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PROJETO PEDAGOGIA UNOPAR

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UNOPAR- UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
PEDAGOGIA
DENISANGELA BARROS DA ROCHA
JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM
 União dos Palmares- AL- 
 2021
DENISANGELA BARROS DA ROCHA
JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Pitágoras Unopar – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo.
	
 União dos Palmares- AL 
 2021
RESUMO –
Este trabalho de natureza qualitativa, foi realizado com o objetivo de fazer reflexões sobre a importância da utilização dos jogos e brincadeiras nas práticas pedagógicas na educação infantil. Neste estudo foi utilizada a de revisão literária. Nesta metodologia, possibilitando ao pesquisador uma diversidade de trabalhos publicados na área, permitindo ao pesquisador uma maior diversidade de materiais, de maneira que possa obter subsídios que permitem o desenvolvimento de seu trabalho, por meio de reflexões que aprofundem seus conhecimentos com relação a sua atuação e respectivas intervenções. Desta feita, pode-se dizer que é de suma importância a utilização de jogos e brincadeiras na educação infantil como estratégias que colaboram para o desenvolvimento da criança em seu processo de aprendizagem. 
Porém, ainda pode-se constatar durante pesquisas, que ainda se encontra práticas onde a utilização dos jogos e brincadeiras apresenta entraves na sua aplicação como estratégia facilitadora, pois o educador necessita compreender essa estratégia como meio de promover o desenvolvimento da aprendizagem da criança de maneira significativa, permitindo que a criança seja ativa no seu processo. Assim, é importante que o educador adquira a consciência com relação a sua responsabilidade de propor por meio de suas práticas a promoção do desenvolvimento de seus alunos em seus múltiplos aspectos.
 
Palavras-chave: Brincar, Brincadeira, Educação Infantil, Práticas, Pedagógicas.
 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................03
 1	A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA EVOLUÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO......................04
1.2 A Importância dos Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil.....................................07
1.3 A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR E DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL................................08
1.4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL.........................09
2 METODOLOGIAS ADOTADAS DA PESQUISA...............................................................16
3 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 18
4 BIBLIOGRAFIAS..............................................................................................................19
INTRODUÇÃO:
Este trabalho busca compreender a importância dos Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil, utilizando-se de pesquisa bibliográfica, para que dessa maneira se tenha argumentações que respaldo por meio de teorias especializadas. Para Gil (1991 p. 48): 
“a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados, constituídos principalmente de livros e artigos científicos. (...)”.
Outros vários teóricos apoiam essa prática de utilização do lúdico, para que a criança possa se apropriar do conhecimento. Os jogos e brincadeiras criam possibilidades para às crianças desenvolvam seu processo a construção do conhecimento, uma vez que oferecem a elas as condições de vivenciar situações-problemas, através de situações com jogos, previamente planejadoque permitam a criança desenvolver suas atividades que favoreçam o seu raciocínio lógico e estimulem os seus processos de desenvolvimento afetivo, 
cognitivo, sociais, culturais, morais e linguísticos. Conforme Souza (1996, p. 122) 
"Os jogos podem ser utilizados na escola ou na clínica com instrumentos que propiciam o estudo do pensamento da criança, de sua afetividade e de suas possibilidades de estabelecer relações sociais". 
Para o autor a ludicidade é usada como mediadora entre a criança e o conhecimento, possibilitando que através do lúdico a criança construa seu conhecimento. Dessa maneira, observa-se -se que, através do brinquedo, a criança organiza o seu universo, trazendo situações do seu mundo imagináriopara a sua realidade e assim, nesse processo desenvolvendo-se em seus vários aspectos. 
Fazendo referência ao papel do adulto e do educador, como mediador nesse processo, pode-se dizer que é de extrema importância, pois é ele que organiza de maneira sistêmica o que será proposto para a criança.
