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CITAÇÃO CONCEITO: Ato processual que visa dar conhecimento ao réu da existência da ação penal, do teor da acusação, bem como cientificá-lo do prazo para a apresentação da resposta escrita. CITAÇÃO REAL/PESSOAL: Regra no processo penal, e deve ser sempre tentada antes de passar à citação ficta ou com hora certa. Poderá ser por: ✓ mandado; ✓ carta precatória; ✓ carta rogatória; ou ✓ carta de ordem. CITAÇÃO POR MANDADO: Requisitos (CPP, art. 351 e 357): → réu reside ou está preso na própria Comarca por onde tramita a ação penal (CPP, art. 351); → é feita por oficial de justiça; → o oficial é munido do mandado de citação pelo cartório judicial; → o oficial deverá procurar o acusado em todos os seus endereços constantes nos autos; → ao localizar o réu, o oficial deverá ler o mandado e lhe entregar a contrafé; → em seguida, ele irá elaborar uma certidão declarando a efetivação da citação e a entrega da contrafé ou a recusa do réu em recebê-la; → a certidão é a prova de que a citação ocorreu. : Contrafé: é a cópia da denúncia ou queixa, porém, o mandado não consta o teor completo da acusação e a finalidade do cartório é apenas dar ciência ao réu, bem como propiciar-lhe prazo para que apresente defesa. Certidão negativa: se o oficial não encontrar o acusado nos endereços constantes dos autos, fará certidão declarando que ele está em local incerto e não sabido e, com base nessa certidão, o juiz determinará certidão por edital. Teor do mandado (CPP, art. 352): a) nome do juiz; b) nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; c) nome do réu, ou, se for desconhecido, seus sinais característicos; d) a residência do réu, se for conhecida; e) o fim para que seja feita a citação; f) data e o juízo em que o réu deverá apresentar sua resposta escrita, no prazo de 10 dias, sob pena de nomeação de defensor dativo caso não o faça; e g) a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. − Réu preso (CPP, art. 360): deverá também ser citado pessoalmente por mandado no local onde estiver recolhido. − Crime de ação pública: deverá constar que a ação é movida pelo MP. − Acusado militar (CPP, art. 358): a citação será feita por intermédio de seu chefe de serviço. Aqui, trata-se de militar acusado de crime comum, e não de crime militar (CPPM). − Funcionário público (CPP, art. 359): é citado por oficial de justiça, por meio de mandado, onde o chefe de repartição deve ser comunicado da data em que ele deverá comparecer em juízo, para que possa providenciar a sua substituição (CPP, art. 359). Observações importantes: ✓ a citação pode ser feita em qualquer dia, fins de semanas e feriados; ✓ a citação pode ser feita a qualquer hora, durante o dia ou noite; ✓ o interrogatório só é marcado após o réu apresentar sua defesa escrita, não sendo possível constar do mandado de citação a data em que deve comparecer para ser interrogado, como anteriormente no regime. Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. Art. 352. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Art. 357. São requisitos da citação por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA: Requisito (CPP, art. 353): → ocorre quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante; → a pessoa que reside em comarca diversa daquela em que tramita ação ou que está presa em outra Comarca. Réu não estiver cumprindo pena definitiva e não estiver preso provisoriamente por outro crime no juízo deprecado: juiz deprecante deverá determinar sua remoção no prazo de 30 dias a contar da prisão (CPP, art. 289, §3º) Procedimento: expedida a carta pelo juízo deprecante, e sendo ela recebida no deprecado, será determinada a citação, para que o réu seja cientificado da acusação e do prazo para resposta escrita (10 dias); será expedido mandado no juízo deprecado para que o oficial de justiça proceda à citação do réu; cumprida a carta precatória, ela será devolvida ao juízo de origem (CPP, art. 355); efetuada a citação, passa a correr o prazo de 10 dias para a resposta escrita; após ouvidas as testemunhas no juízo deprecante será expedida nova precatória para o interrogatório do réu no juízo deprecado, salvo se ele tiver comparecido no juízo deprecante na data da oitiva das testemunhas, hipótese em que ele também será interrogado. Teor da carta precatória (CPP, art. 354): a) o juiz deprecado e o juiz deprecante; b) a sede da jurisdição de um e de outro; c) o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; d) o juízo do lugar, o dia e hora em que o réu deverá comparecer. Carta precatória itinerante (CPP, art. 355, §1º): e o juízo deprecado verificar- se que o réu se mudou para uma terceira localidade, a precatória será remetida diretamente a tal juízo, comunicando-se o fato ao juízo deprecante. Urgência: se houver urgência, a carta precatória, que conterá em resumo os requisitos, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará. IMPORTANTE: O PRAZO PARA RESPOSTA ESCRITA CORRE DO CUMPRIMENTO DO MANDADO, E NÃO DE SUA JUNTADA NOS AUTOS (SÚMULA n. 710 DO STF) Obs.: não se utiliza carta precatória se o réu evidentemente estiver fora de férias ou a trabalho, devendo ser aguardado o seu retorno para citação pessoal no próprio juízo. Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória. Art. 354. A precatória indicará: I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; II - a sede da jurisdição de um e de outro; Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. §1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. §2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará. Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará. CITAÇÃO POR CARTA ROGATÓRIA:Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até seu cumprimento. Também será expedida no caso de citação a ser realizada em legações estrangeiras (embaixadas ou consulados). Em ambos os casos, a carta deverá ser encaminhada ao Ministério da Justiça, que solicitará o cumprimento ao Ministério das Relações Exteriores. Se o réu estiver no estrangeiro em local desconhecido, deverá ser citado por edital. Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória. CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM: Quando o acusado goza de foro por prerrogativa de função, o Tribunal a quem incumbe o julgamento em grau originário emite carta de ordem determinando que o juízo da comarca onde reside o réu providencie sua citação. CITAÇÃO POR HORA CERTA: Disciplinada pela Lei nº 11.719/2008. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida pela legislação processual civil (CPP, art. 362). O CPC nos no artigo 252 ao 254, dispõe que é necessário, inicialmente, que o oficial de justiça tenha procurado o acusado em sua residência ou domicílio por pelo menos duas vezes, sem encontrá-lo. O oficial deverá intimar qualquer pessoa da família do acusado, ou, em sua falta, qualquer vizinho, de que, no dia seguinte, voltará a fim de concretizar a citação, em determinada hora, que deverá ser mencionada. Obs.: Condomínios edilícios e loteamentos com controle de acesso: intimação poderá recair sobre o funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência. No dia e hora designados, o oficial comparecerá novamente ao local com o intuito de concretizar o ato. Réu presente: o oficial procederá com a citação pessoal. Réu ausente: oficial buscará informar-se das razoes da ausência, danado por feita a citação ainda que o citando tenha se ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias. O oficial deixará a contrafé com pessoa da família ou vizinho, declarando-lhe o nome. A citação será aperfeiçoada mesmo que o familiar ou vizinho anteriormente intimado esteja ausente ou se, embora presente, recusar-se a receber o mandado. Após efetivação da citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu, no prazo de 10 dias, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência. Uma vez completada a citação com hora certa, se o acusado não apresentar a resposta escrita no prazo de 10 dias, ser-lhe-á nomeado defensor dativo para prosseguir em sua defesa, ou seja, a ação penal não será suspensa, ao contraveio do que ocorreria anteriormente. Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. CITAÇÃO FICTA/POR EDITAL: A citação por ficta ou por edital se dará nas seguintes hipóteses: a) Quando o réu não for encontrado para citação pessoal (CPP, art. 363, §1º): É necessário que o acusado tenha sido procurado em todos os endereços dos autos (trabalho etc.), sob pela de nulidade da citação por edital. A certidão do oficial de justiça é a prova de que o réu está em local desconhecido. Se o réu está viajando é necessário aguardar seu retorno, e não determinar citação por edital. A Súmula nº 351 do STF determina que “é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce sua jurisdição”. Com isso, antes de terminar a citação por edital, deve ele providenciar a expedição de ofícios aos órgãos competentes da administração penitenciaria para verificar se o acusado, porventura, não está preso em qualquer dos estabelecimentos prisionais do Estado na qual se desenrola o processo. Há, também, nulidade quando o oficial não encontra o réu porque, por descuido, foi digitado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art227 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art227 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art227 erroneamente seu endereço no mandado. Nesse sentido: “Citação por edital efetuada após tentativa de citação pessoal, cujo mandado foi dirigido a endereço errado. Comparecimento e apelação do réu após a prolação da sentença, sem alegar nulidade da citação. Nulidade da citação reconhecida porque o ato da condenação já estava consumado quando do comparecimento do réu para apelar (arts. 564, III, “e”, e 570 do C.P.P.). Em tais casos, a lei presume o prejuízo a que se referem os arts. 563 e 566 do C.P.P. Pedido de habeas corpus deferido para anular o processo a partir da citação” (STF — HC 72.692 — 2ª Turma — Rel. Min. Maurício Corrêa — DJ 13.10.1995 — p. 34.251). O processo ficará suspenso se o réu citado por edital não comparece e não nomeia defensor. Prazo do edital: 15 dias (CPP, art. 364). b) Quando inacessível o local em que o réu se encontra: Dificilmente ocorre nos dias de hoje. Entretanto, se houver sido deflagrada uma guerra, por exemplo, e o acusado está em local impossível de ser contatado, será necessária a citação por edital para que se suspendam o processo e o prazo prescricional nos termos do art. 366 do CPP, até que a situação se normalize. Obs.: apesar de o art. 363, I, do Código de Processo, que tratava expressamente desta hipótese, ter sido revogado pela Lei n. 11.719/2008, entende-se que ele continua aplicável porque permanece em vigor o art. 364 que regulamenta o prazo do edital em tal situação e, principalmente, por aplicação analógica do art. 256, II, do Novo Código de Processo Civil, que prevê referida citação por edital quando inacessível o lugar onde se encontra o réu. Em tal caso, o prazo é fixado pelo juiz entre 15 e 90 dias de acordo com as circunstâncias do caso (art. 364 do CPP). O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo (fórum) e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito, e a publicação, provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação (art. 365, parágrafo único, do CPP). §1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo será de trinta dias. Art. 365. O edital de citação indicará: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; III - o fim para que é feita a citação; IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.
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