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11-Situações didáticas para o ensino das artes, uma questão metodológica

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Conteúdo:
METODOLOGIA 
DO ENSINO 
DE ARTES
Cléa Coitinho 
Escosteguy
Romualdo Corrêa
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
E74m Escosteguy, Cléa Coitinho.
 Metodologia do ensino de artes / Cléa Coitinho 
 Escosteguy, Romualdo Corrêa. – Porto Alegre : SAGAH, 
 2017.
 236 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-112-9
 1. Metodologia de ensino - Artes. I. Corrêa, Romualdo. 
 II. Título.
CDU 37.022:74
Revisão técnica:
Marcia Paul Waquil
Assistente Social (PUCRS)
Mestre em Educação (PUCRS)
Doutora em Educação (UFRGS)
Iniciais_Metodologia do ensino de artes.indd 2 11/07/2017 10:45:39
Situações didáticas para 
o ensino das artes: uma 
questão metodológica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir didática no ensino de artes.
  Conhecer metodologias aplicáveis no ensino de artes.
  Analisar experiências realizadas na prática de sala de aula.
Introdução
A didática é a área de estudo comum a todas as áreas do conhecimento, 
é ela que propõe respeito às formas, métodos e diretrizes do ensino em 
geral. Além disso, a didática se propõe a compreender a relação que se 
estabelece entre três elementos: o professor, o aluno e a matéria a ser 
ensinada.
Neste capítulo, você irá conhecer técnicas para aplicação em aulas 
de artes e também vai estudar metodologias contemporâneas que irão 
contribuir para a sua prática de ensino.
A didática no ensino de artes
Durante muitos anos, o ensino de artes se resumiu a tarefas pouco criativas 
e repetitivas. Essa matéria era muito desvalorizada na grade curricular, e as 
aulas difi cilmente seguiam uma lógica ou estratégia de ensino ao longo do 
ano letivo. As atividades realizadas variavam entre ligar pontos para formar 
desenhos e copiar formas geométricas. Dessa forma, o aluno não era entendido 
U N I D A D E 2 
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 57 11/07/2017 07:11:18
caraujo
Retângulo
caraujo
Retângulo
como alguém que poderia desenvolver habilidades artísticas, e, por isso, cabia 
ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito.
A partir de 1960, com o surgimento do movimento da Escola Nova, as 
aulas de artes passaram a ser influenciadas por ideias modernizadoras. Na 
época, a proposta era romper totalmente com o formato tradicional. Nesse 
modelo, chamado escola espontaneísta (ou livre expressão), os professores 
são vistos como mediadores do conhecimento, ou seja, os professores dire-
cionam atividades ao fornecer materiais, espaço e estrutura para os alunos 
desenvolverem atividades artísticas, porém sem interferir na produção dos 
estudantes. O modelo defende que sem a interferência direta do professor, a 
arte surge naturalmente, de dentro para fora e sem orientações que pudessem 
atrapalhar o processo. 
Com o passar dos anos, surgiram novas concepções, abrindo espaço para 
a perspectiva sociointeracionista, hoje a mais indicada pelos especialistas. A 
partir dessa perspectiva, o ensino deve permitir que os alunos não só apren-
dam sobre manifestações artísticas cultural e socialmente reconhecidas, mas 
também estimular os alunos à criação de suas próprias artes, desenvolvendo 
habilidades artísticas e utilizando equipamentos e ferramentas à sua disposição.
Mais tarde, na década de 1990, duas importantes inovações direcionaram 
o ensino de artes para o modelo atual. Na Espanha, Hernández e Ventura 
(1998) defenderam o estudo da chamada cultura visual. Para os autores, muito 
além das artes visuais clássicas, era necessário, trabalhar com os recursos 
tecnológicos, como videoclipes, internet, histórias em quadrinhos, objetos 
populares e da cultura de massa, rótulos e outdoors, de maneira que esses 
recursos contemporâneos possam ser explorados nas aulas de artes.
No Brasil, Barbosa (1975) apresentou a metodologia da proposta triangular 
(inspirada em ideias norte-americanas e inglesas) e recuperou conteúdos e 
objetivos que tinham sido abandonados pela escola espontaneísta. Ela mostrou 
que o professor deveria usar como referência o tripé que consiste: o fazer 
artístico, a história da arte e a leitura de obras.
