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ESTRUTURAS II - METÁLICA E MADEIRA - CCE1531 Aula 05: PEÇAS TRACIONADAS E COMPRIMIDAS EM AÇO: DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS METÁLICAS Prof.: Ana Laryssa Email: ana.saboia@estacio.br • Conceitos de flambagem global e local; • Comprimento de flambagem de uma barra comprimida; • Dimensionamento de barras de seção simples submetidas à compressão simples com e sem impedimento de flambagem em torno dos eixos principais; Dimensionamento de peças comprimidas • Carregamentos e sua influência no comportamento das barras da treliça • Exemplo de dimensionamento das barras da treliça Dimensionamento de treliças metálicas • Conceito de área bruta, área líquida e área efetiva • Formulações para dimensionamento e verificação nos estados limites de escoamento e de ruptura • Esbeltez limite de peças tracionadas segundo a NBR 8800 Dimensionamento de peças tracionadas OBJTIVOS DA AULA CONCEITOS Tirantes são elementos lineares capazes de transmitir esforços de tração entre suas extremidades Treliça é um sistema estrutural formado por barras que se unem em pontos denominados nós, formando triângulos Tesouras são peças formadas a partir da montagem de várias peças(barras ou treliças) formando uma estrutura rígida, geralmente de forma triangular. São capazes de suportar cargas sobre vãos mais ou menos grandes, sem suporte intermediário. Dimensionamento de peças tracionadas Estruturas metálicas sujeitas a esforço de tração 01 ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS O dimensionamento de barras tracionadas é o mais simples! A tração simples é produzida por carga axial (age no eixo longitudinal) a qual desenvolve, em toda seção transversal da peça, tensões uniformes. Quando um elemento de aço é submetido à tração simples é necessária apenas a verificação das tensões de tração na seção da peça Em outras palavras, o dimensionamento de barras metálicas tracionadas de aço se faz pela determinação da área necessária da peça, de forma a que essa área seja suficiente para não ultrapassar a tensão admissível do material ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS Sendo assim, será a quantidade de material da seção (área da seção “A”), e não a forma com que essa quantidade se distribui na seção, que irá determinar a ruptura da peça. Se não importa a forma que o material se distribui na seção (forma da seção) e sim sua quantidade, poderemos escolher, para peças metálicas tracionadas, seções que concentrem mais material, por exemplo, seções cheias. ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS Não devemos esquecer que, no caso da peça tracionada apresentar furos (parafusos), a seção resistente não será mais a Área bruta (Ag), mas deverá ser aquela que resulta dos descontos das áreas relativas aos furos; essa seção denomina- se Área Líquida (An). Porém, na área líquida podemos levar a peça até o limite de ruptura pela redistribuição de esforços devido aos furos. A A B B Seção brutaSeção líquida ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS E ainda, no caso de elementos tracionados com perfis parafusados ou soldados em apenas uma parte de sua seção transversal, devemos considerar o coeficiente de redução Ct para desconsiderar a aba não solicitada. Á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝐴𝑒) ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS O dimensionamento de peças a tração se faz pela determinação da área necessária da peça, de maneira que não ultrapasse a tensão admissível do material. 𝐴𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎 = 𝐹 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 é a tensão de escoamento do aço com um coeficiente de segurança à tração A tensão admissível é determinada a partir da tensão de escoamento do aço, cuja sigla é 𝝈𝒚 ou 𝒇𝒚, aplicando-se um coeficiente de segurança igual a 1,7. Assim, para aço MR250 (ou A36 e similares): 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = 𝜎𝑦 1,7 → 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = 250 𝑀𝑃𝑎 1,7 = 147 𝑀𝑃𝑎 𝜎 − sigma ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS Uma vez determinada a área necessária do perfil, procura-se na tabela dos perfis aquele cuja área da seção transversal seja mais próxima. ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS Contudo, deve-se verificar, também, a esbeltez do perfil! A Norma exige que se obedeça a seguinte relação: 𝜆 = 𝑙 𝑟 Onde: 𝜆 = índice de esbeltez da peça 𝑙 = comprimento de flambagem da peça 𝑟 = raio de giração da seção O raio de giração da seção é uma propriedade geométrica cujo valor é fornecido nas tabelas dos perfis. Como a tabela fornece o raio de giração para os eixos x e y, rx e ry, usa-se o menor dos raios para verificar a esbeltez da peça. Em algumas tabelas o raio de giração é representado pela letra i. 𝜆 − 𝑙𝑎𝑚𝑏𝑑𝑎 ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS Cálculo do Alongamento Alongamento é o quanto o tirante “cresce” após a aplicação de uma carga. Ele se relaciona com a deformação pela fórmula: 𝐴𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∆𝑙 = 𝐷𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝜀 × 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑙0 Se o material se comportar de forma linear elástica (obedecendo a lei de Hooke), podemos descobrir a deformação pela fórmula 𝜎 = 𝐸 × 𝜀 Pois já sabemos a tensão, determinada anteriormente, assim como o módulo de elasticidade, que depende do material. Exemplo de dimensionamento ELEMENTOS METÁLICOS TRACIONADOS Dimensionar tirantes da imagem abaixo sabendo que eles suportam 80% da carga total da marquise (500 kN). Resolver o problema para o aço MR250 (ASTM A36) que possui tensão de escoamento igual a 250 MPa. 1,0 m 𝐴𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎 = 𝐹 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 é a tensão de escoamento do aço com um coeficiente de segurança à tração 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = 𝜎𝑦 1,7 → 𝜎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = 250 𝑀𝑃𝑎 1,7 = 147 𝑀𝑃𝑎 = 14,7 kN/cm² 𝐴𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎 = 50 𝑘𝑁 14,7 𝑘𝑁/𝑐𝑚² = 3,4 𝑐𝑚² → 𝑑 = 𝐴 𝑥 4 𝜋 = 3,4 𝑐𝑚2𝑥 4 𝜋 = 2,1 𝑐𝑚 𝑜𝑢 21 𝑚𝑚 𝐴 = 𝜋 𝑥 𝑑² 4 𝐹 = 0,8 𝑥 500 𝑘𝑁 = 400 𝑘𝑁 400 𝑘𝑁 4 𝑡𝑖𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 100 𝑘𝑁 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐴𝑥𝑖𝑎𝑙 = 50𝑘𝑁 Dimensionamento de peças comprimidas Estruturas metálicas sujeitas a esforço de compressão 02 Esforço = Compressão Material = Aço e Concreto: Aço: Mais resistente, porém, essa virtude pode tornar-se um defeito... (tendência a flambagem) Concreto: Área de projeção superior, mas custo inferior Seção = Seção ideal é a circular vazada, por concentrar material longe do C.G. e por isso ser o mais econômico. Porém, pela dificuldade construtiva, são mais utilizadas seções que se aproximam desse formado. No aço utilizamos seções quadradas vazadas ou seções H (pois apresentam razoável equivalência de rigidez nas duas direções). No concreto utilizamos seções circulares cheias ou quadradas cheias. MATERIAIS E SEÇÕES USUAIS DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS METÁLICOS COMPRIMIDOS 1º Passo: Carga nos pilares Carga nas lajes Cargas nas vigas secundárias Cargas nas vigas principais Cargas nos pilares 2º Passo: Adotar um perfil Andar único 3º Passo: Calcular o índice de esbeltez 𝜆 = 𝑙 𝑟 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem Tabela de tensões admissíveis 5º Passo: Calcula-se a tensão atuante e compara-se com a tensão admissível Quais as cargas que atuam nos pilares? CÁLCULO DAS CARGAS NOS PILARES EXEMPLO PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO 6,0 m Verificar se o perfil CS 200x61 pode ser utilizado nesse caso, mantendo a segurança estrutural dos pilares 1º Passo: Cargas nos Pilares 125 kN 125 kN Cargas atuantes em cada pilar: 125 kN! 2º Passo: Verificar dados do perfil Para se considerar como comprimento de flambagem de um pilar o seu comprimento