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Execução de fundações de edifícios

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
ANDRÉ CHACON DE VICENTE 
ANDRIELLY CRISTINE RODRIGUES CARRIJO 
IGOR NOGUEIRA DE SOUSA 
MATHEUS VIEIRA ASSUNÇÃO 
 
 
 
 
 
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA - GO 
2021 
2 
 
ANDRÉ CHACON DE VICENTE 
ANDRIELLY CRISTINE RODRIGUES CARRIJO 
IGOR NOGUEIRA DE SOUSA 
MATHEUS VIEIRA ASSUNÇÃO 
 
 
 
 
 
 
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Civil 
da Universidade Federal de Goiás, como requisitos 
para aprovação na disciplina de Introdução à 
Geotecnia (2021.1) 
 
PROFESSORA: Sandra Garcia Gabas 
 
 
 
 
GOIÂNIA - GO 
 2021
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 6 
2.1 CONCEITO DE FUNDAÇÃO ............................................................................................. 6 
2.1.1 Classificação das fundações ............................................................................................... 6 
2.1.2 Relação entre fundação e geotecnia .................................................................................... 7 
2.1.2.1 Plano de investigação geotécnico ..................................................................................... 8 
2.2 PREVISÃO E CONTROLE DAS FUNDAÇÕES ................................................................... 8 
2.2.1 Parâmetros a serem observados no projeto e execução das estruturas de Engenharia Civil ......... 8 
2.3 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA E PARÂMETROS PARA FUNDAÇÕES ........................... 9 
3 INTERAÇÃO ENTRE SOLO E ESTRUTURA .................................................................. 10 
3.1 INFLUÊNCIA DO TEMPO ............................................................................................... 10 
3.2 PROCESSO CONSTRUTIVO DE UMA FUNDAÇÃO ........................................................ 11 
3.3 RIGIDEZ RELATIVA ENTRE ESTRUTURA E SOLO ....................................................... 12 
4 RECALQUES .................................................................................................................... 13 
4.1 TIPOS DE RECALQUES .................................................................................................. 13 
4.1.1. Recalque do ponto de vista do solo .................................................................................. 13 
4.1.2. Recalque do ponto de vista da estrutura ............................................................................ 14 
4.2 PREVISÃO DE RECALQUES........................................................................................... 14 
4.3 CAUSAS COMUNS DE RECALQUE ................................................................................ 15 
4.4 RECALQUE IMEDIATO EM FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS .............................................. 16 
4.5 SOLUÇÃO DE FADUM (1948) ......................................................................................... 16 
5 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA EXECUÇÃO DE EDIFÍCIOS
 ............................................................................................................................................ 18 
6 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 20 
6.1 ASPECTOS DA REGIÃO ................................................................................................. 20 
6.1.1 Aspectos geotécnicos da região ........................................................................................ 21 
6.2 PROJETO E COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL ..................................................................... 22 
6.2.1 Sondagens e ensaios ....................................................................................................... 22 
6.3 ESTAQUEAMENTO ........................................................................................................ 22 
7 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 26 
 
 
4 
 
RESUMO 
A determinação do melhor tipo de fundação para uma edificação depende da análise de 
informações referentes à viabilidade técnica e econômica, fator que viabiliza a aplicação da 
Geotecnia na área da Engenharia. A escolha da fundação sujeita-se ao estudo de possíveis 
problemas relativos ao solo, da estrutura que será adotada e da sua funcionalidade e porte. 
Portanto, este trabalho acadêmico, cuja realização tem o intuito de fornecer conceitos técnicos 
de fundações e um estudo de caso a respeito da fundação adotada no Centro de Convergência 
CCJE-CFCH-CLA, tem o objetivo de destacar a importância do conhecimento técnico da área 
da Geotecnia para a melhor decisão de fundação a ser adotada na construção e fornecer 
informações que relacionam a Engenharia à Geotecnia e avaliam a estabilidade e 
sustentabilidade na execução dessas edificações. 
Palavras-chave: Fundação; edificação; geotecnia; engenharia; solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Uma das decisões mais importantes e difíceis para o construtor em seu empreendimento 
é a escolha do tipo de fundação para sustentação da edificação. Essa decisão deve ser tomada, 
cautelosamente, após o estudo das características do solo, da existência de lençóis freáticos na 
área, da análise de custos e dos esforços atuantes sobre a construção. 
A fundação de uma edificação representa a interação entre o solo local e a estrutura, a 
qual será construída. Essa estrutura é responsável por receber as cargas da edificação e 
transmitir ao solo. Portanto, o tipo e a forma de fundação devem ser escolhidos conforme a 
viabilidade técnica e econômica. 
Com o advento da globalização e, consequentemente, das inovações industriais de 
materiais e componentes, o mercado tem exigido das empresas processos de gestão de qualidade 
e produtividade mais rigorosos na área de construção de edifícios. O desempenho de uma 
fundação tem influência dos parâmetros de garantia mínima como segurança, durabilidade e 
funcionalidade, estabilidade, e essa fundação só pode ser desenvolvida através de um projeto 
de qualidade e das etapas de controle e execução. 
Além disso, no Brasil, a porcentagem de desperdício na Construção Civil é muito alta. 
Isso ocorre devido à ausência de projetos adequados, o que resulta em erros e falhas de 
execução, desperdício de materiais e de mão-de-obra e custo excessivo. (CAMBIAGHI, 1992). 
Como instrumento fundamental para o início de qualquer construção, a geotecnia age no 
estudo do solo e das rochas relacionado às ações humanas. Portanto, no que tange à escolha 
técnica do melhor tipo de fundação para uma edificação, a geotecnia é um dos fatores 
influenciadores de decisão por interpretar a interação entre o solo e a estrutura; solo este que 
apresenta instabilidade de acordo com cada região. 
Nesse sentido, este trabalho acadêmico tem o intuito de expor os principais tipos de 
fundação, os parâmetros a serem observados no projeto e execução da estrutura, a investigação 
geotécnica e o estudo de caso de um tipo de fundação. 
 
