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Conteúdo: METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES Cléa Coitinho Escosteguy Romualdo Corrêa Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 E74m Escosteguy, Cléa Coitinho. Metodologia do ensino de artes / Cléa Coitinho Escosteguy, Romualdo Corrêa. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 236 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-112-9 1. Metodologia de ensino - Artes. I. Corrêa, Romualdo. II. Título. CDU 37.022:74 Revisão técnica: Marcia Paul Waquil Assistente Social (PUCRS) Mestre em Educação (PUCRS) Doutora em Educação (UFRGS) Iniciais_Metodologia do ensino de artes.indd 2 11/07/2017 10:45:39 Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir didática no ensino de artes. Conhecer metodologias aplicáveis no ensino de artes. Analisar experiências realizadas na prática de sala de aula. Introdução A didática é a área de estudo comum a todas as áreas do conhecimento, é ela que propõe respeito às formas, métodos e diretrizes do ensino em geral. Além disso, a didática se propõe a compreender a relação que se estabelece entre três elementos: o professor, o aluno e a matéria a ser ensinada. Neste capítulo, você irá conhecer técnicas para aplicação em aulas de artes e também vai estudar metodologias contemporâneas que irão contribuir para a sua prática de ensino. A didática no ensino de artes Durante muitos anos, o ensino de artes se resumiu a tarefas pouco criativas e repetitivas. Essa matéria era muito desvalorizada na grade curricular, e as aulas difi cilmente seguiam uma lógica ou estratégia de ensino ao longo do ano letivo. As atividades realizadas variavam entre ligar pontos para formar desenhos e copiar formas geométricas. Dessa forma, o aluno não era entendido U N I D A D E 2 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 57 11/07/2017 07:11:18 caraujo Retângulo caraujo Retângulo como alguém que poderia desenvolver habilidades artísticas, e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito. A partir de 1960, com o surgimento do movimento da Escola Nova, as aulas de artes passaram a ser influenciadas por ideias modernizadoras. Na época, a proposta era romper totalmente com o formato tradicional. Nesse modelo, chamado escola espontaneísta (ou livre expressão), os professores são vistos como mediadores do conhecimento, ou seja, os professores dire- cionam atividades ao fornecer materiais, espaço e estrutura para os alunos desenvolverem atividades artísticas, porém sem interferir na produção dos estudantes. O modelo defende que sem a interferência direta do professor, a arte surge naturalmente, de dentro para fora e sem orientações que pudessem atrapalhar o processo. Com o passar dos anos, surgiram novas concepções, abrindo espaço para a perspectiva sociointeracionista, hoje a mais indicada pelos especialistas. A partir dessa perspectiva, o ensino deve permitir que os alunos não só apren- dam sobre manifestações artísticas cultural e socialmente reconhecidas, mas também estimular os alunos à criação de suas próprias artes, desenvolvendo habilidades artísticas e utilizando equipamentos e ferramentas à sua disposição. Mais tarde, na década de 1990, duas importantes inovações direcionaram o ensino de artes para o modelo atual. Na Espanha, Hernández e Ventura (1998) defenderam o estudo da chamada cultura visual. Para os autores, muito além das artes visuais clássicas, era necessário, trabalhar com os recursos tecnológicos, como videoclipes, internet, histórias em quadrinhos, objetos populares e da cultura de massa, rótulos e outdoors, de maneira que esses recursos contemporâneos possam ser explorados nas aulas de artes. No Brasil, Barbosa (1975) apresentou a metodologia da proposta triangular (inspirada em ideias norte-americanas e inglesas) e recuperou conteúdos e objetivos que tinham sido abandonados pela escola espontaneísta. Ela mostrou que o professor deveria usar como referência o tripé que consiste: o fazer artístico, a história da arte e a leitura de obras. Esse tripé é considerado a base predominante para o ensino de artes atu- almente, que tem como estrutura: 1. a produção; 2. a apreciação artística; 3. a reflexão; Metodologia do ensino de artes 58 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 58 11/07/2017 07:11:18 O “novo” tripé