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Livramento condicional - anistia - graça e indulto

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LIVRAMENTO CONDICIONAL, ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
 
 
I – LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
1.1 - CONCEITO 
 
Trata-se de uma medida despenalizadora, de competência do juízo da 
execução penal, por meio da qual se dá a antecipação da liberdade do preso 
definitivo. 
É disciplinado nos artigos 83 a 90 do Código Penal e artigos 131 a 145 da 
Lei de Execuções Penais. 
 
 
1.2 – NATUREZA JURÍDICA 
 
Medida despenalizadora, obtida por meio de um incidente de execução 
penal. 
Direito subjetivo público do sentenciado = trata-se de uma 
característica do livramento condicional (não de sua natureza jurídica). 
Se o juízo da execução penal indefere o livramento condicional pode a 
defesa impetrar um habeas corpus pleiteando sua concessão? 
Pode. A defesa, na verdade, terá dois mecanismos (meios jurídicos), o 
agravo em execução (que segue o rito do recurso em sentido estrito) e o habeas corpus. 
Todavia, para que esse HC tenha êxito é necessário que a questão não diga respeito a 
avaliação de requisitos subjetivos, pois se chegar no Tribunal e ele perceber isto este 
instituto não será conhecido. Sendo assim, é cabível apenas se o tema central do habeas 
corpus seja para discussão de requisito objetivo 
Exemplo: magistrado aplicou a fração errada, não considerou eventual período de 
detração, remissão). 
 
 
1.3 – DIFERENÇA COM O “SURSIS” 
 
O sursis consiste na suspensão condicional do cumprimento da pena 
privativa de liberdade. Sua disciplina está nos artigos 77 a 82 do Código Penal. 
É um instituto concedido na própria sentença condenatória, ou seja, o 
Magistrado lavra a sentença condenatória, aplica a pena, verifica os requisitos legais e 
concede o sursis. 
 
 
 “Sursis” Livramento Condicional 
Competência Juízo de Conhecimento 
(sentença) 
Juízo de Execução Penal 
Cumprimento da Pena 
Privativa de Liberdade 
Suspende o 
cumprimento da PPL 
Pressupõe cumprimento 
de parte da PPL 
Período de prova 2 a 4 anos (4 a 6 anos) Restante da pena 
 
 
2 – MUDANÇAS DECORRENTES DA LEI ANTICRIME 
 
a) Alteração (“nomenclatura”) de requisito subjetivo: o legislador exigia 
comportamento carcerário “satisfatório” e, com Lei Anticrime, passou a exigir 
“bom” comportamento carcerário; 
 
b) Referência expressa à falta grave: o livramento condicional não será concedido 
se o sentenciado cometeu falta grave nos últimos 12 meses. 
A Súmula 441 do STJ permanece em vigor! (“A falta grave não interrompe o prazo 
para obtenção de livramento condicional”); 
 
c) Ampliação do rol de proibições de concessão do livramento condicional: 
antes da Lei Anticrime, só não se concedia livramento a reincidentes em crime 
hediondo, equiparado ou tráfico de pessoas. Com advento da L.A., além deste casos, 
outros surgiram: 
- Crime hediondo ou equiparado com resultado morte (seja o 
sentenciado primário ou reincidente) – artigo 112, inciso VI, “a” e inciso VII, da LEP; 
- Artigo 2º, §9º, da Lei 12.850/13: “condenado expressamente sentença 
por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de 
organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou 
obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos 
probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo”. 
Discute-se essas proibições têm aplicação imediata às execuções penais 
em andamento ou se ficam sujeitas à irretroatividade da lei penal (gravosa). 
Posição majoritária: trata-se de uma norma de natureza penal, de 
conteúdo gravoso, e, portanto, sujeita ao princípio constitucional da irretroatividade 
(artigo 5º, inciso XL, da CF/88). 
“Novatio legis in pejus” – irretroativas – conclusão: as mudanças 
gravosas somente se aplicam a condenações cujo crime tenha sido praticado a partir do 
dia 23 de janeiro de 2020. 
 
 
3 – REQUISITOS 
 
3.1 - OBJETIVOS 
 
a) Condenação a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos; 
O artigo 84 do CP autoriza que as penas impostas em diferentes condenações, por 
delitos diversos, sejam somadas para efeito de concessão do livramento 
condicional. 
 
b) Reparação dos danos, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
 
c) Cumprimento parcial da pena privativa de liberdade (período aquisitivo). 
 Se o crime não for hediondo os lapsos temporais serão: 
(i) + de 1/3 = não reincidentes em crime doloso e possuir bons 
antecedentes; 
(ii) + de ½ = reincidente em crime doloso. 
 
