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HIPERSENSIBILIDADE TIPO II, III, IV

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Brendha Evellingh – Medicina XXXI Funorte 
HIPERSENSIBILIDADE 
ORIGEM DO TERMO: Esse termo surgiu da definição clínica de 
imunidade como uma sensibilidade, baseada na observação de que 
um indivíduo exposto a um antígeno exibe uma reação detectável 
(ou torna-se sensível) a encontros subsequentes com esse 
antígeno. 
CONCEITO: A imunidade adaptativa tem a importante função de 
defesa do corpo contra microrganismos e as infecções que estes 
podem causar. Entretanto, algumas vezes, as respostas imunes 
podem causar lesão tecidual e doenças. Estas são chamadas de 
doenças de hipersensibilidade(aquelas que são causadas por 
respostas imunes). 
Normalmente, as respostas imunes são capazes de combater e 
eliminar os patógenos infecciosos sem causar graves lesões ao 
hospedeiro. Contudo, as vezes, essas respostas são mal controladas 
e inapropriadamente direcionadas aos tecidos do hospedeiro ou 
desencadeadas por microrganismos comensais ou antígenos 
ambientais inócuos. Nestes casos, as respostas imunes que são 
geralmente benéficas, tornam-se maléficas, causa de doenças de 
hipersensibilidade. 
 
Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis 
(danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo 
sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem 
um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de 
hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, 
tipo II, tipo III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e 
tempo levado para a reação. 
 
CAUSAS DAS DOENÇAS DE HIPERSENSIBILIDADE 
 Autoimunidade: reações contra autoantígenos. A falha dos 
mecanismos normais de autotolerância resulta em reações de 
células T e células B contra as próprias células e tecidos do 
indíviduo, chamadas autoimunidade (Capítulo 15). As doenças 
causadas pela autoimunidade são denominadas doenças 
autoimunes. Estima-se que as doenças autoimunes afetem 
pelo menos 2 a 5% da população nos países desenvolvidos e a 
incidência dessas doenças é crescente. Muitas dessas doenças 
são comuns em indivíduos da faixa etária entre 20 a 40 anos 
de idade. Elas também são mais comuns em mulheres do que 
em homens, por motivos que permanecem obscuros. As 
doenças autoimunes em geral são crônicas e frequentemente 
debilitantes, e representam um enorme problema médico e 
econômico. Embora esses distúrbios tenham se mostrado 
difíceis de tratar no passado, muitas terapias efetivas recentes 
baseadas em princípios científicos foram desenvolvidas desde 
a década de 1990. EXEMPLO: DM 1, HIPERTIREOIDISMO 
 
 Reações contra microrganismos(Comensais ou não). As 
respostas imunes contra antígenos microbianos podem causar 
doença se as reações forem excessivas ou se os 
microrganismos forem anormalmente persistentes. As 
respostas das células T contra microrganismos persistentes 
podem dar origem a uma inflamação grave, algumas vezes 
com a formação de granulomas; essa é a causa da lesão 
tecidual observada na tuberculose e outras infecções 
crônicas. Se forem produzidos contra antígenos microbianos, 
os anticorpos podem se ligar aos antígenos para produzir 
imunocomplexos que se depositam nos tecidos e 
desencadeiam inflamação. Raramente, os anticorpos ou as 
células T contra um microrganismo apresentarão reação 
cruzada com o tecido do hospedeiro. 
 Em alguns casos envolvendo o trato intestinal (p. ex.: 
enteropatia inflamatória), a resposta imune é direcionada 
contra BACTÉRIAS COMENSAIS que normalmente residem no 
intestino e não causam danos. 
 Algumas vezes, os mecanismos que uma resposta imune 
 usa para erradicar um microrganismo patogênico 
 requerem a destruição das células infectadas e, portanto, 
 inevitavelmente causam lesão ao tecido do 
 hospedeiro.(LTC’s) 
 
 Reações contra antígenos ambientais não microbianos: A 
maioria dos indivíduos saudáveis não responde 
imunologicamente a antígenos ambientais comuns, 
geralmente inócuos. Porém, quase 20% da população ao 
serem expostos a esses antígenos ambientais comuns, 
produzem respostas imunes, através de IgE, responsável por 
gerar as famosas reações alérgicas. 
 Alguns indivíduos tornam-se sensibilizados a antígenos 
ambientais e substâncias químicas que, em contato com a pele, 
desenvolvem reações de células T que levam à inflamação mediada 
por citocinas, resultando em SENSIBILIDADE DE CONTATO. 
 