ajuda a desmanchar alguns dos mitos que circundam as aulas de artes nas escolas. As situações didáticas trazem ações que buscam possibilitar um maior rendimento nas aulas de artes, bem como um desenvolvimento artístico vol- tado à criação e liberdade de expressão. Veja alguns exemplos importantes: Hoje, a tendência que guia o ensino de artes é a chamada sociointeracionista, que defende a mistura de produção, reflexão e apreciação de obras artísticas. Esse modelo favorece a formação do aluno por quatro linguagens artísticas: dança, artes visuais, música e teatro. Ateliê de sala de aula. Fonte: s_oleg/Shutterstock.com. 59Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 59 11/07/2017 07:11:18 Produção Nas aulas de artes, é importante a realização de atividades em que o aluno seja esti- mulado a criar/produzir algum trabalho artístico; nesse sentido pode-se citar desenho, pintura, fotografias ou modelagens. As atividades de produção podem partir de propostas elaboradas pelo professor e podem se articular com a leitura de imagens. Ao usar imagens, é importante que o professor escolha aquelas que possuem características que despertem percepções específicas sobre algum aspecto visual ou simbólico que se deseja trabalhar com os alunos. O educando aprende a reconhecer conteúdos e conceitos relacionados à arte. Percurso de criação pessoal É preciso proporcionar espaço e tempo de experimentação e criação. Para isso, devem ser deixados à disposição diversos materiais (pincéis, tintas, lápis, giz de cera, papéis, argila). Cada aluno pode escolher o modo como vai utilizá-los e se produzirá sozinho ou em grupo. O educador orienta os alunos a partir de interferências pontuais, e observa no trabalho pronto as singularidades da produção e a familiaridade com o universo da arte. Quanto menor a autonomia da turma, maior a participação do professor no direcionamento das tarefas. Dessa forma, o aluno aprende a fazer um trabalho de autoria, imprimindo suas marcas subjetivas e expressando ideias e percepções. Interpretação de imagens Leitura de reproduções levadas para a sala de aula e de originais em exposições. É necessário criar situações de contato com a arte indicando o significado da pintura ou do desenho no contexto em que foram produzidos e incentivando a busca do sentido deles nos dias de hoje. As poéticas visuais devem ser colocadas como uma situação de aprendizagem por meio da resolução de problemas e da descoberta ao mesmo tempo, explica Iavelberg (2003). Isso significa promover uma leitura criativa, dando informações sobre as imagens sem se antecipar às colocações da garotada – esse é o momento de pensar e sentir. O educando aprende a interpretar as obras conforme sua sensibilidade e seu conhe- cimento do assunto, percebendo que significados assumem para si e em diferentes culturas. Fala, leitura e escrita sobre Arte Expressão de ideias diante de criações artísticas e com intermediação do educador por meio de discussões, leitura e produção escrita. Vale estimular o contato com textos de diversos gêneros, como biografias de artistas, críticas de arte e entrevistas com profissionais – o que pode ser feito em parceria com a disciplina de Língua Portuguesa. Nas séries iniciais, a intenção é desenvolver a capacidade de escrita e leitura dos que começam a se alfabetizar e expandir o universo de interpretação de todos. O aluno aprende a expressar ideias sobre a leitura da arte por escrito ou oralmente e,com isso, avaliar o que está produzindo. Fonte: nova escola (2017). Metodologia do ensino de artes 60 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 60 11/07/2017 07:11:19 Metodologias aplicáveis no ensino de artes Você sabe o que é metodologia? Para ir a diante neste estudo, é necessário primeiramente conceituá-la: a metodologia estuda os métodos de ensino, com foco na busca pela transmissão adequada dos conteúdos curriculares e alcançar os objetivos propostos. Significado etimológico da palavra metodologia: refere-se ao caminho a seguir para alcançar algum fim (PILETTI, 1995). Ao contrário da teoria, a metodologia, não procura dar validade ao conteúdo, está mais ligada à capacidade de fornecer certos conhecimentos. Neste con- texto, é possível destacar vários elementos, tais como os instrumentos (métodos e técnicas), os objetos (materiais) e as referências