 
 
 
6 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 CONCEITO DE FUNDAÇÃO 
 
A fundação é um elemento da estrutura de uma edificação responsável pelo repasse da 
carga da estrutura ao solo. Existem diversos tipos de fundações e, para a escolha do tipo de 
fundação mais adequado em uma determinada construção, é necessário que haja um estudo das 
respectivasetapas: projeto do edifício, cálculo das cargas atuantes sobre essa edificação e 
investigação do terreno para análise das características do solo. Assim, é possível definir o tipo 
de fundação e seus elementos estruturais para a construção. (VELLOSO, D. & LOPES, 2010). 
Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício; 
porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10 vezes o custo 
da fundação mais apropriada para o caso. (BRITO, 1987 apud MARANGON,2018). 
Do ponto de vista estrutural, a resistência à carga, a natureza da estrutura e a carga da 
fundação devem ser o material de análise. Do ponto de vista da engenharia geotécnica, é 
necessário estudar a natureza geotécnica do terreno, as condições geotécnicas do local, a forma 
de entrada no terreno e a viabilidade técnica e econômica de implementação. (MARANGON, 
2018). 
 2.1.1 Classificação das fundações 
 
As fundações, classificadas em relação à transmissão de cargas, podem ser de natureza 
direta ou indireta. As fundações diretas são aquelas que transferem a carga diretamente pela 
base por compressão, por exemplo, as sapatas e as tubulações. Por outro lado, as indiretas 
transferem a carga por atrito lateral e pela base por compressão. (MOURA, 2021 apud 
MARANGON, 2018). 
As fundações diretas são subdivididas em rasas ou profundas. As rasas são constituídas 
pelas sapatas (corrida, associada, isolada ou alavancada), pelas grelhas, pelos blocos e alicerces 
e pelos radiers. Já as fundações diretas profundas são compostas pelas estacas, pelos caixões e 
tubulões (a ar condicionado ou a céu aberto). (VELLOSO, D. & LOPES, 2010). 
7 
 
 
Figura 1 - Principais tipos de fundações (NEWS, 2020) 
2.1.2 Relação entre fundação e geotecnia 
 
A Geotecnia é de extrema importância em toda construção civil por facilitar ao homem a 
compreensão dos fenômenos geológicos de formação e a solução de alguns problemas advindos 
das áreas da engenharia. A Geotecnia, através do material recolhido nos ensaios de campo, é 
fundamental para o desenvolvimento e execução do projeto. (BRITO e GOMES, 2018 apud 
MARANGON, 2018). 
A boa execução e o bom desenvolvimento de um projeto de execução sofrem influência 
direta da competência e conhecimento do projetista a respeito do solo no qual será construído. 
Ou seja, é necessário o estudo profundo das condições do subsolo, a considerar as realidades 
da natureza e possíveis patologias em questão. 
De acordo com Alonso (1991) apud Marangon (2018), as garantias mínimas de uma 
fundação devem ser segurança, durabilidade e funcionalidade. Portanto, a Geotecnia está 
inserida nas engenharias e, sobretudo na Engenharia Civil, como um instrumento de estudo das 
características do solo e de decisão do tipo de fundação adequada. Afinal, o trabalho é realizado 
com o solo; matéria não fabricada. O solo, portanto, apresenta todas as características impostas 
pela natureza. 
De acordo com Souza e Reis (2008) apud Marangon (2018), em relação aos cálculos 
considerando o apoio das fundações sobre vínculos indeslocáveis, o estudo da deformabilidade 
do solo, os cálculos dos edifícios e a escolha das fundações receberam um panorama mais 
inovador e ilimitado. A realização dessa hipótese mais condizente à realidade física, 
considerando aspectos do solo, recebe o nome de Interação Solo-Estrutura (ISE), porém, ainda 
é executada em poucos lugares. 
8 
 
2.1.2.1 Plano de investigação geotécnico 
De acordo com a NBR 6122 (Projetos e execução de fundações), as atividades que 
fazem parte de um plano de investigação podem ser: caracterizar as solicitações; 
avaliar as unidades geológicas presentes em função dos dados existentes, de 
reconhecimento geológico e outros métodos; selecionar os métodos de investigação 
aplicáveis em função das solicitações, unidades geológicas, fase dos estudos, 
logística, resolução, prazo, custo e outras variáveis e distribuir as investigações na 
área através de critérios geométrico e geológico; elaborar especificações executivas, 
procedimentos de fiscalização, critérios de medição e pagamento, contrato e licitação; 
acompanhar os resultados e ajustar o plano de investigação; interpretar os resultados 
e elaborar os modelos geológico e geomecânico; elaborar seções geológicas e outras 
formas de apresentação de dados conforme requerido; acompanhar a escolha da 
solução e o desenvolvimento do projeto. (BRITO e GOMES, 2018 apud 
MARANGON, 2018). 
Na projeção de uma fundação, quando a região é totalmente desconhecida, faz-se 
necessário, através da geologia, o estudo do subsolo. No caso das fundações, os ensaios de 
campo são preferíveis aos de laboratório. 
 
