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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Física Termodinâmica e Ondas Aula 1 Professor Cristiano Cancela da Cruz CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá! Você está no primeiro encontro de Física: Termodinâmica e Ondas! Preparado para começar esta aula e enriquecer os seus conhecimentos? Pegue papel e caneta e vamos lá! Ao realizar o estudo cinemático do movimento de determinados objetos foi possível verificar que esses movimentos são classificados de acordo com a trajetória percorrida (movimento retilíneo, movimento parabólico, movimento circular). Quando estes movimentos se repetem indefinidamente, seja qual for a trajetória, eles são chamados de movimento periódico ou oscilação. O movimento dos planetas ao redor do sol, a oscilação do pêndulo de um relógio, o bater das asas de um beija-flor, o sobe e desce de um barco na água, são exemplos de movimentos periódicos. O que caracteriza um movimento periódico, diferenciando-o de outro do mesmo tipo, são as grandezas físicas envolvidas no movimento, como a amplitude, o período, a frequência e a frequência angular. Nosso objetivo nesta aula é conhecer e entender estas principais grandezas físicas envolvidas, definindo o mais simples movimento de oscilação conhecido como movimento harmônico simples (MHS) e aplicá-las em alguns tipos de osciladores, como o pêndulo simples e o pêndulo físico. Também verificaremos as energias envolvidas neste tipo de movimento e a aplicação delas no estudo do MHS. Além de estudarmos as razões pelas quais algumas oscilações diminuem de amplitude no decorrer do tempo e outras aumentam produzindo deslocamentos cada vez maiores quando forças externas atuam sobre o sistema. Bons estudos e vamos ao trabalho! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Que tal começar com a introdução feita pelo professor Cristiano? É ele que guiará você ao longo desta disciplina. Acompanhe no material online. Contextualizando Terremotos são oscilações da crosta terrestre que são causados por falhas geológicas, erupções vulcânicas e pelo encontro de placas tectônicas. As regiões da crosta terrestre mais suscetíveis à ocorrência de terremotos são as regiões próximas às bordas das placas tectônicas. O Brasil localiza-se no centro da placa tectônica denominada placa Sul-Americana, que possui aproximadamente 200 quilômetros de espessura, nesta localização geográfica os tremores possuem baixa magnitude e intensidade. Mas mesmo assim, no dia 26/11/2015 um forte terremoto atingiu a região norte do país. O tremor com magnitude de 6,7 na escala Richter atingiu a cidade de Tarauacá no Acre. Segundo o centro geológico dos Estados Unidos, o epicentro ocorreu a 604 km de profundidade a cerca de 400 km da capital Rio Branco. Na América do Sul, países como Peru, Equador e Chile sofrem mais com terremotos pois estão localizados próximos à região de encontro das placas tectônicas Sul-Americana e de Nazca. Por esta razão, os engenheiros, ao projetarem construções e prédios, por exemplo, preocupam-se em reforçar sua estrutura para que suporte as oscilações provocadas pelos terremotos. Mas não são apenas os terremotos que provocam oscilações, estamos cercados deste tipo de movimento. Os pistões dos motores a combustão, as cordas do violão, a vibração das moléculas do ar durante a propagação do som, o movimento dos elétrons em um fio condutor metálico sujeito a uma corrente alternada, as vibrações de um cristal de quartzo em um relógio eletrônico e até mesmo o vento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Um caso curioso, no qual as oscilações provocadas pelo vento foram capazes de destruir uma ponte, foi o ocorrido com a ponte de Tacoma Narrows, uma ponte pênsil