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EMBRIOLOGIA 1ª a 4ª semana

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Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 
 PRIMEIRA SEMANA: 
 Fecundação: 
 Processo pelo qual os gametas masculino e 
feminino se fundem, ocorre, normalmente, 
na região ampular da tuba uterina – porção 
mais larga e próximo ao ovário. Os 
espermatozoides duram 48 horas e ovos 
ovócitos que não foram fecundados 
degeneram após 24 horas. 
 O movimento dos espermatozoides do colo 
do útero para a tuba uterina ocorre pelas 
contrações musculares do útero e da tuba 
uterina, e muito pouco por sua própria 
propulsão. 
 Os espermatozoides não são capazes de 
fertilizar o ovócito imediatamente após a 
chegada ao sistema genital feminino. Eles 
devem sofrer capacitação e reação 
acrossômica para adquirirem essa 
capacidade: 
 Capacitação: é um período de 
condicionamento no sistema genital feminino que, 
nos seres humanos, dura aproximadamente 7 
horas. Sem ocorrer a capacitação o 
espermatozoide não consegue fertilizar o 
ovócito. A maior parte desse condicionamento 
durante a capacitação acontece na tuba uterina 
e envolve as interações epiteliais entre os 
espermatozoides e a superfície mucosa da tuba. 
 Reação acrossômica: ocorre após 
a ligação à zona pelúcida, é induzida por 
proteínas da mesma. Essa reação culmina na 
liberação das enzimas necessárias para a 
penetração da zona pelúcida, incluindo 
substâncias semelhantes à acrosina e à tripsina. 
As fases da fertilização incluem: 
 Fase 1: penetração da coroa 
radiada; 
 Fase 2: penetração da zona 
pelúcida; 
 Fase 3: fusão entre as 
membranas do ovócito e do 
espermatozoide. 
FASE 1 - PENETRAÇÃO DA COROA RADIADA 
 Dos 200 a 300 milhões de espermatozoides 
normalmente depositados no sistema genital 
feminino, apenas 300 a 500 alcançam o local do 
fertilização, e somente UM deles fertilizam o 
ovócito. Nesta fase inicial o acrossomo (ponta da 
cabeça do espermatozoide) libera 
HIALURONIDRASES que dissolvem o ácido 
hialurônico da coroa radiada e o espermatozoide 
adentra e encontra a zona pelúcida. O flagelo 
também é essencial nessa fase. 
FASE 2 I PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA 
 A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas 
que cerca o ovócito, facilita e mantém a ligação 
do espermatozoide e induz a reação 
acrossômica. A liberação das enzimas 
acrossômicas: acrosina, principalmente, 
possibilita que os espermatozoides penetrem a 
zona pelúcida, entrando em contato com a 
membrana plasmática do ovócito. Após a 
penetração do espermatozoide na zona pelúcida, 
ocorrem alterações nas propriedades da zona 
pelúcida, tornando-a impermeável a outros 
espermatozoides, sendo essa a reação 
zonal/reação cortical = bloqueia a polispermia. 
FASE 3 I FUSÃO ENTRE AS MEMBRANAS DO 
OVÓCITO E DO ESPERMATOZOIDE 
 O espermatozoide adere-se ao ovócito e, 
posteriormente, a membrana remanescente do 
espermatozoide funde-se à membrana 
plasmática do ovócito. A cabeça e a cauda do 
espermatozoide penetram no citoplasma do 
ovócito, mas a membrana plasmática fica retida 
na superfície. 
 Após a entrada do espermatozoide, o ovócito 
completa sua segunda divisão meiótica, 
formando o segundo corpo polar e o chamado 
óvulo. No óvulo, os cromossomos estão dispostos 
em um núcleo denominado de pró-núcleo 
feminino. O núcleo do espermatozoide expande-
se, formando o pró-núcleo masculino, e a cauda 
degenera-se. O pró-núcleo feminino entra em 
contato íntimo com o pró-núcleo masculino e 
forma o ZIGOTO = 46 cromossomos. A partir 
desse momento, inicia-se o desenvolvimento 
embrionário. 
 