Esse tripé é considerado a base predominante para o ensino de artes atu-
almente, que tem como estrutura:
1. a produção;
2. a apreciação artística;
3. a reflexão;
 Metodologia do ensino de artes 58
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 58 11/07/2017 07:11:18
O “novo” tripé ajuda a desmanchar alguns dos mitos que circundam as 
aulas de artes nas escolas.
As situações didáticas trazem ações que buscam possibilitar um maior 
rendimento nas aulas de artes, bem como um desenvolvimento artístico vol-
tado à criação e liberdade de expressão. Veja alguns exemplos importantes:
Hoje, a tendência que guia o ensino de artes é a chamada sociointeracionista, que 
defende a mistura de produção, reflexão e apreciação de obras artísticas. Esse modelo 
favorece a formação do aluno por quatro linguagens artísticas: dança, artes visuais, 
música e teatro.
Ateliê de sala de aula.
Fonte: s_oleg/Shutterstock.com.
59Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 59 11/07/2017 07:11:18
Produção
Nas aulas de artes, é importante a realização de atividades em que o aluno seja esti-
mulado a criar/produzir algum trabalho artístico; nesse sentido pode-se citar desenho, 
pintura, fotografias ou modelagens. As atividades de produção podem partir de 
propostas elaboradas pelo professor e podem se articular com a leitura de imagens.
Ao usar imagens, é importante que o professor escolha aquelas que possuem 
características que despertem percepções específicas sobre algum aspecto visual ou 
simbólico que se deseja trabalhar com os alunos. O educando aprende a reconhecer 
conteúdos e conceitos relacionados à arte.
Percurso de criação pessoal
É preciso proporcionar espaço e tempo de experimentação e criação. Para isso, devem 
ser deixados à disposição diversos materiais (pincéis, tintas, lápis, giz de cera, papéis, 
argila). Cada aluno pode escolher o modo como vai utilizá-los e se produzirá sozinho 
ou em grupo.
O educador orienta os alunos a partir de interferências pontuais, e observa no 
trabalho pronto as singularidades da produção e a familiaridade com o universo da 
arte. Quanto menor a autonomia da turma, maior a participação do professor no 
direcionamento das tarefas.
Dessa forma, o aluno aprende a fazer um trabalho de autoria, imprimindo suas 
marcas subjetivas e expressando ideias e percepções.
Interpretação de imagens
Leitura de reproduções levadas para a sala de aula e de originais em exposições. É 
necessário criar situações de contato com a arte indicando o significado da pintura 
ou do desenho no contexto em que foram produzidos e incentivando a busca do 
sentido deles nos dias de hoje.
As poéticas visuais devem ser colocadas como uma situação de aprendizagem por 
meio da resolução de problemas e da descoberta ao mesmo tempo, explica Iavelberg 
(2003). Isso significa promover uma leitura criativa, dando informações sobre as imagens 
sem se antecipar às colocações da garotada – esse é o momento de pensar e sentir.
O educando aprende a interpretar as obras conforme sua sensibilidade e seu conhe-
cimento do assunto, percebendo que significados assumem para si e em diferentes 
culturas.
Fala, leitura e escrita sobre Arte
Expressão de ideias diante de criações artísticas e com intermediação do educador por 
meio de discussões, leitura e produção escrita. Vale estimular o contato com textos 
de diversos gêneros, como biografias de artistas, críticas de arte e entrevistas com 
profissionais – o que pode ser feito em parceria com a disciplina de Língua Portuguesa.
Nas séries iniciais, a intenção é desenvolver a capacidade de escrita e leitura dos que 
começam a se alfabetizar e expandir o universo de interpretação de todos.
O aluno aprende a expressar ideias sobre a leitura da arte por escrito ou oralmente 
e,com isso, avaliar o que está produzindo.
Fonte: nova escola (2017).
 Metodologia do ensino de artes 60
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 60 11/07/2017 07:11:19
Metodologias aplicáveis no ensino de artes
Você sabe o que é metodologia? Para ir a diante neste estudo, é necessário 
primeiramente conceituá-la: a metodologia estuda os métodos de ensino, 
com foco na busca pela transmissão adequada dos conteúdos curriculares e 
alcançar os objetivos propostos. 
Significado etimológico da palavra metodologia: refere-se ao caminho a seguir para 
alcançar algum fim (PILETTI, 1995). 