de 1600 metros de comprimento, localizada no estado de Washington, Estados Unidos. A Ponte de Tacoma, como qualquer ponte pênsil, sempre balançava, porém, poucos meses após a sua inauguração, no dia 7 de novembro de 1940, o vento atingiu uma velocidade de aproximadamente 70 km/h o que gerou movimentos de oscilações e de torção na ponte, fazendo com que a estrutura viesse a desabar. Veja acessando o link: https://www.youtube.com/watch?v=xPMwVVfaUYs Um movimento oscilatório é todo movimento onde o objeto material se move sujeito a forças restauradoras em dois sentidos, de forma alternada em torno de uma posição de equilíbrio estável. Apesar de todo formalismo matemático aplicado a oscilações ser fundamentado no movimento mecânico de objetos materiais, as mesmas relações são válidas quando tratarmos de ondas eletromagnéticas, como a luz, o raio x, ondas de rádio, micro-ondas, etc. Mas o que diferencia uma oscilação da outra? O que diferencia um terremoto que causa muita destruição de outro que é apenas sentido como um tremor? Ou, por que o vento a 70 km/h destrói uma ponte e ventos com velocidade maior não? E em relação as ondas eletromagnéticas, o que diferencia a luz do raio x ou do micro-ondas? Todas as respostas para essas perguntas poderão ser explicadas e entendidas a partir do conhecimento das grandezas físicas envolvidas no movimento oscilatório, como a amplitude, o período, a frequência e a frequência angular. Então vamos resolvê-las! https://www.youtube.com/watch?v=xPMwVVfaUYs CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Pesquise TEMA 1: Modelo de oscilador Para facilitar nosso aprendizado iremos estudar o mais simples dos osciladores: um oscilador ideal que descreve movimento periódico. O movimento oscilatório, dito periódico, é um tipo de movimento que se repete em intervalos de tempo iguais. Os valores das grandezas como posição, velocidade, aceleração, entre outras, se repetem a cada movimento completo do oscilador. A partir da tela seguinte você verá exemplos, muita atenção! Na figura 1, a seguir, você pode observar um oscilador idealizado que realiza movimento periódico, conhecido como oscilador massa-mola. Este oscilador é composto por um bloco da massa m que desliza sobre um plano horizontal sem atrito e é preso à extremidade de uma mola que está fixa na outra ponta em um suporte vertical. A mola que você viu possui massa desprezível e pode ser comprimida ou esticada. Quando deformada, ela aplica no bloco uma força, a qual é a única força horizontal que atua sobre o bloco, a força vertical, força peso, é anulada pela força normal do plano sobre o bloco. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Para facilitar, definimos como origem do sistema de coordenadas o ponto O, que se encontra na posição de equilíbrio quando a mola está em repouso, neste ponto a mola não está nem esticada, nem comprimida. O eixo coordenado x fornece o componente do vetor deslocamento a partir da posição de equilíbrio, indicando a variação do comprimento da mola. Quando o bloco é deslocado da posição de equilíbrio por uma força externa, a força da mola (Fmola), chamada de força restauradora, tende a trazer o bloco novamente para posição de equilíbrio. Por exemplo, quando deslocamos o bloco para a direita do ponto O, na posição x = +A, figura 2, e então o liberamos, a única força, a força restauradora da mola atua para esquerda, produzindo uma aceleração ax também para esquerda. A partir daí, figura 3, como o movimento é acelerado, a velocidade do bloco aumenta até chegar no ponto O. Quando o bloco chega no ponto de equilíbrio, a força restauradora é igual a zero (Fmola = 0), neste momento ele não possui aceleração, porém como o bloco possui velocidade, ele continua o movimento e ultrapassa essa posição deslocando- se para o lado esquerdo do ponto O. Agora a mola passa a ser comprimida,exercendo uma força restauradora para direita, e, portanto, contrária ao movimento, desacelerando o bloco até o repouso, que acontece no ponto x = - A, figura 4. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 A mola agora está sofrendo compressão, a seguir ela acelera o bloco da esquerda para direita, a sua velocidade, portanto, aumenta enquanto a mola estica, ultrapassando novamente o ponto de equilíbrio e projetando o bloco para o lado direito até o ponto x = +A, onde o bloco atinge o repouso e a mola encontra-se novamente esticada pronta para iniciar o ciclo novamente. Se no sistema formado pelo oscilador massa-mola não existir atrito, ou qualquer outra força que retire energia do sistema, o movimento do oscilador se repetirá interminavelmente. Então, até aqui você viu a descrição do movimento do oscilador ideal que iremos utilizar para descrever as grandezas físicas envolvidas no movimento oscilatório, como amplitude, período, frequência e frequência angular. Apesar destas grandezas e definições serem obtidas através do oscilador ideal, elas são válidas para qualquer tipo de oscilação periódica, seja mecânica ou eletromagnética. O oscilador massa - mola também pode funcionar na vertical, eixo coordenado y. Porém, neste caso, ocorre a contribuição da força gravitacional. Como a força gravitacional é uma força conservativa, ela não irá dissipar energia mecânica do movimento e, portanto, o oscilador irá funcionar da mesma maneira. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Amplitude, Período, Frequência e Frequência Angular A toda vez que o oscilador realiza um ciclo completo, ou seja, quando ele inicia na posição x = +A e depois volta a esta posição, o intervalo de tempo gasto para realizar esse ciclo é chamado de período (T). Sua unidade no sistema internacional de unidades é o segundo (s). O inverso do período é chamado de frequência (f), definida como o número de ciclos realizados pelo oscilador no intervalo de tempo, normalmente 1 segundo. 𝑇 = 1 𝑓 ou 𝑓 = 1 𝑇 Em homenagem ao físico Heinrich Hertz, que muito contribuiu no estudo das ondas eletromagnéticas, a unidade de frequência é o Hertz (Hz), sendo: 1 𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 = 1 𝐻𝑧 = 1 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑠 = 1 𝑠−1 A frequência angular (), corresponde variação da posição angular, medida em radianos (rad), pelo tempo. Portanto a unidade de frequência angular é radiano por segundo ( 𝑟𝑎𝑑 𝑠 ). Como a frequência é dada em ciclos por segundo ( 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 𝑠 ) e uma oscilação completa resulta em 2𝜋 𝑟𝑎𝑑 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 , podemos relacionar as grandezas de frequência e frequência angular e período pela equação: 𝜔 = 2𝜋𝑓 = 2𝜋 𝑇 A amplitude (A) do movimento oscilatório corresponde ao módulo máximo do vetor deslocamento do oscilador em relação a posição de equilíbrio O. A unidade de amplitude é o metro (m). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 O professor Cristiano nos fala um pouco mais sobre o oscilador massa- mola na videoaula a seguir. Confira no material online! TEMA 2: Movimento harmônico simples (MHS) Quando a força restauradora é proporcional ao deslocamento do oscilador em relação a posição de equilíbrio O, ele irá descrever o mais simples dos movimentos oscilatórios, denominado de Movimento Harmônico Simples ou de maneira abreviada “MHS”. Em nosso modelo, sistema massa - mola, isso irá ocorrer quando a mola utilizada obedecer à Lei de Hooke, ou seja, quando a força restauradora (Fmola) for dada por: 𝐹𝑚𝑜𝑙𝑎 = − 𝑘 . 