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Cálculo III Autor: Professor Sebastião Fernandes Todos os direitos reservados ao autor Sebastião Fernandes: Professor aposentado da Unifei (Universidade Federal de Itajubá), onde lecionou por 32 anos. Capa e sumário feito por um aluno admirador do professor, como pessoa e profissional. T ópicos das aulas do sumário, retirados da ementa da disciplina de Cálculo III semestre 01.2018 - Unifei. Sumário • Aulas de 1 a 05 - Capítulo 1 “EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: DEFINIÇÕES, CONCEITOS, ORIGENS E SOLUÇÃO”: ➢ Introdução; Definições e Conceitos; Ordem e Grau; Origem das Equações Diferenciais Ordinárias; Problemas Geométricos; Problemas Físicos; Problemas da Mecânica Elementar; Problemas de Eletricidade; Primitivas; Soluções de Equações Diferenciais Ordinárias. • Aulas de 06 a 23 – Capítulo 2 “EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM E 1º GRAU”: ➢ Definição; Equações Diferenciais de Variáveis Separadas; Equações Diferenciais Homogêneas; Equações Diferenciais Lineares; Equações Diferenciais Redutíveis às Lineares (Equações de Bernoulli); Equações Diferenciais Exatas; Fatores de Integração; Aplicações Geométricas; Aplicações Físicas; Aplicações à Mecânica Elementar • Aulas de 24 a 28 – Capítulo 3 “OPERADORES – SÍMBOLOS – DEPENDÊNCIA LINEAR – DETERMINANTE WRONSKIANO”: ➢ Operador Diferencial; Operador Integral; Operador Polinomial; Dependência Linear; Determinante Wronskiano. • Aulas 29 a 40 – Capítulo 4 “EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE ORDEM SUPERIOR”: ➢ Equações Diferenciais Lineares, Homogêneas, de Ordem n e Coeficientes Constantes; Raízes Características Reais e Distintas; Raízes Características Reais Repetidas; Raízes Características Complexas Distintas; Raízes Características Complexas Repetidas; Equações Diferenciais Lineares, não Homogêneas, de Ordem n e Coeficientes Constantes; Processo Geral; Coeficientes Indeterminados; Sistemas de Equações Diferenciais; Aplicações das Equações Diferenciais de Ordem Superior. • Aulas 41 – Capítulo 5 “INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS” PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 1 CAPÍTULO 1 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: DEFINIÇÕES, CONCEITOS, ORIGENS E SOLUÇOES: 1.1 – INTRODUÇÃO: Muitos dos problemas importantes da Engenharia, das Ciências Físicas e Sociais, quando matematicamente formulados, requerem a determinação de uma função que satisfaça uma equação cujas variáveis são derivadas. Essas equações são chamadas de Equações Diferenciais. O objetivo deste curso é estudar problemas geométricos e físicos, de fundamental importância para as Ciências Exatas em geral, e à Física, em particular, que conduzem a Equações Diferenciais, e apresentar métodos para a obtenção das soluções dessas equações. 1.2 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS: Chamamos de Equações Diferenciais às equações que contêm derivadas ou diferenciais. EXEMPLOS: 01) xy dx dy sen5 =− 02) te C i dt di R dt id L ωsen 02 2 =++ 03) ( ) xeyyy =+′′+′′′ 323 04) ( ) 022 =++ dyxydxyx Havendo na Equação Diferencial uma só variável independente, como nos exemplos anteriores, as derivadas são ordinárias e as equações são chamadas de “Equações Diferenciais Ordinárias”. Caso haja na Equação Diferencial duas ou mais variáveis independentes, as derivadas são parciais e as equações são chamadas de “Equações Diferenciais Parciais”. FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG EXEMPLOS DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS: 01) 0= ∂ ∂ − ∂ ∂ y u x u 02) 2 2 2 x u a t u ∂ ∂ = ∂ ∂ Esta equação (Exemplo 2) é conhecida como Equação de Propagação Unidimensional do Calor, que, na forma mais geral, pode ser escrita como: ua t u 22∇= ∂ ∂ , onde 2 2 2 2 2 2 2 z u y u x u u ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ é chamado de Laplaciano. 03) 2 2 2 2 2 x u k t u ∂ ∂ = ∂ ∂ A Equação Diferencial Parcial do exemplo 03 é a Equação da Onda Unidimensional, que também pode ser escrita na forma: uk t u 22 2 2 ∇= ∂ ∂ . 04) 0 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ y u x u A equação acima é chamada de Equação Diferencial de Laplace, na forma bidimensional, também conhecida como Equação de Potencial e também pode ser escrita como 02 =∇ u . 05) ( )yxf y u x u , 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ Esta equação é chamada de Equação de Poisson e pode ser escrita na forma ( )yxfu ,2 =∇ . Nos exemplos apresentados, a e k são constantes, t é o tempo e x , y e z são as coordenadas cartesianas. A menos que seja feita alguma restrição, as definições e conceitos a seguir servem tanto para Equações Diferenciais Ordinárias quanto para Equações Diferenciais Parciais. 1.3 – ORDEM E GRAU: Chama-se de Ordem de uma Equação Diferencial à ordem da mais alta derivada que aparece nesta equação. PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Chama-se de Grau de uma Equação Diferencial ao grau (expoente) da derivada de mais alta ordem que aparece na equação, quando ele pode ser colocada sob a forma de um polinômio racional inteiro e positivo. EXEMPLOS: Classificar quanto à Ordem e o Grau as equações Diferenciais abaixo: 01) xey dx dy 3 3 =+ ⇒ 1a Ordem e 1o Grau 02) ( ) 323 353 xyxyyy =+′+′′+′′ ⇒ 2a Ordem e 3o Grau 03) 22 2 2 1 += dx dy dx yd ⇒ 2a Ordem e 2o Grau 04) ( )( ) 12.4 3 =′′+′′+ yxyyx ⇒ 2a Ordem e 4o Grau 05) 1=+ dy dx dx dy ⇒ 1a Ordem e 2o Grau 06) xye y u yx u xy x u = ∂ ∂ + ∂∂ ∂ + ∂ ∂ 2 2 2 2 2 ⇒ 2a Ordem e 1o Grau Observação: Quando na Equação Diferencial a variável dependente e todas as derivadas são do 1o grau e não houver produtos entre elas, a equação é chamada de “Equação Diferencial Linear”, caso contrário ela será chamada de “Equação Diferencial Não Linear”. EXEMPLOS: Verificar se as Equações Diferenciais a seguir são lineares ou não e classifica-las quanto à Ordem e Grau. 01) xy dx dy sen3 =+ ⇒ 1a Ordem e 1o Grau - Linear 02) xy dx dy sen3 2 =+ ⇒ 1a Ordem e 1o Grau – Não Linear FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) teRi dt di L ωsen 0 =+ ⇒ 1a Ordem e 1o Grau - Linear 04) tkx dt dx dt xd m ωλ cos 2 2 =++ ⇒ 2a Ordem e 1o Grau - Linear 05) ( ) 034 2 =+′′+′′′ xyyxy ⇒ 3a Ordem e 1o Grau – Não Linear 06) 0sen3 2 2 =+ y dx yd ⇒ 2a Ordem e 1o Grau – Não Linear 07) ( ) 02 =′++′′ ′′′ yey y ⇒ 3a Ordem e não tem Grau – Não Linear 08) ( ) xeyyy =+′′+′′ sen ⇒ 2a Ordem e não tem Grau – Não Linear 09) 0 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ y u x u ⇒ 2a Ordem e 1o Grau - Linear 10) x dx dy y sen3 =+ ⇒ 1a Ordem e 1o Grau – Não Linear 11) 2 2 2 3 x dx dy dx yd =+ ⇒ 2a Ordem e 1o Grau - Linear 12) 2 2 2 3 y dx dy dx yd =+ ⇒ 2a Ordem e 1o Grau – Não Linear Poderemos verificar futuramente que o estudo das Equações Diferenciais Não Lineares é, em geral, bem mais complicado que o estudo das Equações Diferenciais Lineares. Entretanto, para sorte nossa, a maioria dos problemas importantes, na prática, conduzem a Equações Diferenciais Lineares. E mesmo quando as Equações Diferenciais não são Lineares, podemos, através de considerações e simplificações adequadas, transforma-las em Lineares. Um exemplo prático desta situação é o problema do Pêndulo Simples. Conforme teremos oportunidade de ver nas próximas aulas, o ângulo θ que um pêndulo de comprimento l e massa m forma com a vertical, sob certas condições, satisfaz uma Equação Diferencial Não Linear. θ A Equação Diferencial associada a este problema é: 0sen2 2 =+ θ θ l g dt d PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Porém, para pequenos deslocamentos (ângulos) podemos considerar θθ ≅sen , portanto a equação fica: 0 2 2 =+ θ θ l g dt d , que é uma Equação Diferencial Linear. Entretanto, de acordo com as características dos problemas que conduzem a uma Equação Diferencial Não Linear, torna-se impossível fazer essa transformação. Na maioria desses casos necessitamos de processos numéricos e computacionais para chegar às suas soluções. FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 1 Classificar quanto à Ordem e o Grau as seguintes Equações Diferenciais: 01) 043 2 2 =++ x dt dx dt xd 02) ( ) 022 =′+′′′+′′ yxyy 03) 2 2 2 2 2 += θ ρ ρ θ ρ d d d d 04) t dx dt dt dx =+ 4 05) ( ) ( ) 342 −′′−=′′+ yxy 06) ( ) yyey y =′++′′ ′′ 4 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 2 1.4 – ORIGEM DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: Podemos considerar como sendo três as origens das Equações Diferenciais Ordinárias: • Problemas Geométricos; • Problemas Físicos; • Primitivas Daremos exemplos de cada uma dessas origens, com o objetivo de mostrar como aparecem as Equações Diferenciais Ordinárias para motivar o estudo teórico dessa equações diferenciais de importância fundamental à Física em geral. 