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RCC Carolina Ferreira RECÉM-NASCIDOS DE MÃES DIABÉTICAS -O controle do DM c/ a insulina melhorou a condição clínica de crianças nascidas de mães c/ a doença. -Os RNs de mães diabéticas costumam apresentar características morfológicas comuns, além de macrossomia, e > risco de morbidade. FISIOPATOLOGIA -A provável sequência patogênica correlaciona- se c/ hiperglicemia materna, levando à hiperglicemia fetal e, assim, resposta pancreática fetal, que provoca hiperinsulinemia fetal. O hiperinsulinismo e a hiperglicemia produzem acidose fetal, que pode resultar em > taxa de natimortos. A separação brusca da placenta ao nascimento interrompe a infusão de glicose p/ o RN, sem redução proporcional do hiperinsulinismo, assim a hipoglicemia desenvolve-se em poucas horas depois do nascimento. Embora o hiperinsulinismo seja a provável causa da hipoglicemia, os níveis de glucagon e epinefrina também podem ser fatores p/ isso. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Complicações + frequentes dos filhos de mães diabéticas são: alteração do crescimento fetal, c/ macrossomia, hipoglicemia, prematuridade, asfixia e síndrome do desconforto respiratório. -As malformações congênitas são + comuns quando o controle da glicemia materna ñ foi adequado durante o 1º trimestre de gravidez. -RNs de mães c/ diabetes ou c/ diabetes gestacional podem se parecer 1 c/ o outro e tendem a ser muito grandes, como resultado do da gordura corpórea e do das vísceras -A nefropatia diabética materna é a causa + comum de RNs PIGs, os quais costumam ter a face pletórica. -A hipóxia fetal crônica pode manifestar-se c/ policitemia, associada ou ñ à hiperbilirrubinemia, e trombocitopenia -A hipoglicemia aparece em cerca de 25 a 50% dos RNs de mães diabéticas e 15 a 25% dos RNs de mães que desenvolveram diabetes apenas durante a gestação. Quando ñ diagnosticada a tempo, pode evoluir c/ convulsões, coma e lesão cerebral permanente. -RNs de mães diabéticas têm > incidência de problemas respiratórios do que os de mães ñ diabéticas, o que pode estar relacionado c/ o efeito antagônico da insulina na estimulação da síntese de surfactante pelo cortisol. Além disso, apresentam risco > p/ síndrome da angústia respiratória e podem evoluir c/ taquipneia, tiragem intercostal e hipóxia nas 1º horas após o nascimento -As malformações + frequentes nos RNs de mães diabéticas são as cardíacas. Cerca de 30% dos bebês de mães diabéticas apresentam cardiomiopatia c/ hipertrofia intraventricular e obstrução da via de saída. Cardiomegalia e falência cardíaca são comuns em muitos deles. A hipertrofia assimétrica do septo é possível e manifesta-se de maneira similar à estenose subaórtica hipertrófica -Malformações cardíacas + comuns: defeito septal ventricular, defeito septal atrial, transposição dos grandes vasos, truncus arteriosus, dupla saída do ventrículo direito, coarctação da aorta – e agenesia lombossacra. Outras anomalias incluem defeitos do tubo neural, hidronefrose, agenesia renal, atresia duodenal ou anorretal, situs inversus, ureter duplo ou holoprosencefalia. RCC Carolina Ferreira -A hipoglicemia é a principal causa de convulsão no período neonatal. Outros sintomas incluem tremores, apatia, episódios de cianose, convulsões mioclônicas ou multifocais, pausas respiratórias ou taquipneia, choro fraco, letargia, recusa alimentar e movimentos anormais dos olhos. Episódios de sudorese profusa, palidez, hipotermia e parada cardíaca também podem ocorrer. -Cerca de 50% dos RNs de mães diabéticas mal controladas desenvolvem hipocalcemia. O nível + baixo do cálcio geralmente ocorre entre 24 e 72 horas de vida. O controle adequado do diabetes materno reduz essa ocorrência. As manifestações clínicas são decorrentes de da irritabilidade