Fundamentação Teórica e Metodológica
1 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA EVOLUÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO
Relatar a história da Educação Infantil é buscar compreender os processos pela qual essa 
modalidade de ensino vem passando, desde o seu início até os dias atuais, é também buscar compreender a importância do desenvolvimento de um indivíduo nessa fase da vida e assim poder traçar meios, para que possa ser oferecido uma educação integral para a sua formação. Assim, podemos compreender que essa modalidade de ensino passou por diversas modificações ao longo do tempo, onde no início, funcionava apenas como uma casa de custódia para que as mães pudessem deixar seus filhos para trabalhar, ou seja, não havia a função de educar, pois se entendia que o papel de educar era dos pais, no contexto familiar. 
Na idade média, as crianças não existiam, enquanto ser em desenvolvimento, eram apenas vistas como pequenos adultos, eram em muitas situações vítimas de violências, como maus tratos, abandono, e muitas vezes exploradas em trabalhos. Somente no final da idade média iniciou-se as primeiras modificações, através de ideias dos sofista, igreja e filosofia, que de alguma forma correspondia aos anseios dos mais jovens, promovendo a socialização destes, que não tinha no convívio com as famílias. Segundo ARIÈS:
transmissão dos valores e conhecimentos, e de modo geral, a socialização da criança, não eram, portanto nem asseguradas nem controladas pela família. A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade. (ARIÈS,1981, prefácio IX, p. 9)
Conforme relatos coletadas de pessoas com mais idade em relação a sua própria vida, de 
acordo com suas lembranças de quando criança, elas dizem com bastante clareza que a 
forma de educar, de conviver e se relacionar com crianças era bastante diferente de como 
é hoje, ou seja, eram tratadas apenas como um peso, e quando adolescentes como uma 
força de trabalho. Então, A criança tinha sua aprendizagem apenas com a convivência com outras, com jovens e adultos. Infelizmente, ainda não tinham contato com um padrão de educação infantil. 
“A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p.14).
Então de acordo com o autor a visão que se tinha com relação a criança, era por si só uma injustiça, pois de acordo com o seu porte físico, e as suas necessidades de desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, emocional eram ignorados e dessa forma deviam executar tarefas de um adulto. Somente a partir do XVII, tem início a importantes mudanças com relação a compreensão sobre infância, e assim percebendo algumas de suas necessidades básicas, ao menos no tocante a preservação do seu direito a vida, como direito primordial, uma vez que naqueles anos ainda não existiam conhecimentos sobre o desenvolvimento na infância. Éna idade contemporânea que se inicia um marco para a educação Infantil, através das mudanças ao relacionar-se com as crianças, ainda nessa época o Estado passa a construir regras como garantia de qualidade de vida para as crianças, dando aos pais plenos poderes sobre elas, ou seja, ficava a partir disso garantido que elas não poderiam ser repassadas para outras famílias. Com a Intervenção da igreja as crianças que tem início a mudanças significativas que promovia um olhar diferente para essa fase da vida.
Somente em 1959, foi criada a Declaração Universal dos Direitos da Criança, na Assembleia Geral da ONU, que assegura a criança de seus direitos e estabelece o seguinte: A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que 
favoreça sua cultura geral e lhe permita – em condições de igualdade de oportunidades –
desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e 
moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade. 
[...] A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito [...] (Dallari & Korczak. 1986, Princípio VII, p.21-61) 
 Então junto com o processo de grandes avanços e mudanças acontecendo na década de 1970, ocasionou o aparecimento das primeiras creches no Brasil, que como sabemos, não havia ainda um intento em educar, mas somente tutelar a criança, para que sua mãe trabalhasse. 
Então somente com a Constituição de 1988, foi garantido os direitos da criança a educação infantil, com o objetivo de educar, ou seja possibilitar a que a criança desenvolva sua aprendizagem nos aspectos, cognitivos e físicos, possibilitando para que elas tenham suas fases de desenvolvimento respeitada e estimulada para que se desenvolva. Segundo o artigo 208, IV da Constituição: 
“[...] O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;” (Brasil, 1998). Este Inciso sofreu modificações com o passar do tempo, e mediante a Emenda Constitucional nº 53, de 2006 que regulamentava a Educação Infantil para crianças de até cinco anos de idade: “[...] Educação Infantil, em creche e pré -escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda 16 muito para a criação de normas e diretrizes para a Educação Infantil no Brasil. 