1.4.1 – PROBLEMAS GEOMÉTRICOS: Vejamos alguns exemplos geométricos que descrevem a origem de algumas Equações Diferenciais Ordinárias. 01) Uma curva é definida pela condição de ter em todos os seus pontos ( )yxP , o coeficiente angular ( αtg ) igual à soma das coordenadas desses pontos. Expresse esta condição por meio de uma equação diferencial. SOLUÇÃO: Condição: yxtg +=α Da Interpretação geométrica da Derivada no Ponto, sabemos que: dx dy tg =α y x y x P α ( )xfy = reta tangente FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Então, a Equação Diferencial associada a este problema é: 02) Uma curva é definida pela condição de ter, em todos os seus pontos ( )yxP , , o comprimento do segmento determinado sobre o eixo das ordenadas pela reta tangente à curva nesses pontos igual à média geométrica das coordenadas do ponto. Expressar esta condição por uma equação diferencial. SOLUÇÃO: Da condição, temos que MGOQ = , onde MG é a Média Geométrica, ou seja, xyOQ = . Sabemos que a equação da reta tangente à uma curva ( )xfy = pelo ponto ( )yxP , é dada por: ( )xx dx dy yy tt −=− O comprimento OQ sobre o eixo das ordenadas é o valor de ty para 0=tx . Assim: ( ) OQ dx dy xyyx dx dy yy tt =−=⇒−=− 0 Portanto, a equação diferencial associada a este problema é: yx dx dy += y x x y O Q P ty tx gentet yy tan= gentet xx tan= xy dx dy xy =− PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) Uma curva é definida pela condição de ter em todos os seus pontos ( )yxP , o comprimento do segmento determinado sobre o eixo das abscissas pela reta normal à curva no ponto ( )yxP , igual à distância da origem dos eixos coordenados ao ponto ( )yxP , . Expressar esta condição por uma equação diferencial. SOLUÇÃO: Condição: dOQ = Da figura: 22 yxd + A equação da reta normal à curva ( )xfy = no ponto ( )yxP , é: ( )xx m yy nn −−=− 1 , onde m = coeficiente angular. Assim: ( )xx dy dx yy nn −−=− . O comprimento OQ sobre o eixo das abscissas é nx para 0=ny . Assim: ( )xx dy dx y n −−=− ou xx dx dy y n −= Mas: OQ dx dy yxxn =+= Portanto: 0 d Q P x y x ( )xfy = tangente normal 22 yx dx dy yx +=+ FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 04) A área S limitada por uma curva, pelo eixo das abscissas e por duas ordenadas, uma fixa de abscissa ax = e outra variável de abscissa x , é igual ao produto da abscissa variável x pelo quadrado da ordenada variável y . Expresse esta condição por meio de uma Equação Diferencial. SOLUÇÃO: Do Cálculo 1, sabemos que: ∫= x a dxyS . . Da condição do problema: 2xyS = Portanto: ∫ = x a xydxy 2. Derivando ambos os membros com relação a x , teremos: dx dy xyyy 22 += Dividindo por y , resulta: 05) Supondo que a área S do problema anterior seja igual ao comprimento l do arco AB , expresse a condição por intermédio de uma Equação Diferencial. S y x a x ( )xfy = S dx dy xy 21 += PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG SOLUÇÃO: Da condição do problema: l=S Do Cálculo 1, sabemos que: ∫= x a dxyS . e dx dx dyx a .1 2 ∫ +=l Portanto: ∫ ∫ += x a x a dx dx dy dxy .1. 2 Derivando membro a membro com relação a x , temos: 2 1 += dx dy y Elevando ao quadrado: y x a x ( )xfy = A B y 2 2 1 += dx dy y S FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 3 1.4.2 – TAXA DE VARIAÇÃO E PROBLEMAS FÍSICOS: Os problemas físicos, de modo geral, tratam com Taxas de Variação. Se uma grandeza y varia de acordo com outra grandeza x , chamamos de Taxa de Variação à derivada dx dy . 01) A Taxa de Variação de uma grandeza y em relação a outra grandeza x é dada por 23x . Expressar este fato por uma Equação teste ok? Diferencial. SOLUÇÃO: A Equação Diferencial associada a esta Taxa de Variação é: 02) A observação mostra que a população P de uma cidade aumenta numa razão proporcional à quantidade P de habitantes num instante t . Expressar esta lei por uma Equação Diferencial. SOLUÇÃO: Devemos ter: P dt dP ≅ Podemos indicar a proporcionalidade por meio de uma constante k . Assim, teremos a Equação Diferencial: Observação: Esta Equação Diferencial representa um modelo matemático que será mais preciso, quanto mais densa for a população P , de modo que possamos considerar P uma função contínua com o tempo, podendo, portanto, representar a Taxa de Variação por dt dP . 2 3x dx dy = kP dt dP = PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) De acordo com a Lei de Arrefecimento de Newton, a taxa de resfriamento de uma substância num meio é proporcional à diferença entre a temperatura T da substância, num instante t , e a temperatura do meio mT . Expressar a lei por meio de uma Equação Diferencial. SOLUÇÃO: De acordo com as condições do problema: mTT dt dT −≅ . Portanto, usando a constante de proporcionalidade k , podemos escrever: Observação: O sinal negativo indica que a temperatura T decresce com o tempo t . 04) A experiência mostra que uma substância radioativa se desintegra numa razão proporcional à quantidade Q de material radioativo, num instante t qualquer. Expressar esta condição por meio de uma Equação Diferencial. SOLUÇÃO: Temos: Q dt dQ ≅ . Usando novamente a constante de proporcionalidade k , podemos escrever: Observação: O sinal negativo indica que a quantidade Q decresce com o tempo t . Neste caso, a constante de proporcionalidade k é chamada de Constante de Desintegração Radioativa e é tabelada para diversos materiais radioativos. ( )mTTk dt dT −−= kQ dtdQ −= FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 05) Expressar a 2a Lei de Newton, amF .= , por meio de uma Equação Diferencial. SOLUÇÃO: Sabemos que dt dv a = ou 2 2 dt xd a = . Portanto, podemos escrever: 06) Um pêndulo simples de massa m e comprimento l está preso em um ponto P e move-se num plano vertical que passa pelo ponto P . Considerando apenas a ação da gravidade, expressar o deslocamento angular θ por meio de uma Equação Diferencial. SOLUÇÃO: Vemos que o corpo A move-se segundo um arco de circunferência de raio l e centro no ponto P . Seja θ o deslocamento angular do corpo num instante t qualquer, tomando como positivo o sentido anti-horário. Sendo a única força que atua no corpo a da gravidade, sua componente tangencial ao arco AB (trajetória) é: θsenmgFt = . A aceleração é dada por 2 2 dt Sd a = , sendo S o arco circular descrito pelo corpo. dt dv mF = ou 2 2 dt xd mF = P l A B m S θ θ mgp = PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Como a trajetória é circular, tem-se: θ.l=S . Logo: ( ) 2 2 2 2 . dt d dt d a θθ l l == Pela 2a Lei de Newton: 2 2 .sen. dt d mmgamF θ θ l=−⇒= . Então: 0sen 2 2 =+ θ θ g dt d l Ou: Esta equação é de 2a Ordem, 1o Grau e Não Linear. Observação: Para pequenos deslocamentos, podemos fazer θθ ≈sen , e a equação pode ser escrita na forma Linear: 07) Seja um corpo de massa m , preso a uma mola de constante de amortecimento k , num meio em que o coeficiente de atrito é λ , conforme a figura. Depois do sistema em repouso, aplica- se ao corpo uma força externa ( )tf . Expressar por uma Equação Diferencial o deslocamento x do corpo em relação ao tempo t . SOLUÇÃO: 0sen 2 2 =+ θ θ l g dt d 0 2 2 =+ θ θ l g dt d λ m ( )tf + x k FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Temos: mgxk = 0 . (situação em repouso). Seja x o deslocamento do corpo num instante t . Pela 2a Lei de Newton, temos: 2 2 dt xd mF = , onde aresistêncimolaexterna fffF ++= . • ( )tff externa = • xkfmola .−= (Lei de Hooke) • dt dx vf aresistênci λλ −=−= (Lei experimental válida para pequenas velocidades) Assim: ( ) ( ) 2 2 dt xd m dt dx kxtf dt dx kxtfF =−−⇒−−= λλ Finalmente: Observação: Esta equação representa para o cálculo do deslocamento x um modelo matemático aproximado, visto que adotamos certas aproximações. Por exemplo, a consideração da força de mola linear, que por vezes não é. Ainda desprezamos a massa da mola em vista da massa m do corpo. 