 Reações imunológicas idiossincráticas contra fármacos 
terapêuticos são também um problema clínico frequente. (ALERGIA 
A MEDICAMENTOS) 
Em todas essas condições, os mecanismos de lesão tecidual são os 
mesmos que normalmente participam da eliminação de agentes 
infecciosos. Esses mecanismos incluem as respostas imunes inatas 
e adaptativas que envolvem fagócitos, anticorpos, linfócitos T, 
mastócitos e várias outras células efetoras, além dos mediadores 
da inflamação. 
 
O problema das doenças de hipersensibilidade é que a resposta 
imune não é controlada adequadamente ou é dirigida aos tecidos 
normais. COMO OS ESTÍMULOS PARA ESSAS RESPOSTAS IMUNES 
ANORMAIS SÃO FREQUENTEMENTE IMPOSSÍVEIS DE SE ELIMINAR 
(p. ex.: autoantígenos, microrganismos comensais e antígenos 
ambientais) e o sistema imune tem muitas alças de 
retroalimentação positiva intrínsecas (mecanismos de 
amplificação), assim que uma resposta imune patológica é iniciada, 
torna-se difícil controlá-la ou interrompê-la. Dessa maneira, essas 
doenças de hipersensibilidade tendem a ser crônicas e 
progressivas, e se apresentam como desafios terapêuticos da 
medicina clínica. 
 
Por convenção, e especialmente em situações clínicas, o termo 
hipersensibilidade se refere a respostas imunes nocivas contra 
antígenos estranhos (antígenos ambientais, fármacos, 
microrganismos) e não é usado para descrever a lesão tecidual em 
doenças autoimunes. Entretanto, em nossa 
discussão,consideraremos todas as causas de reações imunes 
prejudiciais, enfatizando principalmente os mecanismos comuns 
de patogenicidade. 
 
TIPO II 
A hipersensibilidade citotóxica mediada por anticorpos ou 
hipersensibilidade tipo II conta com a participação das 
imunoglobulinas IgG e IgM para atacar células que estejam 
apresentando antígenos específicos em sua membrana. 
Normalmente ela relaciona se com patologias autoimunes, 
Brendha Evellingh – Medicina XXXI Funorte 
exemplos não autoimunes são a destruição de células do sistema 
ABO após uma transfusão feita entre um doador com um dos 
antígenos desse sistema e um receptor com anticorpos específicos 
para o referido antígeno. Outro exemplo é a anemia hemolítica do 
recém-nascido. Há diferentes formas desses anticorpos 
estimularem as reações imunes, a principal delas é a ligação das 
porções Fc dos anticorpos, já ligados aos antígenos nas superfícies 
celulares, se ligarem aos receptores Fc de macrófagos e de 
neutrófilos e iniciarem uma reação inflamatória crônica. No caso de 
células solúveis, como os eritrócitos, os fagócitos poderão até 
fagocitar essas células. Outra forma de destruição celular é a 
ativação do sistema complemento pela via clássica com 
consequente formação do complexo de ataque à membrana (MAC) 
e lise celular. Em outros casos como na doença de Graves os 
anticorpos mimetizam a ação do hormônio TSH e estimulam a 
tireoide a secretar grandes quantidades de hormônios tireoidianos. 
A citotoxicidade mediada por células dependente de anticorpos 
também é um exemplo de hipersensibilidade tipo II mediada por 
macrófagos e células NK. Esse tipo de resposta imune possui uma 
participação secundária na resposta imune contra tumores. 
 
