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-A sepse neonatal é uma síndrome clínica c/ sinais sistêmicos de infecção acompanhada de bacteriemia detectada por hemocultura positiva, durante o 1º mês de vida -É uma das principais causas de morte no período neonatal, c/ taxa de mortalidade de até 50% nos casos ñ tratados em tempo hábil. -Pode ser dividida em 2 formas: precoce, cerca de 85% dos RN c/ sepse precoce apresentam manifestações nas primeiras 24 horas de vida e o restante até 72 horas de vida, no RN as manifestações clínicas são ainda + precoces; tardia, que ocorre após 72 horas de vida e está + associada a agentes do ambiente pós-natal e c/ mortalidade de 10 a 20%. -A sepse precoce está associada c/ organismos adquiridos da mãe, via placentária, via ascendente do colo uterino, adquirida, de uma infecção urinária materna ou, ainda, durante a passagem no trajeto do canal de parto. Os organismos + associados c/ infecção precoce são o estreptococo do grupo B (EGB, S. agalactie) e a Escherichia coli EPIDEMIOLOGIA -As infecções precoces são adquiridas durante o nascimento ou antes dele e manifestam-se até a 1º semana de vida. -As infecções tardias são adquiridas após o nascimento, no berçário, na terapia intensiva neonatal ou na própria comunidade e têm início após a 1º semana de vida. As infecções tardias adquiridas no ambiente hospitalar também são chamadas nosocomiais, associadas a dispositivo (cateter) intravascular. -Infecções piogênicas, como aquelas pelo Streptococcus do grupo B (GBS), são frequentemente aparentes nas primeiras 24 horas de vida. -Os RNs do sexo masculino têm cerca de 2 vezes + incidência de sepse do que os do sexo feminino, embora essa diferença ñ seja tão evidente nos prematuros -O principal fator neonatal que predispõe à infecção é a prematuridade ou o baixo peso ao nascer. FATORES DE RISCO -P/ situações c/ + de um fator de risco, há 15% de > chance de sepse -Fatores intrauterinos: desnutrição materna e fetal; abortos recorrentes; febre materna; ruptura prematura de membranas amnióticas > 18 horas; falta de pré-natal ou pré-natal incompleto; mães c/ membranas íntegras mas que foram submetidas a cerclagem ou amniocentese; mãe portadora de EGB sem profilaxia intraparto ou profilaxia incompleta; corioamnionite; taquicardia materna (> 100 bpm); taquicardia fetal (160 movimentos/min). -Fatores intraparto: parto prolongado; líquido amniótico fétido. -Infecção urinária materna: mãe internada em UTI; febre materna e ruptura prematura de membranas. -Fatores neonatais: sexo masculino; índice de Apgar baixo; prematuridade, principalmente muito baixo peso e extremo muito baixo peso; líquido amniótico tinto de mecônio; mão colonizada c/ EGB ñ tratada no intraparto e RN que teve necessidade de ressuscitação ETIOLOGIA -Os microrganismos + comumente associados c/ sepse neonatal precoce são: Streptococcus do grupo B (EGB); E. coli; Staphylococcus coagulase negativo; H. influenzae e L. monocytogenes -Os microrganismos + comumente associados c/ sepse de início tardio são: Staphylococcus coagulase negativo; S. aureus; E. coli; Klebsiella; pseudomonas; enterobacter; Candida; EGB; Serratia; acinetobacter; anaeróbios -O CDC recomenda rastreamento universal por meio de swab anal e vaginal, c/ o objetivo de observar colonização por GBS em toda gestante entre 35 e 37 semanas de gestação. O objetivo final é o uso de antibiótico intraparto p/ profilaxia contra a infecção neonatal por essa bactéria. Outra indicação p/ profilaxia c/ antibiótico intraparto seria história de outro filho dessa gestante c/ doença invasiva por GBS. Nos casos em que a cultura da gestante ñ tenha resultado disponível no início do trabalho de parto, ou no momento da rotura das membranas, a profilaxia deve ser oferecida na presença