2.2 PREVISÃO E CONTROLE DAS FUNDAÇÕES 
 
 A previsão e o controle das fundações podem ser descritos pelos critérios de projeto, 
controles de qualidade e aspectos geotécnicos atrelados à Engenharia Civil. 
 
2.2.1 Parâmetros a serem observados no projeto e execução das estruturas de 
Engenharia Civil 
 
O desempenho da fundação obedece, diretamente, aos parâmetros de garantia mínima já 
citados anteriormente. O desenvolvimento e execução da fundação de um edifício também são 
influenciados pela garantia e qualidade dos executores do projeto e execução. 
De acordo com Alonso (1991), toda fundação, para ser executada e classificada com 
garantia de qualidade, deve seguir três etapas: o projeto, o controle e a própria execução. 
Na primeira etapa, são estudadas as características geotécnicas da obra e das cargas e 
definidos os métodos construtivos e o controle operacional e organizacional de suporte à 
execução. Através do projeto, as equipes, o construtor e o engenheiro chefe da obra têm acesso 
à previsão de desenvolvimento e conclusão do empreendimento, além da necessidade de 
conferimento do controle das etapas de controle de qualidade. 
 
9 
 
Por exigência da norma NBR 6122, não se deve elaborar qualquer projeto de 
fundações sem que a natureza do subsolo seja conhecida, através de ensaios 
geotécnicos de campo, tais como sondagens de simples reconhecimento, ensaios de 
penetração estática, provas de cargas em protótipos, entre outros. (MARANGON, 
2018). 
Na segunda etapa, o controle da qualidade durante a fundação é realizado por 3 etapas 
diferentes: a de materiais, a de cargas e a de recalques. No controle de qualidade dos materiais 
devem ser estudadas a resistência e a durabilidade dos mesmos. Já no controle de cargas, devem 
ser analisadas as cargas admissíveis dos elementos estruturais que serão instalados. 
E, na terceira e última etapa, a etapa de execução e observação do comportamento da 
fundação. O cronograma e os parâmetros a serem cumpridos obedecem a um período mínimo 
de análise consonante à finalidade da edificação. 
 
2.3 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA E PARÂMETROS PARA FUNDAÇÕES 
 
Segundo o livro “Fundações: teoria e prática” terceira edição, a elaboração de projetos de 
fundações e projetos geotécnicos exige que o engenheiro responsável tenha um conhecimento 
prévio do solo no qual o edifício será instalado. Uma profunda análise se faz necessária das 
diversas camadas que compõem o substrato e também de suas propriedades de engenharia, a 
fim de determinar a resistência, composição química, nível de água, dentre outros fatores que 
são determinantes para uma construção adequada e segura. 
Através das técnicas de sondagem é possível determinar as características primordiais do 
solo em análise, e com isso classifica-lo, a fim de enquadrá-lo em uma predefinição de 
parâmetros que melhor caracterizam sua formação do ponto de vista de Geologia de 
Engenharia. (NUNES, 2012 apud MARANGON, 2018). 
Segundo BornSales Engenharia (2018), o principal intuito de realizar uma investigação 
geotécnica é determinar o comportamento do terreno na qual será realizada a fundação. Por isso 
a participação do engenheiro projetista de fundações na definição de como se dará a 
investigaçãogeotécnica será determinante para se obter uma boa análise do solo e do maciço 
rochoso do local. (MARANGON, 2018). 
Segundo o livro “Fundações: teoria e prática”, terceira edição, dentre os tipos de ensaios 
que existem, alguns são comumente mais utilizados e por isso recebem destaque, são eles: o 
SPT (Standard Penetration Test), CPT (Ensaio de Penetração de Cone), Vane Test e o ensaio 
geofísico de Cross-Hole. No Brasil, o ensaio mais executado é o SPT, para uma análise mais 
detalhada do terreno a análise do tipo CPT é a mais recomendada, já entre as análises geofísicas 
o método de Cross-Hole é o mais importante para a engenharia de fundações. É através dele 
10 
 
que será obtido o módulo de cisalhamento máximo, que é o principal parâmetro geotécnico para 
caracterizar a rigidez do solo. 
Portanto, uma investigação adequada do terreno de fundação deverá ter definido um 
programa base de objetivos a serem alcançados, esses objetivos estão diretamente atrelados à 
conhecer as principais características do terreno, definir sua estratigrafia, caracterizar as 
propriedades das camadas mais importantes do solo e por fim confirmar as condições de projeto 
em áreas críticas da obra. (MARANGON, 2018). 
 