08) Seja o circuito elétrico RL da figura, onde R é um resistor de resistência dada em ohms [ ]Ω , L um indutor de indutância dada em henrys [ ]H e ( )te uma tensão aplicada em volts [ ]V . Considerando R e L constantes, expressar a corrente ( )ti , dada em amperes [ ]A , através de uma Equação Diferencial. ( ) kx dt dx dt xd mtf ++= λ 2 2 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG SOLUÇÃO: Pela 2a Lei de Kirchoff: “Num circuito fechado, a tensão aplicada (fem) é igual à soma das quedas de tensão em cada elemento do circuito”, isto é: ( ) LR eete += . Das leis básicas de eletricidade, temos: • =Re queda de tensão no resistor iR= (Lei de Ohm) • =Le queda de tensão no indutor ( ) dt di LiL dt d == Portanto: ( )te ( )ti R L ( ) dt di LiRte += FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 4 1.5 – PRIMITIVAS: Uma relação entre variáveis contendo n constantes arbitrárias essenciais, como CBxAxy ++= 2 , é chamada de Primitiva (ou integral). As n constantes são ditas essenciais quando não puderem ser reduzidas a um número menor de constantes. EXEMPLOS: 01) A relação BAxy += é uma Primitiva com duas constantes arbitrárias essenciais. 02) A relação CBAxy ++= é uma Primitiva com duas constantes arbitrárias essenciais, pois podemos escrever DAXy += , onde CBD += . 03) A relação BxeAy += . é uma Primitiva com uma só constante arbitrária essencial, pois podemos fazer xBx eCyeeAy ... =⇒= , onde BeAC .= . 04) A relação ( )BxAy ln+= é uma Primitiva com uma só constante arbitrária essencial, pois podemos escrever xCyxBAy lnlnln +=⇒++= , onde BAC ln+= . Em geral, uma Primitiva com n constantes arbitrárias essenciais dará origem a uma Equação Diferencial de ordem n . Esta equação aparecerá pela eliminação das n constantes arbitrárias essenciais, juntando-se à Primitiva suas n derivadas sucessivas com relação à variável escolhida como a independente. EXEMPLOS: 01) Achar a Equação Diferencial das Primitivas: a) CBxAxy ++= 2 SOLUÇÃO: Derivando sucessivamente: PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG BAx dx dy += 2 A dx yd 2 2 2 = Finalmente: b) xAey = SOLUÇÃO: Derivando: xAe dx dy = ⇒ c) xBxAy cossen += (1) SOLUÇÃO: Derivando (1): xBxA dx dy sencos −= (2) Derivando (2): xBxA dx yd cossen 2 2 −−= (3) Fazendo (1) + (3) obtemos: d) CBeAey xx ++= 2 (1) SOLUÇÃO: 0 3 3 = dx yd xAe dx dy ouy dx dy == 0 2 2 =+ dx yd y FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Derivando (1): xx BeAe dx dy += 22 (2) Derivando (2): xx BeAe dx yd += 2 2 2 4 (3) Derivando (3): xx BeAe dx yd += 2 3 3 8 (4) Fazendo (3) - (2): xAe dx dy dx yd 2 2 2 2=− (5) Fazendo (4) - (3): xAe dx yd dx yd 2 2 2 3 3 4=− (6) Multiplicando (5) por 2: xAe dx dy dx yd 2 2 2 422 =− (7) Comparando (6) e (7): dx dy dx yd dx yd dx yd 22 2 2 2 2 3 3 −=− Finalmente: 02) Achar a Equação Diferencial da família de circunferências de raio 3 e centro no eixo das abscissas. SOLUÇÃO: Da Geometria Analítica, sabemos que a equação da circunferência em questão tem a forma: ( ) 922 =+− yAx (1) (Primitiva) Derivando (1) implicitamente com relação a x : ( ) dx dy yAx dx dy yAx .0.22 −=−⇒=+− (2) Substituindo (2) em (1): 9. 2 2 =+ − y dx dy y Finalmente: 023 2 2 3 3 =+− dx dy dx yd dx yd 09 2 2 2 =−+ y dx dy y PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) Achar a Equação Diferencial da família de retas tangentes à parábola xy 22 = . SOLUÇÃO: Seja ( )BAP , um ponto arbitrário sobre a parábola. A reta tangente à parábola pelo ponto ( )BAP , é: ( )Ax dx dy By P − =− . (1) Derivando implicitamente xy 22 = com relação a x , temos: ydx dy dx dy y 1 2.2 =⇒= No ponto ( )BAP , : Bdx dy 1 = (2) Substituindo (2) em (1): ( )Ax B By −=− 1 Mas: 2 2 2 2 BAAB =⇒= Logo: 22 1 2 B B x y B x B By +=⇒ −=− (3) A equação (3) representa a família de retas tangentes à parábola dada. Derivando (3): dy dx B Bdx dy =⇒= 1 Em (3): dy dx dx dy xy 2 1 += , o que resulta em: y x tangente xy 22 = 0 ( )BAP , 2 1 2 + = dx dy x dx dy y FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 4 Achar a Equação Diferencial associada à Primitiva: 01) 02222 =+−−+ CByAxyx Resp: ( ) ( )[ ] 013 22 =′+′′′−′′′ yyyy 02) ( )ByAx+= sen Resp: ( )3yxy ′=′′ 03) BAxy += 2ln Resp: ( ) 02 =′−′−′′ yxyyyxy PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 5 1.6 – SOLUÇÕES DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: Solução ou integral de uma Equação Diferencial Ordinária é uma relação das variáveis que figuram na equação e que a satisfaz identicamente num intervalo. Dada a Equação Diferencial Ordinária, que podemos representar simbolicamente por: ( ) 0,...,,,, =′′′ nyyyyxF (1) entendemos por solução, num intervalo βα << x , a função ( )xfy = tal que existam as derivadas ( )xf ′ , ( )xf ′′ , ( )xf ′′′ , ... , ( )xf n que verifiquem a equação (1), isto é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) 0,...,,,,, =′′′′′′ xfxfxfxfxfxF n para todo x no intervalo ( )βα , . Consideremos, por exemplo, a Equação Diferencial 0 2 2 =+ y dx yd (1) Podemos mostrar que a função xy sen5= é uma solução desta equação. Sem dúvida, x dx dy cos5= e x dx yd sen5 2 2 −= Substituindo em (1), obtemos: 0sen5sen5 =+− xx , ℜ∈∀x . Do mesmo modo, podemos mostrar que xy cos8= é outra solução de (1), pois: x dx dy sen8−= e x dx yd cos8 2 2 −= Substituindo em (1), obtemos: 0cos8cos8 =+− xx , ℜ∈∀x . Podemos, ainda, mostrar que: xBxAy cossen += , ℜ∈BA, é também uma solução de (1), pois: xBxA dx dy sencos −= e xBxA dx yd cossen 2 2 −−= . Substituindo em (1), temos: 0cossencossen =++−− xBxAxBxA . É fácil observarmos que esta última solução engloba as anteriores, uma vez que basta atribuirmos valores convenientes às constantes arbitrárias ( A e B ) para que tenhamos uma das soluções anteriores. FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Devido a este fato, é freqüente dar à esta última solução o nome de “Solução Geral”, embora este termo seja muitas vezes inadequado, pois existem equações diferenciais para as quais não é possível obter a forma geral para as suas soluções. As soluções que vêm da Solução Geral para valores específicos das constantes arbitrárias são sempre chamadas de “Soluções Particulares”. Podemos adiantar que existem equações diferenciais que permitem soluções que não vêm da chamada Solução Geral, sendo conhecidas como “Soluções Singulares”. Um exemplo deste caso é a seguinte equação diferencial: 0 2 =− − y dx dy dx dy x (1) Podemos mostrar que a “Solução Geral” 2AAxy −= (2) satisfaz (1). Temos: A dx dy = Substituindo em (1), temos: 022 =+−− AAxAAx que, para qualquer valor real de x é uma identidade, portanto uma solução. Podemos mostrar ainda que 4 2x y = (3) também satisfaz (1). Temos: 2 x dx dy = Substituindo em (1) , obtemos: 0 442 222 =−− xxx , que também é uma identidade. Vemos que a expressão (3) não vem de (2), portanto é chamada de Solução Singular. Observação: Prevendo uma coerência com as teorias futuras, adotaremos a seguinte consideração: se a equação diferencial ordinária é linear, chamaremos de “Solução Geral” a solução cujo número de constantes arbitrárias essenciais seja igual à ordem da equação diferencial. Chamaremos de “Solução Particular” toda solução obtida a partir da solução geral para valores particulares das constantes arbitrárias, ou ainda aquela cujo número de constantes arbitrárias seja menor que a ordem da equação diferencial. Por exemplo, seja a equação diferencial: 0 2 2 =+ y dx yd . PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Temos, para esta equação, a solução geral: xBxAy cossen += São soluções particulares, entre outras, as seguintes funções: • xy sen5= • xy cos8= • xxy cos80sen32 −= • etc Geometricamente, uma solução geral (Primitiva) de uma Equação Diferencial Ordinária Linear é uma equação de uma de curvas, e a solução particular, sem as constantes arbitrárias, é a equação de uma das curvas da família a qual chamamos de “Curva Integral”. Por exemplo, seja a equação diferencial: x dx dy 2= (1) É fácil notarmos que a sua solução geral é Cxy += 2 (2) Esta solução representa uma família de parábolas onde, para cada valor da constante arbitrária ℜ∈C , temos uma curva da família, que é a curva integral. EXEMPLOS: 01) Mostre que xx eCeCy 2 21 −+= (1) é solução geral da equação 02 2 2 =−+ y dx dy dx yd (2) y x 0 1=C 0=C 2−=C FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG SOLUÇÃO: De (1): xx eCeC dx dy 2 21 2 −−= xx eCeC dx yd 2 212 2 4 −+= Substituindo em (2) resulta: 02224 2 21 2 21 2 21 =−−−++ −−− xxxxxx eCeCeceCeCeC 02) Mostrar que xCexy += 2 (1) é solução geral da equação diferencial ( )xy dx dy −=− 12 (2) e, em seguida, achar uma solução particular satisfazendo a condição ( ) 30 =y . SOLUÇÃO: De (1): xCe dx dy += 2 Em (2): ( )xxCexCe xx −=−=−−+ 122222 Portanto, a solução dada é solução geral da equação. Para 0=x , temos ( ) 3.0.20 0 ==+= CeCy Portanto, a solução particular será: xexy 32 += . 