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Prát Sim V_Peça 6_Apelação_Mercado Livre

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL
Processo nº ....	
Daniel Gonçalves, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Carteira de Identidade nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., residente e domiciliado no endereço ...... , por seu advogado, com endereço profissional na ......, nos autos da AÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR que tramita pelo rito sumário e que move em face de MERCADO X, inscrita no CNPJ sob o nº ....., estabelecida no endereço ...., inconformado com a respeitável sentença de folhas ....., vem a este juízo, tempestivamente, interpor recurso de
 
APELAÇÃO
ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado ..., apresentando as razões em anexo, assim como o comprovante de recolhimento das custas relativas ao preparo do recurso. 
 Diante do exposto, requer a este juízo, se digne em receber o presente recurso nos efeitos suspensivo e devolutivo, nos termos do art. 520, 1ª parte do Código de Processo Civil, remetendo os autos à Superior Instância.
Pede deferimento.
Local  e data.
ADVOGADO
OAB
DAS RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: DANIEL GONÇALVES 
APELADO: MERCADO X
AÇÃO: DE DEFESA DO CONSUMIDOR
PROCESSO Nº:...
 
EGRÉGIA CÂMARA,
 
 
A r. sentença de fls. ... que concluiu pela improcedência da pretensão autoral, embora proferida por ilustre magistrado, foi equivocada, merecendo, data maxima venia, de reforma, em razão da má apreciação das questões de fato e de direito, como irá demonstrar o apelante.
DA TEMPESTIVIDADE
A sentença foi publicada no D.O. em .....
Tendo em vista que o termo inicial da contagem do prazo recursal de 15 (quinze) dias foi o dia ....., verifica-se que a apelação ora intentada é tempestiva, em conformidade com o que preceituam os artigos 184, 242 e 508, todos do CPC, quanto à contagem e prazo.
DOS FATOS
Trata-se de Ação de Defesa do Consumidor na qual se requer a repetição de indébito referente ao valor pago indevidamente e a reparação pelos danos morais em razão dos danos impingidos ao Autor-Apelante.
A parte ré apresentou contestação às fls ... e a parte autora, réplica às fls ....
Designada audiência preliminar, a tentativa de conciliação não restou exitosa (fls....).
Encerrada a instrução, os autos foram conclusos ao nobre magistrado a quo, sobrevindo decisão de improcedência dos pedidos deduzidos na inicial. 
Em sua r. Sentença, houve por bem o i.julgador julgar improcedentes os pedidos autorais ao fundamento de a empresa Ré apenas atua como intermediadora nas compras e vendas dos produtos anunciados e, ainda, em razão de entender que quem deu causa a cobrança indevida foi o próprio consumidor Apelante. 
Data maxima venia, merece reforma a r. decisão, eis que a mesma não logrou verter justiça no caso concreto, em que pesem o brilho e o reconhecido saber jurídico do i. Magistrado que a prolatou.
DOS FUNDAMENTOS
DA INEGÁVEL APLICAÇÃO DO CDC AO CASO EM VOGA
A narrativa fática não deixa dúvidas quanto à configuração da relação de consumo e a conseqüente aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, senão vejamos: o consumidor Apelante, enquanto destinatário final (art. 2º, Lei 8078/90), deu início a uma compra cuja transação não foi finalizada em virtude do arrependimento daquele. 
Referida compra, sublinhe-se, efetivou-se em ambiente cibernético coordenado e mantido pela empresa Apelada que, na medida em que apresenta o produto ao consumidor, intermediando a realização de negócio jurídico por meio de seu site, indubitavelmente enquadra-se no conceito de fornecedor de serviços delineado no art. 3º caput e §3º do Código de Defesa do Consumidor. 
Nesse passo, não se pode conceber qualquer alegação no sentido de que a Apelada é totalmente alheia aos negócios promovidos dentro do sistema por ela mantido e que age tão-somente como anunciante do produto ofertado, sem auferir qualquer tipo de comissão decorrente dos negócios jurídicos entabulados em seu ambiente.
Na espécie, é evidente que, em que pese a Apelada não perceber valores diretamente dos consumidores compradores, recebe diretamente dos vendedores que celebram negócio de compra e venda por intermédio de anúncio de produto à venda em seu sítio eletrônico, o que ratifica sua condição de fornecedora de serviços, porquanto o conceito de remuneração para fins de aplicação do art. 3º, § 2º, do CDC permite interpretação mais ampla, em favor do consumidor, para abranger a remuneração indireta, como acontece na hipótese dos autos.