Uma vez que o ensino da educação torna-se obrigatório, garantido por lei, outras mudanças ocorrem para que tornasse possível a efetivação de uma educação com qualidade, foi então criada pelo Ministério da Educação o (RCNEI), Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil, o CNE, conselho Nacional de Educação que determina as DCNEI, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, sendo este um conjunto de orientações pedagógicas que visa direcionar a Educação ofertada para a Infância nos estados e municípios, tornando-se de grande importância nos planejamentos e avaliações de estratégias da Educação Infantil.
A Importância dos Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil
O brincar e sua importância no desenvolvimento da criança, pois possibilita a conquista e a formação da sua identidade, pois são utilizadas como estratégias de ensino de maneira lúdica e afetiva. Promovendo uma aprendizagem que permite a criança desenvolver habilidades de construir seu conhecimento de maneira significativa. Possibilitando também que a criança se desenvolva em seus múltiplos aspectos. 
Vygotsky (1998), um dos representantes de muita relevância para os mais importantes estudos da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o indivíduo se forma através das relações com os outros, com o meio e por meio de atividades que são características da espécie humana, que são orientadas por ferramentas técnicas e semióticas. Dessa Maneira, a brincadeira infantil deve assumir uma posição de privilegio para a análise e reflexão do processo que constitui o sujeito, quebrando o paradigma da visão com relação ao brincar como ato de satisfação natural dos instintos. Ainda, o autor faz referência à brincadeira como uma forma de expressar-se e apropriar-se do mundo das relações, das 
atividades e dos papéis dos adultos. Ainda para Vygotsky (1998, p. 137) 
“A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”.
Para o autor, é importante que ao se estudar os processos de desenvolvimento infantil, perceber que o brincar é um indispensável fator para a compreensão da fonte de desenvolvimento do indivíduo. Segundo Vygotsky (1998), um dos principais representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal entendimento se afasta da visão predominante da brincadeira como atividade restrita à assimilação de códigos e papéis sociais e culturais, cuja função principal seria facilitar o processo de socialização da criança e a sua integração à sociedade.
Portanto na visão de Vygotsky (1998) é de que o jogo simbólico é considerada uma atividade típica da infância e de grande importância ao desenvolvimento infantil, pois ocorre a partir da aquisição por meio da representação simbólica, que é impulsionada pela imitação. Assim, o jogo deve ser considerado uma atividade relevante, uma vez que a partir dele a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não amadureceram, mas que se encontram em processo de maturação, ou seja, o que a criança irá alcançar em um futuro próximo. Aprende e se desenvolver, são processos que estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o aprendizado da criança começa muito antes de ela frequentar a escola. Nos casos em que o aprendizado são interpretadas pelas crianças na escola já têm uma história prévia, isto é, a criança já vivenciou algo relacionado do qual pode tirar experiências.
1.3 A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR E DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE 
DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
A contribuição do lúdico é uma temática já bastante debatida, e muito importante para o 
desenvolvimento da criança, pois como já dito, permite aos mesmos viver, experimentar, 
imitar, reproduzir e construir o conhecimento, e para que a ludicidade se torne efetiva como estratégias pedagógicas, deve ser proposta de forma sistematizada, para que alcance seus objetivos. Para Macedo (2005, p. 87):
“Brincar é envolvente, interessante e informativo. Envolvente porque coloca a criança em um contexto de interação em que suas atividades físicas e fantasiosas, bem como os objetos que servem de projeção ou suporte delas, fazem parte de um mesmo continuo topológico. Interessante porque canaliza, orienta, organiza as energias da criança, dando-lhes forma de atividade ou ocupação. Informativo porque, nesse contexto, ela pode aprender sobre as características dos objetos, os conteúdos pensados ou imaginados”.
