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AULA 5 ESPECIAL +PENSÃO (1)

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Direito Previdenciário
Prestações da Previdência Social: Benefícios em 
Espécie I
Aula 5
Aposentadoria especial
Aposentadoria Especial
Histórico
• Tempus regit actum – NÃO ESQUECER
• Nasceu no direito brasileiro com a Lei 3.807/60 (Lei Orgânica da
Previdência Social - LOPS) – Art. 31;
• Decreto 48.959-A/60;
• Decreto 53.831/64;
• Lei 5.440-A/68 - excluiu a expressão “50 anos de idade”;
Aposentadoria Especial
• Decreto 63.230/68;
• Lei 5.527/68;
• Lei 5.890/73 - carência foi reduzida para 5 anos;
• CLPS de 1976 – Decreto 77.077/76 (Arts. 38, 39 e 40);
• Decreto 83.080/79;
• Lei 6.887/80 - alterou o art. 9º da Lei 5.890/73 - conversão de
tempo especial em comum;
Aposentadoria Especial
• Decreto 87.374/82 - alterou o Decreto 83.080/79 - a conversão do
tempo comum em especial;
• Decreto 89.312/84 - aposentadoria especial, aeronauta, jornalista
profissional e do professor;
• CF/88: art. 202, II (redação original);
• Lei 8.213/91 – arts. 57 e 58;
• Lei 9.032/95 – enquadramento por categoria profissional - presunção
juris et jure de exposição a agentes nocivos, relativamente às categorias
profissionais relacionadas na legislação previdenciária;
Aposentadoria Especial
• Súmula 49 TNU: “Para reconhecimento de condição especial de
trabalho antes de 29/04/1995, a exposição a agentes nocivos à saúde
ou à integridade física não precisa ocorrer de forma permanente.”
• Comprovação do tempo em condições especiais passou a ser feita na
forma do § 1º do art. 58 da Lei 8.213/91 – formulário;
• Lei 9.528/97 – PPP;
• Decreto 2.172/97 – Anexo IV classificou os agentes nocivos em agentes
químicos, físicos e biológicos;
• Decreto 3.048/99 – arts. 64 a 69;
Aposentadoria Especial
• EC 103/2019
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime
Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para
concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a
possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da
regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos
segurados (...)
II — cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Aposentadoria Especial
Comprovação do tempo de serviço/contribuição especial
• Tempus regit actum;
• Até o advento da Lei 9.032/95 - a comprovação do exercício de
atividade especial por categoria profissional do segurado, observada a
classificação nos Anexos I e II do Decreto 83.080/79 e Anexo do
Decreto 53.831/64;
• Súmula 198 TFR: “Atendidos os demais requisitos, é devida a
aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade
exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, ainda que não
inscrita em Regulamento”.
Aposentadoria Especial
“(...) 1. ‘É que o fato das atividades enquadradas serem
consideradas especiais por presunção legal não impede, por óbvio,
que outras atividades, não enquadradas, sejam reconhecidas como
insalubres, perigosas ou penosas por meio de comprovação
pericial’ (REsp 600.277/RJ, Sexta Turma, Rel. Min. HAMILTON
CARVALHIDOD, J 10/5/04) (...).”
(AGA 200501541697, 5ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe
19.10.2009).
Aposentadoria Especial
Instrução Normativa nº 77/2015 - PPP é “um documento histórico
laboral do trabalhador”
Art. 258 - IMPORTANTE
1) IS SSS-501.19/71 – Anexo I da Seção I do BS/DS º 38 de 
26/02/1971
2) ISS-132 – Anexo IV da parte II do BS/DG nº 231 de 06/12/1977
3) SB-40
4) DISES – BE 5235
5) DSS 8030
6) DIRBEN 8030
7) PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
“(…) Em relação a atividades exercidas a partir de 29/04/95, inclusive, é preciso prova da efetiva
exposição, de forma permanente, não ocasional, nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou
à integridade física, mediante: (a) até 05-03-97 (véspera da publicação do Decreto nº 2.172/97),
apresentação de formulário preenchido pela empresa (SB-40, DSS-8030 ou DIRBEN-8030), exceto
para ruído, frio e calor, em que sempre necessária a aferição do nível de decibéis ou da temperatura
por meio de perícia técnica carreada aos autos ou noticiada no referido formulário; (b) a partir de
06/03/97 (data da entrada em vigor do Decreto nº 2.172/97, que regulamentou as disposições
introduzidas no artigo 58 da Lei nº 8.213/91 pela Medida Provisória nº 1.523/96, convertida na Lei nº
9.528/97), apresentação de formulário preenchido pela empresa (SB-40, DSS-8030 ou DIRBEN-
8030), desde que embasado em laudo técnico de condições ambientais de trabalho; (c) a partir de
01/01/2004, apresentação do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), desde que devidamente
preenchido, inclusive com a indicação dos profissionais responsáveis pelos registros ambientais e
pela monitoração biológica. O PPP também pode ser aceito em juízo como prova do caráter especial
da atividade no período anterior a 01/01/2004, em substituição aos antigos formulários e ao laudo
técnico, mas desde que também esteja assinado por médico ou engenheiro do trabalho. Se estiver
assinado apenas pelo representante legal da empresa, tem o seu valor probante equivalente ao de
um formulário, não dispensando a apresentação de laudo nos casos em que este for indispensável
ao reconhecimento do caráter especial da atividade, como, por exemplo, nos casos de exposição ao
agente ruído. (…)”. (TRF4, AG 5034682-14.2018.4.04.0000, SEXTA TURMA, Relator ARTUR
CÉSAR DE SOUZA, 13/09/2018)
Aposentadoria Especial
Agente físico ruído
Súmula 32 TNU: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é
considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes
níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64;
superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do
Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto
n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”.
