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Crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei 7492/1986 - Lei de colarinho branco) "Giro monetário" Agente superavitário→ Instituição financeira ← Agente deficitário (Juros e correção) Elementos: Giro monetário: circulação de moeda Agente superavitário: Dentro da sociedade tem mais condição financeira. Agente deficitário: O agente deficitário, então, é o oposto do agente superavitário. Então é aquela pessoa que tem muita dívida e não tem recursos suficientes para pagar. Assim, vai devolver para o agente superavitário a quantia com juros e correção monetária (quem tem mais vai ficar com mais) - Perpetuação do sistema de desigualdade. É importante que se garanta a confiança e credibilidade das instituições financeiras ● Princípio da insignificância ou bagatela (causa de exclusão da tipicidade da conduta) . Não haveria uma efetiva lesão aos bens jurídicos- São aplicados alguns requisitos, mas não aos crimes contra sistemas financeiros nacionais, tendo em vista a necessidade de maior proteção à sua estabilidade e higidez, independentemente do prejuízo que possa ter sido causado. - Requisitos: A) Mínima ofensividade da conduta; B) Inexpressividade da lesão; C) reduzido grau de reprovabilidade do agente; D) ausência de periculosidade social da conduta LEI No 7.492, DE 16 DE JUNHO DE 1986. Define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá outras providências Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%207.492-1986?OpenDocument Crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei 7492/1986 - Lei de colarinho branco) emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira: (Vide Lei nº 14.478, de 2022) Vigência I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual. (Conceito amplo; Exemplo: Estudantes que integram comissão de formatura) ● Espécies de instituição financeira 1) IF propriamente dita (art 1 , primeira parte) 2) mercado de capitais 3) IF por equiparação (parágrafo único) - alcançando também a pessoa natural OBS: 1. Agiotagem é crime, embora não esteja regulamentado na lei contra os crimes contra o sistema financeiro nacional. Presente na lei 1.521/1951 (o agiota não se enquadra no conceito de IF) Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim se considerando: a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de câmbio, sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou, ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de crédito; b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida. 2. Factoring (fomento mercantil) - empresas que negociam recebimentos a prazo mediante fixação de taxa de juros e serviços. (compra de dívidas) ● Para a jurisprudência, quando atuam de forma legal, não são considerados IF, pois não exige a captação de dinheiro por terceiros (situação polêmica) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14478.htm#art11 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14478.htm#art11 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14478.htm#art14 Crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei 7492/1986 - Lei de colarinho branco) ● Entra uma grande quantidade de norma penal em branco, já que não possui muitas regulamentações ● Compra e venda: Por um lado se tem a empresa "A" que vende crédito, produto ou serviço e por outro a empresa "B"que vai comprar. Assim, nesse contexto entra outra empresa "C" que vai entrar na negociação, comprando a vista de A e oferecer crédito, produto ou serviço para B, mediante taxas de juros ou serviço. SÚMULA N. 283 As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura. ● Fundos de pensão também são IF para fins penais ● Entidades fechados de previdência tambem sao IF para fins penais Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou pôr em circulação, sem autorização escrita da sociedade emissora, certificado, cautela ou outro documento representativo de título ou valor mobiliário: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime, fabrica, divulga, distribui ou faz distribuir prospecto ou material de propaganda relativo aos papéis referidos neste artigo. ● Não será aplicada suspensão condicional do processo: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano (No caso são dois), abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). - benefício que viabiliza a extinção do processo cujos crimes tenham pena de um ano ou menos ● Aplica-se outro benefício, no entanto, que é o ANPP (Acordo de não percepção penal) Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão Crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei 7492/1986 - Lei de colarinho branco) ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305) ● Crime comum: é aquele que não exige qualquer qualidade especial seja do sujeito ativo ou passivo do crime. ● Perigo abstrato: Desnecessária a efetiva lesão ao SF (são aqueles que não exigem a lesão de um bem jurídico ou a colocação deste bem em risco real e concreto) ● Tipo misto alternativo (quando a lei estabelece diversos núcleos que, se praticados no mesmo contexto fático, caracteriza somente um delito.) ● Crime formal: Se efetiva no momento da conduta, ainda que não tenha havido o resultado de prejuízo a qualquer que seja a instituição financeira Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. ● Crime comum: Sujeito passivo é o Estado e a instituição financeira e eventuais investidores são prejudicados ● Forma livre (Divulgar - Qualquer meio) . Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Indução a erro (Diferença: Crime de dolo específico) ● Crime doloso ● Crime formal Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único. Se a gestão é temerária: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa ● Ofensa à legalidade (taxatividade) - Não há uma especificação adequada da conduta criminosa Crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei 7492/1986 - Lei de colarinho branco) ● Art 4, Caput: Fraude= fraudificações, artifícios falsos, etc ● Art 4,parágrafo unico: temerario= forma excessivamente arriscada, irresponsavel ● Crime doloso (seja a gestão fraudulenta ou temerária) ● Crime próprio (sujeitos do art 25) - Se transporta, coautoria é possível; descrito no tipo incriminador Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado). § 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o interventor, o liquidante ou o síndico. - Concurso de pessoas: . Crimes comuns: podem ser praticados por qualquer pessoa (homicídio, tráfico, roubo…) . Crimes próprios: Tipos incriminadores que exigem do sujeito ativo uma qualidade especial (ex: crimes funcionais contra adm. publica - tipos que exigem que o sujeito ativo seja funcionário publico; infanticidio; eleição fraudulenta, etc) Ex: "A" possui a qualidade especial descrita no tipo incriminador e "B" não possui especial descrita no tipo incriminador - Comunicabilidade Infanticidio: Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. ● Formal: No instante que a gestão fraudulenta, temerária é praticada é considerada crime, independente do resultado (exemplo de menina que jogou o dinheiro organizado da formatura na loto e ganhou- crime de qualquer forma) ● Crime habitual, impróprio: basta a prova de um ato de gestão fraudulenta, temerária, já é suficiente para caracterização do crime, não é necessário demonstrar habitualidade
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