dos seguintes fatores de risco: IG < 37 semanas; duração da rotura das membranas ≥ 18 horas e temperatura intraparto ≥ 38 °C -O antibiótico de escolha p/ a profilaxia contra GBS de gestantes colonizadas é a penicilina. P/ gestantes alérgicas a esta, se houver baixo risco de anafilaxia, deverá ser indicada a cefazolina. Quando existir alto risco de anafilaxia, poderá ser utilizada a clindamicina ou a eritromicina ou, ainda, a vancomicina. O ideal é que o início do antibiótico seja feito pelo menos 4 horas antes do nascimento. PATOGÊNESE -Sepse precoce: sepse de início precoce é ocasionada por transmissão vertical de bactérias do líquido amniótico contaminado ou durante o parto vaginal por bactérias do trato genital materno. A corioamnionite a chance de sepse neonatal de 1 a 4%. Sepse de início precoce é o aparecimento de sintomas manifesta-se nas primeiras 24 horas de vida. A sepse de início tardio pode ser adquirida por infecção transversal materna, c/ colonização neonatal e manifestação clínica tardia, por transmissão horizontal c/ contato direto c/ trabalhadores (médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, pro- fissionais paramédicos) ou por instrumentos e materiais contaminados das unidades neonatais. Lesões de pele, cateteres vasculares e tubos endotraqueais são fontes de colonização e desenvolvimento de infecções neonatais tardias. Fatores metabólicos, incluindo hipoxemia, acidose metabólica, hipotermia, doenças metabólicas herdadas, como galactosemia, contribuem p/ > risco de doença infecciosa. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Sinais clínicos da corioamnionite: febre materna periparto, leucocitose materna (> 18.000) e alteração da consistência do útero. -O RN c/ sepse ñ tem um padrão clínico bem definido, e cada criança pode se apresentar de uma forma diferente. Alguns podem, inicialmente, apresentar apenas uma estase gástrica, instabilidade da temperatura, hipotermia, que é muito frequente nos prematuros, taquipneia, apneia. Abaulamento de fontanela e convulsões podem ser manifestações clínicas em RN c/ sepse tardia. Hipoatividade e vômitos também são manifestações frequen- tes na suspeita de sepse. O RN pode, ainda, apresentar queda da saturação de oxigênio, hipotensão arterial, má perfusão e hipotonia. -Sinais clínico + frequentes: instabilidade térmica, desconforto respiratório, distúrbios gastrintestinais, alterações do SNC ou de glicemia e má perfusão periférica. Algumas vezes, há apenas o relato de que a criança “ñ vai bem”. -É importante o médico perceber precocemente que o RN apresenta um padrão anormal de evolução e que deve ser investigado e, obviamente, sempre fazer uma boa história da evolução do trabalho de parto, do parto, dos dados maternos e das condições de nascimento. DIAGNÓSTICO -Diagnóstico: a presença de 3 ou + sinais clínicos de sepse no recém-nascido ou, no mínimo, 2 sinais associados a fatores de risco materno concede o diagnóstico de síndrome séptica. Deve- se iniciar antibioticoterapia sem o auxílio de exames laboratoriais. A conduta é autorizada pelo Ministério da Saúde. -Hemocultura: é o exame + importante no diagnóstico de sepse neonatal. A urina deve ser coletada, preferencialmente, por cateterismo ou punção suprapúbica. Nos RNs a termo, assintomáticos, cujas mães tenham corioamnionite, devem ser colhidas culturas, e deve ser iniciado tratamento c/ antibiótico. A razão entre formas imaturas/formas totais de neutrófilos de 0,2 ou > sugere infecção bacteriana. -Investigação complementar: punção lombar, exame de urina e raios X de tórax. -Na prática, um diagnóstico presuntivo de sepse autoriza o médico iniciar uma terapia antimicrobiana baseado nos sintomas e sinais, tempo de evolução, fatores de risco materno e neonatal, situação de mãe portadora