entre pavimentos, é necessário que a estrutura seja INDESLOCÁVEL 2,5 m ≅27 ≅ 𝟖 Andar único GEOMETRIA DOS PERFIS H 2º Passo: Verificar dados do perfil 2º Passo: Verificar dados do perfil Nesse exemplo, foi adotado o perfil: CS 200x61 Isto é: Perfil H (largura de aba igual a altura da alma) CS = Coluna Soldada 200 = largura de aba = alturada alma (mm) 61 = massa linear (kg/m) Dados do perfil: A = 77,4 cm²; rx = 8,62 cm; ry = 5,25 cm 2º Passo: Verificar dados do perfil 3º Passo: Calcular o índice de esbeltez Definido o material, outros dois fatores controlam o efeito da flambagem: a forma da seção (área e momento de inércia) e o comprimento da barra • Quanto maior o raio de giração, mais rígida será a seção da barra • Quanto maior for o comprimento da barra mais suscetível à flambagem ela será Dessas duas condições, define-se como esbeltez da barra a relação entre o comprimento da barra e o raio de giração de sua seção 𝝀 = 𝑳 𝒓 3º Passo: Calcular o índice de esbeltez Com isso: 𝝀 = 𝑳 𝒓 = 𝟐𝟓𝟎𝒄𝒎 𝟓, 𝟐𝟓𝒄𝒎 = 𝟒𝟕, 𝟔𝟐 Admite-se que o índice de esbeltez 𝝀 dos pilares é igual a 48 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem A relação de Euler (realizou os primeiros estudos sobre flambagem) só vale para peças que trabalhem dentro do regime elástico. A esbeltez a partir da qual as tensões apresentam –se dentro do regime elástico e vale a relação de Euler é 𝜆 > 105. No caso de barras mais curtas ou menos esbeltas, as tensões provocam a flambagem encontrando-se acima do limite elástico, entrando no regime plástico. Neste caso, a relação de Euler sofre alteração, pois quando se inicia o escoamento do material o módulo de elasticidade não é mais constante, variando conforme aumenta a tensão. 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem Quando a seção está totalmente escoada o material torna-se totalmente deformável, valendo zero o módulo de elasticidade nesse ponto. A relação de Euler então não pode mais ser aplicada e nem tem mais sentido, pois para fins práticos, o limite máximo de trabalho de uma peça de aço é quando ela atinge a tensão de escoamento (𝝈𝒚 ou 𝒇𝒚). Assim, para uma peça com 𝜆 = 0, usa-se como tensão admissível à flambagem o valor da tensão de escoamento dividida pelo coeficiente de segurança igual a 2. Para o Aço A-36 ou similar 𝜆𝑦 = 2.500 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚 . Assim para 𝜆 = 0, tem-se: 𝝈𝑓𝑙 = 𝝈𝑓 2 = 2500𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 2 𝝈𝑓𝑙 = 1.250𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem Na fase de trabalho da peça, entre o regime elástico e o escoamento usa-se a seguinte relação: Esta relação é válida quando as tensões atingem valores que se encontram no regime plástico e não se pode mais aplicar a relação de Euler para a tensão crítica. A tabela apresentada a seguir simplifica os cálculos, fornecendo as tensões admissíveis à flambagem em função do índice de esbeltez 𝜆, para aço ASTM A-36 ou similar. Lembrando que o aço A-36 e seus similares são os mais usados nas estruturas metálicas. 𝝈𝑓𝑙 = 1.250𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² - 0,023 x 𝜆² 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 125 𝑀𝑃𝑎 − 0,0023 × 𝜆 2 Para 𝜆 ≤ 105 Para 𝜆 > 105 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1.036.300 𝑀𝑃𝑎 𝜆2 No caso em questão 𝝀 = 𝟒𝟖 < 𝟏𝟎𝟓 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 125 𝑀𝑃𝑎 − 0,0023 × 48 2 𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟏𝟏𝟗, 𝟕 𝑴𝑷𝒂 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem 4º Passo: Determinar a tensão admissível à flambagem Pela tabela de tensões admissíveis, ഥ𝝈𝒇𝒍 = 𝟏𝟏𝟗𝟕 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎²ou 𝟏𝟏𝟗, 𝟕 𝑴𝑷𝒂 5º Passo: Calcular a tensão atuante 𝝈𝒂𝒕𝒖𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝑭𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐 𝑨 𝝈𝒂𝒕𝒖𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝟏𝟐𝟓 × 𝟏𝟎𝟑𝑵 𝟕𝟕, 𝟒 × 𝟏𝟎−𝟒𝒎² = 𝟏𝟔, 𝟏𝟓𝑴𝑷𝒂 6º Passo: Comparando com a tensão admissível 𝝈𝒂𝒕𝒖𝒂𝒏𝒕𝒆 ≪ ഥ𝝈𝒇𝒍 ou seja 