03) Mostrar que xey x ln= (1) com 0>x é solução particular da equação diferencial: ( ) ( ) 0121 =−+′−+′′ yxyxyx (2) SOLUÇÃO: De (1) temos: x e xey x x +=′ ln 22 2lnln x e x e xe x exe x e xey xx x xxx x −+= − ++=′′ Substituindo em (2) obtemos: PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 0lnln2ln2ln2ln =−+−−++−+ xexxeexxe x e xe x e exxe xxxx x x x xx Observação: A menos de pequenas considerações adicionais, entendemos por “solução de uma equação diferencial parcial” o mesmo visto para equações diferenciais ordinárias. EXEMPLOS: Para as equações diferenciais parciais a seguir, verificar se as funções dadas são suas soluções. 01) 0= ∂ ∂ + ∂ ∂ y u x u (1) ; yxAeu −= (2) SOLUÇÃO: De (2): yxAe x u −= ∂ ∂ e yxAe y u −−= ∂ ∂ Em (1): 0=−= ∂ ∂ + ∂ ∂ −− yxyx AeAe y u x u , que é válida para todo ( ) 2, ℜ∈yx . 02) 0 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ y u x u (1) ; yeu x sen= (2) SOLUÇÃO: De (2): ye x u ye x u xx sensen 2 2 = ∂ ∂ ⇒= ∂ ∂ ye y u ye y u xx sencos 2 2 −= ∂ ∂ ⇒= ∂ ∂ Substituindo em (1): 0sensen 2 2 2 2 =−= ∂ ∂ + ∂ ∂ yeye y u x u xx FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) 0 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ y u x u (1) ; 22ln yxu += (2) SOLUÇÃO: Tomando em (1): ( )22ln 2 1 yxu += e derivando parcialmente, temos: 2222 2 . 2 1 yx x yx x x u + = + = ∂ ∂ ; ( ) ( )222 22 222 222 2 2 2 yx xy yx xyx x u + − = + −+ = ∂ ∂ 2222 2 . 2 1 yx y yx y y u + = + = ∂ ∂ ; ( ) ( )222 22 222 222 2 2 2 yx yx yx yyx y u + − = + −+ = ∂ ∂ Substituindo em (2), resulta: ( ) ( ) 0 222 22 222 22 = + − + + − yx yx yx xy , que é uma identidade para todo ( ) ( )0,0, ≠yx . Portanto (2) é solução de (1). Observação: Faremos alguns comentários a respeito de soluções de Equações Diferenciais Ordinárias: 01) Dada uma equação diferencial ordinária, a primeira dúvida que poderá ocorrer é: “Será que a equação dada possui solução?”. Esta é uma questão sobre a “existência” se soluções. Nem todas as equações diferenciais possuem solução. Pode-se perceber claramente que: • a equação diferencial 01 2 =+ dx dy não possui solução real; • a equação diferencial 0=+ y dx dy admite somente a solução trivial 0=y . 02) Se acharmos uma determinada solução para uma equação diferencial dada, outra dúvida que poderá ocorrer é: “Será que esta equação admite outras soluções além dessa?”. Se isto ocorrer,quais serão as condições adicionais que deverão ser dadas, ou que devemos impor, para que tenhamos uma só solução? PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Esta é uma questão sobre a “unicidade” da solução. 03) Resta-nos uma questão de natureza prática, isto é, dada uma equação diferencial, como realmente acharmos uma solução? Se, por algum processo, conseguirmos achar uma solução de uma equação diferencial dada, satisfazendo certas condições imposta pelo problema, estaremos respondendo, simultaneamente, às questões da existência e unicidade. Porém, não devemos prescindir a teoria da existência e unicidade que, em geral, é trabalhosa e difícil, pois podemos correr o risco de usar um computador para o cálculo numérico de uma solução que pode até nem existir. A seguir estudaremos métodos e processos padronizados para o cálculo de soluções das “Equações Diferenciais Ordinárias” mais importantes para as ciências exatas em geral. FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 5 01) Mostre que xBxAy senhcosh += é solução da Equação Diferencial 0 2 2 =− y dx yd . 02) Mostre que Cv vC u − + = 1 é solução da Equação Diferencial 2 2 1 1 v u dv du + + = . 03) Mostre que xx eexy −−= 32 é solução da Equação Diferencial 02 2 2 =−+ xy dx dy dx yd x . 04) Mostre que xkxk BeAey arcsen.arcsen. −+= é solução da Equação Diferencial: ( ) 01 2 2 2 2 =−−− yk dx dy x dx yd x PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 6 CAPÍTULO 2 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1a ORDEM E 1o GRAU 2.1 – DEFINIÇÃO: Equações Diferenciais de 1a Ordem e 1o Grau são equações que podem ser colocadas sob a forma: Nesta equação, ( )yxM , e ( )yxN , são funções de x e/ou y ou constantes. EXEMPLOS: 01) ( ) 022 =++ dyxydxyx com: ( ) 22, yxyxM += e ( ) xyyxN =, 02) xye xyx dx dy 23 − = Podemos escrever: ( ) 023 =−− dyedxxyx xy com: ( ) xyxyxM 2, 3 −= e ( ) xyeyxN −=, 03) 05 22 =++ dyyxdx com: ( ) 5, =yxM e ( ) 22, yxyxN += Estudaremos a seguir os principais tipos de Equações Diferenciais de 1a Ordem e 1o Grau, bem como o cálculo de suas soluções. 2.2 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS: São Equações Diferenciais de 1a Ordem e 1o Grau que podem ser escritas sob a forma: ( ) ( ) 0=+ dyygdxxf (1) ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Sua solução geral (Primitiva) é feita por integração direta de (1), isto é, se ( )xf e ( )yg são funções contínuas, fazemos: ( ) ( )∫ ∫ =+ Cdyygdxxf (2), sendo C é uma constante arbitrária essencial. O resultado obtido é da forma: ( ) ( ) CyGxF =+ (3), em que ( )[ ] ( )xfxF dx d = e ( )[ ] ( )ygyG dy d = (4). Se desejarmos o cálculo de uma solução particular satisfazendo uma condição dada da forma ( ) 00 yxy = , problema este chamado de “Problema de Condição Inicial”, podemos proceder de duas maneiras: a) calculamos da solução geral (2) o valor da constante arbitrária C , satisfazendo a condição dada. Voltando em (2) teremos a solução particular procurada. b) usar em (1) a integral definida, isto é, fazer: ( ) ( )∫ ∫ =+ x x y y dyygdxxf 0 0 0 Da condição 00 yyxx =⇒= , em (3), obtemos: ( ) ( ) CyGxF =+ 00 Voltando em (3), teremos: ( ) ( ) ( ) ( ) 00 yGxFyGxF +=+ Logo: ( ) ( ) ( ) ( ) 0 00 =−+− yGyGxFxF (5) Temos: ( ) ( ) ( ) ( )∫ −== x x x x xFxFxFdxxf 0 0 0 e ( ) ( ) ( ) ( )∫ −== y y y y yGyGyGdyyg 0 0 0 Em (5): ( ) ( )∫ ∫ =+ x x y y dyygdxxf 0 0 0 EXEMPLOS: 01) y x dx dy −= SOLUÇÃO: Podemos escrever: 0=+ dyydxx PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Integrando membro a membro: ∫ ∫ =+ Cdyydxx .. C yx =+ 22 22 Como C é uma constante arbitrária, vamos fazer 2 2R C = . Desta maneira, a solução geral pode ser escrita na forma: Ou seja, uma família de circunferências com centro na origem e de raio R . 02) x y dx dy −= SOLUÇÃO: Podemos escrever: 0=+ dxydyx Vamos multiplicar ambos os membros pelo fator de integração ( ) xy yx 1 , =µ : ( ) 001 =+⇒=+ x dx y dy dxydyx xy Integrando: ∫ ∫ =+ Cx dx y dy Cxy =+ lnln Podemos ainda fazer: ( ) CxyCxy =⇒= lnln Finalmente: Esta solução representa uma família de hipérboles eqüiláteras. 222 Ryx =+ x C y = FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) y dx dy = SOLUÇÃO: Vamos fazer: dx y dy = Integrando: ∫ ∫ +=⇒= Cxydxy dy ln Podemos tomar: CC ln= , pois C é uma constante arbitrária. Assim: x C y xCyCxy = ⇒=−⇒+= lnlnlnlnln Portanto: ⇒= xe C y Esta solução representa uma família de exponenciais. xCey = PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 7 EXERCÍCIOS – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1a ORDEM E 1o GRAU Nesta aula vamos apenas resolver alguns exercícios sobre Equações Diferenciais de 1a Ordem e 1o Grau de Variáveis Separáveis, com o objetivo de complementar a aula anterior. 01) Encontre a solução geral das Equações Diferenciais a seguir: a) ( ) ( ) 02524 =−−+ dxydyx SOLUÇÃO: Vamos escrever: x dx y dy 2425 + = − Integrando: ∫ ∫ +=− x dx y dy 2425 Para tornar estas integrais imediatas, vamos fazer: ∫ ∫ +=− − − dx x dy y 24 2 2 1 25 2 2 1 Simplificando e resolvendo as integrais, obtemos: ( ) ( ) Cxy ln24ln25ln −+=−− ( ) ( ) Cyx ln25ln24ln =−++ ( )( )[ ] ( )( ) CyxCyx =−+⇒=−+ 2524ln2524ln x C y x C y 24 52 24 25 + −=⇒ + =− Isolando y , obtemos finalmente: b) 01 22 =++ − dyedxyx x SOLUÇÃO: Multiplicando membro a membro pelo fator de integração: ( ) 2 2 1 , y e yx x + =µ temos: + −= x C y 24 5 2 1 FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG ∫ ∫ = + +⇒= + + C y dy dxxe y dy dxxe xx 2 2 2 2 1 0 1 (1) Nenhuma das duas integrais acima é imediata, portanto, vamos resolve-las separadamente. Seja: ∫= dxxeI x21 Esta integral deve ser resolvida pelo Método de Integração por Partes: ∫ ∫−= duvuvdvu Por Partes: =⇒= =⇒= xx evdxedv dxduxu 22 2 1 Assim: −=⇒−=⇒−= ∫ 2 1 22 1 . 