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Respiração durante o exercício Docente: Leonardo Alves Nascimento Discente: Adriele Ximenes; Giovanna Diniz; Rafael Bailona; Vitória Gomes. Disciplina: Fisiologia do Exercício - a palavra respiração na fisiologia podem ter duas definições: respiração pulmonar e respiração celular - a respiração pulmonar refere-se à ventilação (respiração propriamente dita) e à troca de gases (02 e C02) nos pulmões - a respiração celular está relacionada à utilização de 02 e à produção de C02 pelos tecidos Respiração durante o exercício Função Pulmonar - o sistema respiratório fornece ao indivíduo um meio de repor 02 e eliminar o C02 presente no sangue - a troca de 02 e C02 entre o pulmão o sangue resulta de dois processos: ventilação e difusão Estrutura do sistema respiratório - o sistema respiratório humano é composto por um grupo de passagens que filtram e transportam o ar até os pulmões - alvéolos: onde ocorrem trocas gasosas no interior de microscópicos sacos aéreos - as passagens de ar do sistema respiratório estão divididas em duas zonas funcionais: a zona condutora e zona respiratória Estrutura do sistema respiratório - ambos os pulmões são envolvidos por um conjunto de membranas denominado pleura - a pleura visceral adere à superfície externa do pulmão - a pleura parietal reveste as paredes torácicas e o diafragma - as duas pleuras são separadas por um líquido que atua como lubrificante e permite o deslizamento suave uma sobre a outra - a pressão intrapleural é menor do que a pressão atmosférica e se torna ainda mais baixa durante a inspiração, fazendo o ar inflar os pulmões Zona Condutora - em condições normais o ar entra na traqueia pela faringe que recebe o ar da cavidade nasal e oral e durante o repouso os indivíduos saudáveis respiram pelo nariz - durante o exercício moderado e intenso a boca se torna a principal via de passagem do ar - a traqueia ramifica-se em dois brônquios primários: direito e esquerdo - a árvore brônquica, então, ramifica-se várias vezes até formar os bronquíolos (que são pequenos ramos da árvore brônquica) - os bronquíolos ramificam-se várias vezes antes de se transformarem nos ductos alveolares que levam aos sacos alveolares e à zona respiratória do pulmão - a zona condutora do sistema respiratório não serve apenas de passagem de ar, como também filtra e um umidifica o ar que passa pela zona respiratória do pulmão Zona Respiratória - as trocas gasosas ocorrem através de aproximadamente 300 milhões de alvéolos, esse número confere uma ampla superfície de difusão no pulmão - a taxa de difusão é ainda mais favorecida por conta dos alvéolos terem uma única camada celular, assim a barreira hematogasosa tem espessura de duas camadas (alvéolos e capilares) - tensão superficial pressão exercida em decorrência das propriedades da água - células alveolares (tipo II) sintetizam e liberam o líquido surfactante responsável por aumentar a tensão superficial e previne o colapso dos alvéolos Mecânica da Respiração - o movimento do ar indo do meio ambiente para dentro dos pulmões é chamado de ventilação pulmonar e ocorre por meio de um processo conhecido como fluxo de massa ‘’hulh flow” - o fluxo de massa diz respeito ao movimento de moléculas ao longo de uma passagem em decorrência de uma diferença de pressão entre as extremidades desta via - qualquer músculo com a capacidade de ↑ o volume torácico é considerado um músculo respiratório - o diafragma é considerado o músculo mais importante para a inspiração - quando se contrai, o diafragma força os músculos abdominais para baixo e adiante e as costelas são erguidas para fora - o resultado dessas duas ações é a ↓ da pressão intrapleural que causa a expansão dos pulmões - durante o exercício os músculos auxiliares da inspiração (músculos intercostais externos, peitoral menor, músculos escalenos e esternocleidomastóideo) são recrutados para a auxiliar a inspiração com intuito de ajudar o diafragma a ↑ o volume torácico, o que favorece a respiração ❖ Inspiração ❖ Expiração - a expiração é passiva durante a respiração normal e tranquila - em repouso, nenhum esforço muscular é necessário para que a expiração ocorra - no decorrer do exercício, a expiração torna-se ativa - os músculos mais importantes são aqueles da parede abdominal que incluem o reto abdominal e oblíquo interno - quando esses músculos se contraem