𝟏𝟔, 𝟏𝟓 𝑴𝑷𝒂 ≪ 𝟏𝟏𝟗, 𝟕 𝑴𝑷𝒂 O perfil escolhido pode ser utilizado, porém, por ter um valor de tensão atuante muito menor do que a tensão admissível, é uma escolha antieconômica. Faz-se prudente a escolha de um novo perfil, mais econômico, a partir da escolha de novas características 1 Quilonewtons = 1000 Newtons 1 Centímetro Quadrado = 0,0001 Metros Quadrados Dimensionamento de treliças metálicas Estruturas metálicas sujeitas a esforço de tração e compressão 03 EXEMPLOS RESOLVIDOS PARA COMPLEMENTAR TEORIA TRELIÇAS METÁLICAS É importante saber: 1º passo: Análise da forma e das disposições construtivas 2ª passo: Cálculo das cargas nos nós da treliça Peso próprio = 15 kgf/m² Telha de aço = 5 kgf/m² Vento = 30 kgf/m² Equipamentos = 20 kgf/m² 3º passo: Cálculo dos esforços internos TRAÇÃO OU COMPRESSÃO Pré-dimensionamento de treliças TRELIÇAS METÁLICAS TRELIÇAS METÁLICAS Pré-dimensionamento de treliças TRELIÇAS METÁLICAS Conhecendo o comportamento da estrutura, é possível calcular as tensões internas e, assim, dimensionar os perfis a serem utilizados em sua construção https://www.aprenderengenharia.com.br/viga-online https://www.ftool.com.br/Ftool/ https://www.aprenderengenharia.com.br/viga-online https://www.ftool.com.br/Ftool/ Exemplo de dimensionamento – barra tracionada TRELIÇAS METÁLICAS Dimensionar a barra tracionada da treliça da Figura abaixo Livro: Estruturas de aço, concreto e madeira (Yopanan Rebello), Página 242 1º passo: Determinação da tensão admissível TRELIÇAS METÁLICAS A tensão admissível é determinada a partir da tensão de escoamento do aço, cuja sigla é fy, aplicando-se um coeficiente de segurança igual a 1,7. Para aço A-36 (o mais comumente utilizado na construção civil) e similares: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑓𝑦 1,7 = 2.500 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 1,7 = 25 𝑘𝑁/𝑐𝑚² 1,7 𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟏. 𝟒𝟕𝟎 𝐤𝐠𝐟/𝐜𝐦 2 𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟏𝟒, 𝟕𝟎 𝐤𝐍/𝐜𝐦 2 2º passo: Cálculo da área da seção da barra tracionada TRELIÇAS METÁLICAS O dimensionamento de peças a tração se faz pela determinação da área necessária da peça, de maneira que não ultrapasse a tensão admissível do material, pela fórmula da tensão: 𝜎 = 𝐹 𝐴 → 𝐴 = 𝐹 𝜎 𝐴 = 𝐹 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 5.000 𝑘𝑔𝑓 1.470 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝑨 = 𝟑, 𝟒 𝒄𝒎² 3º passo: Escolha do perfil adequado TRELIÇAS METÁLICAS Pela área determinada, devemos escolher em uma tabela de perfis a que possui valor de área maior ou igual ao valor calculado. Sendo mais usual treliças compostas de cantoneiras duplas, temos: 𝐴 = 3,80 𝑐𝑚2 𝑟𝑥 = 0,66 𝑐𝑚 𝑟𝑦 = 1,17 𝑐𝑚 𝑙𝑓𝑙 = 250 𝑐𝑚 Adota-se um perfil composto de duas cantoneiras de 7/8” x 7/8” x 3/16” 4º passo: Verificação da esbeltez TRELIÇAS METÁLICAS Verifica-se a esbeltez utilizando o raio de giração mínimo da seção composta das cantoneiras duplas: Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑒𝑧 𝜆 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑎𝑚𝑏𝑎𝑔𝑒𝑚 (𝑙𝑓𝑙) 𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑖𝑟𝑎çã𝑜 (𝑟𝑥 𝑜𝑢 𝑟𝑦) 𝜆 = 250 𝑐𝑚 0,66 𝑐𝑚 𝝀 = 𝟑𝟕𝟖 Ou seja, o índice de esbeltez da barra da treliça, que indica o quão esbelta ela é, é igual a 378. Para barras TRACIONADAS o único critério de aceitação é que esse valor deve ser MENOR ou IGUAL a 400. Caso não fosse aceito por ser maior do que 400, deveríamos escolher outro perfil, com área de seção maior, o que o tornaria menos esbelto. 