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A defumação é um método de conservação de alimentosantigo que consiste em expor a carne ou seus produtos derivados à fumaça produzida pela combustão incompleta da madeira. Apesar de originalmente ter sido empregada na conservação de alimentos, hoje em dia ela é utilizada, principalmente, por proporcionar aroma e sabor característicos aos produtos defumados. A fumaça atua inibindo o crescimento microbiano, retardando a oxidação das gorduras (rancificação) e fornecendo aroma às carnes tratadas pelo processo de defumação. Esse efeito bacteriostático da fumaça, somado ao uso de aditivos e baixas temperaturas de armazenagem do produto, contribuem para aumentar o prazo de vida comercial dos produtos defumados. Entretanto, a matéria prima para a defumação deve ser de alta qualidade, pois o processo não melhora a qualidade de uma matéria prima inferior (ROCCO, 1996; GAVA, 2008). São três as etapas principais existentes na defumação (BRUSTOLIN, 2013; SCHWERT, 2014): • Secagem: a etapa de secagem remove a umidade na superfície do alimento favorecendo a cor característica além de inibir o crescimento de micro-organismos, • Aplicação da fumaça: com a injeção de fumaça composta por ácidos, fenóis e carbonilas, há o efeito bacteriostático nos alimentos garantindo a estabilidade do produto. • Elevação da temperatura: para o cozimento do alimento como também para acelerar a velocidade das reações. Dois métodos de defumação são comumente conhecidos: a frio e a quente. Pode ser utilizado também a fumaça líquida, o método eletrostático e a elaboração de produtos defumados condimentados. Defumação a frio: a fumaça fria (temperatura entre 25ºC a 35ºC) é obtida pelo uso de serragem, que permite alcançar o efeito ótimo sobre o produto em um a seis dias. Para se obter a temperatura desejada, é preciso uma fonte adicional de calor, que pode ser gás de cozinha ou propano. Este processo é aconselhável para uma grande variedade de embutidos crus, que perderam grandes quantidades de água na secagem, e que devem ser armazenados por muito tempo, comoi no caso de presuntos crus e salames. Neste processo, tem-se maior quebra de peso, compensada por uma vida de prateleira mais longa, maior penetração da fumaça e cor mais uniforme. Exige-se mais controle da umidade, para combater os fungos, e é necessária a aplicação de sorbatos (conservantes). Defumação a quente: o calor é gerado com gás, e o fumo, com serragem ou aparas grossas de madeira. A temperatura de defumação varia de 60ºC a 85ºC, o que exige o controle da temperatura e da umidade relativa. Este tipo de defumação é recomendado para embutidos crus frescos, que secaram previamente alguns dias até alcançar um tom levemente avermelhado. O sabor destes produtos é mais intenso e forte, e o brilho é consequência de gordura exsudada. A defumação a quente completa o processo de cura, quanto à fixação de cor. Tipos de defumação Defumação de produtos cárneos https://www.infoescola.com/saude/metodos-de-conservacao-de-alimentos/ https://www.infoescola.com/saude/metodos-de-conservacao-de-alimentos/ A defumação de alimentos por meio de aspersão de fumaça (defumação convencional) está sendo substituída cada vez mais pelo emprego de fumaça líquida. O âmbito de aplicação das fumaças líquidas é muito amplo, sendo principalmente utilizadas em carnes (bovina, suína e aves), carnes processadas, pescado, queijo podendo-se estender, por sua grande versatilidade, a uma grande variedade de alimentos que tradicionalmente não se defumam, como: temperos, sopas, vegetais enlatados, ou condimentos [11, 32, 37]. As fumaças líquidas eliminaram muito dos problemas associados com o método tradicional de defumação de pescado, além de proporcionar uma uniformidade de sabor e cor, sem o inconveniente uso de serragem e limpeza dos fumeiros. Os problemas de poluição utilizando fumaça de lenha também se eliminaram, visto que o alcatrão, resina e o 3,4-benzo(a)pireno foram eliminados nas fumaças líquidas naturais por envelhecimento e filtragem. Várias indústrias americanas, canadenses e européias, vêm desenvolvendo extensas linhas de fumaça líquida disponíveis para peixes, mariscos, alimentos marinhos, carnes, aves e outros setores da indústria alimentícia desde 1960, somando mais de 40 patentes [15, 32, 35, 36]. A composição da fumaça líquida comercial é muito variável, pois depende principalmente da fonte de fumaça (madeira utilizada). Informações sobre os componentes que constituem a fumaça líquida são muito importantes para estabelecer relações entre suas propriedades sensoriais com a estabilidade de sua estocagem e com o produto final defumado [8, 9, 10, 11, 31]. Referências: DEFUMAÇÃO LÍQUIDA DE ANCHOVA (Pomatomus saltatrix): EFEITO DO PROCESSAMENTO NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS, Alex Augusto GONÇALVES Carlos PRENTICE-HERNÁNDEZ; DEFUMAÇÃO CONVENCIONAL E LÍQUIDA EM BACON, ADRIANE PEGORARO BRUSTOLIN; ANÁLISE DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM DEFUMADORES DE ALIMENTOS, LETÍCIA DOS SANTOS GARCIA;
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