NÍVEIS DE RUÍDO PARA FINS DE TEMPO ESPECIAL
■ Decreto 53.831/64 ■ Superior a 80 decibéis
■ Decreto 2.172/97 ■ Superior a 90 decibéis
■ Decreto 4.882/2003 ■ Superior a 85 decibéis
Aposentadoria Especial
“(...) 1. Conforme jurisprudência do STJ, em observância ao princípio
dotempus regit actum, ao reconhecimento de tempo de serviço especial
deve-se aplicar a legislação vigente no momento da efetiva atividade
laborativa. 2. É considerada especial a atividade exercida com exposição a
ruídos superiores a 80 decibéis até a edição do Decreto n. 2.171/97, sendo
considerado prejudicial, após essa data, o nível de ruído superior a 90
decibéis. A partir da entrada em vigor do Decreto n. 4.882, em 18.11.2003,
o limite de tolerância de ruído ao agente físico foi reduzido a 85 decibéis. 3.
A exposição de modo habitual e permanente a solventes derivados tóxicos
do carbono, contendo hidrocarbonetos aromáticos e inflamáveis, são
fatores caracterizadores de agentes nocivos para fins de aposentadoria
especial (...)” (AGRESP 1.452.778, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins,
DJe 24.10.2014).
Aposentadoria Especial
“PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO O DE TEMPO DE SERVIC ̧O ESPECIAL.
RUÍDO. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (PPP).
APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA DO RESPECTIVO LAUDO TÉCNICO DE
CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO (LTCAT). DESNECESSIDADE
QUANDO AUSENTE IDÔ ̂NEA IMPUGNAÇÃO AO CONTEU ́DO DO PPP.
Em regra, trazido aos autos o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
dispensável se faz, para o reconhecimento e contagem do tempo de serviço especial
do segurado, a juntada do respectivo Laudo Técnico de Condições Ambientais de
Trabalho (LTCAT), na medida que o PPP já é elaborado com base nos dados
existentes no LTCAT, ressalvando-se, entretanto, a necessidade da também
apresentaçãodesse laudo quando idoneamente impugnado o conteúdo do PPP.
No caso concreto, conforme destacado no escorreito acórdão da TNU, assim como
no bem lançado pronunciamento do Parquet, não foi suscitada pelo órgão
previdenciário nenhuma objeção específica às informações técnicas constantes do
PPP anexado aos autos, não se podendo, por isso, recusar-lhe validade como meio
de prova apto à comprovação da exposição do trabalhador ao agente nocivo ‘ruído’.
3. Pedido de uniformização de jurisprudência improcedente”.
Aposentadoria Especial
Conversão do tempo especial para comum
• Súmula 50 TNU: “É possível a conversão do tempo de serviço
especial em comum do trabalho prestado em qualquer período”.
• Súmula 55 TNU: “A conversão do tempo de atividade especial
em comum deve ocorrer com aplicação do fator multiplicativo em
vigor na data da concessão da aposentadoria”.
Aposentadoria Especial
“1. Permanece a possibilidade de conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais para
comum após 1998, pois a partir da última reedição da MP n. 1.663, parcialmente convertida na Lei n.
