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THE BRITISH SCHOOL, RIO DE JANEIRO - BARRA SITE 
 
BSS DEPARTMENT 
➔ TIPO DE FICHAMENTO: ​ CONTEÚDO ​ CITAÇÃO CRÍTICO 
➔ TIPO: ​ LIVRO ​ SITE VÍDEO 
➔ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SCHWARCZ, Lilia. Brasil: uma biografia. 1a edição: São 
Paulo, 2015. 
➔ RESUMO/ ASSUNTO: A Guerra do Paraguai: ​Em 1865 se iniciou a guerra internacional mais 
famosa do Brasil, a guerra do Paraguai. A guerra surpreendeu todos: o monarca, ministros generais e até 
os aliados pois ao contrário do que acreditavam, ela não foi breve e a perda de capital e de vidas foram 
enormes. 
PONTOS: PAGINA 
➔ Tempestade nas Relações Internacionais​: Antes da guerra do Paraguai, o Brasil já se 
encontrava com conflitos internacionais. Em 1862, estourou a Questão Christie. William 
Dougal Christie era o representante da Inglaterra na corte brasileira já possuía uma fama 
de criar impasses diplomáticos. Um exemplo foi quando três oficiais ingleses, que 
andavam bêbados pelas ruas do Rio, foram presos por desacato à polícia da corte. Christie 
achou um absurdo o feito dos policiais e então ordenou que cinco navios mercantes 
brasileiros fossem apreendidos pela marinha britânica, no que quase causou um grave 
problema internacional e por pouco não levou a uma guerra. Em 1862, Christie deixou de 
comparecer ao aniversário de Pedro II no que resultou ao Imperador romper relações com 
o governo britânico, obrigando Christie a ceder e a Inglaterra a apresentar desculpas 
formais. 
1 
➔ Intensificação da Campanha Abolicionista: ​Os anos de 1860 foram marcados pelo 
recrudescimento da campanha pela abolição da escravidão, com o fim do tráfico em 1850. 
Após o término da Guerra de Secessão nos EUA, em 1865, o fantasma do fim do sistema 
passou a assombrar, ainda mais, o imaginário das elites locais e governamentais. Todavia, 
a crise na região Prata roubaria as atenções, e adiaria a questão da supressão do trabalho 
escravo em território nacional. 
1, 2 
➔ Situação da Região do Prata Antes da Guerra​: A região se encontra em torno de dois 
grandes rios e com quatro nações dividindo fronteiras e intenções distintas: Brasil, 
Uruguai, Argentina e Paraguai. As discussões se davam por, além do acesso à navegação 
na bacia platina, a hegemonia sobre o lugar e a conformação de diferentes processos 
nacionais. 
➔ Uma crise ministerial estourou no ano de 1849 com o ditador da Argentina tentando 
concretizar o velho sonho de reconstruir o antigo Vice-Reinado do Prata. Para alcançar 
este objetivo, já havia assegurado o domínio do Uruguai, e ameaçava pressionar a 
fronteira brasileira na província do Rio Grande do Sul. O primeiro conflito terminou 
rapidamente - com o Brasil entrando oficialmente na guerra em 1851 e a capitulação de 
2, 3 
um acordo com Rosas acontecendo em 1852. 
➔ Logo em 1864, estourou a questão do Uruguai: desde o ano anterior uma guerra civil 
separava o país entre os adeptos do Partido Colorado (chefiado por Venancio Flores) e o 
partido Blanco (liderado por Antanasio Aguirre), que assumiu a presidência de uma nação 
dividida. O Brasil e a Argentina apoiava Flores pois temiam a política expansionista 
proposta pelos blancos. Então, em 1865, Aguirre capitulou, e assinou-se novo acordo de 
paz com o Brasil. 
➔ Na Argentina os federalistas eram batidos pela candidatura de Bartolomé Mitre, que 
passava a liderar um processo de centralização do Estado. No Brasil, o partido Liberal 
chegava no poder e no Paraguai, morria em 1862 o presidente e assumia seu filho, 
Francisco Solano López, que entraria rapidamente em choque com o Império brasileiro. 
➔ Desentendimentos entre Brasil e Paraguai: ​Primeiramente​, ​a monarquia brasileira não 
apreciou a tentativa de López para mediar o conflito entre Brasil e Uruguai. Além do mais, 
o Paraguai disputava com o Brasil o papel de fornecedor de erva-mate no mercado 
latino-americano, e via em Montevidéu uma alternativa para o comércio exterior, exigindo 
redefinição nas fronteiras. Por último, os federalista argentinos pretendiam o controle de 
Montevidéu, devido aos seus interesses parecidos, formando então dois blocos: De um 
lado os federalistas argentinos, blancos uruguaios e o Paraguai; de outro, o Império 
brasileiro, o Partido Colorado e o governo argentino. 
