natural Killer e células T), desencadeando uma resposta anti-HIV cuja eficácia costuma ser baixa em razão da ativação imune excessiva e da perda importante de LT-CD4+. A população de LT-CD4+, predominantemente CCR5+ residente na submucosa intestinal (GALT), é intensamente infectada e destruída, ocasionando uma “quebra de barreira imune” do GALT→facilita a disseminação de produtos bacterianos para circulação sanguínea e contribui sobremaneira para o processo de disfunção e ativação imune que caracteriza a evolução da doença. A ativação dos linfócitos T CD8+ citotóxicos ocorre precocemente após a infecção pelo HIV e sua atividade antiviral modula a evolução da doença, correlacionando-se com redução da carga viral e lenta progressão clínica. Embora a carga viral plasmática apresente uma redução significativa após a fase de Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto infecção aguda, a ativação imune persiste no estágio crônico da doença. Fase crônica: notam-se níveis aumentados de citocinas pró-inflamatórias, como TNF, IL-1, IL-6, elevação da proteína C reativa, dímero D, havendo também aumento da produção e da destruição de LT-CD4+ e de linfócitos B. Além disso, há uma alteração da arquitetura do GALT e dos linfonodos, com importante deposição de colágeno. Ressalta-se que a ativação das células LT-CD4+ e LT-CD8+ é persistente e está associada tanto à presença do HIV quanto à de outros fatores comuns em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA). Os níveis de marcadores inflamatórios em PVHA são superiores aos encontrados em controles HIV negativos. A partir da elevação da sobrevida observada com a TARV, evidenciou-se o surgimento de complicações crônicas não relacionadas diretamente à infecção pelo HIV, tais como doenças cardiovasculares, alterações hepáticas, renais e ósseas, além de neoplasias e perda das funções neurocognitivas. Essas complicações, que se assemelham a processos degenerativos típicos do envelhecimento, apresentam etiologia ainda mal defi nida, podendo ser resultantes de processos multifatoriais, como presença de comorbidades, toxicidade relacionada à TARV e ativação infl amatória persistente. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA A infecção pelo HIV, cursa com um amplo espectro de apresentações clínicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença. Tempo entre contágio e doença= 10 anos, mas tudo vai depender de como o sistema imune da pessoa vai interagir com o vírus: -Respostas exacerbadas podem se manifestar com doenças oportunistas, ainda na fase aguda, e progressão rápida para aids em poucos anos. -resposta mais bem modulada pode manter a doença latente por muitos anos. INFECÇÃO AGUDA -ocorre nas primeiras semanas da infecção pelo HIV, quando o vírus está sendo replicado intensivamente nos tecidos linfoides; -CV-HIV elevada e níveis decrescentes de linfócitos, em especial os LT-CD4+, uma vez que estes são recrutados para a reprodução viral; -indivíduo altamente infectante. -grande parte das infecções agudas ocorrem por via sexual, sendo o coito anal receptivo o mais provável→no canal anal há grande quantidade de células dendríticas e linfócitos. as células dendríticas, tem receptores de manose (C-Lectina) que interagem com gp120→ processo de entrada viral. A mucosa retal é muito mais frágil do que a vaginal, sendo, portanto, mais suscetível ao trauma e ao sangramento ― o que leva à inoculação direta do vírus no sangue; (2) A mucosa retal é mais fina do que a vaginal, encurtando a distância entre o sêmen depositado e as células CD4+ da submucosa. Transmissão vaginal é a segunda forma mais frequente. Transmissãopeniana é facilitada por fatores como intensidade do ato sexual, microlesões penianas, presença de lesão na mucosa vaginal ou anal, decorrente de trauma da relação ou DST (sífilis). -2 horas após o contato com a mucosa→HIV atravessa barreira mucoepitelial→ entra em contato com macrófagos, linfócitos e células dendríticas (apresentam o antígeno p o linfonodo mais próximo- mesentérico) → isso ocorre em ate 24 hs e pode ser evitada a infecção pq n deu tempo o vírus integrar seu genoma a célula hospedeira. -quando chega no linfonodo→ vírus é apresentado ao linfócito TCD4 virgem sem ser reconhecido pelo sistema imune (cavalo de troia)→se replica no linfonodo e atinge a população CD4 existente ali (fase eclipse) que dura de 7-21 dias e o RNA viral ainda n pode ser detectado no plasma do pct. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Após a transmissão do vírus, há um período de aproximadamente dez dias, denominado fase eclipseG, antes que o RNA viral seja detectável no plasma A replicação viral ativa e a livre circulação do vírus na corrente sanguínea causam a formação de um pico de viremia por volta de 21 a 28 dias após a exposição ao HIV. Essa viremia está associada a um declínio acentuado no número de linfócitos T-CD4+ -linfócitos levam o vírus para todo o organismo, inclusive pro malt intestinal (maior grupamento linfoide de todo o corpo)→vírus se replica intensamente e causa depleção linfocitária e permite translocação bacteriana do intestino para a corrente sanguínea→ as enterobactérias gram – ativam o sistema imune → chega mais linfócitos e aumenta a replicação viral→ queda abrupta de linfócitos e de viremia alta da infecção aguda, como pela progressiva queda na contagem de linfócitos circulantes durante a infecção crônica. -Mecanismos de evasão do sistema imune= bloqueia inibidores inatos de vírus, como o fator de restrição 1 e o APOBEC3G (CEM15); destrói o controle imune celular por meio da deficiência de resposta dos linfócitos CD4+ infectados e dos CD8+ não infectados, os quais, de forma eficiente, facilitam o escape dos vírus do controle imune; evade dos anticorpos por meio de mutações constantes. - a soroconversão dura em torno de 4 semanas (MS)→nessa fase de viremia surge os sintomas inespecificos da SRA. SÍNDROME RETROVIRAL AGUDA sintomas retrovirais inespecíficos, geralmente são atribuídos a outra etiologia→atraso no diagnóstico. Geral= febre (pode ser alta), sudorese, cefaleia, astenia, adenopatia (cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar), faringite, exantema e mialgia. Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, anorexia e depressão. -As lesões maculopapulares costumam ter curta duração (< 3 dias) e predominam na face, pescoço e região superior do tronco. Pode ou não haver prurido. Em alguns pacientes, as lesões se espalham para os membros, podendo atingir as regiões palmo-plantares Sintomas digestivos podem esta presentes= náuseas, vômitos, diarreia (figura como um dos sintomas mais frequentes e muitas vezes leva o paciente à investigação de DII), perda de peso e úlceras orais. Comprometimento de fígado e pâncreas é raro. Neurológicas= cefaleia, dor ocular, e raramente pode ter quadro de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial ou síndrome de Guillan-Barré. A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em 3-4 semanas→ mas, Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. Manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (>14 dias)→ progressão mais rápida da doença. Diagnóstico da infecção aguda Suspeita clínica por médicos de todas as especialidades devido a variedade de sintomas + uso correto de testes diagnósticos laboratoriais específicos. o. Em média, a janela diagnóstica dos imunoensaios de quarta geração é de aproximadamente 15 dias. O diagnóstico da infecção aguda pelo HIV pode ser realizado mediante a detecção da CV-HIV. 1º faz elisa ou teste imunoenzimático→ se der +→um teste Western-blot é feito para confirmar que o resultado do teste ELISA é específico para o HIV. Ambos tornam- se + de 22 a 27 dias após a infecção aguda. Se ambos forem – e houver suspeita de SRA→ faz carga viral do HIV (não usar esse como teste de rotina, pode ter muito falso negativo se tiver pouco vírus circulante). PCR= nos primeiros 7 dias de infecção pode detectar o vírus→ bom p intervenção terapêutica precoce. Testes para HIV-2 e certas variantes pouco usuais do HIV- 1 requerem conhecimento especial dos produtos de teste específicos em utilização→ podem da negativo no elisa e WB. Infecção dupla pelo HIV Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Refere-se a presença de 2 variantes virais que pode ocorrer na forma de coinfecção (quando entra 2 subtipos do vírus na primoinfecção) ou de superinfecção (quando entra outro subtipo após a primo-infecção). Progressão da doença A fase aguda se resolve de 14 -21 dias. -pior prognóstico que contribui para evolução: -A taxa de progressão da doença é variável entre os indivíduos infectados→ 6 meses a até 20 anos para o óbito. Não progressores mantem contagem de linfócitos >500 celulas e são assintomáticos por mais de 10 anos. 1-5% dos pacientes Controladores de elite= 0,6% dos pcts. mantêm carga viral indetectável na ausência de terapia antirretroviral por um ano com 3 dosagens diferentes ao longo desse tempo→ tem resposta celular específica mais robusta -sobrevida= 10-11 anos sem tto/// após surgir a aids→depende da contagem de linfócitos → <200 celulas= 3,7 anos; <70 celulas= 1,3 anos. Marcadores de progressão p aids →LINFÓCITOS CD4= Contagem absoluta, % de CD4 e taxa de declínio são preditores de progressão para AIDS. O risco de desenvolvimento de doenças oportunistas pode ser estratificado de acordo com a contagem de linfócitos CD4. A taxa de queda de linfócitos CD4 é gradual durante a progressão da doença, acelerando conforme o tempo, com uma média de 80 a 110 células/ ano. O CD4 plasmático não reflete de forma fidedigna a contagem total de CD4 do indivíduo, uma vez que a maioria dessas células reside no tecido linfoide. →CARGA VIRA PLASMÁTICA= é preditora de progressão de doença em qualquer estágio. Padrão + comum→um pico inicial, depois cai até um nível estável e se mantém durante as fases assintomáticas da doença, voltando a aumentar alguns anos antes do desenvolvimento de aids. Estudos mais recentes mostram que um nível estável nunca é atingido e que a carga viral plasmática se mantém em constante elevação. →HOSPEDEIRO= O polimorfismo CCR5∆32. A deleção homozigótica de 32 pares de bases do correceptor CCR5 leva a resistência em alguns indivíduos, porem estes ainda podem ser infectados por variantes de HIV que se utilize de outros correceptores, como CXCR4. LATÊNCIA CLÍNICA E FASE ASSINTOMÁTICA DURA CERCA DE 10 ANOS NA AUSÊNCIA DE TTO. De forma mais rara, a doença apresenta um curso fulminante, passando da SRA diretamente para a fase de imunodepressão grave (Aids) →EXAME FÍSICO= normal, pode ter adenomegalia generalizada persistente da fase aguda→ faz DD com doenças linfoproliferativas e TB ganglionar.4 →LABORATÓRIO= plaquetopenia é comum (sem repercussão clínica na maioria dos casos), anemia normo normo e leucopenia leve. CD4> 350 células→ ep infecciosos mais frequentes serão bacterianos (respiratórios e TB). À medida que a infecção progride, sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, tornam-se mais frequentes, além do herpes- zoster. Nesse período, já é possível encontrar diminuição nacontagem de LT-CD4+, situada entre 200 e 300 céls/mm³. Progressão→ apresentações atípicas das infecções, resposta tardia à antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas; -A candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão grave, e foi associada ao subsequente desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis jiroveci. -Diarreia crônica e febre de origem indeterminada leucoplasia oral pilosa, também são preditores de evolução para aids. AIDS Surgimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da aids. →IO= pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus. →NEOPLASIAS= sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens→ CD4< 200. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto 1. A infecção aguda ocorre nas primeiras semanas após o contágio pelo HIV. A viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo é altamente infectante (linha cinza). Inicialmente, ocorre queda importante da contagem de LTCD4+,com elevação em algumas semanas (após certo controle imunológico do indivíduo sobre o vírus), mas não há retorno aos níveis iniciais (linha preta). 2. Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, enquanto a contagem de LT- CD4+ permanece acima de 350 céls/mm³, com infecções semelhantes às da população imunocompetente. O aparecimento de IO e neoplasias é defi nidor de aids. Se aTARV não for instituída, inevitavelmente o indivíduo evolui para a morte. DOENÇAS QUE PODEM ESTA PRESENTES DURANTE TODA A INFECÇÃO Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia, nefropatia e neuropatias. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Apesar de todos os avanços alcançados nos últimos anos, uma parcela considerável das PVHIV ainda realiza o diagnóstico do HIV em estágios avançados da doença, em que o risco de adoecimento grave e morte é consideravelmente maior→ PHIV sem fazer o diagnostico não usufruem dos benefícios do tto e contribuem para a perpetuação da doença. É fundamental que os profissionais de saúde ofereçam a possibilidade de testagem para o HIV e outras IST a todos os pacientes sexualmente ativos, independentemente de sintomas ou queixas→diagnóstico precoce e melhor prognóstico. As técnicas disponíveis para diagnostico se baseiam na detecção de anticorpos, ou na detecção combinada de anticorpos e antígenos (sorologia). Antígenos estruturais do HIV Proteínas estruturais de HIV-1 e HIV-2 são os alvos do sistema imune. -GP do envelope= GP 160→GP120(adesão), GP41→contêm os determinantes antigênicos utilizados na distinção entre o HIV-1 e o HIV-2. -Proteínas do core= P55→P24 e P17. P24= estimula produção de anticorpos de aparecimento precoce, mas apresenta grau de homologia com a proteína correspondente de outros retrovírus, o que resulta em reações sorológicas cruzadas entre os vários membros da família Retroviridae. P17= pode originar reatividade semelhante a outras proteínas, incluindo celulares, resultando na detecção de anticorpos que não são dirigidos contra o HIV-1. -Enzimas virais= p66, p51 e p31 são proteínas com atividade enzimática, provenientes da expressão do gene pol e apresentam atividades de transcrição reversa, ligase e integrase→ envolvidas nos estudos de resistência aos antirretrovirais. Aparecimento dos marcadores -Antígenos= 4-30 dias pode ser detectado o antígeno viral por ensaios imunoenzimáticos→ após isso desenvolve-se resposta humoral→ difícil detecção do antígeno. Depois quando a resposta imune ficar deficiente →detecção de antígeno de novo. -Anticorpos= podem ser detectados mais frequentemente entre 30 e 90 dias após a infecção. P24→gp41→gp120. Ficam inalterados durante toda a evolução da doença ate quando a resposta imune tiver muito baixa pq não vai conseguir produzi-los. -Ácidos nucleicos= positivos entre a 2 e 4ª semana. ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) a se utiliza de antígenos virais (natural ou bruto), adsorvidos a uma superfície sólida, capazes de reagir com os anticorpos presentes na amostra testada. A MAIORIA DETECTA IgG e IgM. -1ª G= não são mais empregados atualmente. São testes que utilizam o antígeno bruto. -2ª G= os antígenos são obtidos a partir de técnicas de biologia molecular ou síntese de peptídeos. Tem menor chance de ocorrer reação cruzada. -3ªG= empregam antígenos recombinantes ou sintetizados quimicamente; utilizam conjugados compostos não somente por imunoglobulinas anti-IgG humana, mas também por antígenos sintéticos do HIV. Detecta IgM e IgG. -4ªG= detectam os anticorpos (de forma análoga aos de terceira geração) e o antígeno viral (p24) no mesmo teste. Diminuem a janela imunológica pq a detecção de antígenos possibilita a positivação + precoce. Pode da positivo em 5-7 dias, mas sempre considerar 30 dias. Os testes sorológicos mais difundidos no Brasil são os imunoenzimáticos de terceira e quarta geração, pois apresentam custos relativamente acessíveis, facilidade de automação e praticidade + tem S e E >99% Falsos += tem sido cada vez menor →situações patológicas que resultam em alterações imunológicas, ou neoplasias. Falsos -= hipogamaglobulinêmicos, imunossuprimidos por insuficiência renal ou farmacologicamente, ou ainda na fase da janela imunológica que precede a soroconversão. WERSTERN-BLOT Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto -Para ser + p HIV-1= tem que ser detectada a presença de anticorpos contra pelo menos duas das seguintes proteínas: p24, gp41 e gp120/160 (MS) - Negativo= Quando o soro não mostra nenhuma banda ou apenas a p17. -Indeterminado= Qualquer outro perfil que não seja o – ou +→ a maioria ocorre quando so se detecta P24 isoladamente→ repete após 2-3 semanas p observar a evolução na produção de anticorpos. É UM TESTE CARO. IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA ( IFI) células infectadas pelo HIV-1 fixadas em lâmina são incubadas com soro e, posteriormente, a reação é revelada pela adição de um conjugado anti- imunoglobulina humana marcado com molécula fluorescente (isotiocianato de fluoresceína). é um importante recurso confirmatório→ alta especificidade. TESTES IMUNOCROMATOGRÁFICOS (TESTE RÁPIDO) permite a aplicação em conjunto de antígenos diferenciais de HIV-1 e HIV-2 no mesmo teste, desde que seja este o interesse. apresenta boas sensibilidade e especificidade e costuma ser empregada como testes rápidos. Sua principal recomendação é para as ocasiões em que a rapidez do resultado é fundamental e, a partir dele, podem-se estabelecer medidas preventivas→ gestantes em trabalho de parto com sorologia desconhecida ou após acidente ocupacional com material biológico de indivíduos na mesma situação sorológica. -Materiais que podem ser realizados= sangue total, plasma, soro e fluido oral→os testes realizados em fluido oral têm menor sensibilidade e especificidade em relação àqueles realizados no sangue, além de se tornarem positivos mais tardiamente, podendo o período entre a exposição e a soroconversão chegar a 3 meses. TÉCNICA PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS Tem indicação cada vez mais rara, acesso cada vez mais difícil→pode haver necessidade de se proceder à detecção de antígenos do HIV-1 e 2 nas primeiras semanas após a infecção, quando há antigenemia antes da detecção de anticorpos. detectam tanto o antígeno principal do cerne viral (p24 no HIV-1 e p26 no HIV-2), como o global de antígenos virais. A técnica mais frequentemente utilizada é a ELISA e pode ser empregada com a abordagem qualitativa ou quantitativa. TÉCNICAS PARA DETECÇÃO DO ÁCIDO NUCLEICO VIRAL Em algumas situações, é importante ou mesmo imprescindível a detecção dos ácidos nucleicosdo HIV- 1 para esclarecimento de suspeitas de infecção. As técnicas de biologia molecular podem ser dirigidas para a detecção do RNA viral, ou para o DNA pró-viral integrado nas células infectadas. Em ambos os casos, permite-se a detecção a partir de poucas dezenas de cópias do ácido nucleico do HIV, o que confere elevadas sensibilidade e especificidade a esses testes. -Indicações= estabelecimento do diagnóstico de infecção aguda pelo HIV, antes do aparecimento de anticorpos (período de “janela imunológica”), ou no diagnóstico de infecção neonatal, quando os anticorpos maternos podem ser transferidos para o recém-nascido e sua detecção perde o valor diagnóstico. E acompanhamento do tto antirretroviral. -MÉTODOS= PCR, REAÇÃO DE NASBA (Além da transcriptase reversa, a RNAse H e a T7 RNA polimerase permitem a síntese de múltiplas cópias de RNA, com sua transcrição em DNA complementares); BRANCHED DNA (permite a detecção e a quantificação do RNA viral sem a amplificação prévia do genoma, por isso não se sujeita a variações da atividade enzimática); TRANSCRIPTION MEDIATED ASSAY (variante de técnica molecular em que se faz uso da enzima T7 polimerase). Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EM ADULTOS Recomenda-se a oferta de testagem para HIV e demais IST a todos os pacientes sexualmente ativos, em especial após exposição de risco. Em nenhuma situação deverá haver qualquer tipo de coerção para a realização dos testes. CLASSIFICAÇÃO DE FLEIBIG Classifica em detalhe as fases iniciais da infecção e facilita o entendimento sobre qual teste ou fluxograma é mais indicado para realizar o diagnóstico da infecção pelo HIV em diferentes situações. Estágio 0 (ou período de eclipse): é caracterizado pela ausência de marcadores virais em amostras de sangue. Esse período tem uma duração média de dez dias, a partir da infecção até a primeira detecção de RNA viral; Estágio I: o RNA viral é consistentemente detectável em amostras de sangue e nenhum outro ensaio laboratorial é reagente. A duração média desse estágio é de sete dias; Estágio II: os testes para RNA viral e antígeno p24 são reagentes, mas os anticorpos estão ausentes (resultado não reagente) no IE de 3ª geração. A duração média desse estágio é de cinco dias; Estágio III: o RNA, o antígeno p24 e o IE de terceira geração (sensíveis à detecção de IgM anti-HIV) são reagentes, mas o WB não mostra bandas específicas do HIV-1. Esse estágio é o mais curto e tem duração média de três dias; Estágio IV: apresenta perfil de reatividade idêntico ao do estágio III, mas com padrão indeterminado no WB, ou seja, observa-se a presença de bandas específicas de HIV-1, mas que não preenchem os critérios de interpretação