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AULA 04 - organização criminosa

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Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
 
 AULA 04 
 
 
O levantamento de informações detalhadas das Organizações Criminosas pode ser 
de difíci l alcance, caso a autoridade não se utilize de outros métodos de 
investigação, em especial a infiltração de agentes. 
 DIREITOS AO COLABORADOR 
 
 
Art. 5º LEI 12.850 - São direitos do colaborador: 
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica; proteção a 
testemunha – colaborador fala de fatos graves que envolve uma organização 
criminosa violenta tendo medo de sofrer uma retaliação ou sua família sofra essa 
retaliação por ele estar colaborando. 
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; o 
colaborador tem do direito de não ser exposto, execrado publicamente, ele pode 
pedir uma certa reserva a sua imagem. 
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes; 
justamente para que não ocorra constrangimento – separação do réu colaborador do 
réu comum. 
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados; 
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser 
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito; 
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais 
corréus ou condenados. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
*O réu colaborador ao assinar o seu termo de colaboração abre mão de algumas 
garantias individuais, abre mão de algumas garantias processuais entre elas ele 
abre mão do direito ao silêncio, ele pode exercer seu direito a ampla defesa de uma 
maneira negativa ficando em silêncio, mas pode exercer esse mesmo direito de uma 
maneira positiva falando. 
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 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*Teria o colaborador o direito de não responder algumas perguntas? Art. 4º, § 14 lei 
12.850. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu 
defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a 
verdade. A colaboração perderia um tanto quanto de sua eficácia e vulneraria o 
direito a ampla defesa e ao contraditório dos demais investigados. Quando se faz o 
acordo de colaboração se compromete a abrir mão do direito ao silêncio, portanto 
responder a todas as perguntas. Não invalidaria a colaboração, mas ocorreria a 
perda de alguns benefícios e prejudicar o direito dos outros investigados ao 
contraditório. 
 VALOR PROBATÓRIO DA COLABORAÇÃO – quanto vale a 
colaboração. 
 
 
*A palavra do colaborador não é prova, mas sim meio de obtenção de prova. 
Então quanto vale a palavra do colaborador? NADA ou quase nada – 
colaborador não é vítima – (a vítima no processo penal em alguns crimes possui 
um relevo probatório) 
Vedação legal as seguintes medidas, com base apenas nas palavras do 
colaborador: 
Art. 4º, § 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com 
fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) – Néfi CORDEITO – preceitua que o recebimento da denúncia pudesse ser 
avaliado, já que ele não viria sozinho teria um indício. A lei preceitua que pode 
ocorrer o recebimento da denúncia se a colaboração for somada a mais alguma 
coisa que sirva de indício. Também não podem ser decretadas medidas 
patrimoniais como bloqueio de bens, Sequestro, aresto, somente com base na 
colaboração. O colaborador precisar apresentar elementos de corroboração, ou 
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seja, que ele apresente indício, elementos de convicção, elementos de 
informação para além da sua própria palavra. 
III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 ELEMENTOS DE COLABORAÇÃO 
 
 
 Elementos de corroboração que foram produzidos pela própria parte – 
PROVAS UNILATERAIS. Elementos unilaterais de corroboração não tem sido 
admitidos pela jurisprudência, tem-se exigido elemento para a corroboração 
que se tenha PRAVAS INDEPENDENTES – provas que não tenham sido 
produzidas pelo próprio sujeito 
 STF decidiu que corroborações RECÍPROCAS não são suficientes para dar a 
seriedade que a colaboração exige. Na petição 5.700 é inviável – que tanto 
faz ser uma única colaboração ou se são vários delatores – são necessárias 
provas independentes. Uma deleção não pode se fortalecer com outra 
delação. 
 Ausência de colaboração – nulidade ou ineficiência. 
 Separação entre provas ilícitas X provas ineficientes – se o colabor não logra 
êxito que A, B ou C de fato praticaram aquelas condutas narradas pelo 
colaborador – esse fato não significa que a colaboração seja ilícita, não se 
fala em ilicitude probatória, mas sim em ineficácia da colaboração. A prova 
não é lícita, não servindo para uma condenação, não precisa ser retirada dos 
autos, ela simplesmente ineficiente – de forma a ter uma repercussão na 
valoração do benefício, valoração em relação aos outros acusados. 
 IMPUGNAÇÃO POR TERCEIROS E O ENTENDIMENTO DO STF 
 