3 INTERAÇÃO ENTRE SOLO E ESTRUTURA 
 
A interação solo-estrutura, aplicada à estrutura, analisa a capacidade de deformação do 
solo ou da rocha, fator que altera os esforços atuantes nos elementos estruturais e nas reações 
do terreno. Essa interação entre os planos do sistema visa garantir a durabilidade, estabilidade 
e funcionalidade da obra. Para tal, foi proposta uma ferramenta que considera este fenômeno 
na análise global de estruturas de rede de fundação profunda para verificar o impacto dos 
recalques de apoio neste tipo de estrutura e a possibilidade de geração de componentes 
estruturais de esforço adicionais. (ANTONIAZZI, 2011). 
 
3.1 INFLUÊNCIA DO TEMPO 
 
A influência do tempo ocorre em qualquer obra estrutural, mesmo sendo ela um edifício 
de vários andares, residência familiar, pontes, barragens ou até mesmo uma estrutura de 
contenção. Esses mesmos elementos contribuem para o comportamento do outro, ou seja, o 
solo influencia na ação da estrutura. Dessa maneira, ambos os elementos contribuem para o 
comportamento do outro; logo, o tipo de solo influencia na resposta da estrutura, bem como o 
tipo de estrutura exerce influência direta na resposta do solo. Com o tempo, a estrutura pode 
sofrer alterações se o solo não for perfeitamente preparado para aquele tipo de ação. Estruturas 
infinitamente rígidas apresentam recalques uniformes por causa da tendência do solo de 
deformar mais no centro do que em suas extremidades, devido às distribuições de pressões de 
contato nos apoios serem menores no centro e máximos nos cantos extremos. 
 
11 
 
 
Figura 2 -Fissura de tração em pilar recalcado. (THOMAZ, 2003). 
 
3.2 PROCESSO CONSTRUTIVO DE UMA FUNDAÇÃO 
 
A fundação é a primeira etapa da obra realizada após a terraplenagem e a localização do 
terreno. A execução se resume, respectivamente, à escavação de fundações ou estacas e blocos, 
à colocação das ferragens e ao preenchimento dos furos e das valas com o concreto. 
(CONSTRULINO, 2016). 
Figura 3- Fundação pré-moldada. (FETZ, 2013). 
Essa fundação é responsável por absorver as cargas da edificação e distribuí-las ao solo; 
ela suporta as tensões resultantes da ação das cargas dos pilares e as transferem adequadamente 
ao solo para não haver rupturas ou deformações na construção. Quanto mais rígida a estrutura 
é verticalmente, mais andares ela tem, pois ocorre uma interação das cargas nas fundações da 
estrutura, na qual se distribui por todo o seu extremo. Seus momentos fletores diminuem cada 
vez mais quando se tem um aumento de andares, portanto, os primeiros pavimentos têm seus 
fletores maiores. 
12 
 
Se o número de pavimentos aumentar, o impacto da interação solo-estrutura diminuirá 
até ser quase desprezível. Ou seja, é uma relação inversamente proporcional. Os momentos das 
forças atuantes dos elementos estruturais nos primeiros pavimentos são mais evidentes e vão 
diminuindo proporcionalmente ao aumento do número de andares. Esse fenômeno pode ser 
explicado pelo fato do primeiro andar ter maior rigidez, lembrando que a rigidez não apresenta 
comportamento linear em todo o edifício. (MUÑOZ,2001). 
 
 3.3 RIGIDEZ RELATIVA ENTRE ESTRUTURA E SOLO 
 
Utilizando o Método da Rigidez, o qual é amplamente empregado para análise de 
estruturas reticulares, ao observar os parâmetros da infraestrutura, superestrutura e do terreno 
de fundação, afirma-se que a rigidez dos elementos estruturais tem influência na redistribuição 
dos esforços, portanto, o comportamento físico dessa edificação real é a condição de seus apoios 
deformáveis, sendo assim, uma transição entre solo e estrutura. Esta variável estipula o processo 
de desenvolvimento da construção conforme aos recalques total e diferencial. Os recalques 
diminuem com o aumento da rigidez relativa entre o solo e a estrutura. Os recalques diferenciais 
são mais sensíveis a esta relação do que os totais (MUÑOZ,2001). 
 
Figura 4 – Adaptação de GUSMÃO (1994). 
Na avaliação do desempenho da construção em relação ao recalque total e ao recalque 
diferencial analisado este comportamento físico tem papel determinante. Assim, ele diminui à 
medida em que a rigidez relativa entre o solo e a estrutura aumenta. A utilização das cintas 
tende a uniformizar os recalques e seu movimento decresce à medida em que os pavimentos 
vão sendo construídos. 
13 
 
4 RECALQUES 
 
Segundo Rebello (2008), recalques são as transformações resultantes no solo quando este 
é submetido a cargas que ocasionam movimentação e que, dependendo da intensidade, podem 
gerar graves prejuízos à estrutura. Assim, entende-se o recalque como a penetração da estrutura 
no solo com uma construção criando uma carga adicional sobre ele e, este não sendo maciço, 
será naturalmente compactado ao longo do tempo. A análise de recalques busca a garantia da 
estabilidade, somando os recalques imediatos e os primários, da estrutura final. 
 
 4.1 TIPOS DE RECALQUES 
 
É possível distribuir os tipos de recalque em dois pontos de vista: solo e estrutura. 
 