de EGB, ruptura prolongada de membranas e até mesmo mãe que recebeu antibiótico intraparto adequadamente, caso haja indicação. Profissionais devem valorizar mães que tiveram no pré- natal cultura p/ EGB negativa e RN de termo que desenvolveram manifestação clínica de sepse precoce por essa bactéria -RN a termo assintomático: RN a termo assintomáticos e c/ fator de risco devem ser avaliados por uma hemocultura e proteína C reativa e um hemogramacompleto. É preciso observar a evolução e aguardar os resultados laboratoriais. → Nos casos em que o RN é nascido de uma mãe c/ febre (≥ 38°C) antes do parto e até 24 horas pós-parto, devem-se colher os exames de investigação (hemograma, hemocultura e proteína C reativa) e iniciar o tratamento empírico. → No caso de criança assintomática, nascida de mãe c/ bolsa rota ≥ 18 horas, sem febre materna ou outros sinais sugestivos de sepse neonatal, o RN deve ser observado no hospital por 48 horas. Se aparecerem sinais sugestivos de sepse, deve-se rastrear c/ hemocultura, hemograma, proteína C reativa e liquor e iniciar a terapia antimicrobiana. Se uma criança que era assintomática desenvolve sinais de sepse após o início de antibioticoterapia, deve-se coletar novamente exames laboratoriais (hemograma, proteína C reativa, liquor c/ cultura, hemocultura), além de cultura de outros sítios, como lesões de pele, urocultura, etc. → RN a termo sintomático devem ser avaliados e, no mínimo, deve-se solicitar hemograma, cultura de sangue, li- quor e proteína C reativa, além de iniciar terapia antimicrobiana → RN de termo c/ sinais de sepse tardia devem, no mínimo, ser avaliados c/ um hemograma (c/ diferencial da série branca), hemocultura, urocultura e de outros locais, como lesão de pele, osso, derrames. Antibioticoterapia empírica deve ser iniciada. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -São: infecções virais por citomegalovírus, herpes simples, vírus da influenza, vírus sincicial respiratório, enterovírus; sífilis; toxoplasmose congênita, malária congênita; infecção fúngica; outras infecções bacterianas, como infecção do trato urinário, osteomielite, artrite séptica, etc. Também podem ser motivos de confusão a cardiopatia congênita, hipóxia e erro inato do metabolismo. EXAMES LABORATORIAIS -Hemograma completo: coletado de 6 a 12 horas após o parto. A relação de neutrófilos imaturos por neutrófilos(I/T) quando elevada, tem uma > correlação c/ sepse. A relação I/T não é um exame de extrema confiabilidade. -Proteína C reativa: presente na fase aguda, nas condições inflamatórias, incluindo sepse, um > que 10 mg/dL é 90% sensível na detecção de sepse neonatal, embora ñ seja específica, podendo decorrer de outras condições inflamatórias ñ infecciosas (febre materna, sofrimento fetal, parto estressante, asfixia perinatal, aspiração de mecônio e hemorragia intraventricular) -Rx de tórax: deve ser solicitada em toda criança c/ desconforto respiratório, observando-se infiltrados localizados e, assim, obter o diagnóstico de pneumonia -Urocultura: ñ necessita ser solicitada rotineiramente em RN < de 6 dias. Quando indicada, a deve ser realizada por punção suprapúbica ou por cateter vesical -Citocinas: as citocinas pró-inflamatórias 2 e 6, gama interferon, fator de necrose tumoral e citocinas anti-inflamatórias 4 e 10 estão nos lactentes c/ infecção. -Procalcitonina: é liberada por células do parênquima em resposta a toxinas bacterianas, conduzindo a elevados níveis séricos em doentes c/ infecções bacterianas. É equivalente ou melhor do que a proteína C reativa p/ detectar infecção bacteriana no RN -Hemocultura: é o exame + importante no diagnóstico da sepse neonatal. A sensibilidade de uma cultura de sangue p/ detectar bacteremia neonatal é de aproximadamente 90%. Na maioria dos