𝝀 = 𝟑𝟕𝟖 < 𝟒𝟎𝟎 𝑶𝑲‼! Exemplo de dimensionamento – barra comprimida Dimensionar a barra da treliça da Figura abaixo, submetida a uma força de compressão de 2tf TRELIÇAS METÁLICAS Livro: Estruturas de aço, concreto e madeira (Yopanan Rebello), Página 262 1º passo: Adotar um perfil TRELIÇAS METÁLICAS Adota-se um perfil composto de duas cantoneiras de 1” x 1” x 1/8” 𝐴 = 2,96 𝑐𝑚2 𝑟𝑥 = 0,77 𝑐𝑚 𝑟𝑦 = 1,20 𝑐𝑚 𝑙𝑓𝑙 = 157 𝑐𝑚 2º passo: Cálculo do índice de esbeltez TRELIÇAS METÁLICAS Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑒𝑧 𝜆 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑎𝑚𝑏𝑎𝑔𝑒𝑚 (𝑙𝑓𝑙) 𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑖𝑟𝑎çã𝑜 (𝑟𝑥 𝑜𝑢 𝑟𝑦) 𝜆 = 157 𝑐𝑚 0,77 𝑐𝑚 𝝀 = 𝟐𝟎𝟒 Ou seja, o índice de esbeltez da barra da treliça, que indica o quão esbelta ela é, é igual a 204. Esse valor deve ser usado para calcular a tensão admissível à flambagem 3º passo: Cálculo da tensão ADMISSÍVEL à flambagem TRELIÇAS METÁLICAS 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1.250𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚 2 − 0,023 × 𝜆2 Como já foi visto para os cálculos de pilares: Para 𝜆 ≤ 105 Onde 1 kgf/cm² = 0,1 MPa Para 𝜆 > 105 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜆2 No caso em questão 𝝀 = 𝟐𝟎𝟒> 𝟏𝟎𝟓 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 2042 = 249 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟐𝟒, 𝟗 𝑴𝑷𝒂 4º passo: Cálculo da tensão ATUANTE TRELIÇAS METÁLICAS 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (𝐹) Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 (𝐴) 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 2 𝑡𝑓 2,96 𝑐𝑚² A tensão atuante é calculada pelo valor da força atuante na barra, dividida pela área de atuação dessa força, ou seja, a área da seção transversal: Transformando as unidades: 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 2.000 𝑘𝑔𝑓 2,96 𝑐𝑚² = 675,68 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝝈𝒂𝒕𝒖𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝟔𝟕, 𝟓𝟕 𝐌𝐏𝐚 Observamos que a tensão atuante é MAIOR que a tensão admissível (𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟐𝟒, 𝟗 𝑴𝑷𝒂) . Portanto, deverá ser escolhido outro perfil. 5º passo: Redimensionar o perfil escolhido TRELIÇAS METÁLICAS Como a seção escolhida anteriormente foi insuficiente para absorver as tensões atuantes, devemos AUMENTAR essa seção, de forma que suas características sejam mais resistentes que a anterior: 𝐴 = 4,64 𝑐𝑚2 𝑟𝑥 = 1,18 𝑐𝑚 𝑟𝑦 = 1,71 𝑐𝑚 𝑙𝑓𝑙 = 157 𝑐𝑚 Adota-se um perfil composto de duas cantoneiras de 1 1/2” x 1 1/2” x 1/8” 6º passo: Recalcular o índice de esbeltez TRELIÇAS METÁLICAS Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑒𝑧 𝜆 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑎𝑚𝑏𝑎𝑔𝑒𝑚 (𝑙𝑓𝑙) 𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑖𝑟𝑎çã𝑜 (𝑟𝑥 𝑜𝑢 𝑟𝑦) 𝜆 = 157 𝑐𝑚 1,18 𝑐𝑚 𝝀 = 𝟏𝟑𝟑 Ou seja, o índice de esbeltez da barra da treliça, que indica o quão esbelta ela é, é igual a 133, menor do que a anterior. Em outras palavras, esse perfil é MENOS esbelto que o escolhido anteriormente e, consequentemente, menos suscetível a flambagem. 7º passo: Recalcular a tensão ADMISSÍVEL à flambagem TRELIÇAS METÁLICAS 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1.250𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚 2 − 0,023 × 𝜆2 Como já foi visto para os cálculos de pilares: Para 𝜆 ≤ 105 Onde 1 kgf/cm² = 0,1 MPa Para 𝜆 > 105 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜆2 No caso em questão 𝝀 = 𝟏𝟑𝟑 > 𝟏𝟎𝟓 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 10.363.000 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 1332 = 586 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟓𝟖, 𝟔 𝑴𝑷𝒂 8º passo: Recalcular a tensão ATUANTE TRELIÇAS METÁLICAS 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (𝐹) Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 (𝐴) 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 2 𝑡𝑓 4,64 𝑐𝑚² A tensão atuante é calculada pelo valor da força atuante na barra, dividida pela área de atuação dessa força, ou seja, a área da seção transversal: Transformando as unidades: 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 2.000 𝑘𝑔𝑓 4,64 𝑐𝑚² = 431,03 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝝈𝒂𝒕𝒖𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝟒𝟑, 𝟏 𝐌𝐏𝐚 Sendo a tensão atuante MENOR do que a tensão admissível (𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟓𝟖, 𝟔 𝑴𝑷𝒂) , o perfil escolhido pode ser aceito e utilizado no projeto! Obrigada pela atenção!