Conforme o autor para que a brincadeira tenha a função de educar, de formar, é preciso 
que o educador compreenda que é ele é intermediador desse processo, e a escola é o 
ambiente onde é proposto atividades que estimulem a criança a desenvolver habilidades 
para a vida social, oferecendo um ambiente acolhedor, que estimule o seu interesse para 
desenvolver suas atividades e consequentemente sua aprendizagem. 
É preciso compreender as fases de desenvolvimento da criança, para que possa oferecer 
a ela os jogos que estimulem o seu processo de forma prazerosa, adequando a proposta 
da atividade ao interesse do aluno. Fernandez aponta a relação entre aprendizagem e o 
brincar 
Aprender é apropriar-se da linguagem, é historiar-se, recordar o passado para despertar-seao futuro, é deixar-se surpreender pelo já conhecido. Aprender é reconhecer-se, admitir-se. Crer e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos textos visíveis e possíveis. Só será possível que as professoras e os professores possam gerar espaços de brincar-aprender para seus alunos quando eles simultaneamente construírem para si. (FERNANDEZ, 2001, p.37).
 
Diante do exposto pelo autor, se faz necessário que o educador ao elaborar, planejar e 
organizar sua prática pedagógica deve pensar na organização do ambiente como um 
espaço propositivo, ou seja o professor deve ser o mediador, pois o espaço falará com a 
criança, e envolverá a mesma de acordo com o que foi planejado pelo professor para 
atender a necessidade da criança. Rojas, afirma ainda que:
Brincar é experiência fundamental para qualquer idade, especialmente para as crianças com idade entre três e seis anos, que brincam para viver interagem com o real, descobrem o mundo que as envolve, organizam-se e se socializam. (ROJAS, 2009, p. 56).
Destarte, percebemos que o desenvolvimento infantil se encontra particularmente vinculado ao brincar, uma vez que este último se apresenta como a linguagem própria da criança, por meio da qual é possível o acesso à cultura e à sua assimilação. Assim, o brincar se apresenta como fundamental, tanto ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança quanto à sua socialização, importante instrumento de intervenção da estratégia de 
construção do conhecimento e autopercepção na infância. De acordo com Wasjskop:
 
A criança desenvolve-se pela experiência social nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio- histórica dos adultos e do mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas constituindo-se um modo de assimilar e recriar a experiência sócio- cultural dos alunos (WASJSKOP, 2009, p.25).
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) aborda que:
Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou jogos de regras e construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (RCNEI, 1998, p.29).
A situação de aprendizagem é aquela em que a atividade é significativa, que quem aprende a considerar como um trabalho e como um jogo. Isto é, algo que se aprende com prazer. 
Organizar espaços para os jogos e as brincadeiras devem ser entendidos pelo educador 
como um percurso metodológico que ofereça situações em que se envolva a criança.
A escola, a sala de aula, o pátio, os parques abrem para a criança a capacidade de brincar, 
a possibilidade de decifrar os enigmas que a rodeiam. A brincadeira torna-se assim um momento de investigação, pesquisa, descoberta e construção de conhecimento sobre si mesma e sobre o mundo, dentro de um contexto de faz de conta que mostra o real. Rojas 
(2009), coloca que “enquanto intermediador e organizador das ações pedagógicas, o educador precisa considerar que a atitude reflexiva é um processo que é contínuo e infinito, que pressupõe constantes transformações, correções de rota, autocrítica e auto-avaliação”. 
Para Oliveira:
Mesmo sem intenção de aprender, quem brinca, aprende, pois se aprende brincando. Como construção social, a brincadeira é atravessada pela aprendizagem, uma vez que os brinquedos e o ato de brincar, a um só tempo, podem contar a história da humanidade e dela participar diretamente, evidenciando algo aprendido e disposição inata do ser humano (OLIVEIRA, 2000, p.99).