9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido § 5º do art. 57 da Lei
n. 8.213/1991. 2. Precedentes do STF do STJ. (...) 1. A teor do § 1º do art. 70 do Decreto n. 3.048/99, a
legislação em vigor na ocasião da prestação do serviço regula a caracterização e a comprovação do tempo
de atividade sob condições especiais. Ou seja, observa-se o regramento da época do trabalho para a prova
da exposição aos agentes agressivos à saúde: se pelo mero enquadramento da atividade nos anexos dos
Regulamentos da Previdência, se mediante as anotações de formulários do INSS ou, ainda, pela existência
de laudo assinado por médico do trabalho. 2 O Decreto n. 4.827/2003, ao incluir o § 2º no art. 70 do Decreto
n. 3.048/99, estendeu ao trabalho desempenhado em qualquer período a mesma regra de conversão. Assim,
no tocante aos efeitos da prestação laboral vinculada ao Sistema Previdenciário, a obtenção de benefício
fica submetida às regras da legislação em vigor na data do requerimento. 3. A adoção deste ou daquele fator
de conversão depende, tão somente, do tempo de contribuição total exigido em lei para a aposentadoria
integral, ou seja, deve corresponder ao valor tomado como parâmetro, numa relação de proporcionalidade, o
que corresponde a um mero cálculo matemático e não de regra previdenciária. 4. Com a alteração dada pelo
Decreto n. 4.827/2003 ao Decreto n. 3.048/1999, a Previdência Social, na via administrativa, passou a
converter os períodos de tempo especial desenvolvidos em qualquer época pela regra da tabela definida no
artigo 70 (art. 173 da Instrução Normativa n. 20/2007). 5. Descabe à autarquia utilizar da via judicial para
impugnar orientação determinada em seu próprio regulamento, ao qual está vinculada. Nesse compasso, a
Terceira Seção desta Corte já decidiu no sentido de dar tratamento isonômico às situações análogas, como
na espécie (EREsp 412.351/RS)” (REsp 1.151.363/MG, 3ª Seção, Rel. Min. Jorge MussiD, Je 05.04.2011).
Aposentadoria Especial
• Conversão de tempo em mais de uma atividade especial:
• Conversão de tempo especial em comum:
CONVERTER PARA 15 ANOS PARA 20 ANOS PARA 25 ANOS
De 15 anos - 1.33 1.67
De 20 anos 0.75 - 1.25
De 25 anos 0.60 0.80 -
CONVERTER 
(ESPECIAL)
MULHER (COMUM) HOMEM (COMUM)
De 15 anos 2.00 2.33
De 20 anos 1.50 1.75
De 25 anos 1.20 1.40
Aposentadoria Especial
Conversão do tempo especial para comum
• Atenção! O tempo especial trabalhado após a entrada em vigor
da EC 103/2019 não poderá mais ser objeto de conversão.
Art. 25, § 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum,
na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do
Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo
exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente
prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após
esta data.
Aposentadoria Especial
Atividade de professor
• A EC 18/81 retirou a atividade de professor do rol das atividades
especiais;
(...) 1. É firme o entendimento da Corte no sentido de que, para efeito de
aposentadoria, não é possível a conversão do tempo de magistério em
tempo de exercício comum. 2. Ressalva-se do entendimento apenas o
período anterior à Emenda Constitucional 18/81, uma vez que nessa
reside o marco temporal a partir do qual a aposentadoria do professor
deixou de ser aposentadoria especial para caracterizar-se como espécie
de benefício por tempo de contribuição, com o requisito etário reduzido.
(...)” (RE 787.582 AgR/RS, 1ª Turma, Rel Min. Dias Toffoli, DJe
04.11.2014).
Aposentadoria Especial
Regras de transição e hipóteses de direito adquirido
A) Direito adquirido: requisitos cumpridos até 13/11/2019;
Art. 65. Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é
exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do
empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço. (Decreto
3.048/99)
• Anexo IV do Decreto 3.048/99;
Aposentadoria Especial
Equipamento de proteção
• Coletiva (EPC) e individual (EPI);
• Súmula 9 TNU: “O uso de Equipamento de Proteção Individual
(EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a
ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”.
• ARE 664.335 (DJe 12.02.2015);
Aposentadoria Especial
“(...) 2. A eliminação das atividades laborais nocivas deve ser a meta maior da Sociedade —
Estado, empresariado, trabalhadores e representantes sindicais —, que devem voltar-se
incessantemente para com a defesa da saúde dos trabalhadores, como enuncia a Constituição
da República, ao erigir como pilares do Estado Democrático de Direito a dignidade humana (art
1º, III, CRFB/88), a valorização social do trabalho, a preservação da vida e da saúde (art. 3º 5º e
196, CRFB/88), e o meio ambiente de trabalho equilibrado (art. 193 e 225, CRFB/88).
1. A aposentadoria especial prevista no artigo 201, § 1º, da Constituição da República,
significa que poderão ser adotados, para concessão de aposentadorias aos beneficiários do
regime geral de previdência social, requisitos e critérios diferenciados nos ‘casos de atividades
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, e quando
se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar’.
2. A aposentadoria especial possui nítido caráter preventivo e impõe-se para aqueles
trabalhadores que laboram expostos a agentes prejudiciais à saúde e a fortiori possuem um
desgaste naturalmente maior, por que não se lhes pode exigir o cumprimento do mesmo tempo
de contribuição que aqueles empregados que não se encontram expostos a nenhum agente
nocivo.
(...)
Aposentadoria Especial
8. O risco social aplicável ao benefício previdenciário da aposentadoria especial é o exercício de
atividade em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física (CRFB/88, art. 201, 1º), de forma
que torna indispensável que o indivíduo trabalhe exposto a uma nocividade notadamente capaz de
ensejar o referido dano, porquanto a tutela legal considera a exposição do segurado pelo risco
presumido presente na relação entre agente nocivo e o trabalhador.