neuromuscular. As + comuns são tremores, mas pode haver hiperreflexia, irritabilidade e crises convulsivas. EXAMES LABORATORIAIS -A hiperglicemia materna é um estímulo potente p/ a produção fetal de eritropoetina, c/ subsequente da [ ] de hemoglobina. A hiperviscosidade do sangue fetal pode resultar em tamponamentos, isquemias locorregionais e hipoxemia. -A hipomagnesemia fetal está relacionada a mães muito jovens, severidade do diabetes materno e prematuridade. Contudo, seu significado clínico permanece incerto. -A hiperbilirrubinemia é muito + comum em filhos de mães diabéticas do que na população em geral. Os principais fatores etiológicos envolvidos incluem prematuridade, imaturidade hepática, policitemia com hiperviscosidade e menor tempo de vida útil dos eritrócitos. -Os níveis séricos de glicose depois do nascimento até 1 a 3 horas de vida, quando sobem espontaneamente nas crianças normais. Em RNs a termo, saudáveis, raramente serão < do que 35 mg/dL entre 1 e 3 horas de vida, < do que 40 mg/dL entre 3 e 4 horas de vida e < do que 45 mg/dL depois de 24 horas de vida. Glicemia sintomática abaixo de 40 mg/dL requer intervenção, em qualquer idade de vida. -Os RNs a termo e prematuros correm sérios riscos de déficit do neurodesenvolvimento relacionados a níveis baixos de glicose. -No período neonatal, o limite de 55 mg/dL, é independentemente da IG. Após o período neonatal, define-se hipoglicemia como valores < 60 mg/dL FATORES DE RISCO RELACIONADOS À HIPOGLICEMIA -O risco está relacionado ao grau e à duração da hipoglicemia. Alguns grupos de RNs têm > risco de hipoglicemia. • Maternos: diabetes gestacional ou pré-gestacional; administração de drogas à gestante (terbutalina,Clorpropamida, hipoglicemiantes orais e diuréticos tiazídicos), infusão intraparto d dextrose, hipertensão, pré-eclampsia • Neonatais: prematuridade, restrição de crescimento intrauterino, hipóxia e isquemia, sepse, PIGs e GIGs, hipotermia, Policitemia, características sindrômicas (síndrome de Beckwith- Wiedemann), tumores produtores de insulina (nesidioblastoma, adenoma ou dismaturidade das células da ilhota) e hiperinsulinismo DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -Deve incluir: taquipneia transitória do RN, pneumonia ou hipertensão pulmonar persistente. HIPOGLICEMIA NEONATAL -O desejável é que os níveis glicêmicos do RN sejam mantidos entre 60 e 80 mg/dL. Glicemia abaixo de 40 mg/dL pode estar associada a sequelas neurológicas. Considera-se hipoglicemia quando a glicemia em sangue total é < do que 40 mg/dL. ETIOLOGIA RCC Carolina Ferreira 1. da produção e/ou reserva : a) RNs pré-termo têm > risco de hipoglicemia por terem < estoque de glicogênio hepático e gorduras, além de imaturidade das enzimas gliconeogênicas; b) RNs PIGs apresentam > consumo cerebral de glicose, uma vez que a relação cérebro-corpo é > do que no RN Adequado p/ IG (AIG); apresentam, também, < reserva de gorduras e retardo na maturação das enzimas gliconeogênicas. 2. da produção e/ou do consumo: a) Situações de estresse perinatal – asfixia ou do fluxo sanguíneo fetal – levam à > liberação de catecolaminas, c/ grande mobilização de glicogênio hepático e reduzida mobilização de estoques periféricos. E, ainda, pela glicólise anaeróbica há > consumo de glicose. Na hipotermia, há glicogenólise ; b) Defeito no metabolismo dos carboidratos; c) Policitemia 3. do consumo – hiperinsulinismo: a) Filhos de Mãe Diabética (FMDs) apresentam > risco de hipoglicemia por hiperinsulinismo, uma vez que níveis glicêmicos maternos elevados podem estimular a secreção pancreática de insulina fetal; b) Na eritroblastose fetal, observam-se hiperplasia das células betapancreáticas e hiperinsulinismo; c) O hiperinsulinismo pode ser secundário a drogas betassimpaticomiméticas,utilizadas