1.4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao se tratar da formação de professores para a educação infantil, deve-se entender como 
um processo permanente que deve acontecer dentro e fora da escola, onde se articula os
conhecimentos formalmente estruturados e saberes adquiridos com a prática. Esse
entendimento enfatizado pelo caráter histórico e cultural do conhecimento viabilizando uma formação em consononcia com as necessidades sociais, e assim, promover a auto 
realização e o desenvolvimento dos professores com ela envolvidos. Conforme a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/96, em seu artigo 62, admite como 
formação mínima aquela oferecida em nível médio, na modalidade Normal para professores que atuam na educação infantil.
“A formação de docente para atuar na Educação Básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. (BRASIL, 1996).
Assim sendo, atualmente a legislação ainda prevê o Curso Normal em nível médio
como formação mínima para professoras de Educação Infantil nas palavras de 
Kramer(1989)
“[...] Não são apenas as crianças que crescem e aprendem. Todos constroem conhecimentos e nesse processo têm dúvidas e dificuldades, fazem progressos e reestruturam suas formas de ação buscando alcançar os objetivos traçados.” (KRAMER, 1989, p. 95). 
Nessa perspectiva, se faz necessário compreender que para que haja uma prática docente de qualidade é importante e necessário considerar dois aspectos, o de organização e o de planejamento, pois é o cotidiano na sala de atividades que sinaliza ao professor os acertos e erros. 
“Tratar dos aspectos organizacionais é, afinal, tratar das condições que devemos levar em conta para conseguir desempenhar uma tarefaeducativa”. (BASSEDAS, HUGUET; SOLÉ, 1999, p. 93)
A partir dessa afirmativa destacamos pode-se destacar a importância da formação do professor que atua com as crianças na orientação da necessidade para organizar os 
espaços infantis, que favorecam as interações entre as crianças como também delas com 
os adultos, tornando presente sempre a ludicidade no trabalho a ser desenvolvido.
Dessa forma, se faz necessário que se aprofunde os estudos com relação a formação 
docente, que promova a profissionais adquireirem os conhecimentos científicos que os 
auxiliem na promoção de ambientes e aulas significativas que propicie uma interação
significativa com os pequenos. Conforme Pimenta (1997):
“Uma identidade profissional contrói-se com base na significação social da profissão; na revisão constante dos significados sociais da profissão, narevisão das tradições. Mas também na reafirmação das praticasconsagradas culturalmente e que permanecem significativas. Praticas que resistem à inovações porque são prenhes de saberes válidos às necessidades da realidade, do confronto entre as teorias e as praticas, da analise sistemática das praticas à luz das teorias existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se também pelo significado que cada professor, como ator e autor, confere à atividade docente no seu cotidiano com baseem seus valores, seu modo de situar-se no mundo, suas histórias de vida, suas representações, seus saberes, suas angústias e seus anseios”. (PIMENTA,1997, apud GOMES, 2009, p. 41.)
