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Neurobiologia do Transtorno do Espectro Autista - TEA

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Transtorno do Espectro Autista 
Três características comuns: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tais características variam muito em manifestação e intensidade entre os indivíduos: 
 
Espectro = leque (várias intensidades, vários tipos de manifestações) 
 
 
Inabilidade para 
interagir socialmente 
Dificuldades de 
linguagem e 
comunicação 
Padrão de 
comportamento 
repetitivo o restritivo 
AUTISMO OU TEA 
Interação social 
Dificuldade em manter contato 
visual, reconhecer expressões 
faciais, expressar emoções e fazer 
amigos 
Sensibilidade sensorial 
Aversão ao toque ou 
necessidade extrema de 
contato 
Comportamento 
Manias, apego excessivo a 
rotinas, interesse intenso em 
coisas específicas e dificuldade 
de imaginação 
Comunicação 
Uso repetitivo da linguagem e 
bloqueios para começar ou 
manter um diálogo 
 
Agravado por: 
Via de mão dupla 
Epidemiologia: 
 1 em cada 110; pode ser maior, pois 
há alguns anos, devido ao estigma 
os pais não buscavam ajuda. 
 + de 70 milhões no mundo 
 + de 2 milhões só no Brasil 
 Relação de 4 meninos para cada 
menina; dados mostram que as 
meninas conseguem lidar melhor, 
então podem ser subdiagnosticadas 
e até não virem a receber o 
diagnóstico de autismo 
 Em crianças o autismo é mais 
comum que diabetes, câncer e aids 
somados 
 Multifatorial -> fatores genéticos e 
ambientais 
 Não há alteração em um único 
gene que faça com que o indivíduo 
venha a desenvolver autismo. 
Existem alguns genes envolvidos 
com algumas formações e 
alterações nesses genes facilitam o 
desenvolvimento do autismo. 
Todavia, para que isso aconteça, é 
necessário que alguns fatores 
ambientais ajam sobre esses 
indivíduos. 
 
Mutações genéticas nos pais: óvulo ou espermatozoide; ou essas mutações podem 
acontecer aleatoriamente em células do embrião em desenvolvimento 
Fatores ambientais agem sobre os fatores genéticos, agem principalmente sobre os 
fatores epigenéticos, causando alterações epigenéticas contribuindo para a expressão 
anormal de genes nas sinapses. Essas expressões vão favorecer o desenvolvimento do 
autismo 
“As modificações epigenéticas são a capacidade que o organismo humano tem de “ativar” ou 
“desativar” os genes. Isso se dá de acordo com o estilo de vida que levamos. E acontece sem que a 
estrutura do nosso DNA seja alterada. Esse processo é chamado de “imprinting genético” ou 
“imprinting genômico”” 
Multifatorial -> fatores genéticos 
 Gêmeos monozigóticos (compartilham 100% do material genético) – concordância 
entre 60-80% (se um dos gêmeos tiver autismo a chance do outro ter varia nesse 
percentual, respectiva, forma leve e mais agravada) – se fosse uma doença 
exclusivamente genética, teríamos uma concordância de 100%, mas fatores 
ambientais participam do desenvolvimento do autismo 
 Gêmeos dizigóticos (dois óvulos fecundados por dois espermatozoides diferentes) – 
concordância entre 10-30% (se um gêmeo tiver autismo, a chance do segundo ter 
varia nesse percentual) 
 20% dos irmãos de crianças com autismo também irão desenvolver 
 Padrão complexo de herança -> mesmo genes nos diferentes indivíduos, mas 
com diferentes combinações – esses genes são diversos e se combinam de 
formas diferentes, por isso a diferença da expressão do autismo nos pacientes: 
provavelmente são os mesmos genes, mas alterações diferentes, graus 
diferentes em acúmulos diferentes 
 Genes relacionados com formação das sinapses > cromossomos X (XX protetor) 
 Alterações nos genes que estão relacionados com a formação de sinapses 
estão alterados no autismo 
 Esses genes estão muito presentes nos cromossomos X. Isso pode ser um dos 
fatores protetores em meninas. Se temos um cromossomo X alterado, o outro 
X pode contrabalancear essa relação e fazer com que não haja a expressão do 
autismo, manifestação mais leve ou uma manifestação que não seja 
diagnosticada 
 Em meninos, se o X estiver alterado a chance de ele apresentar os sintomas 
são muito maiores. Por isso limite para desenvolvimento de sintomas nos 
meninos é menor (ver a linha pontilhada) por conta do cromossomo Y 
 