2 1 22 1 2 2 1 22 1 22 1 x e Iee x Idxee x I x xxxx (2) Seja: ∫ + = 2 2 1 y dy I Esta integral deve ser resolvida por Substituição de Variáveis. Fazendo: =+=+ = ⇒= tttgy dttdy tgty sec11 sec 22 2 Então: ( ) ( )∫ ∫ ++=⇒+=⇒=⇒= 2222 2 2 1lnseclnsec sec sec yyItgttIdttI t dtt I (3) Substituindo (2) e (3) em (1) temos: ( ) Cyyxe x =+++ − 2 2 1ln 2 1 2 O nosso problema, agora, é escrever y como função de x . Do estudo de Funções Hiperbólicas, vimos que ( )21lnsenharg yyy ++= . Assim, podemos escrever a solução geral da forma: −−=⇒=+ − 2 1 2 senhargsenharg 2 1 2 22 x e CyCyx e xx Isolando y : −−= 2 1 2 senh 2 x e Cy x PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG c) 03 =+− dyedx xyx SOLUÇÃO: Podemos escrever: 03 3 0 3 3 03.3 =+ ⇒=+⇒=+ − − dydx e dy dx e dyedx y x yx x xyx Integrando: ∫ ∫ =+ Cdydx e y x 3 3 C e C e e y x y x =+ − ⇒=+ 3ln 3 13ln 3 3ln 3 3 ln 3 Vamos isolar a variável y : − −=⇒ − −= x y xy e C e C 3 13ln 1 .3ln3 3 . 13ln 1 3ln 3 Finalmente: d) ( ) 0214 2 =++− dyydxy x SOLUÇÃO: Podemos escrever: 0 421 2 = − + + dy y ydx x Integrando: ∫ ∫ −= − + + Cdy y ydx x 2421 ( )∫ ∫ −=−+ + − − Cdyyy dx x 2 1 24. 2 1 1 ( )∫∫ −=−−−+ − − − − − Cdyyydx x x 2 1 24.2 2 1 12 2ln.2 . 2ln 1 − −= x e Cy 3 13ln 1 .3lnlog 3 FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG ( ) ( ) Cyx −=−−+− − 2 1 4 . 2 1 12ln. 2ln 1 2 1 2 Finalmente: e) ( ) ( ) 011 22 =−++ dyxdxyy SOLUÇÃO: Escrevendo: ( ) 011 22 =++− yy dy x dx Integrando: ( )∫ ∫ =++− Cyy dy x dx 11 22 (1) Como as integrais não são imediatas, vamos resolve-las separadamente. Chamando: ( )( )∫ ∫ −+=−= 11121 xx dx x dx I Por Frações Parciais: ( )( ) 1111 1 − + + = −+ x B x A xx Reduzindo ao mesmo denominador e comparando: ( ) ( )111 ++−= xBxA • Para 2 1 121 −=⇒=−⇒−= AAx • Para 2 1 121 =⇒=⇒= BBx Portanto: ∫ ∫ ∫ ∫ −++−=⇒−++ − = 12 1 12 1 1 2 1 1 2 1 11 x dx x dx Idx x dx x I Resolvendo: ( ) ( )1ln 2 1 1ln 2 1 1 −++−= xxI (2) Chamando: ( )∫ += 122 yy dy I ( ) Cyx =−++− 2412ln. 2ln 1 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Novamente por Frações Parciais: ( ) 11 1 22 + + += + y CBy y A yy Reduzindo ao mesmo denominador: ( ) ( ) ( ) ACyyBACByyyA +++=⇒+++= 22 1.11 Comparando: −=⇒=+ = = 10 0 1 BBA C A Então: ∫ ∫ ∫ ∫ +−=⇒+ − += dy y y dy y Idy y y dy y I 1 2 2 11 1 1 2222 Resolvendo: ( )1ln 2 1 ln 22 +−= yyI (3) Substituindo em (1): ( ) ( ) ( ) Cyyxx =+−+−++− 1ln 2 1 ln1ln 2 1 1ln 2 1 2 Se quisermos simplificar este resultado, podemos fazer: ( ) ( ) ( )[ ] Cyyxx ln 2 1 1lnln21ln1ln 2 1 2 =+−++−− C y y x x C y y x x ln 1 . 1 1 lnln 1 ln 1 1 ln 2 2 2 2 = + + − ⇒= + + + − Finalmente: 02) Achar a solução particular de cada equação diferencial a seguir, satisfazendo a condição indicada: a) 12 += y dx dy ; ( ) 00 =y SOLUÇÃO: dx y dy = +12 C y y x x = + + − 1 . 1 1 2 2 FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG ( )∫ ∫ +=⇒=+ Cxyarctgdxy dy 12 Da condição dada: 00000 =⇒+=⇒=⇒= CCyx Então: ( ) xyarctg = ou Observação: Poderíamos resolver esta equação usando Integrais Definidas. Temos: dx y dy = +12 Integrando entre limites: ∫ ∫=+ y x dx y dy 0 02 1 ( ) ( ) tgxyxyarctgxyarctg xy =⇒=⇒= 00 b) 2 2 yty t dt dy + = ; ( ) 32 =y SOLUÇÃO: 21 2 t dtt dyy + = Integrando: ( )∫ ∫ ++=⇒+= Ct y dt t t dyy 2 2 2 1ln 21 2 (solução geral) Da condição: 5ln 2 9 5ln 2 9 32 −=⇒+=⇒=⇒= CCyt Então: ( ) 5ln 2 9 1ln 2 2 2 −++= t y 9 5 1 ln29 5 1 ln2 22 2 + + ±=⇒+ + = t y t y De acordo com a condição: tgxy = 9 5 1 ln2 2 + + = t y PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG c) ( ) xx e dx dy ey =+ .1 ; ( ) 10 −=y SOLUÇÃO: Podemos escrever: dx e e dyy x x + = 1 Integrando: ∫ ∫ += dxe e dyy x x 1 ( ) Cey x ++= 1ln 2 2 Da condição: 2ln 2 1 2ln 2 1 10 −=⇒+=⇒−=⇒= CCyx Então: ( ) 2ln 2 1 1ln 2 2 −++= xe y 1 2 1 ln21 2 1 ln22 + + ±=⇒+ + = xx e y e y Porém, de acordo com a condição: 1 2 1 ln2 + + −= xe y FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 7 Resolver as Equações Diferenciais a seguir: 01) 03 =+ dyyxdx Resp: C yx =+ 42 42 02) ( ) ( ) 021 =+++ dyxdxy Resp: ( )( ) Cyx =++ 12 03) xy dx dy = Resp: Cxxy =− 3 2 2 04) ( ) 01 2 =++ xydydxy Resp: Cyx =+ 21 05) ( ) 01 =++ dyyedxyx x Resp: ( ) Cyexey xx =+−−− −− 1ln 06) 0=++ ydydxe yx Resp: Ceyee yyx =−− −− 07) 03 2 =++ dyxyxdx Resp: C y x =++ 2 3 2 2 08) ( ) ( ) 012 2 =−++ dyxdxxy Resp: ( ) C x xxy = + −− 1 11 09) ( ) ( ) 011 2 =+++ dyxdxe y Resp: ( ) Ce x x arctgx y =+− + + −1ln 12 1 2 10) Achar a solução particular da Equação Diferencial ( ) ( ) 022 =−++ dyyyxdxxxy satisfazendo a condição ( ) 10 =y . Resp: ( )( ) 211 22 −=+− yx PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 8 2.3 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS: 2.3.1 – FUNÇÕES HOMOGÊNEAS: Uma função ( )tzyxf ,...,,, é dita Homogênea se, ao multiplicarmos as variáveis independentes ( )tzyx ,...,,, por um número qualquer λ , a função fica multiplicada por mλ , onde m é o grau de homogeneidade da função, isto é, a função ( )tzyxf ,...,,, é chamada de Homogênea se: ( ) ( )( )tzyxftzyxf m ,...,,,,...,,, λλλλλ = EXEMPLOS: Verificar se as funções a seguir são homogêneas: 01) ( ) 425 32, yxxyyxf += SOLUÇÃO: Temos: ( ) ( )( ) ( ) ( )425 32, yxyxyxf λλλλλλ += ( ) 64265 .3.2, λλλλ yxxyyxf += ( ) ( ) ⇒+= 4256 32., yxxyyxf λλλ ( ) ( )yxfyxf ,., 6λλλ = (é homogênea e 6=m ) 02) ( ) yx yxf 23 1 , + = SOLUÇÃO: Temos: ( ) yx yxf λλ λλ 23 1 , + = ( ) ( ) yxyx yxf 23 1 . 1 23 1 , + = + = λλ λλ ( ) ( ) ⇒= − yxfyxf ,., 2 1 λλλ (é homogênea e 2 1 −=m ) FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 03) ( ) 22 , yx xy yxf + = SOLUÇÃO: Temos: ( ) ( )222 2 , yx xy yxf + = λ λ λλ Simplificando 2λ , podemos escrever: ( ) ( ) ( )yxfyxf yx xy yxf ,.,., 0 22 0 λλλλλλ =⇒ + = O que caracteriza que a função é homogênea com 0=m . 04) ( ) 32 3, yxyxf += SOLUÇÃO: Temos: ( ) 3322 3, yxyxf λλλλ += Como é impossível escrever ( )yxf λλ , na forma ( )yxfm ,.λ , então a função não é homogênea. 05) ( ) ( )2sen, xyyxf = SOLUÇÃO: ( ) ( ) ( ) ( )yxfyxfxyyxf m ,.,sen, 23 λλλλλλ ≠⇒= Portanto, esta função não é homogênea. 2.3.2 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS: Chamamos de Equações Diferenciais Homogêneas às equações de 1a Ordem e 1o Grau da forma: ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM , onde ( )yxM , são funções homogêneas e com o mesmo grau de homogeneidade ( )m . PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG EXEMPLOS: 01) A equação diferencial ( ) 022 =++ dyxydxyx é homogênea, pois: ( ) ( ) ( )yxMyxyxMyxyxM ,,, 2222222 λλλλλ =+=⇒+= ( ) ( ) ( )yxNxyyxyxNxyyxN ,.,, 22 λλλλλλ ===⇒= As duas funções são homogêneas e de mesmo grau de homogeneidade 2=m . 02) A equação diferencial ( ) 0222 =++ dyyxdxyx não é homogênea, pois os graus de homogeneidade das funções ( )yxM , e ( )yxN , são diferentes, senão vejamos: ( ) ( ) ( )yxMyxyxMyxyxM ,,, 2222222 λλλλλ =+=⇒+= ⇒ grau: 2=m ( ) ( ) ( )yxNxyyxyxNyxyxN ,.,, 33222 λλλλλλ ===⇒= ⇒ grau: 3=m FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 9 2.4 – SOLUÇÃO GERAL DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS: Mostraremos que, mediante uma substituição conveniente, umaEquação Diferencial Homogênea pode se transformar numa Equação Diferencial de Variáveis Separáveis. Seja, então, a Equação Diferencial Homogênea: ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM (1) e seja m o grau de homogeneidade das funções ( )yxM , e ( )yxN , . Podemos mostrar que a substituição vxy = (ou vyx = ) (2) , onde v é uma variável, transforma a equação (1) em uma equação diferencial de variáveis separáveis. Este processo é chamado de Método de Euler. DEMONSTRAÇÃO: De (2): dvxdxvdyvxy +=⇒= ou dvydyvdxvyx +=⇒= Substituindo em (1), teremos: ( ) ( )[ ] 0,, =++ dvxdxvvxxNdxvxxM (3) Se ( )yxM , e ( )yxN , são funções homogêneas de grau m , então, por definição, temos: ( ) ( )vMxvxxM m ,1, = ( ) ( )vNxvxxN m ,1, = Levando em (3), resulta: ( ) ( )[ ] 0,1,1 =++ dvxdxvvNxdxvMx mm Dividindo por mx e abrindo o parêntesis temos: ( ) ( ) ( ) 0.,1.,1,1 =++ dvxvNdxvvNdxvM ( ) ( )[ ] ( ) 0,1.,1.,1 =++ dvvNxdxvNvvM Separando as variáveis, obtemos: ( ) ( ) ( ) 0 ,1.,1 ,1 = + + dv vNvvM vN x dx PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Que é uma equação diferencial de variáveis separadas, com solução obtida por integração direta, dando um resultado na