Inclusive, o STJ já se manifestou sobre o tema:
“DIREITO DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL - RECURSO ESPECIAL - INDENIZAÇÃO - ART. 159 DO CC/16 E ARTS. 6º, VI, E 14, DA LEI Nº 8.078/90 - DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO - SÚMULA 284/STF - PROVEDOR DA INTERNET - DIVULGAÇÃO DE MATÉRIA NÃO AUTORIZADA - RESPONSABILIDADE DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO - RELAÇÃO DE CONSUMO - REMUNERAÇÃO INDIRETA - DANOS MORAIS - QUANTUM RAZOÁVEL - VALOR MANTIDO.
1 - Não tendo a recorrente explicitado de que forma o v. acórdão recorrido teria violado determinados dispositivos legais (art. 159 do Código Civil de 1916 e arts. 6º, VI, e 14, ambos da Lei nº 8.078/90), não se conhece do Recurso Especial, neste aspecto, porquanto deficiente a sua fundamentação. Incidência da Súmula 284/STF.
2 - Inexiste violação ao art. 3º, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor, porquanto, para a caracterização da relação de consumo, o serviço pode ser prestado pelo fornecedor mediante remuneração obtida de forma indireta.
3 - Quanto ao dissídio jurisprudencial, consideradas as peculiaridades do caso em questão, quais sejam, psicóloga, funcionária de empresa comercial de porte, inserida, equivocadamente e sem sua autorização, em site de encontros na internet, pertencente à empresa-recorrente, como ‘pessoa que se propõe a participar de programas de caráter afetivo e sexual’, inclusive com indicação de seu nome completo e número de telefone do trabalho, o valor fixado pelo Tribunal a quo a título de danos morais mostra-se razoável, limitando-se à compensação do sofrimento advindo do evento danoso.
Valor indenizatório mantido em 200 (duzentos) salários mínimos, passível de correção monetária a contar desta data.
4 - Recurso não conhecido.”
(REsp 566468/RJ, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 23/11/2004, DJ 17/12/2004, p. 561) 			 (Destacamos)
Desta feita, uma vez evidenciado que a Apelada encontra-se perfeitamente amoldada no conceito de fornecedora de serviços e, não tendo ela se desincumbido do ônus de demonstrar que o vício no serviço inexistiu ou que foi fruto de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro nos termos do que preceitua o art. 14 §3º do diploma consumerista, deve ela responder objetivamente pela reparação dos danos causados por vício dos serviços por ela prestados (art. 20, caput, CDC).
Outrossim, por se tratar de relação de consumo, há de ser aplicado, no presente caso, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, cujas normas têm caráter de ordem pública e interesse social (art. 1º), inderrogáveis pela vontade das partes. 
DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 
Consoante se verifica no substrato fático, embora a transação de compra e venda não tenha se concretizado, a Apelada comunicou à administradora do cartão de crédito a informação de débito, motivo pelo qual esta cadastrou a suposta compra e, ato contínuo, emitiu as respectivas faturas de cobrança. 
Impende ressaltar que, posteriormente, a administradora do cartão de crédito reconheceu a insubsistência do débito. Contudo, condicionou o estorno do valor pago pelo Apelante à apresentação de uma documentação que a Apelada negou-se a liberar. 
A Lei nº 8.078/90, no parágrafo único do artigo 7º estabelece a responsabilidade solidária sempre que vários agentes concorrerem para um mesmo resultado lesivo em face do consumidor. Referido norteamento repete-se no artigo 186 e 942, segunda parte, do Código Civil.
Na hipótese sub examine, inobstante a Apelada alegue a isenção de sua responsabilidade, transferindo-a à Administradora de cartão de crédito, resta indene que ambas sãoresponsáveis solidárias, eis que a primeira recebe comissão sobre as transações entabuladas no ambiente virtual que mantém e a segunda, igualmente, aufere seus lucros advindos das taxas e encargos decorrentes dos mesmos negócios jurídicos celebrados. 
Assim, na medida em que ambas computam em seus respectivos sistemas a existência de compra que, efetivamente, não existiu, atuam com desvelo e incorrem na prestação defeituosa do serviço, devendo, enquanto causadoras de dano ao consumidor, responder solidária e objetivamente por ele. 