4.1.1. Recalque do ponto de vista do solo 
 
São três os tipos de recalques sucedidos: 
 
● Recalque imediato: 
Ocorre imediatamente devido à aplicação de carga na superfície do solo. O volume de 
argila não se altera e não há drenagem, por isso, é denominado não drenado. Geralmente, este 
tipo de recalque é de pequena significância quando comparado ao recalque por adensamento, 
no caso de aterros com grandes dimensões (comprimento e largura), e por essa razão são 
desconsiderados. (ALMEIDA E MARQUES, 2010). Este tipo de assentamento só é processado 
após a aplicação da carga e, portanto, apresenta comportamento elástico. 
 
● Recalque primário: 
Com o tempo, no processo de transferência de força entre a água e a estrutura sólida, está 
relacionado ao escoamento da água do vazio. O recalque equivale à variação de altura da 
camada do solo. (GERSCOVISH, 2016). À medida em que é adicionado peso ao solo, ele 
começa a ceder gradualmente. Esse processo pode durar por tempo indeterminado até que o 
solo atinja o equilíbrio com a estrutura. 
 
 
● Recalque secundário: 
14 
 
Quando a tensão efetiva se estabiliza, ela está diretamente relacionada à deformação que 
ocorre no final do processo de adensamento primário. Neste processo, as partículas buscam um 
posicionamento para formar um arranjo mais estável, tendo em vista que no final do 
adensamento primário ainda se encontram posicionadas num equilíbrio instável. 
(GERSCOVISH, 2016). Portanto, essa supressão se deve ao deslocamento de partículas que 
reduz o volume do solo. 
 
 
Figura 5 - Evolução dos recalques através do tempo. (GERSCOVISH, 2016). 
 
 4.1.2. Recalque do pontode vista da estrutura 
O recalque uniforme ocorre em solos suficientemente homogêneos, fazendo com 
que a estrutura afunde de forma equivalente sem causar danos significativos à estrutura; 
é o caso do recalque esperado (projetado). (GERSCOVISH, 2016). 
Já o recalque diferencial ocorre em solos que se modificam ao longo de uma direção 
linear. Fazendo com que o solo apresente uma capacidade de carga decrescente ao longo 
de uma extensão (GERSCOVISH, 2016), levando a inclinação da estrutura. Exemplos 
desse recalque são os prédios do litoral de Santos-SP. 
E, por fim, o recalque distorcional ocorre devido às variações pontuais do solo 
causando trincas angulares em 45° nas alvenarias (GERSCOVISH, 2016), podendo 
comprometer a estrutura da construção. 
 
 
4.2 PREVISÃO DE RECALQUES 
 
15 
 
A previsão de recalques é feita levando em consideração a reação da força 
distribuída pela estrutura estudada, prevendo o carregamento total da estrutura. Para 
obter uma precisão maior é preciso avaliar o nível de recalque em cada etapa do 
processo construtivo. 
Dessa maneira, o valor do recalque de cada fundação será proporcional ao 
seu carregamento, assumindo a hipótese de um comportamento linear-
elástico. (ALVES, 2013). 
 
Interferem na exatidão do resultado, segundo Fabricio e Rossignolo (2002), fatores como: 
 
• Heterogeneidade do solo: 
Feita considerando um perfil de solo formado por alguns pontos investigados, 
devem ser analisados para fatores que não foram encontrados durante a prospecção. 
 
• Variações nas cargas previstas para a fundação: 
Cargas acidentais que não foram previstas e como serão distribuídas pelo solo. 
 
• Imprecisão dos métodos de cálculo: 
Mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico e a mecânica dos solos, ainda 
não fornece métodos exatos. 
 
4.3 CAUSAS COMUNS DE RECALQUE 
 
Além da carga imediata, segundo Alves (2013), há outros fatores que provocam 
deformações no solo. São eles: 
 
• Rebaixamento do lençol freático: 
Quando as camadas do solo sofrem compressão e causam um aumento de tensão efetiva 
que independe do carregamento externo. 
 
• Solos colapsíveis: 
Quando o solo possui vazios que podem sofrer uma ruptura súbita da cimentação 
intergranular, sendo causada pelo contato do solo com água. 
 
16 
 
• Escavações em áreas adjacentes à fundação: 
Com algumas obras vizinhas à fundação, mesmo tendo realizado a contenção do solo, 
este pode sofrer alterações devido à essa mudança próxima. 
 
• Vibrações: 
Geradas pela movimentação de maquinários e alto tráfego próximos. 
 
4.4 RECALQUE IMEDIATO EM FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS 
 
Como citado, o recalque imediato ou elástico acontece através das deformações elásticas 
do solo cuja maneira ocorre imediatamente (em dias ou até em poucas horas) sobre o 
carregamento da estrutura. 
Segundo Das (2007), para o cálculo do recalque imediato, algumas hipóteses da Teoria 
da Elasticidade devem ser levadas em consideração: 
• A carga ser na superfície do solo; 
• A área carregada ser flexível; 
• O solo ser homogêneo, elástico e isotrópico, estendendo-se a uma grande 
profundidade. 
Se a fundação for perfeitamente flexível, no caso da carga uniformemente distribuída, a 
pressão de contato será homogênea e o perfil do recalque será curvado. No caso de uma 
fundação perfeitamente rígida, o perfil do recalque será homogêneo e a pressão de contato será 
redistribuída (DAS, 2007). 
 