𝑥 Esta relação matemática determina o módulo e a direção da força restauradora da mola, independente de x ser positivo, negativo ou nulo. De acordo com a Segunda Lei de Newton, a aceleração do bloco preso a mola será dada pela relação: 𝐹𝑅 = 𝑚. 𝑎 Logo: 𝑎 = 𝐹𝑅 𝑚 Como a força resultante (FR) atuante no bloco é a força da mola (Fmola), força restauradora, a aceleração será dada por: 𝑎 = − 𝑘 𝑚 𝑥 Onde: k = constante de proporcionalidade (unidade = N/m) x = deslocamento em relação a posição de equilíbrio O (unidade = metro). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Repare que a aceleração depende do valor de x e esse varia a todo momento, portanto a aceleração do movimento do bloco não será constante. Repare também que devido ao sinal negativo a aceleração sempre terá sentido contrário ao deslocamento x. Leitura obrigatória. Aproveite este momento e acesse o livro “Física II”, de Sears e Zemansky em sua Biblioteca Virtual. Procure pelo capítulo “Movimento circular e as equações do movimento harmônico simples” na página 39. Podemos relacionar a frequência angular de um bloco de massa m que executa o movimento harmônico simples sob a ação de uma força restauradora de uma mola de constante da mola k, pela relação: 𝜔 = √ 𝑘 𝑚 Esta relação mostra que a frequência de oscilação de um oscilador harmônico simples no sistema massa - mola depende do próprio oscilador com suas características massa do bloco e constante da mola. Se substituirmos essa relação nas equações de frequência e período, 𝑓 = 𝜔 2𝜋 Obtemos a frequência do oscilador, dada por: 𝑓 = 1 2𝜋 √ 𝑘 𝑚 E o período: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Repare que nas equações que você viu não há relação alguma com a amplitude (A) do movimento, portanto em um oscilador harmônico simples o período e a frequência de oscilação não dependem da amplitude. Para iniciar o movimento você poderia produzir um pequeno deslocamento em relação a posição de equilíbrio ou um grande deslocamento, mas independentemente do valor deste deslocamento as grandezas frequência e período do oscilador seriam sempre as mesmas. ATENÇÃO! Não confunda frequência e frequência angular. Você poderá se atrapalhar caso não saiba a diferença entre a frequência 𝑓 e a frequência angular 𝜔 = 2𝜋𝑓. A frequência informa o número de ciclos por segundo, enquanto a frequência angular informa o número de radinhos por segundo correspondente ao círculo de referência. Ao resolver um problema, verifique cuidadosamente se o objetivo é achar 𝑓 ou 𝜔 . (SEARS apud ZEMANSKI. Física II, p.41. 2003) Leitura obrigatória. Livro “Física II”, de Sears e Zemansky em sua Biblioteca Virtual, página 41. Deslocamento, Velocidade e Aceleração no MHS O gráfico abaixo mostra o deslocamento x do bloco oscilante em função do tempo no movimento harmônico simples, Figura 6 - Gráfico do deslocamento (x) em função do tempo (t) para o oscilador harmônico simples. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Queremos determinar a equação que descreve o comportamento da coordenada x em função do tempo para o MHS. De acordo com o gráfico da figura 6, percebe-se que o deslocamento x é uma função do tempo senoidal periódica. Sem entrar em muitos detalhes, iremos omitir alguns passos, a equação que descreve a variação da coordenada x em função do tempo é dada por: 𝑥 = 𝐴 cos(𝜔𝑡 + ϕ) Sendo: A = amplitude máxima w = frequência angular t = tempo f = ângulo de fase A constante f, ângulo de fase, indica em que ponto do ciclo de movimento o bloco oscilante se encontrava no início do movimento quanto t = 0. Vamos supor que quando o movimento do oscilador iniciou (t = 0) a coordenada x = xo, substituindo esses valores na equação, obtemos: 𝑥𝑜 = 𝐴 cos(𝜔. 0 + ϕ) Logo: 𝑥𝑜 = 𝐴 cos 𝜙 Se f = 0, então:𝑥𝑜 = 𝐴 cos 0 = 𝐴 Ou seja, o oscilador começa seu movimento no