teóricas. A harmonização e a integração balanceada desses elementos definem a metodologia. Sendo assim, a metodologia será o estudo dos instrumentos de montagem de uma teoria ou o estudo dos teóricos para atender a certas necessidades, ou seja, um caminho a ser construído para atingir os objetivos propostos. Há dois conceitos nessas considerações: o de método que significa o cami- nho a seguir mediante uma série de operações e regras prefixadas de antemão, aptas para alcançar o resultado proposto; e o de técnica que não é o caminho como o método, mas sim a arte ou maneira de percorrer esse caminho. O método se faz acompanhar da técnica, que é o instrumento que o auxilia na procura de determinado resultado: informação, invenção, tecnologia etc. É preciso distinguir método de técnica: o método é o procedimento que permite es- tabelecer conclusões de forma objetiva, enquanto a técnica é um sistema de princípios e normas que auxiliam na aplicação dos métodos, justificando-se por sua utilidade. 61Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 61 11/07/2017 07:11:19 A metodologia de ensino procura apresentar roteiros para diferentes situ- ações didáticas, conforme a tendência ou corrente pedagógica adotada pelo professor, de forma que o aluno se aproprie dos conhecimentos propostos ou apresente suas pesquisas e demais atividades pedagógicas. Veja algumas dicas importantes: O aluno deve desenvolver as capacidades de observar; analisar; teorizar; sintetizar; aplicar; e transferir o que foi aprendido. As atividades metodológicas desenvolvidas devem ser combinadas de forma simultânea ou sequencial, oferecendo ao aluno a oportunidade de perceber e analisar o assunto sob diversos ângulos. Deve-se lembrar que o conteúdo de artes é dividido em quatro linguagens – arte visual, música, dança e teatro, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacio- nais – e que a metodologia deve ser pensada de acordo com as linguagens e suas necessidades. Deve-se variar as maneiras de estudar os conteúdos e programar as atividades ao longo do ano. Assim como na prática artística, “há um pensar fazendo e um fazer pensando”. Quando o educador ensina, a ação mobiliza para a reflexão e a reflexão transforma a ação. Como você pôde ver no estudo anterior, o ensino de artes passou por muitas transformações ao longo da história. Veja as principais características de cada movimento até chegarmos no sociointeracionismo, principal base metodológica utilizada nos dias de hoje. O ensino tradicional, apesar de ser o método de ensino mais antigo, ainda está presente em muitas escolas. Veja algumas características da corrente tradicional: O foco do ensino está no aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais, coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto final. Os alunos aprendiam a partir da repetição de atividades, cópia de modelos e memorização. O professor adotava a postura de transmissor do conhecimento. Ao aluno, bastava absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. Metodologia do ensino de artes 62 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 62 11/07/2017 07:11:19 A avaliação estava relacionada a quanto o aluno conseguia reproduzir com rigor as obras de artistas consagrados. Para o ensino baseado na livre expressão, corrente metodológica fortemente influenciada pelas ideias do movimento da Escola Nova, o foco está mais para o processo do que o produto final, ou seja, a experimentação artística é mais importante do que a arte final. Veja as características: Havia a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno durante as atividades em classe. As atividades realizadas eram basicamente o desenho livre e uso variado de materiais. Não havia certo ou errado, o aluno tem a liberdade para criar. Ao professor, não cabia corrigir ou orientar os trabalhos, nem mesmo utilizar outras produções artísticas para direcionar a turma. A ideia principal do método de ensino é que o aluno expresse na arte as suas relações internas. A metodologia sociointeracionista, tendência atual para o ensino da dis- ciplina, é focada nas relações entre cultura, conhecimentos prévios do aluno e as produções artísticas. Veja as características: O método favorece a formação do aluno por meio do ensino das quatro linguagens da arte: dança, artes visuais, música