casos de sepse neonatal, uma cultura de sangue será positiva dentro de 24 a 36 horas. Cateter arterial umbilical pode ser utilizado p/ a coleta do material logo após a sua inserção. -Aspirado gástrico: os fetos engolem grandes quantidades de líquido amniótico diariamente e, portanto, leucócitos presentes no aspirado gástrico representam uma resposta materna à inflamação, sendo, então, um indicativo de infecção. -Aspirado traqueal: amostras de aspirado traqueal podem ter valor se coletadas imediatamente após entubação do RN -Punção lombar: a recomendação da punção lombar ocorre nos seguintes casos: • qualquer criança c/ hemocultura positiva; bebês cujo curso clínico ou dados laboratoriais sugerem fortemente sepse bacteriana;bebês que pioram, mesmo já recebendo tratamento antimicrobiano e valores do liquor controversos. É considerado normal < 10 células/mL leucócitos. Meningite por Gram-negativo causa > de células que meningite por Gram-positivo. A [ ] de proteínas no liquor considerada normal é abaixo de 100 mg/dL.4 A [ ] de proteína no liquor c/ a IG. Glicorraquia baixa correlaciona c/ meningite A solicitação da cultura do liquor é importante porque a meningite neonatal ocorre frequentemente em pacientes sem bacteremia e c/ demais achados de liquor normal -Reação em cadeia de polimerase (PCR): exame específico e sensível no diagnóstico de doenças bacterianas e c/ resultados em curto tempo. Possibilita a identificação de um DNA de uma determinada bactéria, direcionando, e assim, o tratamento. -Escore de Rodwell: esse escore considera um ponto p/ cada um dos seguintes dados: leucopenia ou neutrofilia; elevação de neutrófilos imaturos; índice neutrofílico ; razão de neutrófilos imaturos sobre segmentados superior a 0,3 e plaquetopenia ≤ 150.000. TRATAMENTO -Medidas de suporte: monitoramento dos sinais vitais (FC, FR, tempo enchimento capilar, saturação da hemoglobina, diurese e temperatura; PA a intervalos regulares; glicemia, glicosúria; equilíbrio eletrolítico; equilíbrio acidobásico pela avaliação da gasometria) deve ser feito afim de evitar complicações + expansão c/ solução de cristaloide+ droga vasoativa + bicabornato de sódio + suporte ventilatório+ oferta nutricional + concentrado de hemácias + plasma fresco congelado (só em casos de CIVD) + contagem de plaquetas (só quando a contagem está abaixo de 50.000/mm3) + -Tratamento em caso de choque: a reversão deve ser pronta, o tratamento inicial deve ser feito c/ expansão c/ solução cristaloide, de preferência o soro fisiológico 0,9%, na dose de 10 a 20 mL/kg de peso, infundido em 30 minutos. O procedimento deve ser repetido se a PAmédia for < que 30 mmHg ou se a diurese for inadequada/ausente. Drogas vasoativas podem ser necessárias, como: → dopamina: 5 a 7 mcg/kg/min; → dobutamina: se permanecer com hipotensão após expansão e dopamina em dose otimizada, até uma dose de 10 a 15 mcg/ kg/min; → adrenalina: indicada nos casos em que há dificuldade em manter PA média aceitável p/ a IG, iniciando c/ dose de 0,1 mcg/kg/min. -Tratamento em caso de acidose metabólica: quando acidose metabólica for documentada sem melhora após correção da volemia deve ser administrado bicarbonato de sódio. A administração deve ser lenta, nunca em bolo, em razão da alta omolaridade, o que o risco de hemorragia central. -Suporte ventilatório: deve ser indicado sempre que necessário p/ manter a oxigenação adequada. Bebês em sepse podem evoluir c/ apneia e falência respiratória decorrentes de comprometimento pulmonar, hipertensão pulmonar ou de causa central. Vale lembrar que o estado infeccioso demanda uma alta taxa de consumo metabólico, o que o catabolismo proteico, o consumo de oxigênio, o consumo de gordura, o quociente respiratório. -Oferta nutricional: é importante estar adequada, a