9. A interpretação do instituto da aposentadoria especial mais consentânea com o texto
constitucional é aquela que conduz a uma proteção efetiva do trabalhador, considerando o benefício
da aposentadoria especial excepcional, destinado ao segurado que efetivamente exerceu suas
atividades laborativas em ‘condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física’.
10. Consectariamente, a primeira tese objetiva que se firma é: o direito à aposentadoria especial
pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI
for realmente capaz de neutralizar a nocividade,não haverá respaldo constitucional à aposentadoria
especial.
11. A Administração poderá, no exercício da fiscalização, aferir as informações prestadas pela
empresa, sem prejuízo do inafastável judicial review. Em caso de divergência ou dúvida sobre a real
eficácia do Equipamento de Proteção Individual, a premissa a nortear a Administração e o Judiciário
é pelo reconhecimento do direito ao benefício da aposentadoria especial. Isto porque o uso de EPI,
no caso concreto, pode não se afigurar suficiente para descaracterizar completamente a relação
nociva a que o empregado se submete.
Aposentadoria Especial
12. In casu, tratando-se especificamente do agente nocivo ruído, desde que em limites acima do
limite legal, constata-se que, apesar do uso de Equipamento de Proteção Individual (protetor auricular)
reduzir a agressividade do ruído a um nível tolerável, até no mesmo patamar da normalidade, a
potência do som em tais ambientes causa danos ao organismo que vão muito além daqueles
relacionados à perda das funções auditivas. O benefício previsto neste artigo será financiado com os
recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei n. 8.212, de 24 de julho
de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.
13. Ainda que se pudesse aceitar que o problema causado pela exposição ao ruído relacionasse
apenas à perda das funções auditivas, o que indubitavelmente não é o caso, é certo que não se pode
garantir uma eficácia real na eliminação dos efeitos do agente nocivo ruído com a simples utilização
de EPI, pois são inúmeros os fatores que influenciam na sua efetividade dentro dos quais muitos são
impassíveis de um controle efetivo, tanto pelas empresas, quanto pelos trabalhadores.
14. Desse modo, a segunda tese fixada neste Recurso Extraordinário é a seguinte: na hipótese de
exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do empregador,
no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de
Proteção Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de serviço especial para aposentadoria.
Aposentadoria Especial
• Carência: 180 contribuições mensais.
• Sujeito ativo: o segurado empregado, o trabalhador avulso e o
contribuinte individual filiado à cooperativa de trabalho ou de produção
que tenha trabalhado pelo período de 15, 20 ou 25 anos, conforme o
caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem sua saúde ou sua
integridade física (art. 64 do Decreto 3.048/99 e art. 1º da Lei 10.666/2003).
Atenção: não têm direito à aposentadoria especial os segurados
empregados domésticos, os segurados especiais e os segurados
facultativos
Aposentadoria Especial
• Súmula 62 TNU: “O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento
de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física”.
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. CÔMPUTO DE TEMPO ESPECIAL. SEGURADO CONTRIBUINTE
INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. 1. O artigo 57 da Lei 8.213/1991 não traça qualquer
diferenciação entre as diversas categorias de segurados, permitindo o reconhecimento da
especialidade da atividade laboral exercida pelo segurado contribuinte individual. 2. O artigo 64
do Decreto 3.048/1999 ao limitar a concessão do benefício aposentadoria especial e, por
conseguinte, o reconhecimento do tempo de serviço especial, ao segurado empregado,
trabalhador avulso e contribuinte individual cooperado, extrapola os limites da Lei de Benefícios
que se propôs a regulamentar, razão pela qual deve ser reconhecida sua ilegalidade. 3.
Destarte, é possível o reconhecimento de tempo de serviço especial ao segurado contribuinte
individual não cooperado, desde que comprovado, nos termos da lei vigente no momento da
prestação do serviço, que a atividade foi exercida sob condições especiais que prejudiquem a
sua saúde ou sua integridade física. 4. Recurso Especial não provido. (RESP - RECURSO
ESPECIAL - 1793029 2019.00.02659-2, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE
DATA:30/05/2019 ..DTPB:.)
Aposentadoria Especial
• Salário de benefício: a média aritmética simples 80% dos maiores
salários de contribuição a partir da competência julho/1994;
• RMI: 100% do salário de benefício (art. 57, § 1º da Lei 8.213/91 e art.
67 do Decreto 3.048/99);
• Exercício da atividade de natureza especial após aposentadoria
especial: art. 57, § 8º da Lei 8.213/91;
Aposentadoria Especial
Regras de transição e hipóteses de direito adquirido
B) Regras de transição: aplicáveis aos filiados ao RGPS até a edição da lei
complementar que não cumpriram os requisitos para a aposentadoria
especial
1. Requisitos cumulativos - Idade + Tempo (art. 19, § 1º, I, da EC
103/2019):
• 55 anos de idade: atividade especial de 15 anos de contribuição;
• 58 anos de idade: atividade especial de 20 anos de contribuição;
• 60 anos de idade: atividade especial de 25 anos de contribuição;
Aposentadoria Especial
2. Requisitos cumulativos - Pontos + Tempo (art. 21 da EC 103/2019):
Pontos e tempo de contribuição para ambos os sexos:
• 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição;
• 76 pontos e 20 anos de efetiva exposição;
• 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição.