Corolário, ad argumentandum tantum, ainda que se adote o entendimento de que o vício ocorreu no serviço prestado pela Administradora de cartão de crédito, tal fato não exime a Apelada de suportar os danos decorrentes de falha dos seus serviços, consubstanciada no cômputo de compra não efetivada, seguida da comunicação equivocada da mesma para àquela. Isso porque, segundo a inteligência contida na lei consumerista, não constitui requisito que o responsável solidário também tenha atuado materialmente na consecução do evento da vida que ocasionou o dano, mas sim, que o outro agente integrante da cadeia de responsabilidade tenha cometido o fato noticiado como ilícito.
De se ressaltar, todavia, que nada obsta que a Apelada intente oportunamente a competente ação de regresso em face da Administradora de cartão de crédito, pleiteando em juízo o que entender cabível. 
DO DIREITO DE ARREPENDIMENTO
O i. Magistrado a quo, ao proferir a r. sentença de improcedência às fls ..., entendeu que foi o próprio consumidor quem dera causa ao evento danoso.
Data venia, o Apelante não pode se conformar com dita decisão.
O artigo 49 da legislação consumerista assegura o direito de arrependimento, consistente na possibilidade de desistência do contrato de compra e venda celebrado no prazo de 7 (sete) dias, “sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio”.
Destarte, forçoso reconhecer que, se o diploma consumerista assegura que o direito de arrependimento pode ser exercido dentro do prazo de 7 (sete) dias, com mais razão se justifica sua aplicabilidade nas hipóteses em que o negócio jurídico não é finalizado, como ocorre no caso em apreço, no qual o Apelante sequer finalizou a compra a que dera início.
Desta feita, não há como prevalecer o entendimento de que o arrependimento do Apelante em dar prosseguimento à compra foi o fato gerador para a ocorrência do evento danoso, porquanto apenas exercia ele um direito legalmente tutelado.
DOS DANOS MORAIS
A Constituição da República, no seu artigo 5º, inciso X, prevê que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente da sua violação”.
Inquestionavelmente, a experiência por que passou o Apelante não pode ser caracterizada como aborrecimento trivial ou constrangimento normal, uma vez que o consumidor recebeu em sua residência cobranças indevidas constantes nas faturas do cartão concernentes a compra não realizada.
A fim de evitar a indevida inscrição de seu nome no cadastro de inadimplentes é que o Apelante desembolsou o valor necessário para quitar dívidas às quais, sublinhe-se, não deu causa.
Outrossim, o Apelante envidou todos os esforços possíveis para o deslinde da questão, qual seja, o cancelamento dos débitos em seu nome e a restituição dos valores pagos. Contudo, não logrou êxito, deparando-se com o descaso das prestadoras de serviço, em gritante afronta ao princípio da boa-fé que deveria reger as relações consumeristas.
Em tais casos, a intensidade do dano moral é presumível, pois o fato de ter sido interpelado ao pagamento referente à dívida que não contraiu é suficiente para causar abalo à honra do consumidor.
Dessarte, não apenas com supedâneo constitucional mas, também, com fulcro no art. 6º, inciso VI da Lei 8.078/90, impõe-se a indenização por dano moral, independentemente da prova objetiva do abalo à honra e à reputação sofrida pelo autor, que se permite, na hipótese, presumir.
DO PEDIDO 
 	Em razão de todo o exposto, requer a este Egrégio Tribunal:
1) Seja conhecido e provido o presente recurso para reformar integralmente a sentença, condenando o apelado a restituir o valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), relativos aos danos materiais sofridos e a pagar a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), a título de danos morais;
2) A intimação do apelado para, querendo, oferecer suas contrarrazões;
3) A condenação do apelado ao ônus da sucumbência.
Nestes termos,
Pede deferimento,
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....
RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO
Ademais, se a administradora de cartões de crédito oferece serviço com sofisticado aparato, em razão do que aufere elevados lucros, deve responder pelos riscos da insegurança ou do mau funcionamento do sistema.
deve responder solidariamente com estes, porquanto é tarefa inerente a sua atividade comercial fixar normas e orientar seus filiados a adotar procedimentos para eliminar ao máximo a ocorrência de fraudes, as quais, embora cada vez mais comuns atualmente, poderiam ser minimizadas caso os cuidados mínimos fosse adotados.

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