➔ É importante notar que o Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai se separavam pela cultura, 
pelos governos e pela imagem que um tinha do outro: "império estável versus repúblicas 
instáveis; exemplo de civilização versus expansionismo e barbárie; imperador versus 
caudilhos" 
3 
➔ O Estopim para a Guerra​: O estouro para começar a guerra ocorreu em território 
uruguaio, em 1864, quando o Imperador lançou um ultimato exigindo providências 
rápidas contra supostos abusos sofrido por brasileiros lá residentes e pressões sobre 
criadores de gado rio-grandenses instalados do outro lado da fronteira. Como o Uruguai 
não atendeu aos pedidos do Imperador, ele decidiu responder com uma breve e temporária 
invasão do país vizinho. Outros incidentes aconteceram envolvendo os demais países do 
Prata; sem contar as pretensões paraguaias que almejavam conquistar uma saída terrestre 
para o mar. Assim, a guerra teve início e se dividiu os aliados em dois blocos. 
3 
➔ Início da Guerra​: Em 12 de novembro de 1864, as autoridades paraguaias aprisionaram o 
vapor brasileiro e em dezembro as tropas de López invadiram Mato Grosso. Quatro meses 
depois, o Paraguai decidiu invadir a Argentina que até então era aliada do Paraguai. A 
partir deste momento, o Paraguai se encontrou sozinho lutando essa guerra contra Brasil, 
Uruguai e Argentina, pois Aguirre foi derrotado e Flores foi eleito no Uruguai 
3, 4 
➔ O Motivo da Guerra​: Se varia muito as razões pela qual a guerra se iniciou. Pode se 
concluir que a origem da guerra se deu pela ambição desmedida de López e a seu caráter 
autoritário, além disso pode se culpar na política fraudulenta e a aversão que d.Pedro II 
teria ao seu perfil de caudilho. 
➔ Do ponto de vista de Lopez, reconhecida a autonomia do país e contidos os ímpetos 
argentinos, afloraram divergências em torno da navegação dos rios e das fronteiras. Isso 
sem mencionar das velhas desconfianças que existiam sobre o Brasil 
4 
➔ Pode também culpar a política imperialista inglesa. Que possuía interesse em manter sua 
influência financeira no local, a Inglaterra teria se imiscuído na guerra, forjando oposições 
e selando amizades. 
➔ Para o Brasil era importante garantir a navegação dos rios Paraná e Paraguai, pois através 
deles a província de Mato Grosso mantinha contatos com o resto do país e assegurava o 
controle do comércio na região do Prata. 
➔ A Argentina, apesar de sufocadas as intenções expansionistas, ainda era patente sua 
disposição em anexar territórios vizinhos e ampliar sua esfera de interesses. 
➔ Alianças e Expectativas​: Em 1​o de maio de 1865 foi assinado o Tratado Secreto da 
Tríplice Aliança (entre Brasil, Argentina e Uruguai) no qual determinava que apenas se 
negociaria a paz mediante a deposição de Solano López. Além disso, estabeleceram que o 
Paraguai pagaria os gastos e prejuízos decorrentesda guerra. Os aliados se encontravam 
animados já que acreditavam que seria uma guerra rápida devida a clara vantagem militar 
que possuíam. A aliança tinha 11 milhões de habitantes e obtinham com o comércio 
exterior em torno de 36 milhões de libras. Enquanto o Paraguai tinha 318 144 soldados e 
seu comércio não passava de meio milhão de libras. Por cima de isso o Paraguai tinha 
perdido seus aliados no começo. 
4, 5 
➔ Exército Brasileiro​: Deu-se início as discórdias internas nas Forças Armadas brasileiras. 
Começou com o general Caxias uma nova fase de combate e uma grande reorganização do 
Exército. O general chegou ao Paraguai em novembro de 1866 e encontrou um exército 
desfalcado e desanimado. De mais a mais, diminuía a apresentação de voluntários 
brasileiros no que resultou ao governo estabelecer o recrutamento obrigatório. 
5, 6 
➔ Escravos no Exército​: Para evitar o alistamento forçado, muitos senhores passavam a 
enviar seus escravos. Nas reuniões do Conselho de Estados, em 1866, alguns se 
posicionavam a favor da presença dos negros libertos nas fileiras do Exército com a 
libertação de escravos para o recrutamento (e inclusive a não indenização de seus 
proprietários) seria justa pois era "preferível poupar a classe mais civilizada e mais 
moralizada, e não a outra que é menos, e que pode ser perigosa. Entre males cumpre 
escolher os menores". Outros se colocavam contra a presença de negros no exército já que 
se acreditava que "seria um elemento perigoso no teatro das operações, e o seu alistamento 
poderia, dentro do Império, comover a população escrava, agitada não só pelos seus 
próprios instintos, mas ainda por instigação de agentes ocultos." 