RESUMO: TIPO II MEDIADA POR ANTICORPOS 
- antígenos de superfície celular 
- superfície de hemácias ou plaquetas 
- ativação do complemento e destruição dessas células por 
fagócitos e NK: inflamação 
- 5 a 8 hrs após contato com antígeno 
***** 
- Geralmente ocorre por autoanticorpos em doenças autoimunes. 
Mas tb pode ocorrer por anticorpos produzidos contra antígenos 
estranhosque eventualmente passam a atacar tecidos próprios 
- Esses Ig's podem gerar reações contra células, tecidos, e até 
receptores 
- Quando esse IgG ou IgM se liga a uma célula, opsoniza a mesma. 
Dessa forma, leva a ativação do complemento. Além disso, 
fagócitos reconheceram os receptores Fc do anticorpo ou do 
complemento. A célula será fagocitada. Os subprodutos do 
complemento (c5a e c3a) levarão a resposta inflamatória: porque 
os neutrófilos também são ativados. 
CÉLULAS 
- EXEMPLO 1: Anemia hemolítica autoimune: anticorpos que se 
ligam a antígenos na memb. do eritrocito, provocando destruição 
das hemácias, levando a anemia e liberação da Hb no sangue: 
tóxico para os rins 
- EXEMPLO 2: quando anticorpos se ligam contra plaquetas: 
purpura trombocitopenica 
TECIDOS 
Exemplo: febre reumatica. Estreptocos piogis causa infecção de 
garganta comum, porém essa bactéria tem antígenos muito 
parecidos com moléculas presentes nas valvas cardíacas. Esse IgG 
ou IgM pode atacar não apenas a bactéria, mas as valvas cardíacas, 
quando as infecções de gargantas são ''cronificadas'', persistentes 
ou mal tratadas (reação cruzada) 
RECEPTORES 
- anticorpo contra receptor de TSH: estimula esse receptor: 
hipertireoidismo - doença de graves 
- miastenia gravis; anticorpo se liga ao receptor da ACH: inibe 
ligação do ligante ao receptor: fraqueza muscular e paralisia 
 
 
 
TIPO III 
Esse tipo de reação é iniciada pela deposição de imunocomplexos 
de tamanho médio no leito vascular. Tais complexos imunes são 
formados principalmente por IgM e IgG e por isso possuem a 
capacidade de ativarem o sistema complemento pela via clássica. 
Essa ativação gera anafilatoxinas (C3a e C5a) que tanto ativam o 
endotélio vascular quanto atraem leucócitos. Uma vez ativados nos 
locais de deposição dos complexos imunes, os leucócitos liberam 
intermediários reativos do oxigênio e enzimas lisossomais que 
lesionam os tecidos adjacentes e causam uma reação inflamatória. 
A reação de Arthus ocorre de quatro a oito horas depois da injeção 
de antígenos pela via subcutânea em um indivíduo previamente 
Brendha Evellingh – Medicina XXXI Funorte 
imunizado. Ela se caracteriza por vasculite, infiltrado de neutrófilos 
e edema localizado com presença de células vermelhas (eritema). 
RESUMO TIPO III MEDIADA POR IMUNOCOMPLEXOS 
- Antígenos solúveis + IgG e IgM: imunocomplexos na 
corrente sanguínea que se depositam em alguns locais: rins, 
vasos, articulações, pele 
- ocorre 2 a 8h após contato com antígeno 
- tb leva a processos inflamatórios 
- lupus eritematoso sistêmico (doença auto imune por esse 
depósito de imunocomplexos em alguns locais) 
- reação de artur: após uma dose de reforço de uma vacina 
- doença do soro 
********* 
- Ocorre tanto com antígenos estranhos, quanto antígenos 
próprios: formando imunocomplexos (Normalmente, 
formamos imunocomplexos de maneira inofensiva) , porém 
quando são formados de maneira excessiva, nosso corpo 
não consegue removê-los adequadamente, então eles 
começam se depositar em locais não específicos: formam 
reações inflamatórias: recrutamento de neutrófilos, 
macrófagos, monócitos; causam destruição tecidual 
 
DOENÇA DO SORO 
Muito do nosso conhecimento atual sobre doenças causadas por 
imunocomplexo está baseado em análises de modelos 
experimentais da doença do soro. A imunização de um animal 
como um coelho com uma grande dose de um antígeno 
proteico estranho leva à formação de anticorpos contra o antígeno 
(Fig. 19-4). Esses anticorpos ligam-se e formam complexos com o 
antígeno circulante, e os complexos são inicialmente captados por 
macrófagos no fígado e no baço. À medida que mais 
complexos antígeno-anticorpo são formados, alguns deles são 
depositados em leitos vasculares. Nesses tecidos, os complexos 
induzem inflamação rica em neutrófilos pela ativação da via 
clássica do complemento e pelo acoplamento a receptores de Fc 
em leucócitos. Como os complexos são frequentemente 
depositados em pequenas artérias, glomérulos renais e sinóvia das 
articulações, as manifestações clínicas e patológicas mais comuns 
são vasculite, nefrite e artrite. Os sintomas clínicos 
geralmente são de curta duração, e as lesões se curam a menos 
que o antígeno seja novamente injetado. Esse tipo de doença é um 
exemplo de doença do soro aguda. Uma doença mais indolente e 
mais prolongada, denominada doença do soro crônica, é produzida 
por meio de múltiplas injeções de antígeno, o que leva à 
formação de complexos menores que são depositados, na maioria 
das vezes, nos rins, nas artérias e nos pulmões. 
 