deslocamento máximo positivo. Se f = p, então: 𝑥𝑜 = 𝐴 cos 𝜋 = −𝐴 O movimento começa no deslocamento máximo negativo. Se f = p/2, então: 𝑥𝑜 = 𝐴 cos 𝜋 2 = 0. O movimento se inicia na origem.Sabendo a equação do deslocamento em função do tempo para o oscilador, podemos através da derivada primeira determinar a equação que descreve o comportamento da velocidade do bloco oscilante em função do tempo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Lembrando que: 𝑣𝑥 = 𝑑𝑥 𝑑𝑡 Então: 𝑑𝑥 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 [𝐴 cos(𝜔𝑡 + ϕ)] Como a amplitude A é constante, ela sai do sinal de derivada, 𝑑𝑥 𝑑𝑡 = 𝐴 𝑑 𝑑𝑡 [cos(𝜔𝑡 + ϕ)]. Sendo a derivada do cosseno igual a função seno com sinal negativo, e como a derivada é na variável t, devemos derivar 𝑑𝜔𝑡 𝑑𝑡 = 𝜔, que sai da operação do cosseno passando multiplicar toda equação, dessa forma obtemos a velocidade no MHS por: 𝑣𝑥 = − 𝜔𝐴 sen(𝜔𝑡 + ϕ). Da mesma maneira vista, através da derivada segunda da posição em função do tempo do oscilador, podemos obter a equação que descreve o comportamento da aceleração em função do tempo para MHS. Sendo: 𝑎𝑥 = 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 = 𝑑𝑣𝑥 𝑑𝑡 𝑑𝑣𝑥 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 [− 𝜔𝐴 sen(𝜔𝑡 + ϕ)] Logo, resolvendo a derivada obtemos a equação da aceleração para o MHS: 𝑎𝑥 = − 𝜔 2𝐴 cos(𝜔𝑡 + ϕ) Leitura obrigatória. Livro “Física II”, de Sears e Zemansky em sua Biblioteca Virtual, páginas 44 e 45, “estratégia para solução de problemas”. Acesse o link a seguir para ver outro simulador: http://phet.colorado.edu/sims/mass-spring-lab/mass-spring-lab_en.html E o que será que o professor Cristiano tem mais a nos dizer sobre o MHS? Assista no conteúdo online! TEMA 3: Energia no movimento harmônico simples Até agora estudamos o MHS no ponto de vista cinemático relacionando posição, velocidade, aceleração e tempo. No entanto, podemos obter outras informações se observarmos e levarmos em conta os tipos de energias envolvidas no movimento. http://phet.colorado.edu/sims/mass-spring-lab/mass-spring-lab_en.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 No modelo de oscilador massa – mola horizontal descrito no início da aula foi possível verificar que a força resultante é determinada por uma única força envolvida no movimento, a força da mola. Destacamos aqui que esta força é uma força conservativa, sendo então a energia mecânica total do sistema constante. Considerando que a massa da mola é desprezível podemos determinar a energia cinética do bloco oscilante pela relação: 𝐾 = 1 2 𝑚. 𝑣2 Já a energia potencial elástica da mola poderá ser determinada por: 𝑈 = 1 2 𝑘. 𝑥2 Como não existe nenhuma força dissipativa no movimento, a energia mecânica total (E) será conservada e será dada pelo somatório da energia cinética com a energia potencial elástica, matematicamente: 𝐸 = 1 2 𝑚. 𝑣2 + 1 2 𝑘. 𝑥2 Veja a figura: Figura 7 – Gráficos da energia cinética, potencial e mecânica para o MHS. Fonte: Livro Sears e Zemansky. Física II. p.46, 2003. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 A figura 7 que você viu na tela anterior mostra alguns deslocamentos característicos do oscilador para as posições quando x = 0, x = + A/2 e x = + A. Abaixo de cada desenho encontram-se os gráficos de energia mecânica com as parcelas de energia cinética e energia potencial para cada uma dessas posições. Repare que nos extremos do movimento, quando x = + A, ou x = - A, a energia cinética é nula. Isso se deve ao fato que nestes pontos a velocidade do bloco é igual a zero. Por outro lado, nestes extremos, a mola ou está sofrendo compressão máxima (ponto x = - A) ou está sofrendo elongação máxima (ponto x = + A), devido a deformação máxima nestes pontos a energia potencial elástica será máxima. Já