 
 
*Um sujeito é denunciado, num determinado processo criminal – organização 
criminosa – crimes financeiros – o que existe contra o sujeito é um colaborador 
premiado que apresenta alguns elementos de corroboração, mas ao analisar seu 
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acordo verifica-se que foram negociados benefícios extralegais e que alguns dos 
procedimentos não foram respeitados – o terceiro denunciado, interessados pode 
denunciar? Existe interesse do terceiro que foi denunciado com base no acordo, 
mas é necessário se retomar a natureza jurídica da colaboração – é com base 
que a colaboração é um acordo entre as partes – o STF firmou uma 
jurisprudência pela impossibilidade de impugnação por terceiros. 
*Jurisprudência firme do STF – HC 127.483 (Dias Tofolli), pet 7074 Edson 
Fachin. O terceiro não é parte legítima para impugnar o acordo feito entre as 
partes. O acordo é negócio jurídico entre essas partes – o terceiro pode 
questionar se existem elementos de corroboração, se a colaboração é 
suficiente para o édito condenatório, entretanto não pode entrar no mérito 
do acordo realizado entre as partes. 
*Precedente recente – HC 142.205 – Min. Gilmar Mendes – 2ª turma – 
possibilidade de questionamentos e efeitos. Atenção – decisão da 1ª turma do 
STF. Possibilidade de questionamento do acordo de colaboração – 2020 – a 
decisão não é do plenário da corte. O terceiro pode impugnar o acordo de 
colaboração, porém os benefícios concedidos ao acusado foram mantidos. 
Não foi o investigado que causou a nulidade do acordo. 
 EVENTUAL RECISÃO DO ACORDO 
 
 
 
*Importância de cláusulas específicas (não abusivas) ou adoção do rito próprio 
(inexistente, por ora, no processo penal). Vale dizer, a recisão não pode ser 
automática. 
*Orientação conjunta do MPF item 38 – é recomendável a inserção de cláusulas 
com previsões de sanções ao colaborador que omitir informações pontuais, 
quando é um elemento probatório ou agentes diversos, circunstâncias que pode 
nãoensejar, por si só, a recisão do acordo caso fornecida a devida 
complementação e esclarecimento, independentemente de aplicação de 
penalidade pela omissão. MP recomenda que quando da celebração do 
 
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acordo sejam feitas cláusulas específicas para tratar do tema e que em 
casos concretos seja identificado que o colaborador não mentiu como um 
todo, mas identificado que em determinado ponto em relação ao agente 
específico houve uma omissão que caso o colaborador se retrate, de forma 
a apresentar as informações complementares, que volte a colaborar, que 
seja definida uma sanção pontual de forma a não ensejar a recisão do 
acordo. 
*Diferença entre ausência de eficácia do acordo X recisão 
Art. 4º, § 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas 
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas 
exclusivamente em seu desfavor. Proposta de colaboração – momento 
anterior a homologação do acordo – sujeito apresenta uma proposta de 
colaboração, ele traz informações ao MP, mas as partes não chegam em um 
acordo. É necessária uma garantia que as provas apresentadas, 
informações prestadas que elas não se revertam contra o colaborador. 
RETRATAÇÃO DA PROPOSTA. Existindo essa retratação, as informações, 
as provas apresentadas não podem ser utilizadas contra a figura do 
colaborador. 
*Depois da homologação tem-se a seguinte regra: Art. 4º, § 17. O acordo 
homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os 
fatos objeto da colaboração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Caso 
exista omissão dolosa, existência de uma deliberada vontade de omitir as 
informações, existe um efetivo conhecimento sobre os fatos e com vontade 
ocorre a omissão de determinadas ações – RECISÃO DO ACORDO - desde 
que provada a omissão. 
Art. 4º, § 18 . O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador 
cesse o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, 
sob pena de rescisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
*Se possui duas hipóteses – o sujeito de maneira deliberada omite fatos 
considerados graves ou volta a praticar condutas criminosas – faz o acordo com 
o Estado confessa crimes e mesmo assim ele continua a praticar atividades 
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ilícitas e isso fica demonstrado durante a investigação – hipótese clássica de 
RECISÃO. 
*Como deve ser feita essa recisão? – PET 7003 – caso J e F – recentemente 
Faccin, ministro relator, acabou decidindo pela não recisão completa e devolução 
para as partes – que repactuaram diversas cláusulas e que então se sujeitaram a 
homologação – se chegou a repactuação por se entender que a recisão deveria 
ser prévia de procedimento interno no MP e posteriormente perante o próprio juiz 
– as partes deveriam ter seus direitos preservados – deveria ser lhes dado o 
direito de apresentação da sua versão dos fatos – Efeitos da recisão – NÉFI 
CORDEIRO – assim como deve ser assegurado o equilíbrio do contrato, mesmo 
diante de inadimplemento voluntário, evitando enriquecimento sem causa, 
também no negócio jurídico da colaboração premiada isso precisa ocorrer: ou se 
retiram todas as provas trazidas pelo colaborador (não são elas valoras na 
culpa de quaisquer acusados), ou são elas aproveitadas com compensação 
proporcional de redução de pena. O que já prevê a lei para a retratação, bem 
revelando a necessidade de manutenção do equilíbrio da colaboração. Juízo de 
ponderação – no caso de recisão não se concede nenhum dos benefícios 
factuados ao colaborador – jurisprudência já admitiu possível a 
COLABORAÇÃO UNILATERAL. 
 OUTROS MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO 
 