 4.5 SOLUÇÃO DE FADUM (1948) 
 
Segundo Alves (2007), o perfil do solo abaixo da estrutura carregada é dividido em 
camadas finitas de espessura "Δz". Partindo desse conceito e tomando como base um solo 
elástico com carregamento uniformemente distribuído em uma área retangular, Fadum (1948) 
determinou que as tensões podem ser avaliadas para medir o recalque num ponto da vertical 
que passa pelo vértice da área carregada, conforme a figura a seguir: 
17 
 
 
Figura 6 – Elementos para o método de estimativa de recalques de Fadum para uma área 
retangular. (POULOS E DAVIS 1974). 
 
Sabendo que os valores dos fatores “m” e “n” estão dados na imagem, interpreta-se que 
"z" é a profundidade média de cada camada e "a" e "b" são as dimensões da área carregada, 
sendo"σ0" a tensão inicial no solo na área de contato com a fundação. E, em seguida, determina-
se a constante "Iσ" a partir da Equação (1) apresentada por Poulos e Davis (1974): 
 
 
Em seguida é feito o acréscimo de tensão "Δσ" pela Equação (2): 
 
Este método desenvolvido por Fadum aplica-se para fundações flexíveis. Assim, para as 
fundações rígidas, os valores de recalque devem ser corrigidos através de um Fator de redução 
"Fr", conforme a Equação (3). 
 
Com ρr sendo o recalque para uma fundação rígida; Fr o fator de redução (0,8<x<0,85); 
e ρ0 dado pela Solução de Fadum para o centro da placa flexível. (PERLOFF, 1975 apud 
VELLOSO e LOPES, 2002). 
Para calcular a tensão em um ponto que esteja fora da área carregada, tomando o efeito 
da teoria da elasticidade do solo, é feita uma análise de área maior com um dos seus vértices 
abrangendo o ponto desejado. Assim, analisando todos os fatores já citados para as duas regiões, 
e tomando a figura 6 como base, o cálculo de "Δσ" toma a área ACGI, subtraem-se os efeitos 
das áreas BCHI e DFGI e soma-se o efeito da área EFHI, que foi subtraído duas vezes nos 
retângulos anteriores (PINTO, 2006). Desse modo, entende-se que o método pode ser utilizado 
para um ponto que não corresponda ao espalhamento da área completa. 
18 
 
 
Figura 7 - Aplicação da Solução de Fadum para qualquer posição. 
Tendo calculado "Δσ", encontra-se o recalque "Δρ" para cada camada do solo a partir da 
Equação (4). 
 
 Com Δρ sendo o recalque em cada camada; Δσ o acréscimo de tensão em cada camada; 
Δz a espessura da camada; e E o Módulo de Elasticidade do solo. 
 Por fim, com a soma dos recalques em camadas, encontra-se o recalque total da fundação. 
 
5 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA EXECUÇÃO DE 
EDIFÍCIOS 
 
Segundo Fossati (2008), o tema sustentabilidade tornou-se o centro de debates políticos 
e passou a fazer parte das estratégias das grandes empresas ao redor do mundo, deixando de ser 
um assunto restrito apenas às universidades. A necessidade de se construir uma sociedade mais 
sustentável está atrelada a uma mudança das relações entre homem e natureza, principalmente 
quanto ao consumo, ou seja, quanto à forma como se utilizam os recursos naturais. (C.P.C. 
SILVA, 2013). 
No setor da construção civil, nota-se uma crescente tendência na adoção de hábitos 
sustentáveis motivados pelo desafio de crescer economicamente e preservar os recursos 
ambientais. A adoção de edifícios sustentáveis implica no melhor bem-estar da sociedade, uma 
vez que aumenta a produtividade dos usuários e reduz o impacto ambiental. (TEIXEIRA, 2010). 
A necessidade de avaliar o modo como se é construído um edifício e como são captados os 
recursos (materiais) advém exatamente da necessidade que surgiu de verificar o tamanho do 
impacto que as mesmas provocam tanto no âmbito local quanto no meio ambiente como um 
19 
 