o diafragma é empurrado para cima e as costelas são puxadas para baixo e para dentro, o que ↑ a pressão intrapulmonar ❖ Resistência das vias aéreas - a qualquer velocidade de fluxo de ar para dentro dos pulmões, a diferença de pressão que deve ser desenvolvida depende da resistência das vias aéreas - o fluxo de ar através das vias aéreas do sistema respiratório pode ser matematicamente definido com: fluxo de ar = (P1 - P2) / resistência onde P1 - P2 é a diferença de pressão entre as duas extremidades da via aérea, e resistência é a resistência ao fluxo oferecida pela via aérea - o fluxo de ar aumenta sempre que houver aumento do gradiente de pressão ao longo do sistema pulmonar, ou se houver diminuição da resistência oferecida pela via aérea. ● Refere-se ao movimento de gases para dentro e para fora dos pulmões. ● A quantidade de gás ventilado por minuto é o produto da frequência respiratória (f) pela quantidade de gás deslocada por respiração (volume corrente): V=Vc X f “V”: Volume “V”: Volume por unidade de tempo Ventilação pulmonar • Em um homem de 70 kg Repouso: 7,5 L/min = 0,5L x 15 Irpm Exercício: 120-175 L/min = 3-3,5L x 40-50 Irpm • Ventilação de espaço morto (Vm): espaço morto anatômico • Volume de gás inspirado que chega à zona respiratória é referido como ventilação alveolar (Va) • Uma ventilação minuto total ventilação de espaço morto e ventilação alveolar V = Va+ Vd • A ventilação pulmonar não é igualmente distribuída em todo o pulmão. • Respiração tranquila: região basal (inferior) + ventilação, ápice (região superior) – ventilação. • Durante o exercício: regiões apicais (superiores) + ventilação total. • A quantidade de gás deslocada por minuto é o produto do volume corrente pela frequência respiratória. Volumes e capacidades pulmonares • Espirometria • Mede os volumes pulmonares e a velocidade do fluxo de ar expirado Difusão de gases ● Lei de Fick da difusão: velocidade de transferência gasosa (Vgás) é proporcional à área tecidual (A), ao coeficiente de difusão do gás (D) e à diferença existente entre as pressões parciais do gás em ambos os lados do tecido(P1,P2), sendo inversamente proporcional à espessura (E): Vgás = (A/E) X D X (P1 - P2) • A difusão é maior quando a área de superfície é ampla e a pressão condutora é alta. • O pulmão é projetado de modo eficiente para que a difusão de gases ocorra através da membrana alveolar - A área disponível para difusão é ampla; - Membrana alveolar é extremamente delgada; - Durante o exercício máximo, a taxa de captação de 02 e a produção de C02 podem aumentar 20-30 vezes acima da condição de repouso. Fluxo Sanguíneo para os Pulmões - No adulto o coração tem um débito aproximado de 5 L/min. - Pressão da circulação pulmonar é relativamente baixa. Relações de Ventilação-perfusão - Perfusão é a passagem de líquido através do sistema circulatório ou linfático para um órgão ou tecido. - A proporção ventilação:perfusão (V/Q) ideal é igual ou um pouco maior que 1,0. - O exercício leve e moderado melhora a relação V/Q. - O exercício intenso pode resultar em uma pequena desigualdade de V/Q. Transporte de O2 e CO2 no Sangue - Hemoglobina e transporte de O2: É uma proteína contida nas hemácias(eritrócitos). “Deixa o sangue vermelho”. - Transporte de O2 no músculo: A mioglobina é uma proteína ligadora de oxigênio encontrada nas fibras de músculo esquelético e no miocárdio, que atua como "transportadora", deslocando o O2 da membrana muscular para a mitocôndria. - A mioglobina é encontrada em grandes concentrações nas fibras de contração lenta, e em pequenas concentrações nas fibras intermediárias. - A mioglobina é encontrada em concentrações limitadas nas fibras de contração rápida. Transporte de O2 e CO2 no Sangue - Transporte de C02 no sangue: O CO2 é transportado no sangue em três formas. CO2 dissolvido CO2 ligado à hemoglobina Bicarbonato (HC03-). Transporte de O2 e CO2 no sangue - Transporte de C02 no sangue: Quando o sangue chega aos capilares pulmonares, a pressão parcial de CO2 (PC02) do sangue é maior do que nos alvéolos e, assim, o C02 se difunde para fora do sangue, por meio da interface hematogasosa. Ventilação e Equilíbrio Ácido Básico - um aumento da ventilação pulmonar causa a exalação de CO2 adicional e resulta na diminuição da PCO2 sanguínea, bem como na diminuição da concentração de íon hidrogênio. - uma queda da ventilação pulmonar resultaria no acúmulo