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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA ILIANDRA PEREIRA MARTINS PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR Reflexões sobre a História da Educação, os conflitos e as práticas pedagógicas atuais. SANTA HELENA – MA 2021 SUMÁRIO 1. Introdução………………………………………………………………………………….2 2. Objetivo Geral……………………………………………………………………………..3 3. Objetivos Específicos…………………………………………………………………….3 4. Desenvolvimento………………………………………………………………………….4 4.1 Educação na Antiguidade………………………………………………………………..4 4.2 Educação na Idade Média……………………………………………………………….4 4.3 Educação Moderna……………………………………………………………………….5 4.4 O olhar crítico de Edgar Morin sobre a educação…………………………………….5 4.5 Propostas Pedagógicas………………………………………………………………….7 5. Considerações Finais……………………………………………………………………10 Referências Bibliográficas 1 1. Introdução O estudo da História da Educação é importante devido ao seu potencial formativo, auto reflexivo e cognitivo. Ou seja, o estudo da História da Educação tem a capacidade de fazer com que os alunos raciocinem de forma a compreender o porquê de se estudar determinado componente curricular e temas. O PCC (Prática como Componente Curricular) da disciplina “Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem”, tem como objetivo auxiliar no processo de reflexão da prática pedagógica, por meio da leitura de artigos, análise de charges, trazendo em seu conteúdo a discussão do trabalho pedagógico durante toda a evolução da sociedade na história da humanidade, percebendo as mudanças da educação ao longo do tempo, através da organização social e política da sociedade, até chegar nos dias atuais, onde também será analisada a prática pedagógica diante das diversidades, e quais os desafios encontramos na atualidade. 2 2. Objetivo Geral Refletir a História da Educação, baseando-se nos ideais construtivistas de Edgar Morin e propondo práticas pedagógicas diante da realidade enfrentada pelo professor; 3. Objetivos Específicos - Ler artigos que respaldam a História da Educação, facilitando a compreensão e contribuição para a educação atual; - Analisar as ideias propostas por Morin, através de charges e textos informativos; - Produzir conhecimentos a partir de cada reflexão realizada; - Propor práticas pedagógicas que auxiliem o desenvolvimento do aluno na aprendizagem da construção de seu próprio conhecimento; 3 4. Desenvolvimento O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no presente. 4.1 Educação na Antiguidade Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade e o legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia - Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer do século. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenhos. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea, através da valorização, da experiência e do conhecimento prévio do aluno, enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade. 4.2 Educação na Idade Média Podemos reconhecer traços da tradição espartana na educação medieval. Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da Igreja 4 Católica. Em contra partida, com as Reformas Religiosas e o Renascimento, inicia-se uma nova era para o Ocidente sendo marcada pelo ressurgimento dos ideais atenienses nos discursos sobre os objetivos da Educação. O conhecimento era tipo como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos Estados Nacionais: o conhecimento passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da autoridade do professor enquanto sujeito detentor do saber e mantenedor da ordem e da disciplina. 4.3 Educação Moderna Foi esse modelo de educação escolar centrada na figura do professor como transmissor do conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, impulsionada pela Revolução Industrial e a consequentemente urbanização e aumento demográfico. Além disso, o fortalecimento e expansão de regimes democráticos influenciou a reivindicação pelo acesso à escola, enquanto o direito do cidadão e à educação passa a ser atribuída a tarefa de formar cidadãos cientes de direitos e deveres, capazes de exercê-los perante a sociedade. Assim, a partir de meados do século XIX, o modelo hierarquizado e autoritário de educação que caracterizou as instituições escolares até então, passou a ser questionado por educadores, 4.4 Olhar crítico de Edgar Morin sobre a educação Edgar Morin percebe a classe escolar como uma entidade complexa, que engloba uma variedade de disposições, emoções e culturas, portanto ele a vê como um local impulsionado de heterogeneidade. Assim, ele considera ser este o espaço perfeito para se dar início a uma transformação dos paradigmas, da maneira convencional de se pensar o ambiente escolar. O caminho indicado por Morin é o da visão que se retira do âmbito estreito da disciplina, compreende o contexto e adquire o poder de encontrar a conexão com a existência. É preciso romper com a 5 fragmentação do conhecimento em campos restritos e também eliminar a estrutura hierárquica vigente entre as disciplinas, uma tarefa bem difícil, uma vez que esta mentalidade foi desenvolvida ao longo de inúmeras décadas. Segundo Morin, para que o educador reflita sobre a natureza do conhecimento a ser trabalhado, será necessário uma mudança por parte do professor, valorizando a bagagem de vida que o aluno traz. Todo