Salário de benefício: a média aritmética simples de todos os salários de
contribuição (100%) do período contributivo a partir da competência
julho/94, ou desde o início, caso o período contributivo seja posterior.
RMI: 60% do salário de benefício, acrescidos de 2% para cada ano de
contribuição que exceder o tempo de 15 anos (art. 26, § 2º, IV, e § 5º, da EC
103/2019).
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
Finalidade: Art. 265, IN 77/2015
(...)
I - comprovar as condições para obtenção do direito aos benefícios e serviços
previdenciários;
II - fornecer ao trabalhador meios de prova produzidos pelo empregador perante a
Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir
todo direito decorrente da relação de trabalho, seja ele individual, ou difuso e
coletivo;
III - fornecer à empresa meios de prova produzidos em tempo real, de modo a
organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao
longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas
relativas a seus trabalhadores; e
IV - possibilitar aos administradores públicos e privados acessos a bases de
informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para
desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de
políticas em saúde coletiva.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
• Art. 264, IN 77/2015
O PPP constitui-se em um documento histórico laboral do
trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, conforme
formulário do Anexo XV, que deve conter as seguintes informações
básicas:
I - Dados Administrativos da Empresa e do Trabalhador;
II - Registros Ambientais;
III - Resultados de Monitoração Biológica; e
IV - Responsáveis pelas Informações.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
I-SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS
1-CNPJ do Domicílio Tributário/CEI: 2-Nome Empresarial: 3-CNAE:
4-Nome do Trabalhador 5-BR/PDH 6-NIT
7-Data do Nascimento 8-Sexo (F/M) 9-CTPS (Nº, Série e UF) 10-Data de Admissão 11-Regime Revezamento
12-CAT REGISTRADA
12.1 Data do Registro 12.2 Número da CAT 12.1 Data do Registro 12.2 Número da CAT
13-LOTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO
13.1 Período 13.2 CNPJ/CEI 13.3 Setor
13.4 
Cargo
13.5 Função 13.6 CBO 13.7 Cód. GFIP
__/__/__ a __/__/__
__/__/__ a __/__/__
14–PROFISSIOGRAFIA
14.1 Período 14.2 Descrição das Atividades
__/__/__ a __/__/__
__/__/__ a __/__/__
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIAPOR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE
ESPECIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. REVISÃO. 1. Uma vez exercida atividade enquadrável como especial,
sob a égide da legislação que a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal e ao acréscimo
decorrente da sua conversão em tempo de serviço comum no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. 2.
Constando dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício de atividade sujeita a condições especiais,
conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho, o respectivo tempo de serviço deve ser
computado, juntamente com os períodos de labor urbano reconhecidos pelo INSS, para fins de revisão do
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. Direito adquirido do autor à concessão do melhor benefício
(RE nº 630.501/RS, Relatora Ministra Ellen Gracie, Plenário, DJE 26/08/2013). 3. É absolutamente inadequado
aferir-se a existência de um direito previdenciário a partir da forma como resta formalizada determinada obrigação
fiscal por parte da empresa empregadora. A realidade precede à forma. Se os elementos técnicos contidos nos
autos demonstram a natureza especial da atividade, não guardam relevância a informação da atividade na GFIP ou
a ausência de recolhimento da contribuição adicional por parte da empresa empregadora. 4. Inadequada é a
compreensão que condiciona o reconhecimento da atividade especial às hipóteses que fazem incidir previsão
normativa específica de recolhimento de contribuição adicional (art. 57, §§ 6º e 7º, da Lei nº 8.213/91). 5. O direito
do trabalhador à proteção de sua saúde no ambiente do trabalho emana da realidade das coisas vis a vis a
legislação protetiva – compreendida desde uma perspectiva constitucional atenta à eficácia vinculante dos direitos
fundamentais sociais. Deve-se, aqui também, prestigiar a realidade e a necessidade da proteção social correlata,
de modo que suposta omissão ou inércia do legislador, quanto à necessidade de uma contribuição específica, não
implica a conclusão de que a proteção social, plenamente justificável, estaria a violar o princípio constitucional da
precedência do custeio. (TRF4, APELREEX 5020368-50.2011.404.7100, Quinta Turma, Relator p/ Acórdão Paulo
Afonso Brum Vaz, juntado aos autos em 15/04/2016)
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
II-SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS
15-EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCOS
15.1 Período
15.2
Tipo
15.3 Fator de
Risco
15.4 Itens./Conc 15.5 Técnica Utilizada 15.7 EPI Eficaz (S/N)
15.8 CA
EPI
__/__/__ a __/__/__
__/__/__ a __/__/__
15.9 Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados (S/N)
Foi tentada a implementação de medidas de proteção coletiva, de caráter administrativo ou de organização do trabalho, optando-se
pelo EPI por inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade, ou ainda em caráter complementar ou emergencial.