fim de evitar o catabolismo e manter o estado nutricional do bebê, evitando-se assim a lipólise e o balanço nitrogenado negativo. A instituição de nutrição, seja por via parenteral ou mesmo enteral, deve ser precoce, atentando-se p/ a adequada oferta proteica. Nos casos em que a via digestiva ñ puder ser utilizada, manter o jejum e iniciar nutrição parenteral. Na realimentação é importante iniciar dieta enteral mínima c/ colostro ou leite da própria mãe do bebê, preferentemente sem o processo de pasteurização, p/ manter proteção da mucosa (imunoglobulinas e fator epitelial de crescimento das mucosas, além de macrófagos e linfócitos presentes vivos no colostro e leite materno frescos) e estimular a peristalse intestinal -Concentrado de hemácias: está indicado nas perdas por hemorragias, p/ manter o hematócritoem 40% no bebê sép- tico. A infusão deve ser lenta, realizada em 3 a 6 horas, na dose de 10 a 15 mL/kg. Plasma fresco congelado está indicado p/ os casos de sangramento por coagulação intravascular disseminada, na dose de 10 mL/kg. O concentrado de plaquetas está indicado quando a contagem está abaixo de 50.000/mm3, na dose de 10 mL/kg ou 1 U do concentrado para cada 3 a 4 kg de peso. A imunoglobulina humana sua utilização é + recomendada p/ sepse tardia grave e em pacientes neutropênicos (< 500 neutrófilos/mm3 ) e c/ choque séptico, na dose de 750 mg/kg via endovenosa, em 2 a 4 horas, c/ o intuito de oferecer opsoninas e os neutrófilos sem, entretanto, melhorar a oferta de anticorpos específicos ao agente infeccioso. Pode ser repetida após 1 semana. A transfusão de granulócitos pode ser utilizada em pacientes neutropênicos, na dose de 15 a 20 mL/kg de concentrado de células. É procedimento de alto custo, c/ poucos estudos e sem redução na mortalidade -Tratamento na sepse neonatal precoce: o tratamento inicial de sepse precoce é baseado nos patógenos + frequentes, que são o EGB e o E. coli. A combinação de ampicilina e um aminoglicosídeo (geralmente gentamicina), é a terapia inicial, que também tem sinergismo contra Listeria monocitogenes. A cefalosporina de 3ª geração (cefotaxima) tem a desvantagem do > risco de resistência bacteriana e infecção por fungos. A cefotaxima em conjunto c/ aminoglicosídeo poderia estar reservada nos casos dos pacientes c/ meningite c/ suspeita de Gram-negativo. O ceftriaxone é contraindicado no RN em razão do > risco de kernicterus. Pacientes sem foco de infecção podem ser tratados por 10 dias. Sepse atribuída ao EGB deve ser tratada por 14 dias.Outros focos decorrentes do EGB devem ser tratados por período mais longo. Meningite por Gram-negativo deve ser tratada por 21 dias ou 14 dias após cultura negativa. Tempo de tratamento (> 5 dias) tem sido recomendado em pacientes c/ suspeita de sepse precoce (e cultura negativa) -Tratamento sepse neonatal tardia: deve ser voltado p/ os tipos de bactérias que habitualmente estão envolvidos nesse tipo de sepse (S. aureus, S. epidermidis e espécies de Pseudomonas). A maioria das estirpes de S. aureus produzem betalactamase, o que as tornam resistentes à penicilina G, ampicilina, carbenicilina e ti- carcilina. A vancomicina tem sido favorecida p/ essa cobertura, no entanto existe a preocupação de que o uso excessivo da droga possa levar a organismos resistentes. Por essa razão, alguns médicos preferem a terapia de oxacilina nesse cenário. As cefalosporinas são atraentes p/ o tratamento de infecção nosocomial por sua falta de toxicidade relacionada c/ a dose, no entanto, sua utilização tem levado a resistência em organismos Gram-negativos. Ceftriaxona desloca bilirrubina da albumina sérica e deve ser utilizada c/ precaução em RN com hiperbilirrubi- nemia significativa. Aminoglicosídeos e vancomicina têm o potencial de produzir ototoxicidade