forma: ( ) CvxF =, . Como x y v = , de (2), então a solução final fica na forma C x y xF = , . EXEMPLOS: 01) Achar a solução geral das equações diferenciais: a) ( ) 022 =++ dyxydxyx (1) SOLUÇÃO: Vemos que a equação diferencial dada é homogênea de grau 2=m . Façamos: dvxdxvdyvxy +=⇒= (2): Em (1): ( ) ( ) 0..222 =+++ dvxdxvvxxdxxvx ( ) ( ) 0..1 222 =+++ dvxvdxvxdxvx Dividindo por 2x : 0 22 =+++ dvvxdxvdxvdx ( ) 021 2 =++ dvvxdxv Separando as variáveis: 0 21 2 = + + dv v v x dx Integrando: ∫ ∫ ∫ ∫ =++⇒=++ Cdvv v x dx Cdv v v x dx 22 21 4 4 1 21 ( ) Cvx =++ 221ln 4 1 ln Como C é uma constante arbitrária, podemos escrever: ( ) 4 ln 21ln 4 1 ln 2 Cvx =++ Multiplicando por 4 : ( ) Cvx ln21lnln4 2 =++ FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG ( )[ ] ( ) CvxCvx =+⇒=+ 2424 21ln21.ln Cvxx =+ 244 .2 Como x y v = teremos: C x y xx =+ 2 2 44 .2 Finalmente, temos a solução geral: b) ( ) ( ) 0=−++ dyxydxyx SOLUÇÃO: Vemos que a equação diferencial dada é homogênea de grau 1=m . Fazendo: dvxdxvdyvxy +=⇒= Substituindo na equação, temos: ( ) ( )( ) 0=+−++ dvxdxvxvxdxvxx ( ) ( )( ) 011 =+−++ dvxvdxvxdxvx Dividindo por x : 0 2 =−−+++ dvxdxvdvvxdxvdxvdx Simplificando e reagrupando os termos: ( ) ( ) 0..11 2 =−++ dvxvdxv Separando as variáveis: 0 1 1 1 0 1 1 222 = + − + +⇒= + − + dv v dv v v x dx dv v v x dx Integrando: ∫ ∫ ∫ =+−++ Cdvvdvv v x dx 22 1 1 1 2 2 1 ( ) ( ) CarctgvvxCarctgvvx =−+⇒=−++ 22 1ln1ln 2 1 ln Mas: x y vvxy =⇒= Assim, teremos: C x y arctg x y x = − + 2 2 1ln Cyxx =+ 224 2 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Finalmente: Observação: Podemos obter uma solução mais elegante para a solução geral desta equação se utilizarmos coordenadas polares. Porém, antes disso, vamos reescrever a solução, tomando: C x y arctgyx lnln 22 = −+ 0lnln 22 = −−+ x y arctgCyx ⇒ 0ln 22 = − + x y arctg C yx Do estudo de Coordenadas Polares: Sabemos que: = = θ θ sen cos ry rx Portanto: 22 yxr += e = x y arctgθ Assim, podemos escrever: θθθ Cer C r C r =⇒= ⇒=− ln0ln A equação acima, dada em Coordenadas Polares, representa uma família de Espirais Logarítmicas. C x y arctgyx = −+ 22ln y x P y x θ r FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG c) 01221 = −+ + dy y x edxe y x y x SOLUÇÃO: Podemos observar que a equação diferencial dada é homogênea, com grau de homogeneidade 0=m , devido à presença do fator y x . No caso desta equação é conveniente fazermos: dvydyvdxvyx +=⇒= Substituindo na equação, temos: ( )( ) ( ) 01221 =−+++ dyvedvydyve vv Desenvolvendo, resulta: 02222 =−++++ dyvedyedvyedyvedvydyv vvvv Simplificando e fatorando: ( ) ( ) 0212 =+++ dveydyev vv Separando as variáveis: 0 2 21 = + + + dv ev e y dy v v Integrando: ∫ ∫ =+ + + Cdv ev e y dy v v 2 21 ⇒ ( ) Cevy v ln2lnln =++ ⇒ ( ) Cevy v =+ 2 Como y x v = , resulta finalmente na solução geral: d) 0cosh3cosh3senh2 =− + dy x y xdx x y y x y x SOLUÇÃO: A equação acima é homogênea com grau de homogeneidade 1=m . Devido à presença do termo x y , é conveniente fazer: dvxdxvdyvxy +=⇒= . Substituindo, temos: ( ) ( ) 0cosh3cosh3senh2 =+−+ dvxdxvvxdxvvxvx Cyex y x =+ 2 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Abrindo os parênteses: 0cosh3cosh3cosh3senh2 2 =−−+ dvvxdxvvxdxvvxdxvx Simplificando e separando as variáveis: 0 senh cosh 3 2 =− dv v v x dx Integrando: ∫ ∫ =− Cdvv v x dx ln senh cosh 32 ⇒ ( ) Cvx lnsenhln3ln2 =− ⇒ C v x ln senh ln 3 2 = Assim: C v x = 3 2 senh Finalmente: 02) Achar a solução particular da Equação Diferencial ( ) 023 22 =+− dyxydxyx , satisfazendo a condição ( ) 12 =y . SOLUÇÃO: A equação dada é homogênea com grau de homogeneidade 2=m . Fazendo: dvxdxvdyvxy +=⇒= Substituindo na equação, obtemos: ( ) ( ) 0..23 222 =++− dvxvdxvxxdxxvx Desenvolvendo: 0223 322222 =++− vdvxdxvxdxxvdxx Dividindo por 2x e agrupando os termos, teremos: ( ) 021 2 =+− dvvxdxv Separando as variáveis: 0 1 2 2 = − + dv v v x dx e integrando: ∫ ∫ =− − − Cdv v v x dx ln 1 2 2 ( ) C v x C v x Cvx = − ⇒= − ⇒=−− 22 2 1 ln 1 lnln1lnln = x y Cx 32 senh FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 22 3 2 2 1 yx x C x y x C − =⇒ − = , que é a solução geral. Para 3 8 3 8 12 22 3 = − ⇒=⇒=⇒= yx x Cyx Isolando a variável y: xxyxxy 8 3 1 8 3 1 2 −±=⇒ −±= Pela Condição Inicial: xxy 8 3 1−= PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 9 Resolver as seguintes Equações Diferenciais Homogêneas: 01) ( ) ( ) 06453 =+++ dyyxdxyx Resp: ( ) ( ) Cyxyx =++ 22 02) ( ) ( ) 075108 =+++ dyxydxxy Resp: ( ) ( ) Cyxyx =++ 32 2 03) 0coscossen =+ − dy x y xdx x y y x y x Resp: C x y x =sen 04) dxyxydxxdy 22 422 +=− Resp: 222 24 Cxyyx =++ 05) ( ) 022 =−+ dyxdxxyy para ( ) 11 =y Resp: y x ex − = 1 06) ( ) ( )( ) 02 3322 =−+++ xdyydxyxdxxy Resp: yCxyxyxyx 2 3 32 2 ln =−+− FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 10 2.5 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS REDUTÍVEIS À HOMOGÊNEA: Uma Equação Diferencial da forma ( ) ( ) 0 111 =+++++ dycybxadxcbyax (1), onde são constantes 111 ,,,,, cbacba , pode ser reduzida à forma Homogênea. Se 0 1 == cc , a equação já é Homogênea. Vejamos o caso em que estas constantes são diferentes de zero. Podemos mostrar que as substituições dXdxhXx =⇒+= e dYdykYy =⇒+= (2) transformam (1) numa Equação Homogênea. DEMONSTRAÇÃO:Substituindo (2) em (1), teremos: ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] 0 111 =+++++++++ dYckYbhXadXckYbhXa ( )[ ] ( )[ ] 0 11111 =+++++++++ dYckbhaYbXadXcbkahbYaX Para que esta equação se torne Homogênea, devemos ter: =++ =++ 0 0 111 ckbha cbkah (3) Se o sistema (3) for possível, a equação toma a forma: ( ) ( ) 0 11 =+++ dYYbXadXbYaX , que é Homogênea. Neste caso, a substituição XdvvdXdYvXY +=⇒= nos permite achar a sua solução geral, que terá a forma ( ) CYXF +, , a qual podemos expressar em termos de x e y , pois −= −= kyY hxX , onde h e k são obtidos do sistema (3). EXEMPLOS: Achar a solução geral das equações: 01) ( ) ( ) 022 =−−+−+ dyxydxyx PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG SOLUÇÃO: Fazendo: =⇒+= =⇒+= dYdykYy dXdxhXx e substituindo na equação, teremos: ( ) ( ) 022 =−−−++−+++ dYhXkYdXkYhX ( )[ ] ( )[ ] 022 =−−+−+−+++ dYhkXYdXkhYX Para que esta equação se torne Homogênea, impomos as condições: =−− =−+ 02 02 hk kh . Resolvendo este sistema, obtemos 0=h e 2=k . Nestas condições, a equação fica: ( ) ( ) 0=−++ dYXYdXYX , que é Homogênea de Grau 1. Façamos: XdvvdXdYvXY +=⇒= : ( ) ( )( ) 0. =+−++ XdvvdXXvXdXvXX ( ) ( )( ) 011 =+−++ XdvvdXvXdXvX Dividindo por X , obtemos: 02 =−−+++ XdvvdXvXdvdXvvdXdX Reduzindo: ( ) ( ) 01.1 2 =−++ dvvXdXv 0 1 1 1 0 1 1 222 = + − + +⇒= + − + dv v dv v v X dX dv v v X dX Integrando: ∫ ∫ ∫ =+−++ Cdvvdvv v X dX 22 1 1 1 2 2 1 Resolvendo: ( ) CarctgvvXCarctgvvX =−+⇒=−++ 22 1ln1ln 2 1 ln Como X Y v = , então: C X Y arctgYXC X Y arctg X Y X = −+⇒= −+ 22 2 2 ln1ln Mas: xXhxX =⇒−= e 2−=⇒−= yYkyY Portanto, a solução geral é: 02) ( ) ( ) 0642352 =−+−+− dyyxdxyx SOLUÇÃO: ( ) C x y arctgyx = −−−+ 2 2ln 22 FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Fazendo: =⇒+= =⇒+= dYdykYy dXdxhXx ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] 0642352 =−+++−++−+ dYkYhXdXkYhX ( )[ ] ( )[ ] 06424235252 =−+++−+−+− dYkhYXdXkhYX Para que esta equação seja Homogênea, devemos ter: =−+ =+− 0642 0352 kh kh . Resolvendo este sistema, obtemos: 1=h e 1=k . Portanto, para estes valores, a equação torna-se: ( ) ( ) 04252 =+−− dYYXdXYX , que é Homogênea de Grau 1. Façamos: XdvvdXdYvXY +=⇒= ( ) ( )( ) 04252 =++−− XdvvdXvXXdXvXX ( ) ( )( ) 04252 =++−− XdvvdXvXdXvX Dividindo por X : 0442252 2 =−−−−− vXdvdXvXdvvdXvdXdX ( ) ( ) 0424252 2 =+−−−− dvvXdXvvv ( ) ( ) 042274 2 =+−+−− dvvXdXvv 0 274 42 2 = −+ + + vv v X dX Integrando: ∫ ∫ =−+ + + Cdv vv v X dX 274 21 2 2 (1) Cálculo de ∫ −+ + = dv vv v I 274 21 2 Temos: ( )( )214274 2 +−=−+ vvvv Por Frações Parciais: ( )( ) 214214 21 + + − = +− + v B v A vv v ( ) ( )14221 −++=+ vBvAv • Para 3 1 932 =⇒−=−⇒−= BBv • Para 3 2 9.2 3.4 4 9 2 3 4 1 =⇒=⇒=⇒= AAAv PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Então: ( ) ( )∫ ∫ ∫ ∫ ++−=⇒++−=++−= 2ln3 1 14ln 6 1 2 1 3 1 14 4 4 1 . 