Foram observadas as condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especificação técnica do
fabricante, ajustada às condições de campo.
Foi observado o prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação-CA do MTE.
Foi observada a periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em
época própria.
Foi observada a higienização.
16-RESPONSÁVEL PELOS REGISTROS AMBIENTAIS
16.1 Período 16.2 NIT
16.3 Registro Conselho de
Classe
16.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado
__/__/__ a __/__/__
__/__/__ a __/__/__
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
• Art. 278, IN 77/2015
(...)
I – nocividade: situação combinada ou não de substâncias,
energias e demais fatores de riscos reconhecidos, presentes no
ambiente de trabalho, capazes de trazer ou ocasionar danos à
saúde ou à integridade física do trabalhador; e
II – permanência: trabalho não ocasional nem intermitente no qual
a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do
contribuinte individual cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em
decorrência da subordinação jurídica a qual se submete.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
DIREITO PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS. RUÍDO. AGENTES
QUÍMICOS. RECONHECIMENTO. AVERBAÇÃO. CABIMENTO. […] 5. Os riscos ocupacionais
gerados pela exposição a agentes químicos, especialmente hidrocarbonetos, não requerem a
análise quantitativa de concentração ou intensidade máxima e mínima no ambiente de
trabalho, dado que são caracterizados pela avaliação qualitativa. […] (TRF4 5042303-
49.2011.404.7100, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão (auxílio Kipper) Paulo Paim da Silva,
juntado aos autos em 29/01/2015)
INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. EXPOSIÇÃO A
HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS (ÓLEOS MINERAIS). PERÍODO POSTERIOR À
MEDIDA PROVISÓRIA 1.729, DE 03/12/1998. POSSIBILIDADE. ANÁLISE QUALITATIVA.
INCIDENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. A análise da especialidade em decorrência da
exposição a agentes químicos previstos no Anexo 13 da Norma Regulamentadora 15, como é o
caso dos hidrocarbonetos aromáticos, é qualitativa e não se sujeita a limites de tolerância,
independentemente do período em que prestada a atividade. 2. Incidente conhecido e
desprovido. (5011032-95.2011.404.7205, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região,
Relator p/ Acórdão João Batista Lazzari, juntado aos autos em 27/10/2014)
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
• A partir de 19 de novembro de 2003 - obrigatória a utilização das metodologias
contidas na NHO-01 da Fundacentro ou na NR-15, que reflitam a medição de
exposição durante toda a jornada de trabalho, vedada a medição pontual;
• Em caso de omissão ou dúvida - o PPP não deve ser admitido como prova da
especialidade, devendo ser apresentado o respectivo laudo técnico (LTCAT),
para fins de demonstrar a técnica utilizada na medição, bem como a respectiva
norma.
• Empresa extinta - art. 270, §1º da IN 77/2015: “§1º No caso de empresa
legalmente extinta, a não apresentação do formulário de reconhecimento de
períodos laborados em condições especiais ou PPP não será óbice ao
enquadramento do período como atividade especial por categoria profissional
para o segurado empregado, desde que conste a função ou cargo, expresso e
literal, nos documentos relacionados no inciso I deste artigo, idêntica às
atividades arroladas em um dos anexos legais indicados no art.269, devendo ser
observada, nas anotações profissionais, as alterações de função ou cargo em
todo o período a ser enquadrado”.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
IRDR nº 5054341-77.2016.4.04.0000/SC (Tema nº15): “mera juntada do
PPP referindo a eficácia do EPI não elide o direito do interessado em
produzir prova em sentido contrário”.
Tema 1.031 STJ: "o reconhecimento da especialidade da atividade de
vigilante, com ou sem o uso de arma de fogo, em data posterior à Lei
9.032/1995 e ao Decreto 2.172/1997, desde que haja a comprovação da
efetiva nocividade da atividade, por qualquer meio de prova, até 5 de
março de 1997, momento em que se passa a exigir apresentação de laudo
técnico ou elemento material equivalente para comprovar a permanente,
não ocasional nem intermitente, exposição à atividade nociva, que coloque
em risco a integridade física do segurado".
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
III-SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA
17-EXAMES MÉDICOS CLÍNICOS E COMPLEMENTARES (Quadros I e II, da NR-07)
17.1 Data 17.2 Tipo 17.3 Natureza 17.4 Exame (R/S) 17.5 Indicação de Resultados
__/__/___ ( ) Normal
( ) Alterado
( ) Estável
( ) Agravamento
( ) Ocupacional
( ) Não Ocupacional
18-RESPONSÁVEL PELA MONITORAÇÃO BIOLÓGICA
18.1 Período 18.2 NIT 18.3 Registro Conselho de Classe 18.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado
__/__/___
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
IV-RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES
Declaramos, para todos os fins de direito, que as informações prestadas neste documento são verídicas e foramtranscritas fielmente dos
registros administrativos, das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa. É de nosso conhecimento
que a prestação de informações falsas neste documento constitui crime de falsificação de documento público, nos termos do artigo 297 do
Código Penal e, também, que tais informações são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime, nos termos da Lei nº 9.029/95,
práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida
pelos órgãos públicos competentes.