 
 
*Métodos ocultos de investigação – não são ilegais – o acusado não sabe que 
está sendo investigado. 
1. INFILTRAÇÇAO DE AGENTES 
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, 
representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após 
manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de 
inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa 
autorização judicial, que estabelecerá seus limites. 
 
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*Envolve certo risco para a atividade policial, pois se coloca alguém dentro 
da organização criminosa. 
Critérios: 
1.1. Pré- requisito de admissibilidade 
Art. 10 § 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de 
que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros meios 
disponíveis. 
*A infiltração policial somente pode ser utilizada se a investigação for sobre 
uma organização criminosa e que a prova não pode ser feita de outra forma. 
1.2. Prazo 
Art. 10º § 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem 
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade. 
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório circunstanciado será apresentado 
ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. 
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus 
agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da 
atividade de infiltração. 
 
 
 
 INFILTRAÇÃO VIRTUAL 
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais, 
obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de investigar os 
crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por organizações 
criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das 
tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando 
possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas 
pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
 SUBSIDIÁRIEDADE DESSE MEIO PROBATÓRIO 
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ART. 10-A , § 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de 
que trata o art. 1º desta Lei e se as provas não puderem ser produzidas por 
outros meios disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de 
polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da 
medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou 
apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração. 
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos 
bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da 
autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade fictícia 
criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
 
 PRAZO MÁXIMO 
ART. 10-A, § 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem 
prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e desde 
que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja comprovada sua 
necessidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
 APÓS A PRODUÇÃO - REGISTRO E CADEIA DE CUSTÓDIA 
ART. 10 - A, § 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório 
circunstanciado, juntamente com todos os atos eletrônicos praticados durante 
a operação, deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao 
juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) – Possibilidadede respeito do contraditório. 
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a 
operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz 
e ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
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2. ACOMPANHAMENTO DA ATIVIDADE CRIMINOSA – diligência postergada 
 
 REQUISITOS DA INFILTRAÇÃO 
 
 
 
1. Ser agente policial – lei anterior (Lei 9.034/1995) possibilita que outros órgãos 
de investigação participassem. HC 147837 – Relator Gilmar Mendes – 2019 - 
provas colhidas por agente inicialmente designado para tarefas de inteligência 
e prevenção genérica - contudo no curso da referida atribuição houve a 
atuação de investigação concreta e infiltração de agentes em grupos 
determinados por meio de atos disfarçados para obtenção da confiança dos 
investigados – caracterização de agente infiltrado que pressupõem previa 
autorização judicial. STF anulou essa investigação visto o agente infi ltrado 
pertencer a outro grupo de investigação que não aquele previsto pela lei, ou 
seja, que não policial. 
2. Investigação já instaurada – necessária a formalização 
3. Autorização prévia e já fundamentada – diferentemente da ação controlada 
4. Indícios de materialidade da organização 
5. Subsidiariedade – somente será uti lizado quando todos os anteriores forem 
insuficientes. O agente infiltrado deve ser a última opção da investigação. 
6. Relatório circunstanciado – para que a defesa posteriormente na fase 
processual possa conferir a legalidade dos atos praticados, a cadeia de 
custódia das informações que foram levantadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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 AULA 05 
 