REAÇÃO DE ARTHUS 
A forma localizada de uma vasculite experimental mediada por 
imunocomplexo é chamada de reação de Arthus. Ela é induzida 
pela injeção subcutânea de um antígeno em um animal 
previamente imunizado ou em um animal no qual tenha sido 
administrada uma injeção intravenosa de anticorpo específico para 
o antígeno. Os anticorpos circulantes ligam-se rapidamente ao 
antígeno injetado e formam imunocomplexos que são depositados 
nas paredes de pequenas artérias no local da injeção. Esta 
deposição dá origem a uma vasculite cutânea local, com trombose 
dos vasos afetados, levando à necrose tecidual. A relevância clínica 
da reação de Arthus é limitada; ocasionalmente, um indivíduo que 
recebeu uma dose de reforço de uma vacina pode desenvolver 
inflamação no local da injeção, em decorrência do acúmulo 
local de imunocomplexos, como em uma reação de Arthus. 
 
 
TIPO IV 
A hipersensibilidade tipo IV ou tardia, DTH, é uma reação 
exclusivamente celular, não há presença de imunoglobulinas. Ela é, 
normalmente, mediada por linfócitos T CD4+ e por macrófagos 
podendo gerar grandes danos teciduais. Outras células como os 
linfócitos T CD8+, monócitos e eosinófilos também podem ser 
ativados. Normalmente as reações de DTH podem ser observadas 
de 24 a 48 horas depois da exposição a um antígeno para o qual o 
indivíduo foi previamente sensibilizado. Esse tipo de resposta 
imune pertence, normalmente, ao perfil Th1 e sua fase aguda inicia 
4 quatro horas após o contato com o antígeno, quando neutrófilos 
acumulam se ao redor das vênulas subjacentes ao local do contato. 
Por volta de 12 horas, células T e monócitos também envolvem 
essas vênulas provocando vasodilatação e extravazamento de 
fibrinogênio que é posteriormente convertido em fibrina. A fibrina 
juntamente com as células T e com os monócitos provoca a 
tumefação, endurecimento do tecido. Essa característica é 
detectável cerca de 18 horas após o inicio da reação e é máxima 
entre 24 e 48 horas. Já nas reações crônicas de DTH, os macrófagos 
são ativados pela citocina IFN-γ liberada pelas células Th1. Porém, 
o TNF-α e a IL1 também participam da reação. Esse tipo de 
Brendha Evellingh – Medicina XXXI Funorte 
hipersensibilidade pode se desenvolver quando a ativação dos 
macrófagos não foi suficiente para conter parasitas intracelulares 
como a Leishmania ou o bacilo da tuberculose. . No caso da 
leishmaniose, a reação de granuloma deixa sinais de lesão na pele 
e no músculo, mas pode impedir a forma mais grave da doença 
conhecida como leishmaniose visceral. Como consequência, os 
macrófagos ativados aumentam suas organelas citoplasmáticas e 
seu citoplasma, podendo se fusionar e formar células gigantes 
multinucleadas. Em seguida, eles cercam as células infectadas, e 
liberam seus conteúdos no espaço extracelular. As enzimas 
proteolíticas liberadas, juntamente com os reativos do oxigênio 
destroem os tecidos adjacentes à área cercada, provocando uma 
lesão no local. Posteriormente há substituição do tecido local por 
tecido fibroso. O nome dessa reação é granuloma e ela é uma das 
principais características da tuberculose. Grande parte das 
dificuldades de respirar vivenciadas pelos pacientes com 
tuberculose e com doença pulmonar crônica provocada por fungos 
está associada à fibrose pulmonar causada pela reação crônica de 
DTH 
 