e teatro. São valorizas as experiências e saberes do aluno trazidos de fora da escola. O professor deve fazer a intermediação entre a arte o conhecimento e as experiências dos alunos para estimular as manifestações artísticas. O ensino é baseado em três eixos interligados: 1) produção (fazer e desenvolver um percurso de criação); 2) apreciação (interpretar obras artísticas); e 3) reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). Apesar dessa divisão citada acima, não deve haver uma ordem rígida ou uma priorização desses elementos ao longo do ano letivo. As artes na sala de aula Como você já estudou, a tendência que guia a área de artes é a sociointeracio- nista. Como defendem os próprios PCNs, é papel da escola ensinar a produção 63Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 63 11/07/2017 07:11:19 histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edifi car propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias. Veja, agora com mais detalhes, os três eixos que guiam o método sociointeracionista: O fazer artístico (produção) permite que o aluno exercite e explore diversas formas de expressão. A análise das produções (apreciação) é o caminho para estabelecer ligações com o que já sabe. O pensar sobre a história do objeto de estudo (reflexão) é a forma de compreender os períodos e modelos produtivos. A formulação de uma proposta de trabalhar a arte na escola exige que se esclareçam quais posicionamentos sobre arte e sobre educação escolar estão sendo assumidos. Por sua vez, tais posicionamentos implicam, também, a seleção de linhas teórico-metodológicas. Com relação à arte, existem teorias que podem contribuir para o desen- volvimento estético e crítico dos alunos, principalmente no que se refere aos processos de apreciação artística. São teorias que incorporam o relacionamento com as práticas e o acesso ao conhecimento da arte, mas sem a pretensão de atingir uma verdade única. O próprio conceito de arte tem sido objeto de diferentes interpretações: arte como técnica, materiais artísticos, lazer, processo intuitivo, liberação de impulsos reprimidos, expressão, linguagem, comunicação e outros. Sobretudo, a concepção de arte que pode auxiliar na fundamentação de uma proposta de ensino e aprendizagem artísticos, estéticos, e atende a essa mobilidade conceitual é a que aponta para uma articulação do fazer, do co- nhecer e do exprimir. Partindo desses pressupostos, pode-se trabalhar com as criançasde forma bastante variada, dinâmica e criativa, explorando todas as habilidades do educando e proporcionando liberdade de criação. Veja um exemplo de atividade: Metodologia do ensino de artes 64 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 64 11/07/2017 07:11:20 A história da arte: sua origem com os povos primitivos Na aula de informática, os alunos interagem com imagens reais de obras e ferramentas confeccionadas e utilizadas na Idade da Pedra. Com o objetivo de valorizar as diversas manifestações artísticas, podem-se trabalhar a vida e a obra de grandes mestres da arte mundial, como: Pablo Picasso, Wolfgang Amadeus Mozart, Michelangelo Buonarroti, Ludwig van Beethoven, Vincent van Gogh e Peter Tchaikovsky. Dando maior importância às obras mais conhecidas desses mestres, enfatizando o significado de cada uma. Este trabalho pode ser desenvolvido para- lelamente ao de artes plásticas, aguçando ainda mais a percepção visual, auditiva e compreendendo a música como produto cultural histórico em diferentes evoluções. Pelo computador os alunos têm a oportunidade de conhecer a história e as prin- cipais obras de Picasso. Com seu estilo divertido e colorido, de formas planas e arredondadas, Picasso desperta o interesse e a imaginação das crianças. Pela história do artista Michelangelo, fica muito presente a beleza da sua obra na Capela Sistina, onde utilizou a técnica do Afresco. Os alunos necessitam do momento de expressar esse trabalho utilizando a mesma técnica, participando desde o preparo do gesso até a fase final: a pintura. Com Van Gogh, as crianças descobrirão que, em suas primeiras pinturas, ele utili- zava cores tristes e sombrias, pois queria mostrar a todo mundo como era a dura vida dos pobres, o que ficou explícito na obra “Os comedores de batata”. Poderá ser proposto aos alunos que levem batata: doce, salsa e batata inglesa. Trabalhe os tipos de batatas existentes e de que modo são plantadas. Arrume a sala como o ambiente retratado na pintura (escura, iluminada apenas pela luz da vela). Cada aluno deverá, então, receber um pouco de cada tipo de batata para perceber a diferença de cada uma. Em seguida, pode ser proposta uma atividade de pintura utilizando as batatas como carimbo. 65Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 65 11/07/2017 07:11:20 A Expressão Musical também está presente no interior da sala de aula e assenta em um trabalho de exploração de sons e ritmos, os quais a criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a pro- duzir com base em um trabalho sobre os diversos aspectos que caracterizam os sons: intensidade (fortes e fracos), altura (graves e agudos), timbre (modo de produção) e duração (sons longos e curtos), chegando, depois, à audição interior, ou seja, a capacidade de reproduzir mentalmente fragmentos sonoros. Sendo assim, o educador deve oportunizar atividades que descompliquem a musicalização, desenvolvendo aulas práticas e priorizando o fazer em sala de aula com materiais diferenciados e variados. Ao conhecerem a vida de Tchaikovsky, os alunos geralmente demonstram muito interesse, pois ele foi compositor de três grandes obras bastante conhecidas que se tornaram tema de balés: “O Quebra-Nozes”, “A Bela Adormecida” e o “Lago dos Cisnes”. Esses devem ser trabalhados com os alunos da seguinte maneira: cada turma pesquisa uma das obras em livros e filmes e, depois, apresenta para as demais classes com um teatro. Apresentação teatral em sala de aula. Fonte: Lorelyn Medina/Shutterstock.com. Metodologia do ensino de artes 66 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 66 11/07/2017 07:11:20 A música, quando inserida na rotina da criança, contribui muito para seu desenvolvi- mento neurológico, afetivo e motor, além de ser uma fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade. Por seu poder criador e libertador, a música se torna um poderoso recurso pedagógico a ser utilizado pelos educadores de artes. Com a prática em sala de aula, o aluno tem a oportunidade, pelas linguagens da arte, de se expressar e de construir. A arte torna-se símbolo de uma relação privilegiada que se estabelece entre a criança e o mundo que ela percebe. Cabe ao professor, portanto, no uso de sua inventividade, tornar suas aulas dinâmicas e atrativas, a despeito, por vezes, dos poucos recursos disponíveis. Fazer uso de ins- trumentos alternativos, por exemplo, faz parte de uma das estratégias de ensino, mas não deveria ser prática constante decorrente das más condições de ensino. Entretanto, são eles que possibilitam a criação de uma verdadeira orquestra, experimentação de sonoridades diversas, criação de temas musicais, arranjos, entre outras possibilidades musicais. Também o uso da voz e do corpo são possibilidades sonoras das mais ricas. Por trás das sensações, percepções e lembranças despertadas por um fazer artístico, há uma história pessoal, experiências e conhecimentos anteriores. Ela entende a arte como a criação de algo novo, a representação simbólica de objetos e ideias visuais, plásticos, sonoros, gestuais, corporais, sob diversas realidades. As produções artísticas são ficções reveladoras, criadas pelos sentidos, imaginação, percepção, sentimento, pensamento e a memória sim- bólica do indivíduo. Portanto, é necessário que a educação seja simbólica, isto é, centrada em levar o educando a ter prazer e contentamento nas suas ações. 67Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 67 11/07/2017 07:11:21 1. Em 1960, surge a Escola Nova, que, apresentavam um modelo em que o professor deve: a) promover ideias modernizadoras e influenciar as aulas de artes, bem como romper com alguns tópicos do jeito anterior de trabalhar. b) desenvolver e trabalhar com o fazer artístico e a História da Arte. c) firmar uma proposta que visava à renovação da mentalidade dos educadores e das práticas pedagógicas. d) propor, pela primeira vez, que a educação fosse não focada na mudança social, mas na liberdade de expressão. e) promover o pensamento pedagógico, mas em consonância ao pensamento religioso medieval. 