 
 
 
 
 
 
IMAGEM: A, O oócito secundário circundado por vários 
espermatozoides, dois dos quais penetram a corona radiata. 
(São mostrados apenas 4 dos 23 pares de cromossomos.) B, 
A corona radiata não é mostrada. Um espermatozoide entrou 
no oócito, e ocorreu a segunda divisão meiótica, formando O 
oócito maduro. O núcleo do oócito é agora chamado de pronúcleo 
feminino. C, A cabeça do espermatozoide aumentou de volume 
para formar o pronúcleo masculino. Essa célula, agora chamada 
de oótide, contém os pronúcleos masculino e feminino. D, Fusão 
dos pronúcleos. E, Formação do zigoto, ele contém 46 
cromossomos, o número diploide. 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 
 
 
 
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 Clivagem: Consiste em divisões 
mitóticas repetidas do zigoto, 
resultando em um rápido aumento no 
número de células. Estas células 
embrionárias – os blastômeros- 
tornam-se menores a cada divisão. 
Quando já existem de 12 a 32 
blastômeros o concepto é chamado 
de mórula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Formação dos blastocisto: 
 A mórula alcança o útero cerca de quatro 
dias após a fecundação e o fluido da cavidade 
uterina passa através da zona pelúcida para 
formar – a cavidade blastocística. À medida 
que o fluido aumenta na cavidade, a zona 
pelúcida desaparece e os blastômeros são 
separados em duas partes: 
 Trofoblasto: Camada celular externa que 
formará a parte embrionária da placenta. 
 Embrioblasto: Grupo de blastômeros 
localizados centralmente que dará origem 
ao embrião. 
 Durante esse estágio o concepto é 
chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias 
após a fecundação, o blastocisto adere ao 
epitélio endometrial por ação de enzimas 
proteolíticas (metaloproteinases) e a 
implantação sempre ocorre do lado onde o 
embrioblasto está localizado. Logo, o 
trofoblasto começa a se diferenciar em 
duas camadas: 
 Citotrofoblasto: Camada interna de células. 
 Sincicitrofoblasto: Camada externa de 
células. 
 No final da primeira semana o blastocisto 
está superficialmente implantado na 
camada endometrial na parte póstero-
superior do útero. O sinciciotrofoblasto é 
altamente invasivo e se adere a partir do 
polo embrionário, liberando enzimas que 
possibilita a implantação do blastocisto no 
endométrio do útero. Esse é responsável 
pela produção do hormônio hCG que 
mantém a atividade hormonal no corpo 
lúteo durante a gravidez e forma a base 
para os testes de gravidez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período 
 
 
 
 SEGUNDA SEMANA: 
 Principais eventos: 
 Diferenciação do trofoblasto: 
 Assim que o blastocisto completa a 
implantação no endométrio uterino ocorre 
uma rápida proliferação e diferenciação do 
trofoblasto. 
 As mudanças no endométrio resultantes da 
adaptação desses tecidos em preparação 
para a implantação são denominadas de 
reação decidual, ou seja, as células do 
endométrio vão sofrer diferenciação. 
 O TROFOBLASTO começa a se diferenciar 
em duas camadas: 
 Citotrofoblasto: Camada interna de células 
mononucleadas mitoticamente ativa. 
 Sincicitrofoblasto: Camada externa de 
células. (Na parede do endométrio, 
formando uma massa de células = ZONA 
MULTINUCLEADA). Ele produz hCG = teste 
de gravidez. 
 Diferenciação do embrioblasto (disco 
laminar): 
 A massa celular interna ou embrioblasto se 
diferencia em duas camadas: superior e 
inferior. O EPIBLASTO e HIPOBLASTO, 
respectivamente, formando juntos um 
DISCO EMBRIONÁRIO BILAMINAR. 
 Epiblasto: Camada celular superior, espessa 
e colunar, que desenvolve rapidamente a 
CAVIDADE AMNIÓTICA que vai ser 
revestida pro células amnioblastos, essas 
células vão produzir O LÍQUIDO AMNIÓTICO 
que é fundamental para proteger o 
embrião. 
 Hipoblasto: Camada celular inferior, delgada 
e cubóide, que forma o saco vitelino 
primitivo. Células do hipoblasto proliferam e 
migram para formar a membrana 
exocelômica que reveste a superfície 
interna do citotrofoblasto. Logo se modifica 
para formar o saco vitelino primitivo ou 
cavidade exocelômica, deixando de ser a 
cavidade blastocística. 
 As células do endoderma do saco vitelino 
formam o mesoderma extraembrionário, 
que circunda o âmnio e o saco vitelino. 
Assim, há formação do âmnio, disco 
bilaminar e saco vitelino. Com o 
desenvolvimento, surgem espaços 
celômicos isolados no interior do 
mesoderma extraembrionário.Posteriormente, fundem-se para formar 
o celoma extraembrionário, que envolve o 
âmnio e o saco vitelino. 
 O desenvolvimento da placa pré-cordal, um 
espessamento localizado no hipoblasto, 
indica a futura região cranial do embrião e 
o futuro local da boca; a placa pré-cordal 
também é um importante organizador da 
região da cabeça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Desenvolvimento do saco coriônico/córion: 
 O celoma extraembrionário divide o mesoderma 
extraembrionário em duas camadas: 
 Mesoderma somático extraembrionário: que 
reveste o citotrofoblasto e o âmnio. 
 Mesoderma esplâncnico extraembrionário: que 
envolve o saco vitelino. 
 Córion: Formado pelo mesoderma somático 
extra-embrionário e as duas camadas de 
trofoblasto. Futuramente vai dar origem a 
placenta! 
 