 
No “modelo de copo” acima, os indivíduos do sexo masculino são representados por copos de tamanho 
menor, em relação ao sexo feminino, demonstrando uma diferença para atingir o limiar de diagnóstico 
(Figura 2). Estudos científicos mostraram que mulheres com TEA tem um número muito maior de 
variantes genéticas associadas ao transtorno se comparadas a homens com TEA, sugerindo que 
indivíduos do sexo feminino são mais resistentes a tais mutações o que explicaria a proporção de 4 
meninos para 1 menina de acordo com o CDC (conforme estudo de 2014) [8]. 
[8] “A higher mutational burden in females supports a “female protective model” in neurodevelopmental 
disorders” Jacquemont S., Coe B.P., Hersch M., Duyzend M.H., Krumm N., Bergmann S., Beckmann 
J.S., Rosenfeld J.A., Eichler E.E. American Journal of Human Genetics 94(3):415-25, 2014. 
Multifatorial -> fatores ambientes 
 Infecção viral maternal – rubéola, sarampo, gripe, herpes, citomegalovírus – esses 
vírus proporcionam uma ativação elevada do sistema imunológico materno. Não 
significa que todas as mães que tiverem infecções virais terão filhos autistas. É fator 
de risco, que favorece o aparecimento 
 Sistema imunológico alterna neurodesenvolvimento 
o Vacina não causa autismo -> indivíduos vacinados têm menos incidência de 
autismo (fator protetor) 
Micróbios 
 Vírus de Epstein Barr 
 Sarampo 
 Infecção de garganta 
 Lyme 
 Falta de probióticos 
Dieta 
 Consumo excessivo de açúcar e 
carboidrato refinado 
 Ingestão de alimentos processados 
 Deficiência nutricional 
Medicamentos 
 Anti-inflamatórios não esteroides 
 Antibióticos 
Toxinas 
 Metais pesados (mercúrio, chumbo, 
artimônio etc) 
 Pesticidas 
 