Dessa maneira, é preciso considerar o professor como o profissional responsável pela 
educação e cuidado da criança pequena em creches e pré-escolas, e assim sendo, existe
um desafio que é o de qualificar esse profissional. De acordo com a complexidade dessa função, e por assim ser, não se pode entregá-la a um profissional que segmente e hierarquize sua ação junto à criança, mas, antes, faz-se necessário formar um profissional 
capaz de reconhecer sua formação profissional e a diversidade existente nesse campo e, 
assim como os professores dos demais níveis de ensino, com capacidade para fazer valer 
sua vez e sua voz e construir a autoria de seu processo formativo. Carolo (1997, apud Gomes, 2009), afirma que uma das dimensões que formam a identidade profissional são as práticas e representações construídas sobre a função. O autor afirma que:
(...)a identidade profissional consubstancia-se historicamente na cultura profissional como patrimônio que assegura a sobrevivência do grupo e permite a definição de estratégias adaptadas a cada realidade histórica e social. (p.37)
Nesta perspectiva, é preciso ressaltar a importância de viabilizar um curso de formação 
inicial e continuada de professores que compreenda a necessidade de contemplar tais dimensões, primeiramente valorizando a Educação Infantil como espaço que atua no 
desenvolvimento integral do aluno, e onde este mesmo espaço não esteja dissociado dos 
cuidados. Um outro fator também importante é a percepção dos personagens que nele 
atuam, que são atores sociais detentores de historicidade que necessitam de constante 
mudanças de paradigmas. Conforme a LDB em seu artigo 62 determina que: 
A formação de docente para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal,(BRASIL-LDB 9394/96)
Conforme a citação o profissional para atuar na Educação Básica e especificamente no 
Ensino Infantil, primeiramente deve passar por formação continuada. Atualmente, não é 
inadmissível um profissional atuar na docência sem passar por qualificação profissional. Os cursos de licenciaturas promovem uma atuação eficaz, e ao mesmo tempo, baseada em princípios os quais devem seguir as necessidades da sociedade atual. Já no artigo 87,§ 4º, nas disposições transitórias, a LDB diz:
 “até o fim da década da educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamentos em serviço”. Atualmente, não é isso que verificamos, ainda há profissionais atuando somente com o ensino médio. Dessa maneira, o fato das pessoas que atuam terem o ensino médio em Magistério, não significa está habilitado para atuarem no Ensino Infantil. Ressalta-se, que esse contexto vem sendo cada vez mais modificado, os contratos atuais pelo que se observa exigem qualificação de nível superior. No que se refere ao profissional do magistério, o consentimento de atuação passa por um critério de seleção.
Em 2003, o Conselho Nacional de Educação (CNE), reforçou essa decisão por meio de 
uma resolução que determinava que os sistemas de ensino devessem realizar programas 
de capacitação para todos os professores em exercício. Dessa maneira, a identidade do 
professor é construída no decorrer das atividades profissionais, sabe-se que são durante a formação inicial que será sedimentada os pressupostos e as diretrizes presentes no curso formador, decisivos na construção da identidade docente. Nesse sentido, o professor deve estar comprometido com a prática educacional para que de forma satisfatória possa responder ás demandas das famílias. Conforme GOMES (2009: 40)
É importante considerar que o professor não esta pronto quando termina o curso de formação docente. No exercício profissional as diferentes situações vivenciadas que a condição de ser professor exigirá vão requerer dele referências existenciais para todos os envolvidos no processo educacional, a começar pela compreensão de si mesmo: olhar para si e compreender-se educador, inserido em determinado contexto sociocultural,(GOMES, 2009: 40)
Como nos diz MALAGUZZI (1999: 97), “A prática é um meio necessário para que a teoria 
tenha sucesso e, neste caso, os professores são interpretes de fenômenos educacionais”. 
A formação continuada parece ser o caminho para a práxis educacional, que a formação 
teórica lhe dê base sólida para que mudanças conscientes ocorram na prática pedagógica. 
Assim, torna-se necessário mais investimento na formação continuada e na construção de 
politicas públicas que assegurem condições adequadas para a realização da formação e 
da valorização profissional. Nesse sentido, KISHIMOTO (1999:75) ressalta que,
“pensar em uma politica de formação profissional para educação infantil requer, antes de tudo, a garantia de um processo democrático que permite a ascensão na escolaridade,em todos os níveis, e a valorização dessa formação no patamar de outros cursos”.
 
A formação do professor é reconhecidamente um dos fatores mais importantes para a 
promoção de padrões de qualidade adequados na educação, qualquer que seja o grau ou 
modalidade. No caso da educação da criança menor, vários estudos internacionais têm 
apontado que a capacitação especifica do profissional é uma das variáveis que maior 
impacto causa sobre a qualidade de atendimento. 