 
 
 
 
A, Desenho de uma secção de um 
blastocisto parcialmente implantado 
no endométrio uterino (cerca de 8 
dias). Note a cavidade amniótica em 
forma de fenda. B, Desenho de uma 
secção de um blastocisto com 
cerca de 9 dias, implantado no 
endométrio. Note as lacunas 
aparecendo no sinciciotrofroblasto. 
Circulação 
uteroplacentária 
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 TERCEIRA SEMANA: 
 Caracteriza-se por: 
- Aparecimento da linha primitiva; 
- Formação da notocorda; 
- Formação do disco trilaminar 
 GASTRULAÇÃO: Formação das 
camadas germinativas 
 Processo pelo qual o disco embrionário 
bilaminar (epiblasto e hipoblasto) é 
convertido em DISCO EMBRIONÁRIO 
TRILAMINAR (ectoderma, mesoderma 
e endoderma) (início da morfogênese = 
origem à todos os tecidos e orgãos). 
Durante a gastrulação ocorrem alguns 
eventos importantes como a 
formação da linha primitiva, camadas 
germinativas, placa precordal (região 
cranial do embrião) e notocordal. 
 Tudo inicia com o surgimento da LINHA 
PRIMITIVA na superfície do epiblasto. 
As células do epiblasto começam a 
proliferar e migrar das laterais para o 
centro, formando a linha primitiva. Ela 
cresce da região caudal para cranial, e 
forma o nó primitivo. 
 Cada uma das três camadas 
germinativas dará origem a tecidos e 
órgãos específicos: 
 Ectoderma: (o que restou do 
epiblasto) Origina a 
epiderme, sistema nervoso 
central e periférico e a 
várias outras estruturas; 
 Mesoderma: (meio) Origina 
as camadas musculares lisas, 
tecidos conjuntivos, e é 
fonte de células do sangue e 
da medula óssea, esqueleto, 
músculos estriados e dos 
órgãos reprodutores e 
excretor; 
 Endoderma: (substituição do 
hipoblasto) Origina os 
revestimentos epiteliais das 
passagens respiratórias e 
trato gastrointestinal, 
incluindo glândulas associadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FORMAÇÃO DA NOTOCORDAL: 
 O que é a notocorda? 
 É uma estrutura semelhante a um bastão, a qual 
define o eixo do embrião, é a base para formação 
do esqueleto axial (centro do corpo) e indica o futuro 
local das vértebras. 
 Como ocorre a sua formação? 
Surge no PROCESSO NOTOCORDAL no mesoderma, 
abaixo do nó primitivo. O processo cresce até a 
placa precordal, onde se dobra e forma a 
notocorda. 
 No início da terceira semana, as células 
mesenquimais da linha primitiva formam o 
processo notocordal, entre o ectoderma e 
o endoderma embrionário. O processo 
notocordal se estende do nó primitivo até a 
placa pré- cordal. Formam-se aberturas no 
assoalho do canal notocordal, que logo 
coalescem, formando a placa notocordal. 
Essa placa se invagina para formar a 
notocorda, o eixo primitivo do embrião ao 
redor do qual se forma o esqueleto axial (p. 
ex., a coluna vertebral). 
 