Ao contrário da teoria, a metodologia, não procura dar validade ao conteúdo, 
está mais ligada à capacidade de fornecer certos conhecimentos. Neste con-
texto, é possível destacar vários elementos, tais como os instrumentos (métodos 
e técnicas), os objetos (materiais) e as referências teóricas. A harmonização e 
a integração balanceada desses elementos definem a metodologia.
Sendo assim, a metodologia será o estudo dos instrumentos de montagem 
de uma teoria ou o estudo dos teóricos para atender a certas necessidades, ou 
seja, um caminho a ser construído para atingir os objetivos propostos.
Há dois conceitos nessas considerações: o de método que significa o cami-
nho a seguir mediante uma série de operações e regras prefixadas de antemão, 
aptas para alcançar o resultado proposto; e o de técnica que não é o caminho 
como o método, mas sim a arte ou maneira de percorrer esse caminho.
O método se faz acompanhar da técnica, que é o instrumento que o auxilia 
na procura de determinado resultado: informação, invenção, tecnologia etc.
É preciso distinguir método de técnica: o método é o procedimento que permite es-
tabelecer conclusões de forma objetiva, enquanto a técnica é um sistema de princípios 
e normas que auxiliam na aplicação dos métodos, justificando-se por sua utilidade. 
61Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica
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A metodologia de ensino procura apresentar roteiros para diferentes situ-
ações didáticas, conforme a tendência ou corrente pedagógica adotada pelo 
professor, de forma que o aluno se aproprie dos conhecimentos propostos ou 
apresente suas pesquisas e demais atividades pedagógicas. 
Veja algumas dicas importantes:
  O aluno deve desenvolver as capacidades de observar; analisar; teorizar; sintetizar; 
aplicar; e transferir o que foi aprendido.
  As atividades metodológicas desenvolvidas devem ser combinadas de forma 
simultânea ou sequencial, oferecendo ao aluno a oportunidade de perceber e 
analisar o assunto sob diversos ângulos.
  Deve-se lembrar que o conteúdo de artes é dividido em quatro linguagens – arte 
visual, música, dança e teatro, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacio-
nais – e que a metodologia deve ser pensada de acordo com as linguagens e suas 
necessidades.
  Deve-se variar as maneiras de estudar os conteúdos e programar as atividades ao 
longo do ano. Assim como na prática artística, “há um pensar fazendo e um fazer 
pensando”. 
  Quando o educador ensina, a ação mobiliza para a reflexão e a reflexão transforma 
a ação.
Como você pôde ver no estudo anterior, o ensino de artes passou por muitas 
transformações ao longo da história. Veja as principais características de cada 
movimento até chegarmos no sociointeracionismo, principal base metodológica 
utilizada nos dias de hoje.
O ensino tradicional, apesar de ser o método de ensino mais antigo, ainda 
está presente em muitas escolas. Veja algumas características da corrente 
tradicional: 
  O foco do ensino está no aprendizado de técnicas e desenvolvimento 
de habilidades manuais, coordenação motora e precisão de movimentos 
para o preparo de um produto final.
  Os alunos aprendiam a partir da repetição de atividades, cópia de 
modelos e memorização.
  O professor adotava a postura de transmissor do conhecimento. Ao 
aluno, bastava absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação.
 Metodologia do ensino de artes 62
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 62 11/07/2017 07:11:19
  A avaliação estava relacionada a quanto o aluno conseguia reproduzir 
com rigor as obras de artistas consagrados.
Para o ensino baseado na livre expressão, corrente metodológica fortemente 
influenciada pelas ideias do movimento da Escola Nova, o foco está mais para 
o processo do que o produto final, ou seja, a experimentação artística é mais 
importante do que a arte final. Veja as características:
  Havia a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno 
durante as atividades em classe. 
  As atividades realizadas eram basicamente o desenho livre e uso variado 
de materiais. 
  Não havia certo ou errado, o aluno tem a liberdade para criar. 
  Ao professor, não cabia corrigir ou orientar os trabalhos, nem mesmo 
utilizar outras produções artísticas para direcionar a turma. 
  A ideia principal do método de ensino é que o aluno expresse na arte 
as suas relações internas.
A metodologia sociointeracionista, tendência atual para o ensino da dis-
ciplina, é focada nas relações entre cultura, conhecimentos prévios do aluno 
e as produções artísticas. Veja as características:
  O método favorece a formação do aluno por meio do ensino das quatro 
linguagens da arte: dança, artes visuais, música e teatro. 