19-Data Emissão PPP 20-REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA
____/___/___
20.1NIT 20.2 Nome
(Carimbo)
________________________________________
(Assinatura)
OBSERVAÇÕES
Pensão por Morte
Pensão por morte
Carência
• Independe de carência
RMI
• Até EC 103/2019: 100% do valor da aposentadoria que o segurado
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por
invalidez na data de seu falecimento;
• Após EC 103/2019: “Art. 23. A pensão por morte concedida a
dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social ou
de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar de
50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo
segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida
de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o
máximo de 100% (cem por cento)”.
Pensão por morte
RMI inferior ao Salário-mínimo e Rateio
• § 2º do art. 201 da CF/88;
• Relembrando: Súmula 340 STJ – “A lei aplicável à concessão de
pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do
segurado”.
• Valor da renda mensal é igual à soma das cotas-partes, e não pode
ser inferior ao salário mínimo, cada cota do benefício pode ter valor
inferior ao salário mínimo;
• Havendo mais de um dependente, a renda mensal da pensão por
morte é rateada em partes iguais (art. 77 da Lei 8.213/91 e art. 113 do
Decreto 3.048/99), uma vez que cada beneficiário recebe uma cota-
parte do benefício;
Pensão por morte
“(...) 3 — A vedação constitucional de percepção de benefício
previdenciário em valor inferior ao salário mínimo só se aplica ao
benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do
trabalho do segurado, não abarcando, pois, todo e qualquer benefício
previdenciário, dentre eles a cota-parte cabível a cada beneficiária de
pensão por morte. 4 — Ao se admitir a possibilidade de arredondamento
da cota-parte para um salário mínimo, quando aquém, estar-se-ia
admitindo a majoração reflexa do benefício, pois, mesmo que a pensão
por morte fosse fixada, em sua totalidade, em um salário mínimo, tendo o
ex-segurado diversos dependentes com dependência econômica
presumida cada um deles teria direito ao recebimento desse valor, o que
terminaria por violar outro preceito constitucional ínsito no art. 195, § 5º
da CF; o da preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço,
que veda a possibilidade de majoração ou extensão de benefício sem
prévia fonte de custeio (...)” (REsp 200101328012, 6ª Turma, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe 02.03.2009).
Pensão por morte
• Acréscimo de 25% - Art. 45, parágrafo único, c, da Lei 8.213/91
e art. 45, parágrafo único, do Decreto 3.048/99;
• Reversão de cotas – Art. 77, §1º da Lei 8.213/91 e art. 113,
parágrafo único, do Decreto 3.048/99 – Art. 23, §1º EC 103/19;
Atenção: As regras do art. 23 da EC 103/2019 poderão ser
alteradas por lei ordinária, na forma autorizada pelo § 7º.
Pensão por morte
Perda do Direito à Pensão por Morte
• Art. 74, § 1º da Lei 8.213/91 – Indignidade;
• Art. 77, § 7º da Lei 8.213/91;
• Art. 74, § 2º da Lei 8.213/91 – Simulação ou fraude no casamento ou
na união estável;
Habilitação
• Art. 76 da Lei 8.213/91 e o Art. 107 do Decreto 3.048/99;
• Efeitos;
• Habilitação provisória – Art. 74, § 3º da Lei 8.213/91
Pensão por morte
“(...) De acordo com o art. 76 da Lei 8.213/91, a habilitação posterior do
dependente somente poderá começar a produzir efeitos a partir desse
episódio, de modo que não há que falar em efeitos financeiros para
momento anterior à inclusão do dependente. 3. A concessão do benefício
para momento anterior à habilitação da autora, na forma pugnada na
exordial, acarretaria, além da inobservância dos arts. 74 e 76 da Lei
8.213/91, inevitável prejuízo à autarquia previdenciária, que seria
condenada a pagar duplamente o valor da pensão, sem que, para
justificar o duplo custo, tenha praticado qualquer ilegalidade na
concessão do benefício à outra filha do de cujus, que já recebe o
benefício desde 21-06-2004 (...)” (STJ REsp 201300891404, 2ª Turma,
Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 05.08.2013).
Pensão por morte
Cônjuge ausente
• Art. 76, § 1º da Lei 8.213/91 – Art. 110 do Decreto 3.048/99;
Cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia
pensão alimentícia
• Art. 76, § 2º da Lei 8.213/91 – separação de fato;
• Art. 76, § 3º da Lei 8.213/91 – alimentos temporários;
Pensão por morte
Termo inicial
• Art. 74 da Lei 8.213/91;
a) a data do óbito, quando requerida até 180 dias depois deste, para os
filhos menores de 16 anos;
b) a data do óbito, quando requerida até 90 dias depois deste, para os
demais dependentes;
c) a data do requerimento, quando esgotados os prazos anteriores.
