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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TÓPICOS ESPECIAIS EM ARQUITETURA E URBANISMO II TURMAS: ARQ6AM-ESA e ARQ6AN-ESA | PROFESSOR: RAFAEL CRISTELLI PARTE 1. Fichamento | Resumo da apresentação ● A dinâmica das cidades contemporâneas acaba gerando espaços fragmentados de baixa qualidade que interferem na vida de toda uma cadeia urbana. A falta de monitoração da evolução urbana moldada pela interação complexa entre as forças de mercado, investimentos públicos e regulamentos, geram aspectos espaciais de desenvolvimento urbano que podem ter impactos importantes na eficiência econômica, na densidade e na qualidade do ambiente urbano. ● A densidade, como um importante referencial para a quantificação da distribuição espacial, infraestrutura e serviços, pode ser convertida em um modelo mais eficaz de forma a atender maior parcela da população, distribuindo melhor a ocupação urbana e assim seus serviços básicos. ● Realizando um comparativo entre os exemplos morfológicos distintos de urbanização dispostos na apresentação pode-se avaliar que adensar e disponibilizar serviços básicos tende a ser mais eficaz tanto na qualidade de vida urbana quanto no custo de urbanização, ou seja, quando o número de habitantes por hectare aumenta de 75 para 600, quase que 800% a mais, o custo de urbanização acresce apenas 30%. Quando esse custo é revertido em um cálculo per capita, há uma redução de 84% por pessoa aproximadamente, que poderia ser revertida aos cofres públicos, o que tornaria a cidade compacta de manutenção menos onerosa em comparação à dispersa, seja para a gestão urbana, seja para o usuário (morador). ● Os arranjos domiciliares, utilizados para elaboração das tipologias habitacionais, são definidos atualmente a partir da família nuclear tradicional, contudo essa não é a realidade dos arranjos familiares contemporâneos. A partir do entendimento dessa diferença é de extrema importância que sejam analisadas e consideradas as novas perspectivas que atendam as várias possibilidades de arranjos, ou seja, compreender a existência da formação e da dissolução familiar, a mudança das relações pessoais dos indivíduos, o aumento nas relações monoparentais, surgimento de famílias homossexuais e a coabitação. A compreensão dos novos arranjos familiares colabora para o desenvolvimento de um sistema que possibilite a flexibilidade espacial e dessa forma é possível atender diferentes grupos, famílias ou indivíduos. ● As discussões sobre a densidade, ocupação urbana, custos de urbanização e perfis de arranjos domiciliares adotadas atualmente na produção habitacional e produção do espaço urbano nacional não devem ser generalizadas, pois as particularidades geográficas, demográficas, socioeconômicas, culturais, entre outras, são distintas e variadas. Desta forma, conceitos de alta e baixa densidade e o que é aceitável ou não, são muito específicos para os diversos contextos que existem no mundo. A densidade urbana, se bem amparada, pode definir alterações na morfologia das cidades a partir de novos marcos legais, mais voltados para a escola do pedestre e para os critérios de sustentabilidade urbana, ou seja, a arquitetura e o urbanismo devem ser atores diretos na reabilitação de comunidades fragmentadas e em crescente conflito. PARTE 2. Análise crítica do texto no ANEXO a) destacando a ideia do autor e sua visão sobre o tema; Pode-se dizer que para o autor, o espaço público é o lugar do encontro das pessoas, onde a vida urbana se expressa e onde todos alcançam de certa forma, a sua visibilidade. Neste sentido, é o lugar da representatividade, onde pessoas diferentes têm a possibilidade do encontro e da convivência, sem que isto seja mediado pela intimidade, mas sim pela civilidade. Para Prevedello (2018), as práticas capitalistas e a busca incessante