3 2 2 1 3 1 14 1 3 2 vvIdv v dv v dv v dv v I Voltando em (1): ( ) ( ) CvvX =++−+ 2ln 3 2 14ln 3 1 ln Mas: X Y v = Logo: C X Y X Y X = ++ −+ 2ln 3 2 14ln 3 1 ln Porém: −=⇒−= −=⇒−= 1 1 yYkyY xXhxX Assim, resulta: Observação: Se na equação ( ) ( ) 0 111 =+++++ dycybxadxcbyax tivermos baab 11 = então as substituições vistas não podem ser feitas, pois o sistema resultante será indeterminado. Neste caso, faremos a substituição tbyax =+ ou b axt y − = , que será suficiente para transformar a equação em variáveis separáveis. EXEMPLO: Achar a solução geral da Equação Diferencial ( ) ( ) 0422 =−+++ dyyxdxyx SOLUÇÃO: Vemos que 2.1 11 == baab . Portanto, não podemos resolver esta equação pelas substituições += += kYy hXx pois teríamos um sistema indeterminado nas variáveis h e k . Vamos, então, fazer: dxdtdyxtytyx −=⇒−=⇒=+ . Assim, teremos: ( )( ) 042 =−−+ dxdttdxt ( ) ( ) 042404422 =−+−⇒=+−−+ dttdxtdxdtdxtdttdxt ( ) ( ) C x y x y x = + − − + − − − +− 2 1 1 ln 3 2 1 1 14 ln 3 1 1ln FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 0 4 42 = − − + dt t t dx , mas tt t − +−= − − 4 4 2 4 42 Integrando: ( )∫ ∫ ∫ =−−−⇒=−+−+ CttxCdttdtdx 4ln424 4 2 Como yxt += , resulta: ( ) Cyxyx =−−++ 4ln42 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 11 2.6 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES: Uma Equação Diferencial de 1a Ordem e 1o Grau é chamada de Linear se ela puder ser escrita na forma: Onde ( )xp e ( )xq são funções contínuas na variável independente x , ou funções constantes. O coeficiente da derivada deve ser sempre igual a 1± . O termo “linear” indica que, tanto a variável dependente y quanto a sua derivada dx dy são de primeiro grau e não há produto entre elas. EXEMPLOS: 01) xyx dx dy 2sen 5 =+ é linear, onde: ( ) ( ) = = xxq xxp 2sen 5 . 02) L e i L R dt di eiR dt di L 0 0 =+⇒=+ é linear, onde: ( ) ( ) = = L e tq L R tp 0 03) x e x y dx dy ey dx dy x x x =−⇒=− é linear, onde: ( ) ( ) = −= x e xq x xp x 1 2.6.1 – SOLUÇÃO GERAL DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR: Podemos mostrar que a Solução Geral de uma Equação Diferencial Linear, na sua forma explícita, é: ( ) ( ) ( ) +∫∫= ∫ − Cdxexqey dxxpdxxp .. .. . ( ) ( )xqyxp dx dy =+ . FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG DEMONSTRAÇÃO: Seja a Equação Diferencial Linear: ( ) ( )xqyxp dx dy =+ . (1). Multiplicando (1) pelo fator ( ) ( )∫= dxxpex .µ , temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )xqeyxpe dx dy e dxxpdxxpdxxp .... ... ∫=∫+∫ (2) Podemos verificar que: ( ) ( ) ( ) ( )xpey dx dy eey dx d dxxpdxxpdxxp .... ... ∫+∫= ∫ Comparando com (2), vemos que: ( ) ( ) ( )∫= ∫ dxxpdxxp exqey dx d .. .. Podemos, ainda, escrever: ( ) ( ) ( )dxxqeeyd dxxpdxxp ... .. ∫= ∫ . Integrando membro a membro, obtemos: ( ) ( ) ( )∫ +∫=∫ Cdxexqey dxxpdxxp ... .. Portanto, podemos dizer que a Solução Geral de uma Equação Linear é da forma: EXEMPLOS: 01) Achar a Solução Geral das Equações Diferenciais: a) xxy dx dy =+ 2 SOLUÇÃO: Vemos que a equação dada é Linear com ( ) ( ) = = xxq xxp 2 Portanto, fazemos: +∫∫= ∫ − Cdxexey dxxdxx .2.2 . ( ) ( ) ( ) +∫∫= ∫ − Cdxexqey dxxpdxxp .. .. PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG [ ]∫ += − Cdxexey xx .. 22 += − Ceey xx 22 2 1 ⇒ b) xxey dx dy x =+ SOLUÇÃO: Dividindo por x , temos: xe x y dx dy =+ , que é Linear, com ( ) ( ) = = xexq x xp 1 . Então: +∫∫= ∫ − Cdxeeey dx xx dx x 11 . [ ]Cdxeeey xxx += ∫− lnln . ⇒ [ ]Cdxexxy x += ∫ . 1 Vamos resolver esta integral Por Partes: Fazendo: =⇒= =⇒= xx evdxedv dxduxu Assim: xxxxx eexdxeexdxex −=−= ∫∫ .... Portanto: c) xxxy dx dy x 342 23 +−+= SOLUÇÃO: Dividindo por x , obtemos: 342 2 +−=− xx x y dx dy , que é Linear com ( ) ( ) +−= −= 342 1 2 xxxq x xp . Então: ( ) +∫+−∫= ∫ − Cdxexxey dx x dx x 1 2 1 .342 2 2 1 xe C y += [ ]Ceex x y xx +−= . 1 FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG( )[ ]Cdxexxey xx ++−= ∫ − ln2ln .342 ( ) ++−= ∫ Cdxxxxxy 1 .342. 2 ⇒ + +−= ∫ Cdxxxxy 3 42. Portanto: d) 0 eiR dt di L =+ , onde R , L e 0 e são constantes. SOLUÇÃO: Dividindo por L : L e i L R dt di 0=+ Esta equação é Linear, com ( ) ( ) = = L e tq L R tp 0 . Então: +∫∫= ∫ − Cdte L e ei dt L R dt L R . 0 += ∫ − Cdt L R e R L L e ei t L R t L R .. 0 ⇒ += − Ce R e ei t L R t L R 0 Finalmente: Observação: Neste resultado, a parcela R e 0 representa a parte permanente da corrente ( )ti e a parcela t L R eC − . representa a parte transitória da corrente ( )ti . [ ]Cxxxxy ++−= ln34. 2 ( ) t L R eC R e ti − += .0 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG 02) Achar a Solução Particular da Equação Diferencial xtgxy dx dy sec. =− , satisfazendo a seguinte condição: ( ) 00 =y SOLUÇÃO: A equação dada é Linear, com ( ) ( ) = −= xxq tgxxp sec . Então: +∫∫= ∫ − Cdxexey dxtgxdxtgx .sec . +∫∫= ∫ −− − Cdxe x ey dx x x dx x x cos sen cos sen cos 1 ( ) ( ) += ∫− Cdxexey xx coslncosln . cos 1 += ∫ Cxdxxxy cos.cos 1 cos 1 ⇒ [ ]Cx x y += cos 1 Da condição dada, temos, para ( ) 000 0cos 1 00 =⇒=+⇒=⇒= CCyx . Portanto, a solução particular será: x x y cos = FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 11 01) Resolver as seguintes Equações Diferenciais Lineares: a) xxy dx dy =+ Resp: 2 2 1 x Cey − += b) xey dx dy += Resp: [ ]Cxey x += c) 22 1 2 1 x x x xy dx dy − = − + Resp: 212 xCy −+= d) xxy dx dy senhsenh2 =+ Resp: xCey cosh2 2 1 −+= e) xegxy dx dy cos5cot =+ Resp: [ ]Ce x y x +−= cos5 sen 1 f) ti dt di 2sen106 =− Resp: ( ) [ ] tCettti 62cos2sen3 2 1 ++−= 02) Achar a solução particular da equação diferencial 0=−+ xey dx dy x satisfazendo a seguinte condição: ( ) 21 =y . Resp: x ee y x −+ = 2 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 12 2.7 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS REDUTÍVEIS ÀS LINEARES: 2.7.1 – DEFINIÇÃO: As Equações Diferenciais Redutíveis às Lineares são também chamadas de Equações de Bernouilli e são equações que podem ser escritas sob a forma: Onde: 0≠n , 1≠n e ( )xp e ( )xq são funções contínuas da variável independente x ou constantes. No caso em que 0=n ou 1=n a equação será Linear. EXEMPLOS: 01) 53. yxye dx dy x =− , onde: ( ) ( ) = = −= 5 3 n xxq exp x 02) xeyyx dx dy x ..sen =+ Dividindo por x , 0≠x , temos: 2 1 .. sen y x e y x x dx dy x =+ , onde: ( ) ( ) = = = 2 1 sen n x e xq x x xp x . 2.7.2 – SOLUÇÃO GERAL DAS EQUAÇÕES DE BERNOUILLI: Podemos mostrar que, mediante uma substituição conveniente, uma Equação Diferencial de Bernouilli pode se transformar em Linear. ( ) ( ) nyxqyxp dx dy .. =+ FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG DEMONSTRAÇÃO: Seja a Equação Diferencial de Bernouilli: ( ) ( ) nyxqyxp dx dy .. =+ (1) Multipliquemos ambos os membros por ny − : ( ) ( )xqyyxpy dx dy nn =+ −− ... (2) Façamos nyz −= 1 (3) Derivemos (3) com relação a x : ( ) dx dz ndx dy y dx dy yn dx dz nn . 1 1 ...1 − =⇒−= −− Em (2), teremos: ( ) ( )xqzxp dx dz n =+ − .. 1 1 Multiplicando por ( )n−1 , resulta: ( ) ( ) ( ) ( )xqnzxpn dx dz .1..1 −=−+ Observa-se que a equação acima é Linear na variável z . Portanto: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) +∫−∫= ∫ −−− Cdxexqnez dxxpndxxpn ..1.1 .1 Como nyz −= 1 , de (3), teremos finalmente a solução geral: EXEMPLOS: Achar a solução geral das Equações Diferenciais: 01) 32 xyxy dx dy =+ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) +∫−∫= ∫ −−− Cdxexqney dxxpndxxpnn .1.11 .1 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG SOLUÇÃO: Esta equação é de Bernoulilli, com 3=n . Multiplicando por 3−y , temos: xyxy dx dy y =+ −− .2 33 (1) Fazendo dx dz dx dy y dx dy y dx dz yz . 2 1 2 332 −=⇒−=⇒= −−− Substituindo em (1): xxz dx dz xxz dx dz 242. 2 1 −=−⇒=+− , que é Linear em z , com ( ) xxp 4−= e ( ) xxq 2−= . Então: +∫−∫= ∫ − Cdxexez dxxdxx .4.4 .2 [ ]Cdxexey xx +−= ∫ −− 22 222 .2 +− − − = ∫ −− Cdxexey xx 22 222 .4 4 2 += −− Ceey xx 22 222 2 1 2 2 2 22 2 . 2 1 1 . 2 11 x x eC yeC y + =⇒+= ⇒ 02) ( ) 0ln2 =+− dxxxyydyx SOLUÇÃO: xy x y dx dy x xxyy dx dy ln0 ln 2 2 =−⇒= + − , que é uma Equação de Bernouilli com 2=n . Multiplicando por 2−y : x x y dx dy y ln 1 . 12 =− −− (1) Fazendo: dx dz dx dy y dx dy y dx dz yz −=⇒−=⇒= −−− .. 221 2 2 2 1 1 xCe y + ±= FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Em (1): x x z dx dz x x z dx dz lnln −=+⇒=−− , que é Linear em z com ( ) x xp 1 = e ( ) xxq ln−= . Assim: +∫−∫= ∫ − Cdxexez x dx x dx .ln [ ] [ ]∫∫ +−=⇒+−= −−− CdxxxxyCdxexey xx .ln. 1 .ln 1lnln1 Vamos resolver a integral resultante Por Partes: =⇒= =⇒= 2 . ln 2x vdxxdv x dx duxu Assim: ++−= ∫− Cx dxx x x x y . 2 ln 2 1 22 1 ⇒++−=− x Cx x x y 4 ln 2 1 03) yxy xdx dy += 4 SOLUÇÃO: Temos: 2 1 . 4 yxy xdx dy =− , que é uma Equação de Bernouilli: Multiplicando por 2 1 − y , resulta: xy xdx dy y =− − 2 1 2 1 . 