(...) No Brasil, a relevância da questão tem levado vários estudiosos e profissionais que atuam na área a promover discussões e elaborar propostas para a formação do profissional de educação infantil, especialmente daqueles que trabalham em creches. (BARRETO E OLIVEIRA 1994: 11)
A profissionalização deve ser entendida também como direito dos (as) profissionais de
Educação Infantil. Nesse processo, a formação escolar e profissional é um primeiro passo: 
Pode-se dizer que ainda tem uma longa caminhada a percorrida coletivamente, ou seja, e 
a parte do esforço coletivo de construir uma Educação Infantil de qualidade e que atenda 
os direitos das crianças Brasileiras de 0 a 5 anos de idade, a formação profissional é um 
dos elementos desse processo, e as conquistas já obtidas até o momento são fruto do 
compromisso e da luta de diversos setores da sociedade, como os movimentos sociais, as universidades e de diversas organizações sociais.
Assim, cabe ao profissional um compromisso maior com métodos aplicados. O planejamento, o currículo e os procedimentos avaliativos devem se pautar em práticas lúdicas e inovadoras. Por outro lado, além de todas essas questões percebidas como 
indissociáveis do sistema de ensino, temos que lembrar dos procedimentos de inclusão da criança com algum tipo de deficiência (também amparada. Enfim, nesse sentido a formação é um pré-requisito necessário.
Para que a educação infantil se concretize como um segmento importante no processo educativo, não bastam leis que garantam isso no papel nem tampouco teorias elaboradas sobre o desenvolvimento infantil. As pessoas que trabalham diretamente com as crianças precisam estar continuamente se formando, para exercer sua função da melhor maneira possível, de forma a favorecer o desenvolvimento infantil em diversos aspectos, promovendo a ampliação das experiências das crianças e de seus conhecimentos. (KRAMER, LEITE, NUNES, GIMARAES, 2011:78)
Portanto, faz-se necessário um processo educativo que este nas mãos do próprio 
formando, resulte na busca de ampliar as suas qualidades na intensão de transformar a 
sociedade em que vive. Portanto, almejar uma educação de qualidade para as crianças, é 
contribuir para a formação de sua cidadania, como sujeitos críticos, criativos, autônomos, 
responsáveis, cooperativos e participantes.
A Educação Infantil tem a necessidade de professores com uma formação ampla em diversas áreas do conhecimento: cognitiva, psicológica, motora, neurológica e psicomotora, para atender às necessidades de sua clientela. Esse profissional tem hoje um grande desafio, superar as barreiras impostas pelo despreparo em lidar com situações que exigem conhecimento em áreas específicas, que outrora não acreditava serem de seu domínio. O professor, diante das necessidades de seus alunos, deve apropriar-se de novos conhecimentos.
Vale ressaltar que, os cursos de formação inicial de professores, em períodos anteriores, 
não ofereciam base suficiente para uma prática pedagógica de qualidade, o que ainda 
ocorre nos dias atuais, pelo menos ao nível em que almejamos. Diante dessa situação 
surge a formação continuada como aprimoramento profissional, sendo aos poucos compreendida por muitos educadores como formação compensatória destinada a 
preencher lacunas da formação inicial.
Acreditamos que a maioria dos profissionais que trabalham de algumamaneira, com educação infantil, quer nos órgãos administrativos nos organismos pedagógicos ou na sala de aula, se debatem com questões relativas às formas de colocar em prática as teorias pedagógicas. (IVAN RUSSEFF, MARILUCE BITAR, 2003: 93).
2 METODOLOGIAS ADOTADAS DA PESQUISA
O presente trabalho teve sua realização através de pesquisa bibliográfica, buscando a 
aprofundar os conhecimentos sobre a importância e a contribuição dos jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil.
As práticas lúdicas do ponto de vista do que foi debatido neste TCC, ainda são novas, esta questão é perceptível quando analisamos a trajetória educacional no Ensino Infantil. Os métodos tradicionais, por muito tempo foram utilizados como forma de estimular o ensino-aprendizagem dos educandos em todos os níveis de ensino.
A pesquisa evidenciou as dificuldades enfrentadas pelos professores, no que refere a utilização das práticas lúdicas, como estímulo de aprendizagem para as crianças que estão com suas matrículas devidamente efetivadas no Centro Infantil.