  São valorizas as experiências e saberes do aluno trazidos de fora da 
escola. 
  O professor deve fazer a intermediação entre a arte o conhecimento e 
as experiências dos alunos para estimular as manifestações artísticas. 
  O ensino é baseado em três eixos interligados: 1) produção (fazer e 
desenvolver um percurso de criação); 2) apreciação (interpretar obras 
artísticas); e 3) reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). 
  Apesar dessa divisão citada acima, não deve haver uma ordem rígida 
ou uma priorização desses elementos ao longo do ano letivo.
As artes na sala de aula
Como você já estudou, a tendência que guia a área de artes é a sociointeracio-
nista. Como defendem os próprios PCNs, é papel da escola ensinar a produção 
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histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade 
de imaginar e edifi car propostas artísticas pessoais ou grupais com base em 
intenções próprias. Veja, agora com mais detalhes, os três eixos que guiam o 
método sociointeracionista: 
O fazer artístico (produção) permite que o aluno exercite e explore diversas 
formas de expressão. 
A análise das produções (apreciação) é o caminho para estabelecer ligações 
com o que já sabe.
O pensar sobre a história do objeto de estudo (reflexão) é a forma de 
compreender os períodos e modelos produtivos.
A formulação de uma proposta de trabalhar a arte na escola exige que se 
esclareçam quais posicionamentos sobre arte e sobre educação escolar estão 
sendo assumidos. Por sua vez, tais posicionamentos implicam, também, a 
seleção de linhas teórico-metodológicas.
Com relação à arte, existem teorias que podem contribuir para o desen-
volvimento estético e crítico dos alunos, principalmente no que se refere aos 
processos de apreciação artística. São teorias que incorporam o relacionamento 
com as práticas e o acesso ao conhecimento da arte, mas sem a pretensão 
de atingir uma verdade única. O próprio conceito de arte tem sido objeto 
de diferentes interpretações: arte como técnica, materiais artísticos, lazer, 
processo intuitivo, liberação de impulsos reprimidos, expressão, linguagem, 
comunicação e outros.
Sobretudo, a concepção de arte que pode auxiliar na fundamentação de 
uma proposta de ensino e aprendizagem artísticos, estéticos, e atende a essa 
mobilidade conceitual é a que aponta para uma articulação do fazer, do co-
nhecer e do exprimir.
Partindo desses pressupostos, pode-se trabalhar com as criançasde forma 
bastante variada, dinâmica e criativa, explorando todas as habilidades do 
educando e proporcionando liberdade de criação.
Veja um exemplo de atividade:
 Metodologia do ensino de artes 64
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A história da arte: sua origem com os povos primitivos
Na aula de informática, os alunos interagem com imagens reais de obras e ferramentas 
confeccionadas e utilizadas na Idade da Pedra.
Com o objetivo de valorizar as diversas manifestações artísticas, podem-se trabalhar 
a vida e a obra de grandes mestres da arte mundial, como: Pablo Picasso, Wolfgang 
Amadeus Mozart, Michelangelo Buonarroti, Ludwig van Beethoven, Vincent van Gogh e 
Peter Tchaikovsky. Dando maior importância às obras mais conhecidas desses mestres, 
enfatizando o significado de cada uma. Este trabalho pode ser desenvolvido para-
lelamente ao de artes plásticas, aguçando ainda mais a percepção visual, auditiva e 
compreendendo a música como produto cultural histórico em diferentes evoluções.
  Pelo computador os alunos têm a oportunidade de conhecer a história e as prin-
cipais obras de Picasso. Com seu estilo divertido e colorido, de formas planas e 
arredondadas, Picasso desperta o interesse e a imaginação das crianças. 
  Pela história do artista Michelangelo, fica muito presente a beleza da sua obra 
na Capela Sistina, onde utilizou a técnica do Afresco. Os alunos necessitam do 
momento de expressar esse trabalho utilizando a mesma técnica, participando 
desde o preparo do gesso até a fase final: a pintura.