 
 O fenômeno da globalização forçou a chamada “internacionalização” do Direito 
e do Processo Penal, devido as características das organizações criminosas atuais, 
que muitas vezes sequer possuem sede em território nacional, fez-se necessário 
aprimorar os mecanismos de cooperação entre os países. 
 DESCUMPRIMENTO 
 
ART. 10 – A, § 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Se Algo foi feito ao disposto em lei, 
esse elemento de prova, de informação deve ser desconsiderado, deve ser 
declarado nulo. Estabelecimento de limites para a infiltração em relação a prática 
investigatória – atividade do agente que está infiltrado. 
 
 
 
 SIGILO 
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas 
diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por seu 
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será 
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela 
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
 
 
 
 GARANTIAS DO AGENTE ENVOLVIDO 
 Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio 
da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º 
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desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) - agente infiltrado virtual, se 
aplicando ao agente infi ltrado tradicional também. De um lado se tem o bem jurídico 
vida e de outro o bem jurídico difuso da organização criminosa, a paz pública, a 
saúde pública no caso do tráfico. 
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita 
finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
 Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade 
com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados. 
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo 
agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa. 
 
 DIREITOS DO AGENTE 
 
 
 
Art. 14. São direitos do agente: 
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; o agente infiltrado pode a qualquer 
momento cessar sua participação. 
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9º da 
Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a 
testemunhas; Inclusão no programa de testemunhas. 
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações 
pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se 
houver decisão judicial em contrário; proteção dos dados pessoais do investigado 
em relação as investigações e ao processo. 
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de 
comunicação, sem sua prévia autorização por escrito. 
 *Método mais gravoso que requer autorização prévia estabelecendo. 
 ACESSO A DADOS E INFORMAÇÕES 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9807.htm#art9
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Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, 
independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do 
investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o 
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições 
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito. O acesso 
pode ser feito por requisição ou por meio de consulta ao celular do sujeito. 
*STJ – precedente - 1782386 RJ é viável ao acesso a agenda do celular – 
precedente não é pacífico. Os dados não estão cobertos pelo sigilo, a intimidade, 
não requerem a reserva de jurisdição. É ilícita a devassa de dados bem das 
conversas de WhatsApp obtidas diretamente pela polícia em celular 
apreendido no flagrante sem prévia autorização judicial. NÉFI CORDEIRO – 
2016. A lei autorizou o acesso a dados. 
*Dados X transmissão de dados – não se pode acessar tráfico de dados 
 CRIMES OCORRIDOS DURANTE AS INVESTIGAÇÕES 
 
 
 
VIOLAR DIREITOS DO COLABORADOR 
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar oufilmar o colaborador, sem sua prévia 
autorização por escrito: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
*a lei tutela o direito de não ter sua imagem divulgada, garantia da segurança do 
delator. 
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de 
infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a 
estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
*Embora a lei fale em delação caluniosa de maneira a sugerir um crime contra a 
honra – este não é uma calúnia normal – não se trata de queixa crime – se o 
colaborador de maneira deliberada – ILÍCITO DOLOSO – imputa crime a alguém – 
 
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não se trata de ausência de provas – tem que ocorrer a configuração de que o fato 
era falso e que mesmo assim ocorreu a imputação dos crimes. CRIME DOLOSO. 
DESCUMPRIMENTO DA DETERMINAÇÃO DE SIGILO 
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação 
controlada e a infiltração de agentes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
*A lei tutela o crime de vazar informações – estratégia uti lizada tanto pela acusação 
quanto pela defesa – no início das negociações da colaboração premiada a parte 
assinará um termo de confidencialidade. Crime de difícil apuração. 
SONEGAR INFORMAÇÕES SOLICITADAS 
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações 
requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de 
investigação ou do processo: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, 
propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei. 
*Garantir s efetividade da investigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AULA 06 
 
 
 