4 . (1) Fazendo: dx dz dx dy y dx dy y dx dz yz 2.. 2 1 2 1 2 1 2 1 =⇒=⇒= −− Substituindo em (1): 2 24 2 x z xdx dz xz xdx dz =−⇒=− x Cx x x y ++− = 4 ln 2 1 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Esta equação é Linear em z , com ( ) x xp 2 −= e ( ) 2 x xq = . Portanto: +∫∫= ∫ − Cdxexez dx x dx x 22 . 2 1 += ∫ − Cdxexey xx ln2ln22 1 . 2 1 += ∫ − Cdxexey xx 22 lnln2 1 . 2 1 += ∫ Cdxxxxy 2 22 1 1 . 2 1 += Cxxy ln 2 122 1 Finalmente: 2 4 ln 2 1 += Cxxy FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 12 01) Resolver as seguintes Equações Diferenciais de Bernouilli: a) 4 33 y x x y dx dy −=+ Resp: ( )33 Cxxy += b) ( ) 3.ln1 yx x y dx dy +=− Resp: 2 33 4 ln 3 2 9 41 +−−= Cxxx x y c) dxyxdxydyx 63=+ Resp: 5 35 5 2 xCx y + = 02) Achar a solução particular da equação diferencial yx x y dx dy =− 4 satisfazendo a seguinte condição: ( ) 01 =y . Resp: ( ) 4 ln 24 xx y = PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – AULA 13 2.8 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS: 2.8.1 – DEFINIÇÃO: A Equação Diferencial de 1a Ordem e 1o Grau da forma ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM é chamada de Exata se existir uma função ( )yxfu ,= tal que a sua Diferencial Total dy y u dxx u du ∂ ∂ + ∂ ∂ = seja igual ao primeiro membro da equação, isto é: ( ) ( )dyyxNdxyxMdu ,, += EXEMPLOS: 01) A Equação Diferencial 032 223 =+ dyyxdxxy é Exata, pois, para 32 yxu = , temos: dyyxdxxydu 223 32 += 02) A Equação Diferencial 0=+ dyxedxye xyxy é Exata, pois existe xyeu = tal que: dyxedxyedu xyxy += Vamos considerar, agora, o seguinte problema: “A Equação Diferencial ( ) 0.222 =++ dyyxedxyarctg xy é Exata?” Vimos, de acordo com a definição, que ela só será Exata se existir uma função ( )yxfu ,= tal que a sua Diferencial Total seja igual ao primeiro membro da equação. Por este exemplo, podemos perceber que a verificação, apenas pelo uso da definição, do fato dessa equação ser ou não Exata, não é elementar. Daí a motivação para estudarmos o Teorema seguinte. FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG TEOREMA: “A condição necessária e suficiente para que a Equação Diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM seja Exata é que ( )yxM , e ( )yxN , sejam contínuas e deriváveis e que: DEMONSTRAÇÃO: Consideremos, por hipótese, que a Equação Diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM seja Exata. Então, pela definição, existe uma função ( )yxfu ,= tal que ( ) ( )dyyxNdxyxMdu ,, += (1). Sabemos que: dy y u dx x u du ∂ ∂ + ∂ ∂ = (2) Comparando (1) e (2), temos: ( )yxM x u ,= ∂ ∂ (3) e ( )yxN y u ,= ∂ ∂ (4) . Derivando parcialmente (3) e (4) com relação a y e a x , respectivamente, obtemos: y M xy u ∂ ∂ = ∂∂ ∂ 2 e x N yx u ∂ ∂ = ∂∂ ∂ 2 Porém, sabemos que yx u xy u ∂∂ ∂ = ∂∂ ∂ 22 . Portanto, podemos concluir que x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ . EXEMPLOS: Verificar, pelo Teorema, se as equações dadas a seguir são Exatas: 01) 032 223 =+ dyyxdxxy x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG SOLUÇÃO: ( ) 23 62, xy y M xyyxM = ∂ ∂ ⇒= ( ) 222 63, xy x N yxyxN = ∂ ∂ ⇒= Como x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ , então a equação é Exata. 02) 0=+ dyxedxye xyxy SOLUÇÃO: ( ) xyxyxy xyee y M yeyxM += ∂ ∂ ⇒=, ( ) xyxyxy xyee x N xeyxN += ∂ ∂ ⇒=, Como x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ , então esta equação é Exata. 03) ( ) ( ) 022 =−+− dyxydxyx SOLUÇÃO: ( ) 1, 2 −= ∂ ∂ ⇒−= y M yxyxM ( ) 1, 2 −= ∂ ∂ ⇒−= x N xyyxN Como x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ , então esta equação também é Exata. 04) ( ) 022 =++ dyyxdxe xy SOLUÇÃO: ( ) xyxy xe y M eyxM = ∂ ∂ ⇒=, FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG ( ) x x N yxyxN 2, 22 = ∂ ∂ ⇒+= Como x N y M ∂ ∂ ≠ ∂ ∂ , então esta equação NÃO é Exata. 2.8.2 – SOLUÇÃO GERAL DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS: Seja a Equação Diferencial Exata ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM (1). Por definição, existe uma função ( )yxfu ,= tal que ( ) ( )dyyxNdxyxMdu ,, += (2). Então (1) fica: ∫ =⇒=⇒= CuCdudu 0 (3) O nosso problema será determinar a função ( )yxfu ,= Sabemos que: dy y u dx x u du ∂ ∂ + ∂ ∂ = (4) Comparando (2) e (4), devemos ter: ( )yxM x u ,= ∂ ∂ (5) e ( )yxN y u ,= ∂ ∂ (6) Vamos integrar (5) com relação a x , considerando y constante: ( ) ( ) ( )∫ ∫ ∫ +=⇒=∂ ∂ ydxyxMudxyxMdx x u φ,,. (7) Cálculo de ( )yφ : Derivando (7) com relação a y , obtemos: ( )[ ] dy d dxyxM yy u φ + ∂ ∂ = ∂ ∂ ∫ , Comparando com (6): ( ) ( )[ ] dy d dxyxM y yxN φ + ∂ ∂ = ∫ ,, Então: ( ) ( )[ ]∫∂ ∂ −= dxyxM y yxN dy d ,, φ ( ) ( )[ ] dydxyxM y yxNd ∂ ∂ −= ∫ ,,φ Integrando: ( ) ( ) ( )[ ]∫ ∫ + ∂ ∂ −= 1 ,, CdydxyxM y yxNyφ PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Substituindo em (7): ( ) ( ) ( )[ ]∫ ∫∫ + ∂ ∂ −+= 1 ,,, CdydxyxM y yxNdxyxMu Porém, como Cu = : ( ) ( ) ( )[ ] CCdydxyxM y yxNdxyxM =+ ∂ ∂ −+∫ ∫∫ 1,,, Finalmente: Que é a solução geral. EXEMPLOS: Achar a solução geral das Equações Diferenciais: 01) ( ) ( ) 031265 224 =−+− dyxydxxyx (1) SOLUÇÃO: Primeiramente, devemos verificar se a equação dada é Exata. Para isto, devemos ter: x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ . No nosso caso: ( ) x y M xyxyxM 665, 4 −= ∂ ∂ ⇒−= ( ) x x N xyyxN 6312, 22 −= ∂ ∂ ⇒−= Portanto, a equação é Exata. Assim, existe uma função ( )yxfu ,= tal que: ( ) ( ) 031265 224 =−+−= dyxydxxyxdu (2) Ou seja: Cudu =⇒= 0 Cálculo de u : Sabemos que: dy y u dx x u du ∂ ∂ + ∂ ∂ = (3) ( ) ( ) ( )[ ]∫ ∫ ∫ = ∂ ∂ −+ CdydxyxM y yxNdxyxM ,,, FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Comparando (2) e (3), observamos que: xyx x u 65 4 −= ∂ ∂ (A) e 22 312 xy y u −= ∂ ∂ (B) Integrando (A) em relação a x e considerando y constante, temos: ( ) ( ) ( )∫ +−=⇒+−= yyxxuydxxyxu φφ 254 365 (4) Cálculo de ( )yφ : Derivando (4) parcialmente com relação a y , temos: dy d x y u φ +−= ∂ ∂ 2 3 . Comparando com (B): dyydy dy d dy d xxy 22222 12123312 =⇒=⇒+−=− φ φφ Integrando membro a membro: ( ) 1 3 4 Cyy +=φ Voltando em (4): 1 325 43 Cyyxxu ++−= Como Cu = , então: CCyyxx =++− 1 325 43 Finalmente: 02) ( ) ( ) 01332 3 =−+++ dyyxdxyx (1) SOLUÇÃO: Primeiramente, devemos verificar se a equação dada é Exata. Para isto, devemos ter: x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ . No nosso caso: ( ) 332, 3 = ∂ ∂ ⇒+= y M yxyxM e ( ) 313, = ∂ ∂ ⇒−+= x N yxyxN Portanto, a equação é Exata. Assim, existe uma função ( )yxfu ,= tal que: ( ) ( ) 01332 3 =−+++= dyyxdxxyxdu (2) Ou seja: Cudu =⇒= 0 Cálculo de u : Cyyxx =+− 325 43 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG Sabemos que: dy y u dx x u du ∂ ∂ + ∂ ∂ = (3) Comparando (2) e (3), observamos que: xyx x u 32 3 += ∂ ∂ (A) e 13 −+= ∂ ∂ yx y u (B) Integrando (B) em relação a y e considerando x constante, temos: ( ) ( ) ( )∫ +−+=⇒+−+= xy y xyuxdyyxu φφ 2 313 2 (4) Cálculo de ( )xφ : Derivando (4) parcialmente com relação a x , temos: dx d y x u φ += ∂ ∂ 3 . Comparando com (A): dxxdx dx d dx d yyx 333 22332 =⇒=⇒+=+ φ φφ Integrando membro a membro: ( ) 1 4 2 C x x +=φ Voltando em (4): 1 42 22 3 C x y y xyu ++−+= Como Cu = , então: 03) ( ) ( ) 0324 232 22 =−++ dyyxyedxxey xyxy (1) SOLUÇÃO: Vamos verificar se a equação dada é Exata. Para isto, devemos ter: x N y M ∂ ∂ = ∂ ∂ . No nosso caso: ( ) 222 332 224, xyxyxy exyye y M xeyyxM += ∂ ∂ ⇒+= C x y y xy =+−+ 22 3 42 FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG ( ) 222 32 2232, xyxyxy exyye x N yxyeyxN += ∂ ∂ ⇒−= Portanto, a equação é Exata. Assim, existe uma função ( )yxfu ,= tal que: ( ) ( ) 0324 232 22 =−++= dyyxyedxxeydu xyxy (2) Ou seja: Cudu =⇒= 0 Cálculo de u : Sabemos que: dy y u dx x u du ∂ ∂ + ∂ ∂ = (3) Comparando (2) e (3) , observamos que: 32 4 2 xey x u xy += ∂ ∂ (A) e 232 2 yxye y u xy −= ∂ ∂ (B) Integrando (A) em relação a x e considerando y constante, temos: ( ) ( ) ( )∫ ++=⇒++= yxeuydxxeyu xyxy φφ 432 22 4 (4) Cálculo de ( )yφ : Derivando (4) parcialmente com relação a y , temos: dy d xye y u xy φ+= ∂ ∂ 2 2 . Comparando com (B): dyydy dy d dy d xyeyxye xyxy 222 33232 22 −=⇒−=⇒+=− φ φφ Integrando membro a membro: ( ) 1 3 Cyy +−=φ Voltando em (4): 1 34 2 Cyxeu xy +−+= Como Cu = , então: Cyxe xy =−+ 34 2 PROIBIDO VENDER FÍSICA – LICENCIATURA – EAD Prof. Sebastião Fernandes – UNIFEI – Itajubá – MG CÁLCULO 3 – EXERCÍCIOS - AULA 13
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