  Com Van Gogh, as crianças descobrirão que, em suas primeiras pinturas, ele utili-
zava cores tristes e sombrias, pois queria mostrar a todo mundo como era a dura 
vida dos pobres, o que ficou explícito na obra “Os comedores de batata”. Poderá 
ser proposto aos alunos que levem batata: doce, salsa e batata inglesa. Trabalhe 
os tipos de batatas existentes e de que modo são plantadas. Arrume a sala como 
o ambiente retratado na pintura (escura, iluminada apenas pela luz da vela). Cada 
aluno deverá, então, receber um pouco de cada tipo de batata para perceber a 
diferença de cada uma. Em seguida, pode ser proposta uma atividade de pintura 
utilizando as batatas como carimbo.
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A Expressão Musical também está presente no interior da sala de aula e 
assenta em um trabalho de exploração de sons e ritmos, os quais a criança 
produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a pro-
duzir com base em um trabalho sobre os diversos aspectos que caracterizam 
os sons: intensidade (fortes e fracos), altura (graves e agudos), timbre (modo 
de produção) e duração (sons longos e curtos), chegando, depois, à audição 
interior, ou seja, a capacidade de reproduzir mentalmente fragmentos sonoros.
Sendo assim, o educador deve oportunizar atividades que descompliquem 
a musicalização, desenvolvendo aulas práticas e priorizando o fazer em sala 
de aula com materiais diferenciados e variados.
  Ao conhecerem a vida de Tchaikovsky, os alunos geralmente demonstram muito 
interesse, pois ele foi compositor de três grandes obras bastante conhecidas que 
se tornaram tema de balés: “O Quebra-Nozes”, “A Bela Adormecida” e o “Lago dos 
Cisnes”. Esses devem ser trabalhados com os alunos da seguinte maneira: cada 
turma pesquisa uma das obras em livros e filmes e, depois, apresenta para as 
demais classes com um teatro.
Apresentação teatral em sala de aula.
Fonte: Lorelyn Medina/Shutterstock.com.
 Metodologia do ensino de artes 66
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 66 11/07/2017 07:11:20
A música, quando inserida na rotina da criança, contribui muito para seu desenvolvi-
mento neurológico, afetivo e motor, além de ser uma fonte de estímulos, equilíbrio e 
felicidade. Por seu poder criador e libertador, a música se torna um poderoso recurso 
pedagógico a ser utilizado pelos educadores de artes.
Com a prática em sala de aula, o aluno tem a oportunidade, pelas linguagens 
da arte, de se expressar e de construir. A arte torna-se símbolo de uma relação 
privilegiada que se estabelece entre a criança e o mundo que ela percebe.
Cabe ao professor, portanto, no uso de sua inventividade, tornar suas aulas dinâmicas 
e atrativas, a despeito, por vezes, dos poucos recursos disponíveis. Fazer uso de ins-
trumentos alternativos, por exemplo, faz parte de uma das estratégias de ensino, mas 
não deveria ser prática constante decorrente das más condições de ensino. Entretanto, 
são eles que possibilitam a criação de uma verdadeira orquestra, experimentação de 
sonoridades diversas, criação de temas musicais, arranjos, entre outras possibilidades 
musicais. Também o uso da voz e do corpo são possibilidades sonoras das mais ricas.
Por trás das sensações, percepções e lembranças despertadas por um fazer 
artístico, há uma história pessoal, experiências e conhecimentos anteriores. 
Ela entende a arte como a criação de algo novo, a representação simbólica de 
objetos e ideias visuais, plásticos, sonoros, gestuais, corporais, sob diversas 
realidades. As produções artísticas são ficções reveladoras, criadas pelos 
sentidos, imaginação, percepção, sentimento, pensamento e a memória sim-
bólica do indivíduo. 
Portanto, é necessário que a educação seja simbólica, isto é, centrada em 
levar o educando a ter prazer e contentamento nas suas ações.
67Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 67 11/07/2017 07:11:21
1. Em 1960, surge a Escola Nova, que, 
apresentavam um modelo em 
que o professor deve: 
a) promover ideias modernizadoras 
e influenciar as aulas de 
artes, bem como romper 
com alguns tópicos do jeito 
anterior de trabalhar.
b) desenvolver e trabalhar com o 
fazer artístico e a História da Arte.
c) firmar uma proposta que 
visava à renovação da 
mentalidade dos educadores 
e das práticas pedagógicas.
d) propor, pela primeira vez, que 
a educação fosse não focada 
na mudança social, mas na 
liberdade de expressão.
e) promover o pensamento 
pedagógico, mas em 
consonância ao pensamento 
religioso medieval.