TIPO IV: MEDIDA POR CÉLULAS\ TDH de fase tardia 
- antígenos já estão em sítios inflamatórios 
- subsequente ativação de TCD4 que liberam 
interleucinas e moléculas de adesão que levam a 
quimiotaxia de leucócitos 
- TCD8: destruição direta desse tecido por efeito 
citotóxico 
- demora de 24 a 72 hrs 
- DM I, eslerose múltipla, artrite reumatoide, dermatite 
de contato 
******** 
- Ocorre por meio de TCD4 ou TCD8 reconhecendo 
antígenos, seja apor apresentação de DC ou 
reconhecimento direto, que levará a uma reação 
inflamatória, devido a liberação de citocinas pró-
inflamatórias(lesão tecidual); Tecidos que tb 
apresentam esses antígenos podem ser lesados 
diretamente por TCD8. 
EXEMPLO: Esclerose múltipla: Linfócitos TCD4 que 
reconhecem antígenos presentes na bainha de mielina 
- recrutam macrófagos que destroem a mesma. 
 
 
 
 
DOENÇAS CAUSADAS POR INFLAMAÇÃO MEDIADA POR 
CITOCINAS 
Na inflamação imunomediada, as células TH1 e TH17 secretam 
citocinas que recrutam e ativam leucócitos. IL-17, produzida por 
células TH17, promove o recrutamento de neutrófilos; interferon-γ 
(IFN-γ), produzido por células TH1, ativa macrófagos; e o fator de 
necrose tumoral (TNF) e as quimiocinas, produzidos pelos 
linfócitos T e outras células, estão envolvidos no recrutamento e 
ativação de muitos tipos de leucócitos. Apesar de enfatizar as 
células TH1 e TH17 como as fontes dessas citocinas, muitas outras 
células podem produzir as mesmas itocinas nas lesões. Por 
exemplo, em alguns modelos animais de inflamação cutânea 
crônica, a fonte de IL-17 no início do curso da doença parece ser as 
células T γδ. A lesão tecidual resulta de produtos dos neutrófilos e 
macrófagos recrutados e ativados, tais como enzimas lisossomais, 
espécies reativas de oxigênio, óxido nítrico e citocinas pró-
inflamatórias (Cap. 10). As células endoteliais vasculares nas lesões 
podem expressar níveis aumentados de proteínas de superfície, 
tais como moléculas de adesão e moléculas MHC classe II, 
regulados por citocinas. A inflamação associada a doenças 
mediadas por células T normalmente é crônica, mas crises de 
inflamação aguda podem se sobrepor em uma condição de 
inflamação crônica. A hipersensibilidade do tipo tardio (DTH, do 
inglês delayed-type hypersensitivity) é um exemplo dessas reações 
inflamatórias e será descrita mais adiante. As reações 
inflamatórias crônicas frequentemente produzem fibrose, como 
resultado da secreção de citocinas e de fatores de crescimento por 
macrófagos e células T. Muitas doenças autoimunes específicas de 
órgãos são causadas pela interação de células T autorreativas com 
autoantígenos, o que leva à liberação de citocinas e inflamação. 
Acredita-se que esse seja o principal mecanismo de base da artrite 
reumatoide (AR), da esclerose múltipla, do diabetes 
melito do tipo 1, da psoríase e de outras doenças autoimunes 
 
 
 