e nefrotoxicidade e devem, portanto, ser usa- dos c/ cautela. O nível da droga no soro é avaliado em torno da 3º dose ou menos, 48 horas após o início do tratamento, p/ determinar se os níveis estão dentro do intervalo terapêutico.Crianças que receberam aminoglicosídeos devem passar por uma triagem audiológica antes da alta. Se os resultados da cultura são negativos, mas o bebê tem sinais clínicos de sepse, o médico deve decidir se o tratamento deve ser continuado. Na maioria dos casos, 2 ou 3 dias depois, os resultados negativos devem permitir que o clínico esteja confiante de que a sepse é ausente. Todos os RN c/ sepse tardia devem realizar uma punção lombar p/ afirmar ou excluir meningite, conforme o decorrer do acompanhamento e tempo de tratamento. -Opções p/ associação de drogas: → Sepse adquirida na comunidade: ampicilina + gentamicina; → havendo evidência de estafilococos: oxacilina + gentamicina/ amicacina; → havendo evidência de meningite: adicionar cefotaxima -Deve-se, de preferência, escolher penicilina + uma combinação de aminoglicosídeo. Cefalosporinas rapidamente podem induzir a produção de resistência e colonização fúngica PREVENÇÃO -A transmissão vertical do GBS é bastante reduzida / o uso rotineiro da quimioprofilaxia intraparto / os casos selecionados -A prevenção da infecção nosocomial é obtida, principalmente, c/ a lavagem frequente das mãos por parte dos profissionais de saúde. -O CDC recomenda rastreamento de colonização retovaginal por GBS das gestantes entre 35 e 37 semanas e profilaxia intraparto seletiva, pois o uso de antibioticoterapia reduz a transmissão vertical do GBS. -São situações especiais que indicam o uso da profilaxia: infecção urinária por GBS durante a gestação, corioamnionite e filho de gestação anterior com história de sepse por GBS. -Indicações de antibioticoterapia no intraparto: a) Cultura de swab positiva; b) Bacteriúria nesta gestação pelo GBS; c) Filho de gestação anterior com doença estreptocócica invasiva -Antibiótico de escolha: citam-se penicilina e ampicilina, por via intravenosa no início do trabalho de parto, iniciado, no mínimo, 4 horas antes do nascimento. Quando a gestante é alérgica à penicilina e ñ corre risco de anafilaxia, usa-se cefazolina; caso contrário, utiliza-se clindamicina (antibiograma) ou vancomicina CONDUTA NO BERÇÁRIO -Se houver sinais de sepse, realiza-se avaliação diagnóstica completa: hemocultura, hemograma, raios X de tórax e punção lombar. -Se a mãe usou antibioticoterapia no intraparto, a conduta é observação por 48 horas e sem exames complementares. -Se a mãe ñ usou antibioticoterapia no intraparto, deve-se avaliar se o RN está em bom estado geral; c/ ≥ 37 semanas de gestação e bolsa rota < 18 horas, a conduta é observação sem exames complementares; c/ < 37 semanas e bolsa rota ≥ 18 horas, a conduta é observação por 48 horas, c/ exames complementares simples. INFECÇÃO DE INÍCIO TARDIO NOSOCOMIAL -A fonte + comum de infecção pós-natal em neonatos hospitalizados são as mãos contaminadas dos profissionais de saúde. Entretanto, todos os procedimentos dentro do ambiente hospitalar apresentam risco de disseminação de infecção se ñ são seguidas normas técnicas rígidas em sua execução. Os agentes + frequentes são as enterobactérias, os estafilococos e os fungos. Quais os principais agentes infecciosos da sepse neonatal tardia? Os agentes da sepse tardia são microrganismos nosocomiais, portanto variam de acordo c/ cada serviço hospitalar. No entanto, os que c/ + frequência se associam à sepse tardia são os germes Gram positivos como S. aureus coagulase- negativo e S. aureus resistente a meticilina e os germes Gram negativos multirresistentes como E. coli, Klebsiella sp. e Enterobacter.
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