todo, devido ao fato de se terem extraído recursos dele e, durante a obra, despejado lixo nele 
também. (SILVA, 2007). 
Uma das principais iniciativas para adoção da sustentabilidade no nível de edifícios está 
nas normas ISO (International Organization for Standardization) de números 21929-1 e 21929-
2 de 2011, que tem como foco estruturar e desenvolver os indicadores de sustentabilidade dos 
edifícios. A norma aponta os aspectos ambientais que devem ser considerados no 
desenvolvimento de um edifício, são eles: uso de recursos energéticos; uso de recursos 
materiais; consumo de água; uso da terra; emissões de poluentes; ruídos e vibrações; emissões 
de poluentes no solo; gestão de resíduos; dentre outros. (C.P.C. SILVA, 2013). 
Anterior às normas ISO, foi criado, em1995, o projeto Sustainable Development and the 
Future of Construction, que definiu o que seria construção sustentável, as futuras consequências 
de se adotar esse novo tipo de construção, dentre outros temas, e contou com a participação de 
11 países europeus, os Estados Unidos, o Japão e a Malásia (BOURDEAU et al., 1998). Para a 
criação de indicadores de sustentabilidade para o setor da construção, a CIB W82 (Working 
Commission W82), criadora do projeto Sustainable Development and the Future of 
Construction criou outro projeto chamado CRISP (Construction Related Sustainability 
Indicators), que classificou os indicadores de sustentabilidade em tipo, escala de impacto, 
aspecto de desenvolvimento sustentável e categoria de construção. (CRISP, 2001). 
Outra forma de se avaliar a sustentabilidade de edifícios é através dos indicadores de 
sustentabilidade desenvolvidos pela CIRIA (Construction Industry Research and Information 
Association), que através de discussões sobre o tema, fez-se emergir dez novos temas chaves 
para a construção ambiental, sendo os principais: evitar poluição, proteção e melhoria da 
biodiversidade, uso eficiente de recursos e melhor eficiência energética. (CIRIA, 2001). 
Segundo Oliveira (2012), uma obra possui três etapas principais: a de entrada, a de 
execução e a de saída. Nessas três etapas é fundamental a aplicação de princípios de 
racionalização para que se tenha um edifício sustentável. O “pensar sustentável” deve estar 
presente desde os primórdios da construção e deverá permear até mesmo no pós-obra. 
A necessidade de criação dos projetos desenvolvidos pela CIRIA e também pelo CRISP 
advém, principalmente, do fato da indústria da construção ter como referência para suas obras 
apenas o triângulo de custo, qualidade e tempo, como mostra a figura 8 abaixo. Entretanto, 
devido ao tamanho e complexidade do processo de construção de edifícios e obras de grande 
porte, fez-se necessário a mudança de paradigma e a inclusão de fatores ambientais como 
relevantes no processo construtivo. Uma vez que há um intenso uso de matéria-prima cada vez 
mais escassa, também há impactos ambientais provocados pela implementação de um novo 
https://pt.wikipedia.org/wiki/International_Organization_for_Standardization
20 
 
edifício e a grande geração de resíduos, e o triângulo, que antes tinha três pilares básicos, passou 
a ter nove pilares para uma construção sustentável. (BLUMENSCHEIN, 2004). 
 
Figura 8: Triângulo de referência da construção civil. (MATEUS, 2004). 
 
6 ESTUDO DE CASO 
 
 6.1 ASPECTOS DA REGIÃO 
 
Inicialmente formada por oito ilhas, o campus Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, 
abriga a Universidade Federal do Rio de Janeiro na Baía de Guanabara. Estas passaram por um 
aterramento que a transformou em uma das maiores ilhas do local tornando-a conhecida. 
Mesmo após o processo de aterro, o arquipélago ainda conta com zonas de afloramentos 
rochosos em diversos pontos da região que evidenciam o passado das ilhas, antes das alterações. 
 
Os principais tipos de rocha encontrados na ilha são: (a) os granitóides mapeados no 
Catalão, na Pedra da Macumba e no Quartel do Exército; (b) ortognaisses também 
existentes no Quartel do Exército; e (c) os migmatitos em frente à biblioteca do 
CCMN e no morro do IEN. (VALENÇA, 2013). 
A Figura 9 elucida as ilhas anteriormente e posteriormente ao processo de aterro da atual 
Cidade Universitária. 
21 
 
 
Figura 9 – Foto aérea do conjunto de ilhas antes e depois do processo de aterro da atual Cidade Universitária. 
(VALENÇA, 2013). 
 
Como mostra na figura 9, as ilhas foram interligadas, na década de 1950, formando uma 
superfície de 5,6 milhões de metros quadrados, onde foi instalada a Cidade Universitária 
(ETUB, 1952 apud SOUZA, 2013). 
 
 6.1.1 Aspectos geotécnicos da região 
 
A Cidade Universitária foi projetada sobre diversos trechos de aterro. Assim, segundo 
ETUB 1952 apud SOUZA, 2013, os aterros são constituídos por recalque e dragagem das areias 
oriundas da Baía de Guanabara e por solos de alteração de gnaisses provenientes do desmonte 
de colinas existentes na área, enquanto as ilhas são constituídas por afloramentos de gnaisses, 
mais ou menos decompostos, circundados de bancos de areias de extensões variáveis. 
O subsolo, também segundo ETUB 1952 apud SOUZA, 2013, passou por diversas etapas 
de sondagens, feitas pelo Instituto Nacional de Tecnologia, tendo como resultado um subsolo 
arenoso e areno-argiloso de capacidade crescente de acordo com a profundidade no eixo 
Fundão-Sapucaia. Enquanto nas ilhas de Bom Jesus e Sapucaia foram encontradas formações 
de sedimentos arenosos fofos na região superficial e de solo compactado nas regiões mais 
profundas. Na ilha de Sapucaia foram observadas áreas com aterro de lixo e superfícies lodosas. 
 
 
22 
 
 6.2 PROJETO E COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL 
 
O complexo a ser analisado (Centro de Convergência CCJE-CFCH-CLA) é constituído 
por 5 prédios e foi destinado à Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), ao 
Instituto de Economia (IE), à Faculdade de Educação (FE), à Decania do Centro de Ciências 
Jurídicas e Econômicas (CCJE) e aos cursos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas 
(CFCH). (MAZZARONE, 2017). 
O Centro de Convergência foi composto por aço e concreto armado. As vigas e pilares 
foram projetadas por perfis metálicos de características I e H. Além disso, foram utilizadas lajes 
do tipo steel deck, ou seja, mistas de aço e concreto. (MAZZARONE, 2017). 
 