REAÇÕES DE CÉLULAS T ESPECÍFICAS PARA 
MICRORGANISMOS E OUTROS ANTÍGENOS 
 
Antígenos estranhos também podem levar a inflamação e lesão 
dos tecidos. Bactérias intracelulares, tais como Mycobacterium 
tuberculosis, induzem fortes respostas de células T e de 
macrófagos que resultam em inflamação granulomatosa e fibrose 
(descritas mais adiante); a inflamação e a fibrose podem causar 
destruição extensa do tecido e incapacidade funcional, 
característicamente nos pulmões. A tuberculose é 
um bom exemplo de uma doença infecciosa, na qual a lesão 
tecidual se deve, principalmente, à resposta imune do hospedeiro 
(Cap. 16). Uma variedade de doenças cutâneas que resultam da 
exposição tópica a produtos químicos e antígenos ambientais, 
chamada sensibilidade de contato, ocorre em decorrência 
de reações inflamatórias, provavelmente desencadeadas por 
neoantígenos formados pela ligação dos produtos químicos a 
Brendha Evellingh – Medicina XXXI Funorte 
proteínas próprias. As células T CD4+ e CD8+ podem ser a fonte de 
citocinas nas reações de sensibilidade de contato. Exemplos de 
sensibilidade de contato incluem erupções cutâneas induzidas por 
hera venenosa e veneno de carvalho (nas quais as células T reagem 
contra proteínas próprias que foram modificadas por substâncias 
químicas produzidas pelas plantas, denominadas uruxióis) e 
erupções cutâneas induzidas pelo contato com metais (níquel e 
berílio), além de uma variedade de produtos químicos, tais como 
tiourama, que é utilizado na fabricação de luvas de látex. Algumas 
dessas reações tornam-se crônicas e são chamadas clinicamente 
de eczema. Acredita-se que as respostas das células T contra as 
bactérias intestinais são a base de algumas formas de doença 
intestinal inflamatória. A reação inflamatória clássica mediada por 
células T é chamada de hipersensibilidade de tipo tardio 
 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO TARDIO 
A hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) é uma reação 
inflamatória prejudicial mediada por citocinas resultantes da 
ativação de células T, particularmente das células T CD4+. A reação 
é chamada tardia porque se desenvolve tipicamente 24 a 48 horas 
após o desafio com o antígeno, em contraste com as reações de 
hipersensibilidade imediata (alérgicas), que se desenvolvem em 
minutos. No modelo animal clássico de DTH, um porquinho-da-
índia é imunizado pela primeira vez pela administração de um 
antígeno de uma proteína em adjuvante; este passo é chamado de 
sensibilização. Cerca de 2 semanas depois, o animal é 
desafiado por via subcutânea com o mesmo antígeno e a 
subsequente reação é analisada; este passo é chamado de fase de 
elicitação. Humanos podem ser sensibilizados para as reações DTH 
por infeção microbiana, por sensibilização de contato com 
produtos químicos e antígenos ambientais ou por injeção 
intradérmica ou subcutânea de antígenos proteicos (Fig. 19-6). A 
exposição subsequente ao mesmo antígeno (chamada de desafio) 
provoca a reação. Por exemplo, o derivado proteico 
purificado (PPD), um antígeno proteico do Mycobacterium 
tuberculosis, induz uma reação de DTH, a chamada reação de 
tuberculina, quando é injetado em indivíduos que tenham sido 
expostos ao M. tuberculosis. Uma resposta positiva do teste 
cutâneo de tuberculina é um indicador clínico amplamente 
utilizado para se evidenciar uma infeção prévia ou ativa de 
tuberculose. 
 
Granulomas 
As reações crônicas de DTH podem se desenvolver se uma resposta 
TH1 a uma infecção ativar os macrófagos, mas não conseguir 
eliminar os microrganismos fagocitados. Se os microrganismos 
estiverem localizados em uma área pequena, a reação produzirá 
nódulos de tecido inflamatório chamados de granulomas (Fig. 19-8, 
A). A DTH crônica, tal como exemplificado por uma inflamação 
granulomatosa, é causada por sinais prolongados de citocinas 
(Fig. 19-8, B). Nessas reações, as células T e os macrófagos ativados 
continuam a produzir citocinas e fatores de crescimento que 
amplificam as reações dos dois tipos celulares e modificam 
progressivamente o ambiente do tecido local. O resultado é um 
ciclo de lesão tecidual e inflamação crônica, seguido por 
substituição com tecido conjuntivo (fibrose). Em reações crônicas 
de DTH, os macrófagos ativados também sofrem alterações em 
resposta a sinais persistentes de citocinas. Esses macrófagos 
desenvolvem citoplasma e organelas citoplasmáticas aumentados 
e podem se assemelhar, histologicamente, às células epiteliais 
cutâneas, motivo pelo qual eles, às vezes, são chamados de células 
epitelioides. Os macrófagos ativados podem se fundir para formar 
células gigantes multinucleadas. A inflamação granulomatosa é 
uma tentativa de conter a infecção, mas também é a causa de 
lesão tecidual significativa e prejuízo funcional. Esse tipo de 
inflamação é uma resposta característica de alguns microrganismos 
persistentes, como M. tuberculosis e alguns fungos. Grande parte 
da dificuldade respiratória associada à tuberculose ou infecção 
fúngica crônica do pulmão é causada pela substituição do tecido 
pulmonar normal por tecido fibroso e não é diretamente atribuível 
aos microrganismos. 
 
Referências: Imunologia celular e molecular, 8ºedição, Abbas. 
Referências: Imunologia celular e molecular, 9º edição, Abbas.

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