6 
➔ A Guerra que não acaba​: No ano de 1867, o Brasil enfrentou um surto de cólera que 
consumia a população, enquanto o combate nas fronteiras começava a mostrar sua fase 
mais sangrenta. O Estado Imperial passou então a ser culpado pela continuidade da guerra 
já que ela só se daria encerrada com a deposição de López. Até Caxias defendeu o fim do 
conflito, em 1868, quando o Império empreendeu suas maiores manobras. Todavia, foi 
apenas em 1869 que as tropas brasileiras tomaram Assunção (a capital), sem encontrar 
mais resistência alguma. Caxias então se deu a guerra por terminada, mesmo sem a 
captura de López, e alegando doença, abandonou seu cargo e quando chegou de volta da 
batalha, não foi acolhido com as festas que imaginava que iria receber. O general Osório 
por outro lado foi reconhecido como um ícone nacional de bravura. 
7 
➔ O final da Guerra e do Paraguai: ​A perseguição a López, e então final da guerra, só se 
deu em 1​o de março de 1870. Ele foi morto e o Paraguai não perdeu apenas seu líder, mas 
também o próprio Estado nacional. O número de baixas sofridas pelo país é até hoje objeto 
de discórdia, e oscila entre 800 mil e 1,3 milhão. 
7 
➔ Resultados da Guerra para o Brasil​: O confronto que se pretendia ser breve durou cinco 
anos e fez com que no final da guerra, o império fosse atingido de dentro e de fora. Em 
relação aos homens enviados para guerra, se varia de 100 mil a 140 mil. Em 1870, o 
número de perdas divulgado pelo governo imperial foi de 23 917. 
➔ A imagem do imperador também saiu muito arranhada. Dom Pedro II, que era 
considerado o mecenas das artes avesso à política, se transformou no senhor da guerra. 
➔ O Exército que no começo era apenas a "força da elite" composta pela Guarda Nacional, 
se expandiu drasticamente. No final da guerra, criou-se uma elite dentro do Exército, 
social e intelectual que ia contra a elite civil, insatisfeita com a situação do país e com sua 
própria posição na hierarquia de poder. Em paralelo, devido ao costume de andar e lutar 
ao lado de negros, o exército se recusou a exercer a antiga função de perseguir escravos 
fugidos e então logo saíram simpatizantes da causa da República e da Abolição. 
➔ A guerra fez com que muitos escravos conseguissem negociar sua manumissão e serviram 
no Exército brasileiro 7979 escravos libertos. Todavia, os negros combatentes, ao 
retornarem ao Brasil, mesmo alforriados, encontraram-se diante de uma dura realidade do 
regime escravista ainda vigente. 
➔ O Brasil gastou mais de 600 mil contos de réis, agravando uma situação de dependência 
financeira em relação à Inglaterra, perdido muitos soldados em combate e posto um ponto 
final na representação de um Império pacífico. 
➔ Em pontos positivos, criou-se pela primeira vez um sentido positivo de "pátria", em 
especial no ínicio da guerra, com os batalhões de voluntários e as primeiras vitórias. O 
imperador virou o líder da nação empenhando em conseguir apoio dos dois partidos, e 
surgiram os heróis nacionais. 
7, 8, 9 
➔ Campanha Abolicionista: ​Com o término da Guerra do Paraguai, as campanhas em prol 
da República e da abolição da escravidão voltaram a se agitar. No início da década de 
1870, foram criados o Partido Republicano entre outros que compartilhavam a mesma 
ideia. 
➔ Em 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre, um passo importante na direção da abolição. 
Todavia, essa lei foi entendida apenas como uma manobra política para acalmar a 
oposição, devido ao fato que as mães ainda seriam escravas e elas seriam quem vão cuidar 
dos filhos. Por isso mesmo, estabelecia-se que os menores permaneceram com as mães até 
os oito anos, quando o senhor optava por receber a indenização do Estado ou por utilizar 
os serviços do menor até os 21 anos. Isso criou a prática de alterar a idade na matrícula de 
nascimento dos cativos. O projeto contou com a oposição dos donos de escravos, que 
começavam a desconfiar de seu monarca. 
➔ A reforma de 1871 também agitaria a discussão sobre os direitos políticos dos escravos 
devido ao fato que eram libertos e considerado cidadãos. 
➔ A verdade é que a lei de 187 serviu para esfriar o ambiente. A ideia era antecipar para 
melhor controlar a situação dos escravos e evitar uma guerra civil (que nem os EUA) ou 
uma rebelião generalizada de escravos (que nem as revoltas no Haiti). 
➔ Dom Pedro II quis mais o apoio da população e começou a se mostrar como um "monarca 
9, 10 
moderno". No entanto, apesar da nova imagem, o imperador resistia ao debate político no 
qual mesmo afirmando que era contrário a escravidão, jamais usou de seu poder no 
sentido de apressar a abolição.

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