2. Escolha o conceito de didática que 
mais encaixa nos conhecimentos 
adquiridos neste capítulo. 
a) Didática é o campo que 
trabalha exclusivamente 
com as dinâmicas do 
educador, seu planejamento 
e atividades diversificadas.
b) A didática, enquanto campo de 
estudo, visa propor princípios, 
formas e diretrizes que são 
comuns ao ensino de todas 
as áreas de conhecimento. Ela 
não se restringe a uma prática 
de ensino, mas se propõe 
a compreender a relação 
que se estabelece entre três 
elementos: o professor, o aluno 
e a matéria a ser ensinada.
c) A didática compreende a relação 
que se estabelece entre dois 
elementos imprescindíveis: 
professor e aluno, bem 
como suas problemáticas.
d) A didática compreende a relação 
entre o aluno, que é instrumento 
primordial para a aprendizagem, 
e o conteúdo a ser ministrado.
e) A didática traz a reflexão sobre 
conhecimentos e técnicas de 
Acesse o link ou utilize o código a seguir para ver 
mais exemplos de atividades.
https://goo.gl/vYSLrx
 Metodologia do ensino de artes 68
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 68 11/07/2017 07:11:22
https://goo.gl/vYSLrx
ensino oriundos desse campo 
de estudo e tem por objetivo 
tornar a prática docente menos 
reflexiva e mais prática.
3. A partir das leituras sobre 
didática e metodologia, escolha 
a afirmação que se apresenta de 
forma completa e clara. 
a) No processo educacional, o 
aluno é visto como principal 
pivô para a construção do 
cognitivo, e não apenas como 
um receptor de conteúdos.
b) O professor tem como papel 
principal garantir uma relação 
didática entre o ensino, levando 
em conta o processo.
c) O bom professor é o que 
consegue, enquanto fala, 
trazer o aluno até a intimidade 
do movimentodo seu 
pensamento, como se fosse 
uma cantiga de ninar.
d) A relação entre professor e aluno 
depende, exclusivamente, do 
clima estabelecido pelo professor 
e de sua capacidade de ouvir.
e) A teoria e a prática podem 
ser vistas de forma separadas 
na formação do professor.
4. Ao escolher um procedimento 
de ensino, quais são os 
critérios de seleção que o 
professor deve utilizar? 
a) Adequação aos objetivos 
estabelecidos para o ensino 
e a aprendizagem e a etnia 
que prevalece na turma.
b) O grau de interesse dos 
educandos, bem como o 
rendimento de cada um.
c) Exclusivamente a natureza do 
conteúdo a ser ensinado e o tipo 
de aprendizagem a se efetivar.
d) As condições estruturais da sala 
de aula e o tempo disponível.
e) As características dos 
alunos, como, por exemplo, 
sua faixa etária, o nível de 
desenvolvimento mental 
e as condições físicas e 
o tempo disponível.
5. A teoria sociointeracionista: 
a) Considera o conhecimento 
real da criança um dos 
pontos de partida para o 
conhecimento potencial.
b) Acredita que a vivência em 
sociedade não é essencial 
para a transformação da 
criança, pois a criança pode 
viver sem essa relação.
c) Acredita que o professor age 
como alguém que treina a 
criança ao aprendizado.
d) Foca a interação. Segundo 
ela, a aprendizagem acontece 
em contextos históricos, 
sociais e culturais.
e) Foca a curiosidade e a 
vontade de aprender como 
seus principais desafios.
69Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica
U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 69 11/07/2017 07:11:22
BARBOSA, A. M. Teoria e prática da educação artística. São Paulo, Cultrix, 1975.
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho. 5. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores, 
Porto Alegre: Artmed, 2003.
PILETTI, C. Didática geral. 18. ed. São Paulo: Ática, 1995.
RATIER, R.; SANTOMAURO, B.; POLATO, A. As situações didáticas de arte. Nova Escola, 
01 jun., 2008. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1020/as-situacoes-
-didaticas-de-arte>. Acesso em: 05 jul. 2017.
Leituras recomendadas
ORIENTAÇÕES didáticas. [Porto Alegre: UFRGS, 2000?]. Disponível em: <http://penta3.
ufrgs.br/CAEF/PCNArte/orientacaodidatica.html>. Acesso em: 01 jul. 2017.
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 Metodologia do ensino de artes 70
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