Súmula 340 do STJ
• Art. 79 da Lei 8.213/91;
d) a data da decisão judicial, no caso de morte presumida, depois de 6
meses de ausência
Pensão por morte
Termo final
• Cada cota da pensão por morte é extinta individualmente – Art. 77,
§2º, da Lei 8.213/91 e art. 114, do Decreto 3.048/99:
- pela morte do pensionista;
- para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os
sexos, ao completar vinte e um anos de idade, salvo se for inválido ou
tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
- para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
- para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave, pelo afastamento da deficiência;
Pensão por morte
- para o cônjuge, companheiro ou companheira:
a) se inválido(a) ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou
pelo afastamento da deficiência;
b) ao completar vinte e um anos de idade, salvo se for inválido ou tiver
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
c) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha
vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a
união estável tiverem menos de 2 (dois) anos na data do óbito do
segurado;
d) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a
idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito
ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e
pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união
estável, conforme tabela seguinte
Pensão por morte
18 CONTRIBUIÇÕES MENSAIS E 2 ANOS DE CASAMENTO/UNIÃO ESTÁVEL
(na data do óbito)
Idade do cônjuge ou companheiro(a) beneficiário(a) Duração do benefício
Menos de 22 anos 3 anos
Entre 22 e 27 anos 6 anos
Entre 28 e 30 anos 10 anos
Entre 31 e 41 anos 15 anos
Entre 42 e 44 anos 20 anos
45 ou mais Vitalício
Pensão por morte
PORTARIA ME Nº 424, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2020
Fixa as novas idades de que tratam a alínea "b" do inciso VII do art. 222 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e a alínea "c" do inciso V do § 2º do art. 77 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de
1991.
O MINISTRO DE ESTADO DA ECONOMIA, SUBSTITUTO, no uso da atribuição que lhe foi conferida
pelo § 3º do art. 222 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e pelo § 2º-B do art. 77 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, resolve:
Art. 1º O direito à percepção de cada cota individual da pensão por morte, nas hipóteses de que
tratam a alínea "b" do inciso VII do art. 222 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e a alínea "c"
doinciso V do § 2º do art. 77 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, cessará, para o cônjuge ou
companheiro, com o transcurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do
beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas dezoito contribuições
mensais e pelo menos dois anos após o início do casamento ou da união estável:
I - três anos, com menos de vinte e dois anos de idade;
II - seis anos, entre vinte e dois e vinte e sete anos de idade;
III - dez anos, entre vinte e oito e trinta anos de idade;
IV - quinze anos, entre trinta e um e quarenta e um anos de idade;
V - vinte anos, entre quarenta e dois e quarenta e quatro anos de idade;
VI - vitalícia, com quarenta e cinco ou mais anos de idade.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor em 1º de janeiro de 2021.
Pensão por morte
Cumulação
Art. 24. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou
companheiro, no âmbito do mesmo regime de previdência social, ressalvadas as pensões do
mesmo instituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da
Constituição Federal.
§ 1º Será admitida, nos termos do § 2º, a acumulação de:
I - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social
com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões
decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal;
II - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social
com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime
próprio de previdência social ou com proventos de inatividade decorrentes das atividades
militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal; ou
III - pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da
Constituição Federal com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de
Previdência Social ou de regime próprio de previdência social.
Pensão por morte
Para não esquecer
• EC 103/19 – É Permitida a cumulação de:
- Pensão + Pensão de outro regime de previdência (inc. I do art. 24)
- Pensão RGPS ou RPPS + aposentadoria RGPS ou RPPS ou militar
(inc. II do art. 24)
- Pensão militar + aposentadoria RGPS ou RPPS (inc. III do art.24)
- Pensão RGPS + pensão RPPS (caput art. 24)
- Pensão RPPS + pensão RPPS se decorrer de cargos públicos
acumuláveis do art. 37 da CR (caput do art. 24)
Pensão por morte
§ 2º Nas hipóteses das acumulações previstas no § 1º, é assegurada a percepção do valor integral do
benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de
acordo com as seguintes faixas:
I - 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-
mínimos;
II - 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-
mínimos;
III - 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro) salários-
mínimos; e
IV - 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos.
§ 3º A aplicação do disposto no § 2º poderá ser revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, em razão
de alteração de algum dos benefícios.
§ 4º As restrições previstas neste artigo não serão aplicadas se o direito aos benefícios houver sido adquirido
antes da data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.
§ 5º As regras sobre acumulação previstas neste artigo e na legislação vigente na data de entrada em vigor
desta Emenda Constitucional poderão ser alteradas na forma do § 6º do art. 40 e do § 15 do art. 201 da
Constituição Federal.
Direito Previdenciário
Prestações da Previdência Social: Benefícios em 
Espécie I
Obrigada

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