 Produtos químicos de limpeza 
doméstica 
 Éteres de difenila prolibromado 
(compostos retardadores de chama 
encontrados em produtos que vão 
de material de construção a 
roupas) 
 Bisfenol A (composto usado em 
produtos plásticos como 
embalagens retornáveis e 
mamadeiras) 
 Cosméticos que contêm químicos 
como bimatroposta e parabenos 
***álcool e outras drogas 
também entram como fatores 
de risco para o 
desenvolvimento de autismo, 
pois prejudicam o 
desenvolvimento adequado do 
bebê 
Diagnóstico 
 Ausência de biomarcadores (ou marcadores biológicos são entidades que podem 
ser medidas experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada 
função normal ou patológica de um organismo ou uma resposta a um agente 
farmacológico) -> análise de critérios comportamentais (não único); não é através 
de apenas um comportamento que a criança vai ser diagnosticada com autismo, 
mas conjunto de comportamentos analisados através de um período de tempo que 
vão dar esse diagnóstico 
o Ex: pacientes diabéticos têm níveis elevados de glicose – glicose elevada é 
um biomarcador para diabetes 
 O diagnóstico se dá antes dos três anos de idade -> entre 6 meses e 1 ano ; há 
relatos que mostram que a criança se desenvolvia de forma adequada até os 6 
meses e partir daí começou a apresentar alterações comportamentais sugestivas 
de autismo. Então na maioria das vezes antes de 1 ano a criança já tem o 
diagnóstico de autismo 
 Pais podem notar alterações comportamentais desde o início da vida como durante 
o segundo ano de vida 
 O acompanhamento precisa ser feito ao longo do tempo, pois a 
manifestação pode variar de uma criança para outra 
Características 
 Linguagem literal, perda de habilidade na conversação e pouca compreensão de 
ironias 
 Dificuldade social ao longo da vida -> baixa capacidade de fazer amigos/manter 
relacionamentos 
 Preferência por rotina/padrões comportamentais restritos permanecem ao longo da 
vida (o adulto com autismo vai manifestar essas características) -> interesses 
sofrem alterações (a criança vaise interessar por assuntos naturalmente de 
crianças e adultos por assuntos e objetos de interesse de adultos) 
 Hipersensibilidade ao toque, gosto, som, visão -> contribui para os comportamentos 
restritos 
 Forte preferência e aversão (pessoas autistas se apegam muito a uma única 
pessoa, ou a um único objeto, a uma única situação e deixam de lado todas as 
demais, dificulta a inserção social e o cuidado, pois tem pouca maleabilidade de 
trocar de médico etc) 
Progressão (cada fase da vida possui algumas características básicas do período) 
 Fim do primeiro ano de vida 
 Não atende quando chamado pelo nome 
 Prefere objetos a pessoas 
 Uso repetitivo de objetos (girar) 
 Exploração visual incomum. Ex: olhar para a boca em vez dos olhos 
18 meses 
 Não volta sua atenção para a pessoa/objeto que é foco de outra pessoa 
 Não aponta/gestos para direcionar atenção de outras pessoas 
 Não se envolve em jogos de faz-de-conta – isso dificulta a interação e a 
convivência com outras pessoas 
o Teoria da mente - (em inglês Theory of Mind - ToM), também designada 
por mentalização, é a habilidade de atribuir e representar, em si próprio e nos 
outros, os estados mentais independentes - crenças, intenções, desejos, 
conhecimento, etc 
 
***A criança não consegue imaginar isso 
 
 
3 anos 
 Atraso no desenvolvimento da linguagem – ecolalia (repetem como eco) e 
expressões idiossincráticas/particulares (criam palavras próprias) – ou as crianças 
não desenvolvem ou a desenvolvem de maneira conturbada 
 Síndrome de Asperger: diagnóstico em idade escolar – tem desenvolvimento 
cognitivo e de linguagem bastante próximo/semelhante das outras crianças, embora 
elas apresentem comportamentos muito característicos do autismo, elas só vão 
conseguir ser diagnosticadas em idade escolar quando não conseguirem 
acompanhar o desenvolvimento das outras crianças 
Transtorno do neurodesenvolvimento – DSM-V 
Momento da gestação e os primeiros meses de vida do bebê é o período em que o 
cérebro da criança está se desenvolvendo de uma forma muito importante. Há vários 
processos ocorrendo durante esse período, que precisam ser controlados e ocorrer 
dentro de um período de tempo específico. Qualquer fator ou situação que comprometa 
esses processos resultam em neurodesenvolvimento alterado, que pode gerar 
manifestação de doenças e/ou transtornos 
 
Os sintomas do autismo apresentam uma progressão. Em cada período da vida vão 
surgindo sintomas e sinais diferentes. Isso tem a ver com os esses processos que estão 
acontecendo ao longo do tempo e que estão sendo alterados por conta de algum fator 
que prejudicou o neurodesenvolvimento. Esses sintomas são relacionados com alguma 
formação ou atividade cerebral que deveria acontecer naquele período, mas foi 
prejudicada, o que vai fazer com que ela não se dê da forma adequada 
 Alterações no tamanho e curso do desenvolvimento de algumas regiões encefálicas 
-> cerebelo, córtex cerebral, amígdala, hipocampo e corpo caloso 
 Macrocefalia do lobo frontal (2-3 anos) – não ocorre refinamento da conectividade 
neural – durante o desenvolvimento há inúmeros neurônios, sinapses se formando, 
mas em algum momento específico essas sinapses e neurônios precisam ser 
refinados, ou sejam, precisam deixar de existir para que a conexão seja mais limpa. 
Mas se não tem refinamento, essas sinapses e neurônios podem virar um 
emaranhado e isso prejudica a transmissão de informação. Lobo aumentado indica 
acúmulo de neurônios e sinapses nessa região 
 Defeito na migração de células para o córtex cerebral, organização colunar cortical 
anormal e menor número de neurônios na amígdala de adultos com autismo – 
desorganização das células neuronais no cérebro 
 Correlação direta com alterações comportamentais observadas 
 Sugere-se então que no autismo há um excesso e desorganização de neurônios e 
sinapses 
 