O auxílio direto é forma de cooperação jurídica internacional que ganhou relevo nos 
últimos anos, tendo sido uti lizada de forma cada vez mais significativa 
principalmente em matéria penal, mais simples e célere para os processos e 
investigações em curso. 
 Base do processo penal – COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
*TRIUNFANTE – pode-se compreender por cooperação jurídica internacional o 
conjunto de instrumentos legais de caráter supranacional que determinam as 
condições nas quais devem atuar em conjunto os estados a fim de tornar efetiva a 
administração da justiça e em última instância assegurar o ius puniende. (Estados 
precisam colaborar entre si para que se tenha eficiência e para que o ius puniende 
possa se dar de maneira efetiva – CERVINI e TAVARES – acréscimo de um 
caráter garantista a cooperação internacional – a matéria deve ser avaliada sob 
uma ideia de proteção de direitos fundamentais – ideia de legalidade e respeito 
aos direitos individuais dos envolvidos – direito das vítimas, das partes) 
 PRINCÍPIOS 
 
 
 
 
1. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL – os Estados precisam 
colaborar para se alcançar um objetivo comum – no caso da matéria penal o 
combate a criminalidade, aplicação de sanções, recuperação de ativos 
oriundos de crimes. Ideia de pacta suma servanda todos os pactos devem ser 
cumpridos. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
2. CELERIDADE – rapidez no cumprimento das medidas – Carta Rogatória 
quando se tinha a necessidade de se ouvir alguém em outro país – tornando 
o processo dificultoso. 
3. CUMPRIMENTO DOS CASOS URGENTES – embora haja uma formalidade 
a ser seguida ao se estabelecer um protocolo de colaboração entre os países 
deve ser prevista a ideia de que alguns casos devem ter uma maior 
importância, devem fluir de maneira mais célere, mais simples, mais rápida do 
que outros. (Prisão, bloqueio de bens) 
4. FACILIDADE DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS INTEGRANTES DOS 
DIVERSOS ESTADOS 
5. LIMITAÇÃO DA ADMISSIBILIDADE DA PROVA OBTIDA – a prova obtida em 
colaboração entre os estados deve ser sempre alvo de uma limitação. 
6. RESERVA DAS AUTORIDADES PARA NÃO FRUSTRAR A EFETIVIDADE 
DAS MEDIDAS – as autoridades devem agir de modo a garantir a eficiência 
da medida e para isso devem ter os necessários cuidados, sigilo, cautela. 
7. ENTREGAS DE DOCUMENTOS PÚBLICOS DE DOCUMENTOS OFICIAIS 
QUE INTERESSEM A INVESTIGAÇÃO 
8. RECONHECIMENTO DA DIVERSIDADE DOS ORDENAMENTOS 
JURÍDICOS 
9. RESPEITO A ORDEM PÚBLICA ENTENDIDA COMO CONJUNTO DE 
VALORES SOCIAIS, POLÍTICOS, CULTURAIS E JURÍDICOS DE CADA UM 
DOS PAÍSES – é necessário saber compreender as limitações de cada um 
dos outros ordenamentos jurídicos. É preciso respeitar a soberania do país 
sem impor a própria pretensão. 
10. RESERVA POLÍTICA – CERVINI – a autoridade central poderá recusar-se a 
brindar as assistências no caso de que o cumprimento da medida possa 
afetar não apenas a ordem pública internacional como a segurança ou os 
interesses essenciais do estado. (Cataclismo econômico) – é importe o 
respeito a questões internas, não só políticas ou econômicas do Estado se 
para colaborar com o país aquela medida for causar um verdadeiro terremoto 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
de natureza econômica, política naquele país ele tem o direito a não cumprir 
aquela medida solicitada. 
11. PROTEÇÃO AOS SUJEITOS DO PROCESSO – ideia de garantismo – ideia 
que se cause a menor violência possível aos direitos dos envolvidos para 
cumprir as medidas que se entenda necessária. 
 AUTORIDADE CENTRAL 
 
 
 
Toda a colaboração entre os diversos estados, entre os diversos países se dá por 
um ÓRGÃO CENTRAL. Matéria tratada pela Constituição e pelo Código Civil. 
 Art. 3o CPP A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
Art. 26 CPC. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o 
Brasil faz parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no 
Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-
se assistência judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação 
brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de 
cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. 
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência 
de designação específica. Autoridade central deve estar no EXECUTIVO – no Brasil 
via de REGRA no MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. 
 
 
 
 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski

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