 
ou saco vitelino 
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 NEURULAÇÃO: é o processo de formação 
do tubo neural, que vai dar origem, 
posteriormente, ao sistema nervoso 
central do embrião. 
 Como esse processo acontece? 
A placa neural se invagina ao longo do seu 
eixo central, formando uma depressão 
chamada de SULCO NEURAL e, 
consequentemente, ao lado desta 
depressão, serão formadas elevações, as 
pregas neurais. 
 A formação da placa neural é induzida pela 
notocorda em desenvolvimento. Por volta do 
18° dia, a placa neural se invagina ao longo 
do eixo central, formando o sulco neural 
mediano, com pregas neurais em cada lado. 
No fim da terceira semana, as pregas 
neurais começam a aproximar-se e a se 
fundir, formando o tubo neural, primórdio 
do SNC. Este logo se separa do ectoderma 
da superfície, se diferencia e forma a 
epiderme da pele. A fusão das pregas 
neurais avança em direção cefálica e 
caudal, permanecendo abertas na 
extremidade cranial – neuroporo rostral – 
até o 25º dia e na extremidade caudal 
– neuroporo caudal – até o 27º 
dia. Simultaneamente a esse processo, as 
células da crista neural migram e formam 
uma massa entre o ectoderma e o tubo 
neural, a crista neural. Logo, a crista se 
separa em duas partes, direita e esquerda, 
e origina os gânglios espinhais e os gânglios 
do sistema autônomo e as meninges. 
 
 DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
 No início da 3° semana começa a 
angiogênese no mesoderma 
extraembrionário do saco vitelino, do 
pedículo do embrião e do córion. A 
formação dos vasos sanguíneos inicia-se 
com a agregação dos angioblastos – ilhotas 
sanguíneas. Pequenas cavidades vão se 
formando dentro das ilhotas, os angioblatos 
se achatam e originam o endotélio primitivo. 
Essas cavidades se unem formando redes 
de canais endoteliais. O coração e os 
grandes vasos provêm de células 
mesenquimais da área cardiogênica. 
Durante a 3° semana os tubos 
endocárdicos se fundem, originando o tubo 
cardíaco primitivo. No fim da 3° semana o 
sangue já circula e desenvolve-se o 
primórdio de uma circulação 
uteroplacentária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 QUARTA SEMANA: 
 Ao final da terceira semana do 
desenvolvimento embrionário, tem-se 
um embrião trilaminar, isto é, já com três 
camadas germinativas embrionárias 
diferenciadas. Essas três camadas 
germinativas – endoderma, ectoderma e 
mesoderma – são as precursoras de todos 
os tecidos embrionários e a sua 
diferenciação representa o início 
da morfogênese, ou seja, é a fase de 
formação dos órgãos, os quais ganham 
forma e tamanho. 
 O período que se estende da terceira à 
oitava semana do desenvolvimento é 
chamado de período embrionário ou 
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de ORGANOGÊNESE. Diz respeito a origem 
de vários tecidos e órgãos específicos, a 
partir de cada um dos folhetos 
embrionários. Ao final dele, por volta do final 
do segundo mês de gestação, os principais 
sistemas de órgãos já iniciaram seu 
desenvolvimento, o que faz com que o 
embrião assuma uma aparência humana. 
 É durante a quarta semana do 
desenvolvimento embrionário que os 
folhetos germinativos estabelecidos na 
terceira semana se diferenciam de modo a 
formar o primórdio dos grandes sistemas 
de órgãos do corpo. Ao mesmo tempo, 
o disco embrionário trilaminar sofre um 
processo de dobramento. É através desse 
processo que o embrião de formato 
laminar, plano e achado, assume uma forma 
cilíndrica e mais parecida com a forma 
corporal a qual estamos habituados. 
 