como inibidores de trabalho de parto; d) Na síndrome de Beckwith-Wiedemann, ocorrem hiperplasia das células betapancreáticas, exoftalmia, macroglossia, feto macrossômico e onfalocele, sendo frequente a ocorrência de hipoglicemia, ocorrendo em 50% dos casos; e) No adenoma de pâncreas, há hiperinsulinismo muito importante e de difícil tratamento. TRIAGEM -Ainda que sejam reconhecidas suas limitações como método de triagem para hipoglicemia neonatal, a fita reagente é aceita por sua praticidade e deve ser iniciada na 2º hora de vida e ter seguimento a cada 6 horas durante 48 horas. -Nos filhos de mãe diabéticas e demais casos em que ocorrem hiperinsulinismo, prematuros e PIGs, a triagem deve ser iniciada na 1º hora e ter seguimento nas 2, 4 e 6 horas e, depois, a cada 6 horas. Valores na fita abaixo de 40 mg/dL devem ser submetidos à confirmação diagnóstica por meio de dosagem laboratorial. TRATAMENTO -O fornecimento inadequado de glicose ao cérebro é fator determinante p/ haver manifestações clínicas na hipoglicemia. Ñ há correlação linear entre os níveis glicêmicos e a intensidade do quadro clínico. -No entanto, a presença de sintomas como apneia, cianose, hiperexcitabilidade, convulsão, coma e/ou nível de glicemia sérica < do que 25 mg/dL requer tratamento imediato por sua elevada associação a sequelas neurológicas. -Nas situações em que o RN está assintomático, e a glicemia abaixo de 45 mg/dL e acima de 25 mg/dL (fita > 20 e < 40), deve-se realizar o tratamento, preferencialmente c/ amamentação ou leite materno ordenhado. Repete-se a fita reagente em 60 minutos e, se a glicemia estiver normalizada, mantêm-se a monitorização e a alimentação por via oral. -O tratamento intravenoso está indicado na falha do tratamento oral e nas hipoglicemias graves (< 25 mg/dL ou fita < 20 mg/dL) ou sintomáticas, em que se pretende uma rápida elevação dos níveis glicêmicos. A infusão rápida de 2 mL/kg de soro glicosado a 10% (SG 10%) permite essa correção e deve ser continuada c/ a infusão contínua de glicose (taxa de infusão de glicose = 6 a 8 mg/kg/min). -Nos RNs em condições de alimentação enteral, esta pode ser mantida ou iniciada o + precocemente possível. O bolus de glicose pode ser repetido até que se obtenha a ascensão desejada ou melhoria dos sintomas, sempre acompanhado de infusão contínua de glicose. RCC Carolina Ferreira -Se necessário, a Taxa de Infusão de Glicose (TIG) pode ser até 12 mg/kg/min p/ obter glicemia acima de 45 mg/dL; se não for suficiente, estará indicado corticosteroide (hidrocortisona 5 mg/kg/d IV a cada 12 horas ou prednisona 2 mg/kg/d VO). O corticosteroide tem efeito hiperglicemiante por reduzir a utilização periférica da glicose, a gliconeogênese e potencializar o efeito do glucagon. -Uma vez estabilizados os níveis glicêmicos acima de 50 mg/dL (ou fita > 60 mg/dL), deve-se proceder à redução gradual da TIG; quando o RN já estiver c/ aporte enteral adequado e TIG baixa, deverá suspender-se o aporte venoso. -Após a estabilização da glicemia, iniciar a alimentação enteral com 25% do aporte e diminuir proporcionalmente o aporte intravenoso. a transição de acordo c/ a aceitação e fita glicêmica > 60 mg/dL. -Filhos de mães diabéticas e suspeita de hiperinsulinismo: realizar a triagem c/ 1, 2, 4 e 6 horas de vida e segui-la a cada 6 horas. Quais são as repercussões do diabetes materno para o neonato? As complicações + frequentes dos filhos de mães diabéticas são alteração do crescimento fetal, c/ macrossomia, hipoglicemia,prematuridade, asfixia e síndrome do desconforto respiratório. As malformações congênitas são + comuns quando o controle da glicemia materna Ñ foi adequado durante o 1º trimestre de gravidez, como as cardiopatias e defeitos do trato urinário
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