aluno traz consigo para a sala de aula seu próprio aprendizado, que denominamos conhecimento prévio. É o conhecimento adquirido das relações que o aluno estabelece ao longo da vida de acordo com a influência familiar, religiosa, política, intelectual e cultural, sendo dever da escola e do educador compreender e valorizar esse conhecimento. Para Vigotski (1998), o meio em que o aluno vive exerce influência em seus conhecimentos prévios, assim como o meio social tem peso importante no desenvolvimento do sujeito. Paulo Freire (1987) acredita que a produção do processo de conhecimento depende da relação de troca e interação que se efetiva e se caracteriza fundamentalmente pela mediação social. O importante é valorizar o conhecimento prévio do aluno As propostas defendidas por Morin no texto Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, tem constante relação com as argumentações defendidas no início da história da educação na antiguidade e também com as propostas da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), destaca-se o conhecimento prévio e a valorização do indivíduo enquanto ser humano. Também, como quarto ponto defendido por ele, é importante ressaltar, o ensinar a identidade terrena, referindo-se a abordar as relações humanas de um ponto de vista global. É defundamental importância conhecer o lugar no qual se habita e suas necessidades de sustentabilidade. Outro ponto que chama atenção, também comentado por Morin, é o aprendizado da compreensão, que pede uma reforma de mentalidade para superar males como o racismo. Que defende a maneira de como ensinar a compreensão, fator indispensável na interação humana, devendo ser instaurada em todos os campos de ação do cotidiano escolar. E finalmente, uma ética global, baseada na consciência do ser humano como indivíduo e parte da sociedade e da espécie, ou seja, a ética do gênero 6 humano, correspondente a antropo-ética a qual defende que não devemos querer para outrem aquilo que não desejamos para nós mesmo, como já pregava Jesus Cristo. Sendo assim, uma proposta com sentido contrário em relação às ideias passadas pelas charges, uma vez que em nenhum momento respeitou-se o individualismo. Dando ênfase para a seguinte prática pedagógica prevista na BNCC “uma didática social e empática”, essa prática pedagógica é sobre mostrar aos alunos que se colocar no lugar do outro faz toda a diferença. A empatia faz que o aluno conheça as dores do outro e entenda que todos precisam de respeito. Isso é fundamental para combater o bullying dentro do ambiente escolar. A prática do bullying dentro do ambiente escolar é bastante comum e muito séria. Só há como combatê-la conscientizando os estudantes de que isso é uma violência e não uma brincadeira simples. É uma realidade, uma utopia distante, porque o ser humano ainda não aprendeu o significado de amar seu próximo. Imagina uma situação na sala de aula, onde os alunos desconhecem o significado dos valores étnicos. O poderá ser feito? Primeiramente, reuniões com os pais, encontro de alunos com o psicopedagógico da escola, elaboração de projetos voltados a esses valores, com o objetivo de que possam refletir sobre suas ações com as pessoas no meio social. Essas propostas resgatam princípios de educação ao valorizar a experiência anterior do aluno e seus conhecimentos prévios à aprendizagem na escola. Para o autor, a educação é o que transforma o aluno. Ele destaca-se não apenas como uma “testemunha privilegiada de profundas e rápidas mudanças sociais”, mas também como “analista atento que, com discernimento, suscitou esperança e alertou para os possíveis riscos da humanidade”. Em prol de uma “política de civilização”, da cooperação entre os povos, da construção de uma sociedade mais justa e humana, e da renovação da democracia. 4.5 Propostas Pedagógicas Ao analisar as situações da charge I, a professora como educadora deveria ouvir o aluno, dando-lhe atenção ao conhecimento prévio do mesmo, 7 aproveitando a maneira de falar, o sotaque da linguagem para trabalhar com dinamismo, podendo abordar vários temas regionais brasileiros, diferença de etnias, dentre outros, para assim, construir juntos novos conhecimentos. Sendo que uns dos pilares pregados pela BNCC é a ideia do protagonismo do estudante. É o aluno que deve trilhar o seu percurso em busca de conhecimento, mas para que isso aconteça é necessário que o professor favoreça esse protagonismo em sala de aula, valorizando as intervenções do aluno na aula, a fim de que perceba que é importante levantar sua autoestima. Um educando com baixa autoestima pode se tornar desmotivado, o que poderá comprometer todo o seu desempenho. Na charge II, percebe-se uma grande diferença quanto à maneira de organização do Sistema Educacional Brasileiro, embora existam as leis que proporciona igualdade nos direitos sendo dever cumpri-los; ainda há instituições escolares que deixa fluir a exclusão, seja cultural, religiosa, intelectual, política ou social, infelizmente o sistema é assim. Práticas metodológicas, objetivos, projetos pedagógicos as escolas têm, mas às vezes falta colocá-los em prática. A culpa será de quem? Vendo a realidade, todos são os culpados. É importante reconhecer, esclarecer e notar que nosso sistema educacional só será moldado a partir em que todos os envolvidos na área educacional fizer sua parte, começando