 6.2.1 Sondagens e ensaios 
 
No que diz respeito às sondagens, foram realizadas 30 percussões iniciais, sendo que, de 
acordo com a área da projeção em planta de 2.316m², deveriam ser realizadas 9 sondagens. 
Portanto, devido ao número de sondagens além do exigido por norma, a situação indicou uma 
provável variação das camadas do subsolo em questão. (MAZZARONE, 2017). 
As 30 primeiras sondagens foram realizadas à percussão, sendo realizado no 
transcorrer da mesma o ensaio SPT (Standard Penetration Test) para a obtenção do 
índice de resistência à penetração, totalizando 514,20 m perfurados. As perfurações 
foram feitas pelo processo de circulação de água e protegidos por um revestimento de 
2 ½” (63,6mm) de diâmetro nominal; a extração de amostras foi feita com cravação 
de amostrador padrão, de 1 3/8” (34,9mm) e de 2” (50,8mm) de diâmetro interno e 
externo respectivamente. (MAZZARONE,2017). 
Após a realização das sondagens, foi necessária a mudança do tipo de estacas. Logo, o 
projeto de fundações sofreu alteração; a escolha do tipo de estaca hélice contínua necessitou ser 
alterada para estaca raiz. Essa alteração se deu justamente pela heterogeneidade do terreno, 
visto que, essa última escolha é capaz de atravessar camadas de solo ou de rocha. 
 
 6.3 ESTAQUEAMENTO 
 
Segundo Júnior (2007, p. 124) as estacas podem ser descritas como elementos esbeltos 
que são implantadas no solo por meio da perfuração ou pela percussão, podendo ser estacas 
escavadas ou estacas cravadas, é um tipo de fundação muito comum em obras. O processo de 
perfuração consiste simplesmente em fazer girar a haste de perfuração e força-la para baixo 
para que perfure cada vez mais fundo. (VELLOSO & LOPES et al, 2010). 
23 
 
O projeto de estaqueamento do Centro de Convergência CCJE-CFCH-CLA foi elaborado 
pela empresa Espectro Engenharia LTDA. O estaqueamento do tipo raiz é capaz de perfurar e 
atravessar terrenos com características heterogêneas que possuem camadas de solo e rochas 
com a utilização de um martelo de fundo, quando necessário, em seu equipamento de 
perfuração. Do total de 409 pontos de fundação, 95 tiveram de ser alteradas para estacas do tipo 
raiz, a fim de atender os requisitos de segurança que o terreno exigiu. (MAZZARONE, 2017). 
Dentre as alterações realizadas sobre o projeto inicial, ficaram decididas duas soluções 
distintas. A primeira foi caracterizada pelamanutenção de uma das estacas do tipo hélice 
contínua prevista no projeto inicial, entretanto, outras 4 estacas do tipo raiz necessitaram de 
acréscimo, alterando a configuração do arranjo inicial. As figuras 10 e 11 ilustram essa alteração 
realizada nos pilares com números P92 e P94. (MAZZARONE, 2017). 
 
 
Figura 10 - Configuração inicial do pilar P92 (à direita) e a nova configuração após as alterações (à esquerda). 
(MAZZARONE, 2017). 
 
24 
 
 
Figura 11 - Configuração inicial do pilar P94 (à direita) e a nova configuração após as alterações (à esquerda). 
(MAZZARONE, 2017). 
Na segunda solução apresentada, os demais grupos não tiveram suas configurações de 
posições alteradas, a simples substituição das estacas do tipo hélice contínua para estacas do 
tipo raiz foi necessária para garantir uma correta fundação. (MAZZARONE, 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
7 CONCLUSÃO 
 
Contata-se, após os conceitos descritos, ser necessário um estudo detalhado antes da 
implantação da fundação em um edifício, sobretudo de investigação do subsolo, visando 
diminuir os recorrentes imprevistos na execução das fundações. Como fator negativo, 
evidencia-se, com a intenção de redução de custos na obra, a falta de investimento por parte da 
indústria da construção civil em recursos de investigações geotécnicas. Por meio de ampla 
revisão bibliográfica, exemplificou-se os estudos e análises necessárias para a execução de 
fundações em edifícios. 
Além disso, notou-se que, quanto menor a rigidez dos apoios, maior é a variação obtida 
neste parâmetro, já que a estabilidade global de uma edificação é a rigidez à rotação dos apoios, 
pois quanto mais livre for a rotação do apoio, maiores serão os deslocamentos horizontais. 
Quando o solo apresenta maior rigidez, a sua rotação tende a aumentar, isso porque suas sapatas 
são idênticas aos solos diferentes, sendo assim, os resultados são próximos aos da fundação 
real. A consideração da deformabilidade do solo nos projetos estruturais gera uma distribuição 
nos esforços ao longo da estrutura, sendo assim, essa distribuição pode trazer mudanças 
significativas no dimensionamento das peças estruturais. 
Doravante a isso, temos o caso estudado do Centro de Convergência CCJE-CFCH-CLA, 
no qual o engenheiro projetista não levou em consideração as características do solo que 
predominantes na região, o que influenciou na necessidade de alteração de projeto de fundação 
ao decorrer da obra. 
Portanto, é possível concluir que a Geotecnia tem aplicação direta na Engenharia. E, na 
execução de edificações, o engenheiro responsável deve estar sempre apto a analisar a 
viabilidade técnica e orçamentária para cada tipo de fundação em específico a ser aplicada em 
uma construção. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
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