 DOBRAMENTO DO EMBRIÃO: ocorre 
dobramento do disco embrionário 
trilaminar (era reto e vai ganhar uma 
forma de “C”. 
 Os dobramentos levarão à transformação de 
um disco trilaminar plano em um embrião 
praticamente cilíndrico. 
 O dobramento ocorre nos planos mediano e 
horizontal e é decorrente do rápido crescimento 
do embrião, particularmente do encéfalo e da 
medula espinhal. 
 A velocidade de crescimento lateral do embrião 
não acompanha a velocidade de crescimento 
longitudinal, ocasionando o seu dobramento. 
 Os dobramentos das extremidades cefálica e 
caudal e o dobramento lateral ocorrem 
simultaneamente. 
 O dobramento no crânio (o ectoderma vai se 
espessando) e nas regiões laterais do embrião 
começaa partir do 22º dia, enquanto, na região 
caudal, começa no 23º dia. A partir de então, 
o dobramento das extremidades cranial e caudal 
e o dobramento lateral do embrião ocorrem 
simultaneamente. Além disso, simultaneamente, 
também há uma constrição relativa na junção do 
embrião com a vesícula umbilical. 
 Dessa forma, o disco embrionário cresce 
vigorosamente durante a quarta semana, porém 
o crescimento do saco vitelínico fica estagnado. 
Os dobramentos fazem com que as regiões 
cranial e caudal se movam ventralmente, 
conforme o embrião se alonga. 
 É preciso entender o porquê de o crescimento 
celular levar à movimentação das estruturas 
para a região ventral do embrião, e não somente 
levar à um aumento de tamanho com o mesmo 
formato laminar original. Isso é devido ao fato de 
a notocorda, o tubo neural e os somitos em 
desenvolvimento enrijecerem o eixo dorsal do 
embrião. Dessa forma, os dobramentos são 
concentrados nas bordas externas e flexíveis do 
disco. É por isso que as bordas craniana, caudal 
e laterais do disco se dobram sob as estruturas 
axiais dorsais, dando origem a superfície ventral 
do corpo. 
 Por fim, vale lembrar que, apesar de possuírem 
nomes diferentes, todas as dobras acabam por 
tornarem-se contínuas na posição do que virá a 
ser o umbigo, formado como um anel de tecidos. 
 
 Dobramentos do embrião no plano mediano: O 
dobramento ventral nas extremidades cefálica e 
caudal do embrião produz as pregas cefálica e 
caudal. 
1) Prega cefálica 
No início, o encéfalo em desenvolvimento cresce para 
dentro da cavidade amniótica. Posteriormente, o 
prosencéfalo projeta-se cefalicamente, e ultrapassa 
a membrana bucofaríngea (ou orofaríngea), 
recobrindo o coração em desenvolvimento. 
Concomitantemente, o septo transverso, Coração 
Primitivo, celoma pericárdico e membrana 
bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral 
do embrião. 
Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do 
endoderma do saco vitelínico é incorporada ao 
embrião com o intestino anterior (primórdio do 
segmento inicial do sistema digestório). 
A prega cefálica também influencia a disposição do 
celoma embrionário já que após o dobramento, o 
celoma pericárdico fica em posição caudal em relação 
ao coração e cefálica, ao Septo Transverso. 
Nesse estágio, o celoma intra-embrionário se 
comunica com o celoma extra-embrionário. 
https://www.famema.br/ensino/embriologia/sistemacardiovascularcoracao.php
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2) Prega caudal 
 Resulta do crescimento da parte distal do tubo 
neural. A medida que o embrião cresce, a região 
caudal projeta-se sobre a membrana cloacal. 
Durante esse dobramento, parte do Endoderma é 
incorporado como intestino posterior, cuja porção 
terminal dilata-se para formar a cloaca. 
Após o dobramento, o pedículo de fixação (ou pedículo 
de conexão) , primórdio do cordão umbilical, fica preso 
à superfície ventral do embrião, enquanto 
a Alantóide é parcialmente incorporada. 
 
 Dobramento Lateral no Plano Horizontal 
1) Pregas laterais 
Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e 
dos somitos, formando as pregas laterais direita e 
esquerda, cujo crescimento desloca o disco 
embrionário ventralmente, formando um embrião 
praticamente cilíndrico. 
Conforme as paredes abdominais se formam, parte 
do endoderma é incorporada como intestino médio, 
que antes do dobramento tinha conexão com o Saco 
Vitelino. 
Após o dobramento, essa conexão fica reduzida a um 
canal vitelino ou ducto vitelino. Quando as pregas do 
embrião fundem-se ao longo da linha média ventral, 
forma-se o celoma intra-embrionário. Os 
dobramentos do embrião são responsáveis pela 
arquitetura anatômica das membranas serosas no 
indivíduo: o interior da parede do corpo será coberto 
por mesoderma somático; e as vísceras, pelo 
mesoderma esplâncnico. 
O embrião formado será “um tubo dentro de um 
tubo” no qual o tubo ectodérmico externo forma a 
pele, e o tudo endodérmico interno formam o 
intestino. Preenchendo o espaço entre esses dois 
tubos está a mesoderme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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