Por outro lado, percebeu-se a necessidade de uma proposta capaz de favorecer a compreensão da família e o reconhecimento de recursos dinâmicos e lúdicos, os quais possibilitam na criança a aprendizagem significativa.
Diante de tal questão é possível pensar em algumas propostas, as quais poderão minimizar, ou até mesmo, sanar as dificuldades encontradas por professores que atuam no Centro Infantil. A primeira proposição se encontra na possibilidade de “formação continuada para os professores”, a mesma poderá contar com a participação da família.
A segunda sugestão se encontra na proposta de elaboração de “Oficinas Pedagógicas” com diferentes estratégias, exemplificando: estímulo de aprendizagem musical, teatro, incentivo a leitura, confecção de recursos didáticos-pedagógicos, entre outros. Essas oficinas poderão contar com o envolvimento da família, assim, os mesmos poderão compreender que as atividades diferenciadas dinamizam o ensino-aprendizagem das crianças.
A terceira e última ideia, se encontra na possibilidade de traçar todas essas proposições, a partir de ações realizadas e inseridas no “Projeto Político Pedagógico” do Centro Infantil. Dessa forma, todos teriam envolvimento de forma direta e indireta nas práticas que promovem a ludicidade. A família precisa vivenciar e fazer parte do dia a dia das atividades, bem como também das propostas que objetivam melhorias na aprendizagem de seus filhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto é preciso ressaltar a importância da escola como instituição que deve assegurar 
a criança o seu direito de desenvolver-se de maneira integral, reconhecendo que os jogos e a brincadeira não são instrumentos para distrair a criança, mas sim um instrumento importante que deve ser vista como uma atividade humana, que dá significado ao conhecimento, tornando o aluno o protagonista do seu processo de aprender. 
Deve-se ressaltar também a importância da compreensão do educador de buscar compreender esse processo, podendo assim, se organizar de forma consciente para a utilização dessa ferramenta como um meio de melhorar suas ações pedagógicas, 
proporcionando a criança o seu desenvolvimento pleno.
Compreender a escola como espaço de relações e dessa feita, investir em métodos que considere a organização desses espaços para que a criança se sinta aconchegante e tenha 
o sentimento de pertencimento ao ambiente e possibilite a sua expressão verbal e física. Infelizmente, na atualidade se depara com situações que não poderiam estar mais acontecendo, uma vez que tanto se debate, porém ainda encontra-se incoerência nos espaços de educação infantil, pois apesar dos avanços humanos, e tecnológicos, ainda 
hoje, por várias razões, as escolas são despreparadas para oferecer a criança uma educação de qualidade pautada no respeito aos direitos da criança, quando ainda existem 
espaços escolares que não oferecem a possibilidade para que a criança se desenvolva da 
maneira como deve ser.
3 REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do 
Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. Volume1: 
Introdução; volume 2: Formação pessoal e social; volume 3: Conhecimento de mundo.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de E ducação Básica . Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil / secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 
2010. 
CRAIDY, Carmem Maria | Gládis E. Kaercher Educação Infantil: Pra que te quero? 
Disponível em: https://books.google.com.br/books?isbn=8536311622 <acesso em: 27 de 
maio de 2021>.
GARCIA, Regina Leite. Revisitando a pré-escola / Carmen Lúcia Vidal Perez . [et al.]. 2. 
Ed. –São Paulo: Cortez,1993.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. [et al.]. O brincar e suas teorias. – São Paulo: Cengage 
Learning, 2015.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. [et al.]. Educação Infantil: muitos olhares- 3. ed. 
– São Paulo: Cortez; 1996.
VYGOTSKY, L.S. (1989). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos 
psicológicos superiores. 3.ed. São Paulo (Brasil): Martins Fontes. 
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola/ Gisela Wajskop. – 2.ed. – São Paulo: 
Cortez,1997. – (Coleção questões da nossa época; v. 48). 
MATTOS, Geraldo. Dicionário Júnior da língua portuguesa/Geraldo Mattos.- 4. Ed. – São 
Paulo: FTD, 2011

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