de CO2 e aumento da concentração de íon hidrogênio (pH diminuiria). ❖ Transições do repouso ao trabalho Respostas ventilatórias e hematogasosas ao exercício ❖ Exercício prolongado em ambiente quente ❖ Exercício incremental Controle da ventilação ❖ Regulação ventilatória em repouso A contração e o relaxamento do diafragma e dos músculos auxiliares são controladas pelos motoneurônios somáticos na medula espinal. A atividade neuronal motora, por sua vez, é diretamente controlada pelo centro de controle respiratório, no bulbo. Hipótese do marca passo grupal: propõe que a gênese da respiração advém dos disparos de vários aglomerados de neurônios localizados no interior do tronco encefálico, que atuam como marca-passos. Os centros geradores de ritmo medulares são chamados de complexo pré-Botzinger (pré-BotC) e núcleo retrotrapezóide (NRT). Os centros geradores de ritmo localizados na ponte são compostos por dois aglomerados de neurônios denominados centro pneumotáxico e ponte caudal. ❖ Centro de controle respiratório ❖ Estimulação do centro de controle respiratório. Neural: refere-se à estimulação aferente ou eferente do centro de controle respiratório a partir dos neurônios excitados por estímulos que não são transmitidos pelo sangue. Humoral: o refere-se à influência de alguns estímulos transmitidos pelo sangue que atingem um quimioceptor especializado. Esse receptor reage à intensidade dos estímulos e envia a mensagem apropriada à medula. ❖ Efeitos da PC02, P02 e potássio sanguíneos sobre a ventilação ❖ Estimulação neural do centro de controle respiratório Eferente: os impulsos neurais oriundos do córtex motor podem passar pela medula e "transbordar", causando um aumento de VE, que reflete o número de unidades motoras musculares sendo recrutadas. Aferente: advém de um dos vários receptores periféricos, como os receptores dos fusos musculares, receptores do órgão tendinoso de Golgi ou receptores de pressão articulares. Além disso, é possível que alguns quimioceptores especiais localizados no músculo respondam às alterações das concentrações de potássio e H+ e enviem informação aferente ao centro de controle respiratório. ❖ Controle ventilatório durante o exercício submáximo O aumento da ventilação durante o exercício submáximo é causado por uma interação da estimulação neural e quimioceptora com o centro de controle respiratório. Os mecanismos neurais eferentes dos centros cerebrais superiores fornecem o impulso primário para a respiração durante o exercício, com o feedback quimioceptor humoral e neural dos músculos em trabalho, constituindo um meio de compatibilizar precisamente a ventilação com a quantidade de C02 produzida via metabolismo ❖ Controle ventilatório durante o exercício intenso Ocorre uma elevação de VE e diminuição do pH: - Elevação dos níveis sanguíneos de íon hidrogênio - Aumento dos níveis sanguíneos de potássio - Elevação da temperatura corporal - Altos níveis sanguíneos de catecolaminas e possíveis influências neurais Os pulmões se adaptam ao treinamento físico? Não, os pulmões de indivíduos fisicamente treinados não diferem significativamente dos pulmões de um indivíduo sedentário. Pelo fato da capacidade estrutural do pulmão normal ser excessiva e superar a demanda de transporte de oxigênio e dióxido de carbono em adultos jovens, durante o exercício. Por esse motivo, na maioria das pessoas, a adaptação do pulmão ao treinamento físico é desnecessária para que o pulmão realize adequadamente o trabalho de manter a homeostase hematogasosa durante o exercício. O sistema pulmonar limita o desempenho máximo no exercício? Embora possa haver falha do músculo respiratório durante certos estados patológicos (p. ex., DPOC), a fadiga muscular respiratória não é considerada limitante do exercício em indivíduos saudáveis que praticam exercícios de intensidade leve a moderada ao nível do mar. Entretanto, evidências recentes indicam que o sistema respiratório pode ser um fator limitante do desempenho no exercício a cargas de trabalho >90% de V02máx· Além disso, trocas gasosas pulmonares incompletas podem ocorrer em alguns atletas fundistas de elite e limitar o desempenho no exercício em altas intensidades Referências POWERS, S. K. Fisiologia do Exercício : teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 8. ed. Barueri: Manole, pág. 218-248, 2014.
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