pelo lucro é o principal motivo de estarmos mais perto da extinção das áreas públicas abertas. Estas áreas vêm se deteriorando, e este processo gera perdas gerais como a substituição do espaço edificado, muitas vezes sem condições de habitabilidade, em virtude da especulação imobiliária. Uma boa forma de evitar a extinção das áreas públicas seria a mistura de usos do solo tem sido uma característica onipresente das cidades e áreas urbanas desde o início da civilização humana. O conceito de utilização mista é, no entanto, ambíguo e tornou-se um mantra em planejamento contemporâneo em função dos benefícios adquiridos para a cidade. A concentração de atividades torna a integração de atividades possível, ao mesmo tempo em que, prevê uma combinação de fluxos de tráfego potenciais com base na aplicação de sistemas de tráfego eficientes, além de oferecer oportunidades para melhorar a qualidade e atratividade da zona urbana uma vez que aumenta a atividade, prevenir da criminalidade e promover a segurança. No entanto, a concentração de várias funções urbanas próximas não afeta apenas os fluxos de mobilidade, mas também o território urbano em si. O autor ainda cita Jacobs (1961) que acreditava que uma combinação de trabalho, serviços, atividades diárias e cotidianas equilibradas com pequenas quantidades de usos diversos criam bairros vibrantes e bem-sucedidos, resultando em um local animado, estimulante e seguro. b) síntese e análise crítica do texto como conclusão na visão do grupo. Conclui-se que o uso de espaços livres está relacionado à qualidade de vida. E que essa qualidade de vida, relaciona-se com o acesso aos equipamentos públicos, a satisfação com a existência de áreas verdes e espaços livres, sobretudo quanto ao uso. Outro aspecto relevante, é que a importância dos espaços livres públicos só é percebida, quando não existem ou quando há uma carência desses espaços para recreação e lazer. E, que o crescimento urbano, dentro da perspectiva do lucro, da especulação imobiliária, e da acumulação do capital, não se compromete com estes espaços, nem com a qualidade de vida das pessoas no ambiente urbano e, nem com a socialização. Podemos concluir que, do ponto de vista do crescimento urbano e do planejamento das políticas públicas, não há uma real preocupação com a qualidade de vida da população. A quadra em estudo está localizada na região Centro-Sul de Belo Horizonte, mais precisamente no bairro Savassi, dentro dos limites da Avenida do Contorno. PARTE 3. Simulação de ocupação e usos de uma quadra 1. LOCALIZAÇÃO R. CLÁUDIO MANUEL R. SANTA RITA DURÃO R. P AR AÍ BA R. P ER N AM BU CO ADDRESS SAVASSI MALL COLÉGIO SANTO ANTÔNIO SAVASSI TOWER ESCOLA DE ARQUITETURA DA UFMG As ruas que se cruzam são Rua Cláudio Manoel, Rua Paraíba, Rua Pernambuco e Rua Santa Rita Durão dando origem a quadra escolhida. Próximo a ela, temos a Escola de Arquitetura da UFMG, a Savassi Tower, o Colégio Santo Antônio e o Address Savassi Mall. O entorno também é conhecido pela grande quantidade de bares, centros comerciais e culturais. 2. MAPEAMENTO ÁREA DA QUADRA: 17.229,66 m² = 1,72 hectare R. CLÁUDIO MANUEL R. SANTA RITA DURÃO R. P AR AÍ BA R. P ER N AM BU CO RESIDENCIAL COMERCIAL OU SERVIÇO 3. ANÁLISE QUANTITATIVA RESIDENCIAL COMERCIAL OU SERVIÇO R. CLÁUDIO MANUEL R. SANTA RITA DURÃO R. PA RAÍB A R. PE RNAM BUCO 4 APARTAMENTOS POR ANDAR 8 QUARTOS POR ANDAR (FAMÍLIA NUCLEAR) 608 MORADORES 19 PAVIMENTOS 1 APARTAMENTOS POR ANDAR 3 QUARTOS POR ANDAR (FAMÍLIA NUCLEAR) 120 MORADORES 10 PAVIMENTOS 4 APARTAMENTOS POR ANDAR 8 QUARTOS POR ANDAR (FAMÍLIA NUCLEAR) 96 MORADORES 03 PAVIMENTOS CASARÃO COM 4 QUARTOS (FAMÍLIA NUCLEAR) 5 MORADORES PATRIMÕNIO TOMBADO 01 PAVIMENTO CASARÃO COM 4 QUARTOS (FAMÍLIA NUCLEAR) 5 MORADORES PATRIMÕNIO TOMBADO 01 PAVIMENTO EM PROCESSO DE TOMBAMENTO CASARÃO COM 3 QUARTOS (FAMÍLIA NUCLEAR) 5 