- Qual fração da pena deverá cumprir o sentenciado primário, mas 
portador de maus antecedentes? 
De acordo com nossos tribunais superiores, deve-se exigir deste sentenciado apenas o 
cumprimento de mais de 1/3 da pena, por ‘analogia’ “in bonam partem”. 
 
(iii) + de 2/3 = hediondo, equiparado a hediondo ou tráfico de pessoas 
(artigo 149-A, CP). 
 
OBS: se o sentenciado for reincidente em crime hediondo, equiparado ou tráfico de 
pessoas, não terá direito ao benefício. Prevalece o entendimento que não é necessário ser 
reincidente no mesmo tipo penal (salvo no caso de tráfico de drogas); basta a reincidência 
em crimes dessa natureza. 
Exemplo: o sujeito que foi condenado com trânsito em julgado por estupro e, 
posteriormente, cometeu tortura, não terá direito ao livramento condicional. 
 
Atenção: Na Lei de Drogas, há regra específica, com teor diferente, no que 
tange à proibição do livramento condicional. – Artigo 44, parágrafo único, Lei 11.343/06. 
Nesta, somente se proíbe o livramento condicional ao reincidente específico em tráfico de 
drogas (assim, entendido os artigos 33, “caput”, o seu § 1º, 34, 35, 36 ou 37). 
Logo, não terá direito ao benefício, por exemplo, o sentenciado 
condenado anteriormente por tráfico de drogas, quando cometer novo tráfico. Mas, se foi 
condenado anteriormente por estupro e, após o trânsito em julgado, cometeu um tráfico 
de drogas, terá direito ao livramento condicional. 
 
OBS: condenado por crime hediondo ou equiparado com resultado morte, cometido a 
partir do dia 23 de janeiro de 2020, não terá direito ao livramento condicional. 
OBS: condenado por crime de organização criminosa, ou qualquer delito no qual se 
reconheceu que o sentenciado integrava organização criminosa, não terá direito a 
livramento condicional, desde que fique comprovada a persistência do vínculo 
associativo. 
 
ATENÇÃO: SOMA DAS PENAS (84) 
Como o juiz deve calcular o período aquisitivo quando as diferentes 
condenações a serem somadas se enquadrarem em diferentes frações? O magistrado deve 
calcular individualmente os períodos aquisitivos e, após, somá-los, para efeito de 
concessão do livramento. 
Exemplo: 
A. Condenado a 10 anos (+1/2) = 5 anos 
B. Condenado a 12 anos (+2/3) = 8 anos 
C. Condenado a 6 anos (+1/3) = 2 anos 
Total de pena: 10 + 12 + 6 = 28 anos 
Total de período aquisitivo = 5 + 8 + 2 = +15 anos 
 
 
3.2 - SUBJETIVOS 
 
a) Bom comportamento carcerário. 
b) Aptidão para prover o próprio sustento mediante trabalho honesto. 
c) Bom aproveitamento no trabalho (que por ventura lhe foi atribuído). 
d) Não ter cometido falta grave nos últimos 12 meses. 
e) Requisito especial (artigo 83, parágrafo único): aos condenados por crime 
praticado com violência ou grave ameaça contra a pessoa, é necessário verificar 
que o sujeito tem condição de retornar ao convívio social sem a perspectiva de 
novamente delinquir. Esse requisito pode ser avaliado através de um 
exame criminológico (Súmula 439 do STJ). 
 
 
3.3 – REQUISITOS PROCEDIMENTAIS 
 
O artigo 131, “caput”, da LEP, exige, por ocasião da análise do pedido de 
livramento condicional, que haja parecer do Ministério Público e do Conselho 
Penitenciário. 
 
 
4 – CONDIÇÕES 
 
4.1 – CONDIÇÕES LEGAIS 
 
a) Diretas 
 
As condições legais diretas do livramento condicional estão previstas no 
artigo 132 da LEP. 
O § 1º enumera as condições legais obrigatórias: 
“a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto parao 
trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia 
autorização deste.” 
 
O § 2º lista as condições legais facultativas: 
“a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade 
incumbida da observação cautelar e de proteção; 
b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
c) não frequentar determinados lugares. ” 
 
b) Indiretas 
 
As condições legais indiretas são as causas de revogação do livramento, 
que se encontram enumeradas nos artigos 86 e 87 do Código Penal. 
 