2. Escolha o conceito de didática que mais encaixa nos conhecimentos adquiridos neste capítulo. a) Didática é o campo que trabalha exclusivamente com as dinâmicas do educador, seu planejamento e atividades diversificadas. b) A didática, enquanto campo de estudo, visa propor princípios, formas e diretrizes que são comuns ao ensino de todas as áreas de conhecimento. Ela não se restringe a uma prática de ensino, mas se propõe a compreender a relação que se estabelece entre três elementos: o professor, o aluno e a matéria a ser ensinada. c) A didática compreende a relação que se estabelece entre dois elementos imprescindíveis: professor e aluno, bem como suas problemáticas. d) A didática compreende a relação entre o aluno, que é instrumento primordial para a aprendizagem, e o conteúdo a ser ministrado. e) A didática traz a reflexão sobre conhecimentos e técnicas de Acesse o link ou utilize o código a seguir para ver mais exemplos de atividades. https://goo.gl/vYSLrx Metodologia do ensino de artes 68 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 68 11/07/2017 07:11:22 https://goo.gl/vYSLrx ensino oriundos desse campo de estudo e tem por objetivo tornar a prática docente menos reflexiva e mais prática. 3. A partir das leituras sobre didática e metodologia, escolha a afirmação que se apresenta de forma completa e clara. a) No processo educacional, o aluno é visto como principal pivô para a construção do cognitivo, e não apenas como um receptor de conteúdos. b) O professor tem como papel principal garantir uma relação didática entre o ensino, levando em conta o processo. c) O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimentodo seu pensamento, como se fosse uma cantiga de ninar. d) A relação entre professor e aluno depende, exclusivamente, do clima estabelecido pelo professor e de sua capacidade de ouvir. e) A teoria e a prática podem ser vistas de forma separadas na formação do professor. 4. Ao escolher um procedimento de ensino, quais são os critérios de seleção que o professor deve utilizar? a) Adequação aos objetivos estabelecidos para o ensino e a aprendizagem e a etnia que prevalece na turma. b) O grau de interesse dos educandos, bem como o rendimento de cada um. c) Exclusivamente a natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem a se efetivar. d) As condições estruturais da sala de aula e o tempo disponível. e) As características dos alunos, como, por exemplo, sua faixa etária, o nível de desenvolvimento mental e as condições físicas e o tempo disponível. 5. A teoria sociointeracionista: a) Considera o conhecimento real da criança um dos pontos de partida para o conhecimento potencial. b) Acredita que a vivência em sociedade não é essencial para a transformação da criança, pois a criança pode viver sem essa relação. c) Acredita que o professor age como alguém que treina a criança ao aprendizado. d) Foca a interação. Segundo ela, a aprendizagem acontece em contextos históricos, sociais e culturais. e) Foca a curiosidade e a vontade de aprender como seus principais desafios. 69Situações didáticas para o ensino das artes: uma questão metodológica U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 69 11/07/2017 07:11:22 BARBOSA, A. M. Teoria e prática da educação artística. São Paulo, Cultrix, 1975. HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores, Porto Alegre: Artmed, 2003. PILETTI, C. Didática geral. 18. ed. São Paulo: Ática, 1995. RATIER, R.; SANTOMAURO, B.; POLATO, A. As situações didáticas de arte. Nova Escola, 01 jun., 2008. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1020/as-situacoes- -didaticas-de-arte>. Acesso em: 05 jul. 2017. Leituras recomendadas ORIENTAÇÕES didáticas. [Porto Alegre: UFRGS, 2000?]. Disponível em: <http://penta3. ufrgs.br/CAEF/PCNArte/orientacaodidatica.html>. Acesso em: 01 jul. 2017. PROJETOS PEFAGÓGICOS DINÂMICOS. Site. [S.l.] PPD, 2017. Disponível em: <http:// www.projetospedagogicosdinamicos.com/artes.html>. Acesso em: 01 jul. 2017. http:// penta3.ufrgs.br/CAEF/PCNArte/orientacaodidatica.html Metodologia do ensino de artes 70 U2_C05_Metodologia do ensino de artes.indd 70 11/07/2017 07:11:22 https://novaescola.org.br/conteudo/1020/as-situacoes- http://ufrgs.br/CAEF/PCNArte/orientacaodidatica.html http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/artes.html http://penta3.ufrgs.br/CAEF/PCNArte/orientacaodidatica.html Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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