quando o oscilador encontra-se passando pela origem, ponto de equilíbrio O, seja para direita ou para esquerda, a velocidade do bloco oscilante é máxima e, portanto, neste ponto a energia cinética também é máxima. Mas como a mola não está sofrendo deformação alguma (ponto de equilíbrio), a energia potencial elástica neste ponto será igual a zero. Em qualquer outra posição entre o ponto de equilíbrio (x = 0) e as amplitudes máximas (x = + A), o oscilador irá possuir energia cinética (velocidade), como também energia potencial elástica (mola possui deformação), é o que acontece nos pontos médios (x = + A/2). Leitura obrigatória. Livro “Física II”, de Sears e Zemansky em sua Biblioteca Virtual, página 47, “estratégia para solução de problemas. Ver exemplos 13.2 e 13.4. Professor Cristiano, o que mais precisamos saber sobre o Movimento Harmônico Simples? Acesse o material online para saber! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 TEMA 4: Pêndulo simples Um pêndulo simples é um modelo de oscilador, ele é constituído por um objeto, geralmente uma esfera, a qual é presa em uma das extremidades de um fio que não estica e de massa desprezível e a outra extremidade do fio é fixa em um suporte. Quando a esfera é deslocada da posição de equilíbrio, determinado ângulo q, e em seguida é solta, ela oscila em torno da posição de equilíbrio como um balanço, descrevendo uma trajetória na forma de um arco de circunferência que possui raio L igual ao comprimento do fio, veja: Uma limitação para que o pêndulo simples visto na tela anterior comporte- se promovendo um movimento harmônico simples é que o ângulo q seja pequeno. Como vimos, no estudo do sistema massa - mola, o movimento harmônico simples exige que a força restauradora seja proporcional à distância x ou ao ângulo q. A força restauradora no pêndulo simples é a força gravitacional, mostrada na figura 8 como o produto massa pela aceleração da gravidade (mg). Em determinado instante, que não seja na posição de equilíbrio, a força gravitacional pode ser decomposta em componentes retangulares (mg senq e mg cosq). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 A componente (mg cosq) é anulada pela tração no fio, representado na figura pelo vetor T, portanto a força restauradora atuante no pêndulo simples é dada por mg senq. 𝐹𝜃 = −𝑚𝑔 𝑠𝑒𝑛𝜃 Contudo, como se pode ver, a força restauradora não é proporcional ao ângulo q, mas sim a (senq), e nesse caso o movimento não é harmônico simples. Porém, se utilizarmos uma aproximação, quando o ângulo q, medido em radianos, for suficientemente pequeno, senq será aproximadamente igual a q (senq ≈ q), com isso podemos escrever a força restauradora como: 𝐹𝜃 = −𝑚𝑔𝜃 Ou, sendo: 𝑥 = 𝐿𝜃 Pode-se escrever: 𝐹𝜃 = − 𝑚𝑔 𝐿 𝑥 Dessa forma a força restauradora é proporcional a coordenada x para pequenos deslocamentos, e a constante de proporcionalidade da força 𝑘 = 𝑚𝑔 𝐿 Substituindo a constante de proporcionalidade na equação da frequência angular destacada no estudo do sistema massa – mola, podemos escrever: 𝜔 = √ 𝑘 𝑚 Então: 𝜔 = √ 𝑚𝑔 𝐿 𝑚 = √ 𝑔 𝐿 , logo a frequência e o período do movimento do pêndulo simples podem ser escritos por: 𝑓 = 𝜔 2𝜋 𝑓 = 1 2𝜋 √ 𝑔 𝐿 e o período: 𝑇 = 2𝜋√ 𝐿 𝑔 Deve ser lembrado que as relações que você viu são válidas somente para pequenas amplitudes, quando q for pequeno. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Sendo válidas estas relações, repare que as grandezas, a frequência angular, a frequência e o período do pêndulo simples não dependem da massa da esfera posta a oscilar, mas dependem do comprimento L do fio e também da aceleração da gravidade local. Veja outro simulador, no link: https://phet.colorado.edu/sims/pendulum- lab/pendulum-lab_pt_BR.html Leitura obrigatória. Livro “Física II”, de Sears e Zemansky em sua Biblioteca Virtual, página 54. Oscilações Amortecidas Os sistemas oscilantes descritos até aqui, sistema massa–mola e pêndulo simples são considerados sistemas ideaisporque não possuem forças resistivas (atrito) e desta forma quando postos para oscilar, mantém o movimento infinitamente sem diminuir a amplitude. Mas em sistemas reais isso não acontece, pois nestes a força de atrito está presente, dissipando a energia do movimento e reduzindo a amplitude gradativamente até atingir o repouso. A diminuição da amplitude é chamada de amortecimento, por isso o nome, oscilações amortecidas. O gráfico a seguir mostra a posição x em função do tempo para um sistema de oscilações amortecidas. https://phet.colorado.edu/sims/pendulum-lab/pendulum-lab_pt_BR.html https://phet.colorado.edu/sims/pendulum-lab/pendulum-lab_pt_BR.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Verifique que a cada período de oscilação a amplitude do movimento do oscilador diminui, quanto maior for a força de amortecimento mais rapidamente a amplitude será reduzida. Quando a força de amortecimento for suficientemente grande, ao ser deslocado da posição de equilíbrio e posto para oscilar, o oscilador retorna para posição de equilíbrio sem oscilar, ocorrendo o amortecimento crítico. E, quando além de não oscilar, o oscilador voltar para a posição de equilíbrio, lentamente temos o superamortecimento. Oscilações forçadas e Ressonância Naturalmente se um oscilador amortecido é deixado para oscilar livremente, seu movimento tende a cessar atingindo o repouso. Contudo, se a cada movimento de ir e vir e uma força externa atuar no oscilador e o movimento continuar mantendo a amplitude máxima constante (e isso é claro) enquanto a força externa atuar, damos a este tipo de oscilação a denominação de oscilação forçada. Um relógio de pêndulo mantém seu movimento por oscilação forçada através de uma força promovida por uma mola de corda ou por pesos suspensos fornecendo energia para suprir a dissipação da energia mecânica devido ao atrito nas engrenagens e no pivô do pêndulo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Um ponto de vista interessante em relação a oscilação forçada ocorre quando a frequência com que a força propulsora atua no sistema é aproximadamente igual à frequência natural das oscilações do sistema oscilante. Quando isso ocorre dizemos que o sistema está em ressonância. Sobre o pêndulo simples, assista no material online o que mais o professor Cristiano tem a nos ensinar! Trocando ideias Lembra do exemplo introdutório sobre a ponte que despencou devido a um vento de 70 km/h nos Estados Unidos? Com esta ideia, pesquise por outros exemplos com base no que você estudou até aqui e poste para os seus colegas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), veja também o que postaram e comente! Na Prática Hora de refletir! Pare e olhe em volta, quais objetos do seu dia a dia têm movimentos? Faça uma lista de 10 itens e indique qual o tipo de movimento, oscilação que eles têm? Claro, com base no conteúdo que você aprendeu hoje. Síntese Chegamos ao fim deste encontro, e claro que não poderíamos deixar de ouvir as palavras do professor Cristiano! Hoje você aprendeu sobre o modelo de oscilador, o MHS e até como isso funciona em um pêndulo simples. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Não deixe de fazer outras pesquisas também, desse modo você vai fixar o conteúdo na cabeça e facilitar os próximos aprendizados. Agora, assista a sintetização pelo professor Cristiano, a seguir. Assista à sintetização no material online! Referências SEARS E ZEMANSKI. Física II: Termodinâmica e Ondas. 12ª edição – ed. Pearson. 2003.
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