com a esfera federal, estadual, municipal, escolar, professor, aluno e família. Como foi mencionado, as propostas pedagógicas que a escola possui, precisa somente executar para chegar ao objetivo: “a Aprendizagem do aluno”. As propostas buscam o desenvolvimento de habilidades complexas como o raciocínio crítico e a capacidade de pensar e aprender com as inovações ligadas ao cotidiano. Baseadas em um currículo focado no desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para a criança. O objetivo é assegurar aos estudantes o ferramental necessário para o uso eficaz da Língua Portuguesa, a fruição das diversas linguagens, artísticas ou não, a utilização das tecnologias digitais de forma crítica e responsável e o domínio de procedimentos e de noções essenciais das Ciências da Natureza, das Ciências Humanas e da Matemática, com vistas a sua inserção criativa e à intervenção inovadora nesse mundo complexo. 8 Um dos maiores desafios enfrentados pelos estudantes no Ensino Fundamental é a transição do fim dos anos iniciais para o início dos Anos Finais. Para ajudá-los a enfrentar esse desafio é necessário que a escola assegure formas cuidadosas na distribuição dos Objetos de Conhecimento e das Habilidades, de modo que a chegada aos Anos Finais possa ocorrer de maneira tranquila. Neste sentido, observa-se a perspectiva crescente e sucessiva da complexidade dos Objetos de Conhecimento e do desenvolvimento de Habilidades, sempre contemplando a relação de complementaridade entre os saberes trabalhados nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. É fundamental que a instituição escolar foque no desenvolvimento de competências e habilidades, do que é previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), nas quatro áreas de conhecimento e em seus componentes curriculares. O aluno deve ser convidado a explorar os regionalismos, as especificidades de cada região, cidade ou município de modo a perceber que seu cotidiano não é apartado de determinadas situações globais. O aluno deve ser o protagonista do seu processo de aprendizagem. A prática docente reforça o foco na aprendizagem pela experiência e no seu desenvolvimento da autonomia do estudante, a fim de que se torne no futuro um jovem com boas ideias, por isso a proposta educacional deve ser ajustada aos desafios e às necessidades da vida contemporânea, transformando o ensino das disciplinas em experiências e criando estratégias de construção de novos conhecimentos. 9 5. Considerações Finais Após, uma análise reflexiva sobre a história da educação, o olhar crítico de Edgar Morin à sistematização de dinâmicas no processo de aprendizagem e práticas pedagógicas desenvolvidas para o processo formativo da criança, conclui-se que o planejamento e a organização escolar é fator determinante para que esse desenvolvimento de Habilidades e Competências aconteça. O professor deverá sempre estar atualizado em relação à sua formação, buscando por atividades e dinâmicas que faça os alunos manifestarem suas opiniões e discutirem temas, ao invés de apenas observarem o conhecimento oferecido, assim o aluno será o centro da conversa sentindo-se importante, motivado e ainda melhorar seu desempenho. Ele nunca deixa de aprender e todos os dias tem de se recriar, investir na sua formação, de se adaptar. Ser professor, não é uma profissão, mas sim uma missão... e só assim pode-se perceber a nossa insistência em seguir esta carreira num contexto socioeconômico tão difícil como os dias de hoje. Uma educação humanizada busca fomentar a criatividade dentro da escola. Ela é aplicada em todas as ações, pois o ato de ensinar é compreender o todo. Ao mudar as formas tradicionais de aprender e ensinar, é possível mudar e melhorar as relações sociais. Por fim, o professor deve observar sua prática, meditar a respeito das necessidades apresentadas e, voltar-se para si mesmo com uma análise franca e,acima de tudo, construtiva de sua prática para que assim de fato ele possa buscar uma possível melhoria. 10 Referências Bibliográficas ALVES, Luís Alberto Marques. História da Educação. Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2012. Disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10021.pdf AMADO, Casimiro Manuel Martins. História da Pedagogia e da Educação. Universidade de Évora, 2007. Disponível em: http://home.dpe.uevora.pt/~casimiro/HPE-%20Guião%20-%20tudo.pdf DINIZ, Yasmine. História, Sociedade e Educação no Brasil. Faculdade de Letras da Universidade de Minas Gerais, 2010. GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. Revista São Paulo Perspectiva. Vol.14, n.02. São Paulo, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci-arttext&pid=S0102-88392000000200002. SILVA, Rosa Helena Dias da. Afinal quem educa os Educadores? In: GOMES. Nilma Lino; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Experiência Étnico-culturais para a formação de professores. BH: Autêntica, 2002. Pp.109 a 133. XAVIER, LIBÂNEA. "História da Educação". In: MONTEIRO, Ana Maria; GASPARELLO Arlete Medeiros; MAGALHÃES, Marcedo de Sousa. (orgs). Rio de Janeiro: Mauad X: FAPEMIG, 2007. Pp.91 a 103. 11 http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10021.pdf http://home.dpe.uevora.pt/~casimiro/HPE-%20Gui%C3%A3o%20-%20tudo.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci-arttext&pid=S0102-88392000000200002