de WB reagente, que é definido pela presença de duas das três bandas seguintes: p24, gp41 ou gp120/160. A duração média é de seis dias; Estágio V: apresenta perfil de reatividade idêntico ao do estágio IV, mas com padrão reagente de WB, exceto pela ausência de reatividade da proteína p31 (pol). Esse estágio é mais longo e o tempo médio até o aparecimento da p31 é de 70 dias; Estágio VI: apresenta perfil de reatividade idêntico ao do estágio V, mas com o padrão de reatividade do WB completo, incluindo a banda p31. A duração desse estágio não é definida; no entanto, ele pode ser subdividido em dois períodos de infecção: recente e crônica. Dependendo do teste utilizado, a infecção recente tem duração de 120 a 180 dias após a infecção. →Os testes de quarta geração e os testes rápidos (TR) não foram incluídos na classificação de Fiebig mas estudos posteriores demonstraram que os testes de quarta geração podem detectar amostras do estágio II ou III, dependendo do fabricante. Da mesma forma, os TR de terceira geração podem detectar amostras no estágio III ou IV, dependendo do fabricante. RESULTADOS FALSOS + E FALSOS – • FALSOS REAGENTES -Doenças autoimunes tais como a artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Stevens- Johnson (reação alérgica exacerbada), inflamação da tireoide autoimune. -Hepatopatias causadas por uso de medicamentos, álcool ou outras drogas; e outras doenças crônicas do fígado. -Pacientes hemodialisados e em terapia com interferon -Pacientes que sofreram múltiplas transfusões de sangue; -Vacinação recente contra influenza A-H1N1 -Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho). Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto • FALSOS NEGATIVOS -Durante uso de terapia antirretroviral, não sendo, portanto, indicado o uso de TR em pessoas em TARV; -Infecção aguda pelo HIV; -Imunosilenciosos; -Indivíduos com sistema imunológico comprometido. diagnóstico o diagnóstico da infecção pelo HIV requer pelo menos dois testes, sendo o primeiro mais sensível – comumente denominado teste de triagem – e o segundo mais específico, a fim de aumentar o valor preditivo positivo do teste inicial. -um teste imunoenzimático e suas variantes como método de triagem, seguido do WB como teste confirmatório. -SE der negativo o primeiro teste→ podem ter esse resultado liberado sem a necessidade de teste confirmatório. Contudo, se a suspeita persiste e especialmente nas situações de exposição potencial recente ao HIV, é necessária a testagem de uma nova amostra coletada em 30 dias para verificar a possibilidade de soroconversão. -Amostra reagente por teste de triagem ou WB→ter esse resultado liberado, com a observação de que o paciente precisa retornar para a coleta de uma nova amostra, que será submetida ao teste de triagem→ excluir a remota possibilidade de falso-positivo. TESTE DE TRIAGEM E CONFIRMATÓRIO DISCORDANTE: Infecções recentes= Testes imunoenzimáticos de 4ªG podem ser positivos em virtude da presença do antígeno p24 no soro do paciente, antes mesmo da produção de anticorpos, o WB – que detecta somente anticorpos – não será reagente→ SRA tem intensa replicação viral sem produção de anticorpos. O que fazer? Avalia por método molecular ou repete sorologia em 30 dias para verificar soroconversão. -WB indeterminado ou negativo= elisa de 3ª ou 4ªG são mais sensíveis para a detecção de anticorpos –pela capacidade de detectar IgM – do que o WB, tornando- se positivos mais precocemente. Nessa situação, o teste confirmatório resultará “não reagente” ou “indeterminado”. repetir a avaliação sorológica em pelo menos duas semanas, para observar a evolução do surgimento das bandas no WB ou fazer PCR. -Controladores de elite= não podem ser utilizados exclusivamente os testes moleculares como etapa confirmatória, uma vez o RNA viral é, naturalmente, indetectável. Assim, sempre que o teste molecular resultar negativo, em indivíduos com ensaio imunoenzimático positivo e sem uso de antirretrovirais→ WB é obrigatório, para confirmar o resultado do teste de triagem. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EM RN Devido à transferência passiva de anticorpos da mãe para o feto recém-nascido, os testes sorológicos, isoladamente, costumam ser de pouca ajuda. Esses anticorpos vão permanecer de 6 a 24 meses na circulação da criança, tornando sua detecção não ajuda. O método mais recomendado é a PCR→esperar 4-6 semanas de vida para fazer o teste pq 80% da transmissão vertical ocorre no parto→se fizer logo ainda não detecta. Se for + na 1ª amostra→deve ser repetido em nova amostra o mais breve possível para confirmação. Caso positivo= crianças que apresentarem 2 testes consecutivos detectáveis. OBS.: resultados positivos com carga viral inferior a 5.000 cp/mL→possibilidade de falsa-positividade. As crianças verdadeiramente infectadas terão carga viral persistentemente detectável e com níveis crescentes. Se o 1º teste for negativo→outro deve ser realizado a partir de 4 meses de vida. Se nesse momento o resultadofor novamente indetectável, a criança é considerada não infectada. Para crianças que iniciem o acompanhamento com mais de 4 meses, a primeira PCR deve ser colhida na primeira consulta, e a segunda, no mínimo um mês depois. →SOROLOGIA= é recomendada apenas para documentar a soroconversão na criança, visto que todas elas terão testes sorológicos positivos ao nascer. A negativação ocorre em 95% das crianças até os 12 meses de idade, sendo que aos 18 meses praticamente 100% delas apresentam sorologia negativa. Indica-se a sorologia também para crianças menores de 18 meses abandonadas, cuja mãe seja desconhecida, imediatamente após a chegada ao serviço, pois o resultado desse teste reflete o status sorológico da mãe. Diante de um resultado positivo, a criança é considerada exposta e deverá ser contemplada com o fluxograma diagnóstico preconizado. O diagnóstico em crianças com idade acima dos 18 meses segue os fluxogramas recomendados para adultos. FLUXOGRAMAS DIAGNÓSTICOS Fluxograma 1 – Dois testes rápidos (TR1 e TR2) realizados em sequência com amostras de sangue: Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto -dois testes rápidos (TR1 e TR2) que contêm antígenos diferentes, usados sequencialmente em amostras de sangue. Os TR devem detectar anticorpos anti-HIV-1, incluindo o grupo O, e anticorpos anti-HIV-2. FLUXOGRAMA 2: – Um teste rápido utilizando fluido oral (TR1-FO) seguido por um teste rápido utilizando sangue (TR2). emprega dois testes rápidos (TR1-FO e TR2) de antígenos diferentes, usados sequencialmente, sendo o primeiro teste (TR1-FO) realizado com amostra de fluido oral (FO) e o segundo com amostra de sangue, a qual pode ser obtida por punção da polpa digital ou por punção venosa. Fluxograma 3 – Imunoensaio de 4ª geração seguido de teste molecular como teste complementar -O IE4ªG deve ser capaz de detectar anticorpos anti-HIV-1, incluindo o grupo O, e anticorpos anti-HIV-2, além de antígeno p24 do HIV-1. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Fluxograma 4 – Imunoensaio de 3ª geração seguido de teste molecular como teste complementar= é igual ao fluxograma 3 so difere na geração do teste de imunoensaio Fluxograma 5 – Imunoensaio de 3ª geração seguido de western blot, imunoblot ou imunoblot rápido como teste complementar Fluxograma 6 – Imunoensaio de 4ª geração seguido de western blot, imunoblot ou imunoblot rápido como teste complementar= é igual ao 5 so muda a geração do imunoensaio ABORDAGEM INICIAL DO ADULTO INFECTADO COM HIV -Um dos objetivos da abordagem inicial de uma pessoa com diagnóstico de infecção pelo HIV é estabelecer uma relação de confiança e respeito entre esta e a equipe multiprofissional do serviço de saúde. O uso de uma linguagem acessível é fundamental para a compreensão dos aspectos essenciais da infecção, da avaliação clínico-laboratorial, da adesão e do tratamento. ANAMNESE O acolhimento à PVHIV deve começar assim que a pessoa chegar ao serviço de saúde. Essa prática visa garantir à pessoa que será ouvida de forma respeitosa e profissional, independentemente do motivo que a levou a buscar ajuda. Conhecer e compreender as condições psicossociais, riscos e vulnerabilidades que envolvem o contexto de vida da PVHIV representa uma ferramenta importante para o manejo integral e o consequente sucesso terapêutico. A investigação não deve se esgotar na primeira consulta, mas precisa ser complementada e atualizada nos atendimentos subsequentes. Esses aspectos podem ser abordados tanto pelo médico como por outro membro da equipe de saúde. Os indivíduos com diagnóstico recente de infecção pelo HIV apresentam enorme expectativa e dúvidas nas primeiras consultas, o que dificulta a compreensão e absorção de toda a informação disponibilizada→, esclarecer novamente os questionamentos e fornecer informações atualizadas fortalece o vínculo entre o paciente, o profissional de saúde e o serviço de saúde Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto O QUE O PACIENTE PRECISA SABER APÓS PRIMEIRAS CONSULTAS: Em termos gerais, como o vírus causa a doença; A diferença entre ser infectado pelo HIV e ter aids; A importância da contagem de LT-CD4+ e o exame de CV; › Como outros podem se infectar e como isso pode ser evitado; › Como a TARV funciona e qual a sua utilidade; Bom prognóstico: hoje, a grande maioria das PVHIV em tratamento vivem uma vida normal; IST e hepatites virais devem ser evitadas, uma vez que estas podem piorar o curso da infecção pelo HIV. Se houver sintomas de IST, o paciente deve ser capaz de falar abertamente sobre eles; É possível infectar-se com outra cepa mais patogênica ou resistente do HIV (reinfecção, superinfecção); Uma dieta equilibrada e exercício físico regular podem ajudar a melhorar o prognóstico; Fumar aumenta o risco de inúmeras complicações para a saúde; Onde encontrar mais informações médicas e sociais; › Grupos de apoio (ONG, organizações comunitárias) disponíveis na área para o apoio de PVHIV; Testes laboratoriais planejados e sua utilidade para tratamento futuro. O MÉDICO DEVE SABER: -Infecção e risco: Quando, onde e por que foi realizado o teste para HIV? Houve um teste negativo antes disso? Quais os riscos que o paciente teve no intervalo entre os testes? › O comportamento sexual do usuário, o que ajuda na detecção de IST e auxilia no aconselhamento preventivo. › História familiar de diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão, dislipidemias, câncer, tuberculose ou outras doenças infecciosas. Viajou recentemente? Onde nasceu ou onde passou a maior parte da vida? › Que drogas recreativas consome regularmente e como (EV, inalada etc.)? › Tabagismo? Quantidade acumulada (carteiras de cigarros/ano). › Era doador de sangue de repetição? Se sim, o médico deverá informar o serviço de hemoterapia. › Contato com alguém com tuberculose? -Comorbidades: Doenças anteriores, doenças concomitantes? › Infecções prévias, tuberculose, IST, incluindo sífilis e hepatites A, B e C? › Em uso de quais medicamentos? › Existe história de reações alérgicas? › Vacinação? Possui registro? -Aspectos sociais: Tem um(a) parceiro(a)? A parceria foi testada para HIV e IST? Tem filhos ou planos para a gravidez? › › Qual é o contexto social do paciente? Qual é a sua profissão/ocupação? Horário de trabalho? Que deveres tem de cumprir? › Possui alguma crença/religião? Existem restrições quanto à utilização de TARV? › Orientação sexual? Identidade de gênero? Nome social? › Quem sabe sobre a infecção do paciente? Quem irá ajudar se este fi car doente ou precisar de ajuda? Sabe se tem amigos infectados pelo HIV? Tem interesse em entrar em contato com assistentes sociais ou grupos de apoio (ONG)? › Necessita de apoio psicoterapêutico? EXAME FÍSICO A infecção pelo HIV tem um acometimento sistêmico. É necessário, portanto, atentar para sinais clínicos comumente associados à doença. deve ser completo e incluir a aferição da pressão arterial, peso, altura, cálculo do índice de massa corpórea e medida da circunferência abdominal. deve ser realizado regularmente, porque leva a achados importantes. O exame da pele e oroscopia são também relevantes, uma vez que diversos sinais e sintomas presentes podem estar associados à infecção pelo HIV. Quanto mais baixa a contagem de LT-CD4+, mais frequentemente os pacientes devem ser examinados. EXAMES COMPLEMENTARES A abordagem laboratorial no início do acompanhamento clínico auxilia a avaliação da condição geral de saúde, a pesquisa de comorbidades, a presença de coinfecções e a urgência no início da TARV. Também fornece informações laboratoriais basais pré-tratamento, bem como orienta sobre a necessidade de imunizações ou profilaxias. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto PERIODICIDADEDE CONSULTAS deve adequar-se às condições clínicas da PVHIV e à fase do tratamento. Após a introdução ou alteração da TARV, recomenda-se retorno entre sete e 15 dias para avaliar eventos adversos e dificuldades relacionadas à adesão. Em seguida, podem ainda ser necessários retornos mensais até a adaptação à TARV. -PVHIV em TARV com quadro clínico estável poderão retornar para consultas em intervalos de até seis meses. Nesses casos, exames de controle também poderão ser realizados semestralmente, ou conforme avaliação e indicação. Ressalta-se que, nos intervalos entre as consultas médicas, a adesão deverá ser trabalhada por outros profissionais da equipe multiprofissional, como nos momentos da retirada de medicamentos nas farmácias ou da realização de exames. MONITORAMENTO LABORATORIAL →CONTAGEM DE LCD4: é um dos biomarcadores mais importantes para avaliar a urgência de início da TARV e a indicação das imunizações e das profilaxias para IO. Com esse exame, é possível avaliar o grau de comprometimento do sistema imune e a recuperação da resposta imunológica com o tratamento adequado, além de definir o momento de interromper as profilaxias. Tem importância na avaliação inicial. -CV: é considerada o padrão-ouro para monitorar a eficácia da TARV e detectar precocemente problemas de adesão em PVHIV Para pacientes estáveis, em TARV, com CV-HIV indetectável e contagem de LT-CD4+ acima de 350 céls/mm3→ a realização do exame de LT-CD4+ não traz nenhum benefício ao monitoramento clínico- laboratorial. Flutuações laboratoriais e fisiológicas de LT- CD4+ não têm relevância clínica e podem inclusive levar a erros de conduta, como troca precoce de esquemas ARV ou manutenção de esquemas em falha virológica -Além dos exames de contagem de LT-CD4+ e CV-HIV, outros parâmetros devem ser monitorados nas PVHIV. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto INVESTIGAÇÃO DE TB A TB é a principal causa de óbito por doença infecciosa em PVHIV, e por isso deve ser pesquisada em todas as consultas. A pesquisa deve iniciar-se com o questionamento sobre a presença dos seguintes sintomas: tosse, febre, emagrecimento e/ou sudorese noturna. A presença de qualquer um desses sintomas pode indicar TB ativa e requer investigação. -A infecção pelo HIV eleva o risco de desenvolvimento de TB ativa em indivíduos com TB latente. -A PT = diagnóstico da infecção latente da tuberculose (ILTB) e constitui um marcador de risco para o desenvolvimento de TB ativa, devendo ser realizada em todas as PVHIV, mesmo que assintomáticas para TB→Caso a PT seja inferior a 5 mm, recomenda-se sua repetição anual e também após a reconstituição imunológica com o uso da TARV. -O tratamento da infecção latente com isoniazida (INH) é recomendado para todas as PVHIV com PT maior ou igual a 5mm, desde que excluída TB ativa. RISCO CARDIOVASCULAR Recomenda-se que o RCV seja avaliado em todas as PVHIV na abordagem inicial e a cada mudança na TARV, por meio da escala de risco de Framingham. RASTREIO DE NEOPLASIAS IMUNIZAÇÕES Adultos e adolescentes vivendo com HIV podem receber todas as vacinas do calendário nacional, desde que não apresentem deficiência imunológica importante. À medida que aumenta a imunodepressão, eleva-se também o risco relacionado à administração de vacinas de agentes vivos, bem como se reduz a possibilidade de resposta imunológica consistente. A administração de vacinas com vírus vivos atenuados (poliomielite oral, varicela, rubéola, febre amarela, sarampo e caxumba) em pacientes com imunodeficiência está condicionada à análise individual de risco-benefício e não deve ser realizada em casos de imunodepressão grave. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto TRATAMENTO O início do tto está indicado para todos os PHIV independente do seu estado clínico ou imunológico. -Recomendações para início precoce= redução da morbimortalidade, da transmissão da infecção, o impacto na redução da tuberculose –principal causa infecciosa de óbitos em PVHIV– e a disponibilidade de opções terapêuticas mais cômodas e bem toleradas. TARV O esquema preferencial é composto por: 3 ARV, sendo dois ITRN/ ITRNt associados a uma outra classe de antirretrovirais (ITRNN, IP/r ou INI). No Brasil o usado é: 2 ITRN/ITRNt – lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF) + Inibidor da integrasse (IN)- dolutegravir (DTG) ***Em crianças com menos de 12 anos de idade e peso inferior a 40 kg: Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Obs.: TDF é contraindicado como terapia inicial em pacientes com disfunção renal pré-existente, TFGe<60 ml/min ou insuficiência renal TDF deve ter uso com precaução em pacientes com osteoporose/osteopenia, HAS e DM não controladas. Se usado, ajuste de dose deve ser feita quando TFGe DTG não é recomendado em MVHIV com possibilidade de engravidar e que não utilizem métodos contraceptivos eficazes, preferencialmente os que não dependam da adesão (DIU ou implantes anticoncepcionais) e para todas as PVHIV em uso de fenitoína, fenobarbital, oxicarbamazepina e carbamazepina. DTG aumenta a concentração plasmática da metformina. Para manter o controle glicêmico, um ajuste na dose da metformina pode ser necessário. ***Coinfecção TB/HIV= após o termino do tratamento da TB trocar o RAL ou EVF para DTG→volta para o esquema inicial para adultos. -Critérios para mudança= Estar em seguimento clínico e uso de TARV de forma regular; Estar com CV- HIV indetectável documentada; Ser esclarecida quanto à troca. Tenofovir + lamivudina (TDF/3TC): -é recomendada para coinfecção HIV-HBV -Essa associação esta disponível em coformulação, permite dose única diária. -tem perfil favorável com menor toxicidade, supressão virológica, resposta de LT-CD4+, lipoatrofia e toxicidade hematológica quando comparada ao AZT; -apresenta um perfil favorável em termos de eficácia virológica quando comparada ao ABC, em especial quando a CV >100.000 cópias/mL. -TDF= é um análogo de nucleotídeo (ITRNt) e sua maior desvantagem é a nefrotoxicidade, particularmente em diabéticos, hipertensos, negros, idosos, pessoas com baixo peso corporal (especialmente mulheres), doença pelo HIV avançada ou insuficiência renal pré-existente e no uso concomitante de outros medicamentos nefrotóxicos. tb pode reduzir a densidade óssea. Abacavir + lamivudina (ABC/3TC): -é alternativa para os pacientes com contraindicação aos esquemas com TDF/3TC. -O ABC não deve ser administrado a pacientes que apresentem um resultado positivo para HLA-B*5701→ reações de hipersensibilidade. E deve ser usado com precaução em pessoas com RCV alto. Zidovudina + lamivudina (AZT/3TC): - Está disponível em coformulação, o que contribui para maior comodidade posológica. -Os ITRN estão mais associados a toxicidade mitocondrial, hiperlactatemia e acidose lática. -AZT= toxicidade hematológica→evitar o uso em casos de anemia (Hb abaixo de 10g/dL) e/ou neutropenia (neutrófilos abaixo de 1.000 céls/mm3// pode causar lipoatrofia por mecanismos diversos→ compromete a adesão. Dolutegravir (DTG): -Vantagens= alta potência, alta barreira genética, administração em dose única diária e poucos eventos adversos -Desvantagem= ma formação congênita→contraindicado na pré-concepção. MVHIV devem usar esquemas preferencialmente contendo efavirenz (EFZ) e realizar genotipagem pré-tratamento. -não é recomendado em PVHIV em uso de fenitoína, fenobarbital, oxicarbamazepina, carbamazepina, dofetilida e pilsicainida. Pacientes devem ser avaliados quanto à possibilidade de troca dessas medicações a fim de viabilizar o uso do DTG. Laryssa Barros – Med – P6– Infecto -Antiácidos contendo cátions polivalentes (Al/Mg), suplementos de cálcio e ferro quando prescritos, devem ser tomados seis horas antes ou duas horas depois da tomada do DTG. (Quando acompanhado de alimentos, o DTG pode ser administrado ao mesmo tempo que esses suplementos). -altera o metabolismo da metformina. -efeitos adversos- insônia e cefaleia, costuma ser bem tolerado, pode aumentar creatinina nas primeiras 4 semanas porque diminui a secreção tubular→ mas não causa insuficiência renal. Efavirenz (EFV): -Benefícios= Apresenta posologia confortável (um comprimido ao dia), Promove supressão da replicação viral por longo prazo e possui perfil de toxicidade favorável. -Desvantagens= resistência primária em pacientes virgens de tratamento e a baixa barreira genética para o desenvolvimento de resistência. -Efeitos adversos= tonturas, alterações do sono, sonhos vívidos e alucinações – costumam desaparecer após as primeiras duas a quatro semanas de uso→A indicação do EFV deve ser avaliada criteriosamente em pessoas com depressão ou que necessitam ficar em vigília durante a noite -orientações= tomar logo