MORADORES PATRIMÔNIO TOMBADO 02 PAVIMENTOS CASARÃO COM 4 QUARTOS (FAMÍLIA NUCLEAR) 4 MORADORES 02 PAVIMENTOS 1 APARTAMENTO POR ANDAR 2 QUARTOS POR ANDAR (FAMÍLIA NUCLEAR) 40 MORADORES 05 PAVIMENTOS 4 APARTAMENTOS POR ANDAR 8 QUARTOS POR ANDAR (FAMÍLIA NUCLEAR) 384 MORADORES 12 PAVIMENTOS4 APARTAMENTOS POR ANDAR 8 QUARTOS POR ANDAR (FAMÍLIA NUCLEAR) 576 MORADORES 18 PAVIMENTOS 1.843 MORADORES FAMÍLIA NUCLEAR (4 MEMBROS) A partir do diagrama, percebe-se a divisão da quadra em edificações de usos comerciais, de serviço e residencias. A quadra em sua maioria, é pouco verticalizada, trazendo um equilibrio na densidade. Tendo 17.229,66m², a quadra possui densidade bruta de 9,35 hab/ha. Para o cálculo estimativo de moradores por residência/apartamento, considerou-se a quantidade de uma família nuclear constituída de 4 membros (pai, mãe e dois filhxs). QUADRA ANALISADA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Por estar situado próximo a região central da cidade, o quarteirão em análise pode ser considerada como uma área já consolidada. As edificações baixas existentes estão em sua maioria tombadas ou em processo de tombamento. As áreas permeavéis e de qualidade do quarteirão se encontram, em suma, nas edificações de pequeno porte. Por ser de acesso privado, os espaços ao ar livre é usufruido por uma parcela pequena da população habitante do quarteirão, visto que a maioria dos residentes estão aglomerados em um mesmo lote. Com isso, é possivel observar a relação inversamente proporcional de ocupação desses espaços, onde poucos tem acesso a qualidade. 4. ANÁLISE QUALITATIVA 5. CONCLUSÃO Como o bairro onde a quadra foi analisada trata-se da Savassi, o conceito de verticalização é de suma importância, visto que em meados da década de 80, a PBH autorizou a expansão da verticalização deste bairro e acabou provocando um grande aumento imobiliário na época, fazendo com que empresas antes instaladas no Centro, se transferissem para esta região mais nobre. Nesse bairro, os edifícios, na sua maioria, são verticais, porém não possuem densidade, e essa questão tem fomentado discussões, pois, ao projetar com densidade, potencializa-se o uso do terreno, liberando o espaço para as permeabilidades. As altas densidades dos edifícios distribuíram-se pelos volumes projetos, no caso dos edifícios mais modernos, as alturas antigidas são maiores e as densidades são altas, porém nas casas tombadas existentes, por exemplo, que possuem menores alturas, sobressaíram-se na densidade. Acentua-se que a verticalização não só precisa se relacionar com a densidade para que o projeto tenha qualidade, como também depende dela para se sustentar. Ressalta-se que projetar qualificadamente significa projetar com urbanidade, por meio da articulação dos recursos, ou seja, misturando funções urbanas, com planejamento do uso misto do solo urbano. Os edifícios não podem ser pensados isoladamente, eles precisam se articular com o seu entorno, a paisagem urbana. Eles não foram concebidos de maneira autônoma, não fecham-se em si mesmos, e sim integram-se e relacionam-se com o espaço urbano. As análises, por sua vez, serviram como lições dos elementos representativos de urbanidade. Nós, arquitetos, temos como responsabilidade ética desenhar espaços públicos. Uma cidade que segrega e não se articula não tem urbanidade, e se não ocorrer a integração entre os objetos construídos e o espaço urbano, essa relação não é possível, comprometendo a qualidade da cidade. O edifício, portanto tem o papel de articulador e estruturador para a construção de urbanidade. As relações na cidade são mais significativas do que o edifício em si, já que a expressão do mesmo no espaço urbano sobressai a forma. https://www.google.com/maps/@-19.9357526,-43.9332592,218a,35y,346.04h,42.49t/data=!3m1!1e3
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