 
4.2 – CONDIÇÕES JUDICIAIS 
 
O juiz pode, além das condições legais, fixar outras, desde que adequadas 
ao caso, compatíveis com as aptidões do sentenciado, com a dignidade da pessoa humana e 
que não violem direitos fundamentais não atingidos pela condenação. 
 
 
4.3 – PERÍODO DE PROVA 
 
As condições deverão ser cumpridas durante o período de prova, o qual 
durará o prazo correspondente ao restante da pena. 
Termo inicial: cerimônia de concessão (artigo 137 da LEP). 
 
 
5 – CAUSAS DE REVOGAÇÃO 
 
5.1 – OBRIGATÓRIA – ARTIGO 86 
 
Ocorre quando sobrevier condenação transitada em julgado, por crime, 
a pena privativa de liberdade. 
 
 
5.2 – FACULTATIVAS – ARTIGO 87 DO CP 
 
a) Condenação transitada em julgado, por crime ou contravenção, a pena 
alternativa; 
 
b) Descumprimento das condições. 
 
 
5.3 – PRORROGAÇÃO 
 
Artigo 89 do Código Penal: ocorrerá quando o sentenciado for 
processado, durante o livramento condicional, por fato praticado no curso do período de 
prova. 
 
 
5.5 – CONHECIMENTO TARDIO 
 
Se o juiz tomar conhecimento do novo processo, por fato cometido 
durante o período de prova, somente após o término desse prazo, o que fazer? 
Súmula 617 do STJ – A ausência de suspensão ou revogação do 
livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da 
punibilidade pelo integral cumprimento da pena. (Súmula 617, TERCEIRA SEÇÃO, julgado 
em 26/09/2018, DJe 01/10/2018). 
 
 
II – PERDÃO CONSTITUCIONAL 
 
É o termo que designa as causas extintivas da punibilidade (anistia, 
graça e indulto), previstas na CF, em que o Estado abre mão do direito de punir, por 
razões de política criminal, praticando atos de clemência ou indulgência. 
O artigo 5º, inciso XLIII, da CF, impõe uma limitação ao perdão 
constitucional. Ele não pode ser concedido em relação a crimes hediondos ou 
equiparados. 
Literalmente, a CF cita “anistia” e “graça”. Ela não menciona, portanto, o 
“indulto”. Ocorre que este é modalidade de graça. 
STF, ADIN 5.874: por 7 votos a 4, o Plenário do Supremo Tribunal 
Federal reconheceu, em 9/5/2019, e o direito de o chefe do Poder Executivo Federal, 
dentro das hipóteses legais, editar decreto concedendo o indulto, independentemente do 
mérito do decreto (desde que não viole o artigo 5º, inc. XLIII). 
Cabe anistia, graça e indulto para o tráfico de drogas minorado 
(conhecido como “privilegiado”)? O STF já reconheceu que este delito não tem natureza 
hedionda ou equiparada; logo, admite-se. 
 
1 – DIFERENÇA ENTRE ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
 
 Anistia Graça e indulto 
Competência Congresso Nacional (art. 
48 da CF) 
Presidenta da República 
(art. 84 do CP) 
Instrumento normativo Lei Decreto 
Momento Antes ou depois do 
trânsito em julgado 
Só após o trânsito em 
julgado 
Incidência Fatos (concretos) Pessoas 
 
Admite recusa? Como regra, não, em razão de sua natureza unilateral. O 
Estado é o detentor do direito de punir e, com tais institutos, abre mão de exercê-lo. 
Caberá, contudo, a recusa, quando se tratar de anistia, graça ou indulto CONDICIONADOS. 
 
A doutrina classifica a anistia sob diferentes critérios: 
a) Condicionada x incondicionada; 
 
b) Própria (concedida antes do trânsito em julgado) x imprópria (concedida após o 
trânsito em julgado); 
 
c) Total ou irrestrita (não impõe nenhum requisito) x parcial ou restrita (impõe 
requisitos). 
 
Como diferem anistia própria e imprópria quanto aos efeitos? 
A anistia própria, por ser anterior ao trânsito em julgado, obsta todo e 
qualquer efeito da condenação penal. A anistia imprópria, porém, somente extingue os 
efeitos penais da condenação, não atingindo, portanto, os efeitos extrapenais. 
A doutrina classifica a graça e indulto sob diferentes critérios: 
a) Condicionados x incondicionados; 
 
b) Total (quando extingue a punibilidade) x parcial (quando reduz ou 
comuta penas).

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