antes de deitar-se para dormir, 2 hrs após o jantar. Raltegravir (RAL) -tomar 2 vezes ao dia= desvantagem; -Vantagens= excelente tolerabilidade, alta potência, poucas interações medicamentosas, eventos adversos pouco frequentes e segurança para o uso em coinfecções como hepatites e tuberculose. Apresenta barreira genética superior quando comparado aos ITRNN, mas não aos IP/r e ao DTG. SITUAÇÕES DE PRIORIZAÇÃO PARA INÍCIO DA TARV →PHIV sintomática= Entendem-se por sintomáticos os pacientes com imunodeficiência avançada (doença definidora de aids) ou moderada; →GESTANTES= está indicada para toda gestante infectada pelo HIV, independentemente de critérios clínicos e imunológicos, e não deverá ser suspensa após o parto, independentemente do nível de LT-CD4+. iniciada na gestante a partir da 14ª semana de gestação, logo após a coleta de exames e antes mesmo de se ter os resultados de LT-CD4+ e CV→ supressão viral e redução na transmissão vertical. Genotipagem pré-tratamento =está indicada para todas as gestantes infectadas pelo HIV, p orientar o esquema terapêutico se houver necessidade de mudança deste, e obter dados epidemiológicos a respeito de resistência transmitida. →TB ativa= sob qualquer apresentação clínica, é sinal de imunodeficiência; portanto, a coinfecção TB-HIV deve caracterizar o portador de HIV como sintomático e indicar o início da TARV. pacientes com contagem de LT-CD4+ < 50 céls/mm³ ou com sinais de imunodeficiência avançada iniciem com rapidez o tratamento anti-TB e comecem a TARV dentro de 2 semanas depois Nos demais pacientes e naqueles com Tb meníngea mesmo com TCD4<50, o tratamento para TB deve ser iniciado o mais brevemente possível, e a TARV deve ser iniciada na 8ª semana de tratamento anti-TB. Não pode tratar concomitantemente para evitar efeitos adversos. →Hepatite B= todos os recém diagnosticados com HIV tem q ser rastreados para HBV e vacinados se forem susceptíveis. A coinfecção pelo HIV causa progressão mais rápida para cirrose e carcinoma hepatocelular, maior mortalidade e pior resposta ao tratamento. devem iniciar a TARV com esquema contendo TDF independentemente da contagem de LT-CD4+ →Hepatite C= coinfectados com HIV tem pior evolução clínica. Primeiro estabiliza- se a doença causa pelo HIV por meio da TARV para depois começar o tto contra HCV. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto →Risco cardiovascular elevado= Recomenda-se o início imediato da TARV para todos os pacientes com risco cardiovascular elevado (escore de Framingham acima de 20%). →Controladores de elite= a TARV é claramente recomendada para controladores com evidência de progressão da doença pelo HIV→ diminuição da contagem de LT-CD4+ ou pelo desenvolvimento de complicações relacionadas ao HIV. No entanto, mesmo os controladores de elite com contagens normais de LT- CD4+ também têm evidência de ativação imune anormalmente alta, o que pode contribuir para um risco aumentado de doenças não relacionadas à aids. TARV COMO PREVENÇÃO o tratamento de indivíduos infectados pelo HIV pode reduzir sua transmissão sexual. -Níveis baixos de CV sérica do HIV estão associados a menores concentrações do vírus nas secreções genitais→ Estudos em casais heterossexuais sorodiferentes demonstraram que, quando a CV sérica de HIV é menor, os eventos de transmissão são menos comuns Para isso o paciente deve ter: excelente adesão a TARV e monitorização da CV-HIV, deve esta indetectável há 6 meses; ausência de outras ISTs→ mesmo assim sempre encorajar o uso do preservativo. GENOTIPAGEM PRÉ-TRATAMENTO detectar a presença de mutações de resistência aos antirretrovirais, o que teoricamente pode aumentar a taxa de sucesso do tratamento inicial FALHA AO TTO ANTIRRETROVIRAL -Com os esquemas antirretrovirais modernos, pelo menos 80% dos pacientes apresentam CV-HIV inferior a 50 cópias/mL após 1 ano de tratamento e a maioria mantém a supressão viral nos anos seguintes. -Para a minoria que apresenta falha ao tratamento inicial, novos medicamentos e novas estratégias para instituição de uma terapia de resgate têm sido testados. Caracterizando a falha: CV-HIV detectável após 6 meses do início ou da modificação do tratamento, ou rebote da CV-HIV em indivíduos que haviam atingido supressão viral sob tratamento. -a CV-HIV detectável deve ser confirmada em coleta consecutiva após intervalo de quatro semanas do exame anterior. A falha virológica prejudica a recuperação imunológica, aumenta o risco de progressão da doença e leva à emergência de cepas resistentes aos ARV. A supressão parcial e a persistência de CV-HIV detectável→ acúmulo de mutações que conferem resistência não só aos medicamentos em uso, mas também a outros da mesma classe→perda de opções terapêuticas. Causas de falha: má adesão=depressão, uso de substâncias psicoativas, dificuldade de acesso e comorbidades, além de fatores relacionados aos medicamentos, como efeitos adversos e posologia complexa.durante a adesão irregular os baixos níveis séricos de medicamentos favorece o surgimento de resistência viral adquirida→ falha virológica. Resistência transmitida= um aumento progressivo da taxa de resistência transmitida aos ITRNN Esquemas inadequados= potência insuficiente, baixa barreira genética (terapia dupla, terapia tripla com três ITRN, monoterapia com IP/r, IP sem potencialização pelo ritonavir), interações medicamentosas Comorbidades= vômitos ou diarreia podem impedir a absorção adequada dos medicamentos e contribuir para a falha do tratamento Teste de genotipagem Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto Deve ser realizado se a falha virológica for confirmada→pesquisa de resistência viral aos ARV→ resultado auxilia na elaboração de um esquema de resgate com maior chance de supressão viral. →Critérios para realização= Falha virológica confirmada em dois exames consecutivos de CV-HIV, com intervalo de quatro semanas entre eles; CV-HIV superior a 500 cópias/mL; Uso regular de TARV por pelo menos seis meses. EFEITOS ADVERSOS DOS ARV no caso de efeito adverso grave ou potencialmente fatal, hipersensibilidade→a TARV deve ser descontinuada até que os sintomas se resolvam e um esquema de substituição possa ser iniciado com segurança. PREVENÇÃO MANIFESTAÇÕES PULMONARES DA HIV/AIDS A propedêutica utilizada para esclarecimento etiológico das manifestações pulmonares na aids inclui o exame de escarro, a broncoscopia com aspirado ou lavado brônquicos, biópsia transbrônquica, biópsia guiada por imagem e a toracotomia (+efetiva para infiltrados intersticiais). INFECÇÕES FÚNGICASPneumocistose -é a causa mais comum de doença pulmonar oportunista em PVHIV com contagem de LT-CD4+ abaixo de 200 céls/mm³.; ABC Hipersensibilidade (risco maior se tiver alelo HLA- B5701) ATV/r Prolongamento do intervalo QRV e PR, Hiperbilirrubinemia indireta, nefrolitíase AZT Anemia e neutropenia grave, acidose lática, hepatomegalia com esteatose, Lipodistrofia, miopatia DTG Insônia, cefaleia, náusea e vômitos, hipersensibilidade, hepatotoxicidade. DRV/r Hepato, hipersensibilidade cutânea grave EFV Toxicidade neurológica, convulsões, hepto, hipersensib. Cutânea, ginecomastia ETV Hipersensibilidade