 Crianças com autismo têm mais sinapses no cérebro. Criança autismo x criança 
controle. As espículas neuronais indicam a localização das sinapses 
 Há muita informação no cérebro no autista, que se cruzam e se bagunçam. A 
informação não sai de forma adequada de onde deve para o seu destino. Há muita 
interferência no processo que as informações ficam bagunçadas. Não significa 
inteligência 
Comorbidades (que dificultam o tratamento) 
 Comprometimento intelectual e déficit de aprendizado 
 Epilepsia 
 Síndromes genéticas 
 Transtornos psiquiátricos 
 Principalmente ansiedade e depressão 
 Sobreposição de sintomas de modo que fica difícil distinguir uma coisa da outra, 
diagnosticar corretamente; essas comorbidades dificultam ainda mais o tratamento e 
o manejo adequado dos pacientes com autismo 
Alguns pacientes apresentam o que se chama de Ilhotas de habilidades especiais: 
 Acontece em aproximadamente 10% dos casos 
 Habilidade fora do comum principalmente para: Música, arte, cálculo, memória 
 Processamento de informações preferencialmente voltado para pequenos detalhes 
ao invés de ver situação/imagem como um todo – focam em um detalhe e isso os 
torna bons naquilo 
 Regiões encefálicas envolvidas na percepção são altamente funcionais 
 Sistematização – habilidade de se organizar para que as coisas sejam sistematizadas 
e tenham desenvolvimento brilhante em situações específicas 
o The good doctor 
Tratamentos 
 Farmacológico -> exclusivamente sintomático, pois não existe medicamento 
exclusivo para tratamento do autismo, feito exclusivamente para esse fim 
 Insônia: melatonina 
 Hiperatividade, impulsividade e desatenção: metilfenidato e atomoxetina 
 Irritabilidade (bastante comum nesses pacientes): risperidona e aripiprazol 
 Estereotipia (ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da 
postura ou da fala. As estereotipias costumam acontecer em situações que 
o autista se sente bombardeado por estímulos, e as ações repetitivas 
ajudam a pessoa a se reorganizar internamente e processar tudo o que 
está sentindo): fluoxetina, risperidona e valproato 
 Alterações comportamentais (para controle comportamental deles): 
quetiapina, clozapina, ziprazidona e lítio 
 Nenhum dos medicamentos acima é específico para o autismo. Temos: 
Antipsicóticos (APs) como aqueles para irritabilidade, inibidores da recaptação de 
noradrenalina (ISRN) como a atomoxetina, inibidores da recaptação de serotonina 
(ISRS) como é o caso da fluoxetina, estabilizadores de humor como é o caso do lítio 
***Esses pacientes precisam ser tratados para terem uma qualidade de vida melhor, mas 
o tratamento é simplesmente sintomático 
Tratamentos 
 Psicoterapia – vai ajudar a lidar com os sintomas 
 Foco em comportamentos básicos para melhorar interação e comunicação – para 
que sejam inseridos na comunidade 
 Psicossociais e educacionais – precisam estar inseridos no ambiente social e escolar 
 Educação psicológica com suporte e orientação familiar -> melhor adaptação em 
ambiente estável e bem estruturado 
 Ensino especial e inclusivo -> melhora significativa no comportamento ao longo dos 
anos 
Resumo 
 
Síndrome de Rett – pacientes com essa síndrome provavelmente nunca irão falar

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