cutanea LPV/r (prolongamento do intervalo QRS e PR, hepato, pancreatite, dislipidemia, diarreia NVP Hepato, rash cutÂneo RAL Rabdomiólise, miopatia, mialgia, hepato, rash TDF Toxicidade renal, redução da densidade mineral óssea, acidose láctica Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto -a primeira manifestação da doença em indivíduos sem diagnóstico prévio de infecção pelo HIV; -etiologia: Pneumocystis jirovecii (carinii) ou outros fungos de forma mais rara. -QC= insidioso. As manifestações mais frequentes são febre, tosse seca e dispneia progressiva, fadiga e perda de peso. -Exame físico= taquipneia, taquicardia e ausculta pulmonar normal ou com estertores finos ao final da expiração. Sibilos, sinais de condensação pulmonar ou derrame pleural são raramente encontrados. -Achados radiográficos= infiltrado intersticial peri-hilar e simétrico. Pneumatoceles e pneumotórax também podem ser observados e padrão de vidro fosco na TC. -Diagnostico= suspeição clínica, indicadores séricos inespecíficos e, principalmente, nos achados radiológicos, sendo o padrão intersticial peri-hilar, bilateral, o mais encontrado. O encontro do fungo confirma o diagnóstico. -DHL elevada na maioria dos casos= não é especifico pq tb esta aumentada na TB, Histoplasmose, linfomas e toxo. -Hipoxemia é achado frequente= precedendo as alterações radiológicas do RX porém já evidente na TC na quase totalidade dos casos. -A contagem de células T CD4 está <200/mm3 na grande maioria dos pacientes. -altos titulos de beta-D-glucan= componente da parede celular do fungo. Mas pode esta aumentado em outras micoses (candidíase e aspergilose). -Cistos= diagnóstico definitivo é realizado pela identificação do agente por meio das colorações de azul de toluidina, Grocott, Giemsa ou técnica de imunofluorescência a partir de espécimes respiratórios. A pesquisa direta do agente oportunista em amostras de escarro espontâneo ou induzido geralmente é pouco sensível para PCP. Amostras biológicas obtidas por broncoscopia com LBA e biópsia pulmonar transbrônquica elevam a precisão do diagnóstico etiológico. →TTO= é iniciado empiricamente com base no QC, laboratorial e radiológico, devido a gravidade potencial . -associação de SMX-TMP, por 21 dias. -se houver intolerância ou falha ao SMX-TMP (falha=falta de resposta clinica após 5-7 dias de tto)→usar pentamidina IV em casos graves ou clindamicina + primaquina em casos menos graves. -CORTICOIDES=Indica-se a associação de corticosteroides ao tratamento de PCP nos casos de PaO2 35mmHg→reduz mortalidade e o risco de piora clínica, com insuficiência respiratória, durante o tratamento específico. A dose inicial recomendada é 40 mg/ dia 2X ao dia por 5 dias. →Profilaxia= esta indicada para os pacientes que responderam ao tto, profilaxia secundária, e para pacientes com contagem de CD4 < 200 células/ mm3 ou que se apresentem, pela primeira vez, com monilíase oral. Criptococose -Agente= Cryptococcus neoformans -as manifestações respiratórias isoladas relacionadas ao fungo não é frequente na aids; -Neurocriptococose= é a forma mais comum de apresentação, cerca de 30 a 40% dos pacientes também apresentam acometimento pulmonar. -QC= febre, dispenia e dor torácica. Formas graves com insuficiência respiratória é raro -intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico, em geral, menor do que 15 dias. -Pacientes com criptococose pulmonar localizada tendem a ter valores mais elevados de linfócitos T CD4+ quando comparados com aqueles cuja micose é disseminada, e, também, aqueles com lesões pulmonares localizadas, ao raio X simples de tórax, quando comparados aos que apresentam padrão intersticial difuso. -RX= infiltrado intersticial difuso o mais comumente descrito; outros em menor proporção são Padrão micronodular, lesões cavitadas, nódulos únicos ou múltiplos, infiltrado alveolar e, mais raramente, derrame pleural. -Diagnóstico= a visualização direta do fungo, utilizando tinta da Índia, no escarro ou lavado broncoalveolar, sendo a confirmação por meio de cultura. O encontro do fungo na hemocultura é um sinal de disseminação e ocorre em 59% dos casos. Laryssa Barros – Med – P6 – Infecto -TTO= formas pulmonares puras→ fluconazol, 200 a 400 mg/dia, ou itraconazol, 200 a 400 mg/dia, por 6 a 12 meses, seguidos de profilaxia secundária, até recuperação imunológica. Histoplasmose -agente= Histoplasma capsulatum -Contaminação= inalação de esporos presentes no solo. A doença pode ocorrer por infecção primária ou por reativação endógena. -QC=varia de acordo com o grau de comprometimento imunológico. Pneumonia é a principal forma de apresentação (mas envolvimento pulmonar isolado é raro)→febre, perda de peso, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, alterações pulmonares e lesões mucocutâneas numerosas, que se iniciam como pápulas->nódulos umbilicados-> úlceras. Pancitopenia é frequente. -Em áreas endêmicas, a incidência anual entre indivíduos HIV positivos é de 5%--> 2ª micose sistêmica relacionada a aids. -RX= infiltrado pulmonar retículo-nodular difuso. -Diagnóstico= cultivo micológico e/ou exame histopatológico de espécimes obtidos por raspado ou biópsia de lesões. exames de cultura de sangue, amostras respiratórias e outros tecidos, especialmente medula óssea, são o padrão-ouro→pequenas leveduras no interior dos fagócitos quando corados com Giemsa. Testes sorológicos detectam anticorpos anti-H. capsulatum em cerca de 60% dos pacientes. -TTo= A escolha do esquema terapêutico deve ser orientada pela gravidade clínica: Paracoccidioidocomicose -Micose sistêmica mais prevalente no Brasil, porém, com poucos casos associados à aids. -A infecção primária é geralmente assintomática e controlada com ativação da resposta imune celular, mas pode deixar focos residuais com leveduras latentes, havendo possibilidade de reativação na vigência de imunossupressão. - é endêmica em todo o Brasil, predominando nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, com prevalência estimada de até três casos por 100.000 habitantes ao ano, acometendo preferencialmente homens que trabalham ou residem na área rural. -A coinfecção PCM-HIV tem sido observada principalmente nas regiões Sudeste e CentroOeste do Brasil, podendo atingir cerca de 1,5% dos pacientes com aids. -Em comparação à doença em imunocompetentes, os pacientes coinfectados tendem a ser mais jovens e menos envolvidos em atividades agrícolas, predominando as profissões e ambientes urbanos. A PCM oportunista evolui com maior rapidez e com presença de febre e sintomas de inflamação, devendo ser considerada como uma condição definidora de aids. -tosse e dispneia as manifestações pulmonares mais comuns, e o infiltrado reticulonodular difuso o achado radiológico mais encontrado. Pode haver desenvolvimento de lesões fúngicas disseminadas→ infiltrado pulmonar retículo-nodular bilateral, linfadenomegalia, lesões cutâneas, hepatoesplenomegalia, ulcerações na mucosa oral e outras lesões viscerais -Diagnóstico= exame micológico direto, do escarro ou aspirado broncoalveolar, a fim de identificar leveduras típicas de
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