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Sepse Neonatal ⇒ Resposta "inflamatória" sistêmica à infecção ⇒ no RN = evidência clínica de processo infeccioso + instabilidade térmica + disfunção respiratória e cardíaca + anormalidades na perfusão. ⇒ Conceito de acordo com “Nelson Textbook of Pediatrics” # Sepse precoce ⇒ quando acomete o RN em sua primeira semana de vida (geralmente nas primeiras 72 horas de vida). Relacionada a infecção adquirida no útero ou no parto # Sepse tardia ⇒ Quando acomete o RN após sete dias de vida. Relacionada a infecção por germes nosocomiais ou adquirida na comunidade após a alta hospitalar. ⇒ Conceito de acordo com manual de neonatologia do MS. # Sepse neonatal precoce (< 48 horas de vida) ⇒ provocada por patógenos do trato genital materno (Streptococcus agalactiae, E. coli e L. monocytogenes). # Sepse neonatal tardia (> 48 horas de vida) ⇒ provocada por patógenos do ambiente hospitalar (Gram-negativos, S. aureus, estafilococos coagulase negativo e fungos). ⇒ A incidência de sepse ⇒ 1 a 8 casos/1.000 nascidos vivos, com mortalidade de 10 a 50% (dependendo do critério utilizado para definir sepse). # Em neonatos prematuros com menos de 1.500 g a incidência de sepse ocorre em 11 a 25% dos bebês. ⇒ Entre as formas de transmissão ⇒ Transplacentária intrauterina (sífilis, CMV, toxoplasmose, parvovírus, varicela), durante passagem por canal vaginal (herpes simples, HIV, vírus da hepatite B e C e tuberculose; germes do trato gastrointestinal e geniturinário maternos = Estreptococos do grupo B, Listeria monocytogenes, Enterococcus,E. coli, H. influenzae, Mycoplasma, Chlamydia, Candida) e por via pós natal (estafilococos, bactérias entéricas, Cândida, vírus, germes nosocomiais = Estafilococos coagulase negativo, E. coli, Klebsiella, Salmonella, Enterobacter, Citrobacter, Pseudomonas aeruginosa, Serratia, Enterococcus, S. aureus, Candida). ⇒ O feto normalmente não está exposto a bactérias patogênicas, a não ser quando ocorre ruptura de bolsa ou quando o patógeno consegue invadir o líquido amniótico (corioamnionite sem rotura de membranas). ⇒ Principais fatores de risco para sepse neonatal (fica ligado !!!) ⇒ Prematuridade, colonização por germes patogênicos (verifica se mãe é strepto B- ), corioamnionite (líquido amniótico “infectado”) e sistema imune do RN imaturo (passagem da IgG ocorre apenas ao final da gestação e que a IgM e a IgA não cruzam a barreira placentária). ⇒ Parto que ocorre com >18 horas de bolsa rota, independente da idade gestacional, aumenta o risco de sepse (1-5% em RN > de 33 semanas e 44% no RN com menos de 28 semanas) ⇒ A duração da rotura prolongada está diretamente relacionada ao aparecimento da corioamnionite ⇒ presença de sinais clínicos de corioamnionite (febre materna, hipotonia uterina e taquicardia fetal) aumenta ainda mais o risco. ⇒ A infecção urinária materna aumenta o risco de parto prematuro ⇒ por consequência o risco de sepse neonatal. # Quando há colonização materna por streptococcus do grupo B ⇒ temos maior probabilidade de pneumonia, sepse e meningite. # Os RN “asfixiados” são mais sujeitos a processos infecciosos, devido permanência em unidades de cuidado intensivo (pois passam por jejum prolongado, flora multirresistente, uso de antibióticos de largo espectro). Quando submetidos a procedimentos invasivos (intubados, em ventilação mecânica, uso de NPT, punção periférica, sondas orgâstricas, transfusões e medicamentos) também têm risco aumentado. ⇒ Quadro clínico ⇒ “temos uma resposta inflamatória sistêmica” ⇒ RN apresentará ao menos 2 dos seguintes critérios ⇒ Instabilidade de temperatura (< 35° ou > 38,5°) , disfunção respiratória (Taquipneia ou Hipoxemia - PaO2< 70 mmHg em ar ambiente), disfunção cardíaca (taquicardia, enchimento capilar periférico > 3 segundos e hipotensão),oligúria (débito urinário < 0,5 ml/kg/hora), acidose láctica (lactato sérico elevado ou pH < 7,25) e/ou estado mental alterado. # No início o RN pode ter manifestações discretas, nas primeiras horas de vida os exames laboratoriais (PCR, Hemograma, RX de tórax) podem não mostrar alterações ⇒ “Fica ligado, identificou fator de risco - acompanha o RN de perto” ⇒ Atenção para sinais como = desconforto respiratório (tiragem subcostal, intercostal, uso de musculatura acessória), taquipnéia, apnéia, taquicardia, instabilidade de temperatura, resíduo gástrico aumentado,distensão abdominal, vômitos, convulsões, alterações da consciência, petéquias, púrpuras e sangramentos (3 últimos indicam CIVD). ⇒ Diagnóstico ⇒ Presença de fatores de risco para infecção + Sinais clínicos + Exames laboratoriais. # Conforme o Ministério da Saúde ⇒ presença de três ou mais sinais clínicos no RN ou no mínimo dois sinais associados a fatores de risco maternos⇒ autoriza o diagnóstico de sepse clínica ou síndrome séptica ⇒ sendo permitido o início da antibioticoterapia sem o auxílio de exames laboratoriais. ⇒ Exames: ⇒ O padrão ouro para diagnóstico é a cultura positiva (patógeno encontrado em cultura)⇒ mesmo com baixa sensibilidade < 80%. ⇒ Leucograma pode evidenciar leucocitose (> 25.000/mm3) ou leucopenia (< 5.000/mm3) na sepse neonatal precoce (essas alterações podem ocorrer por outras causas, calma). ⇒ Presença de neutropenia (< 1.500-1.000/mm3) tem maior valor diagnóstico (sensibilidade de 50%). ⇒ Relação I/T (neutrófilos imaturos⇒ mielócitos + metamielócitos + bastonetes divididos por neutrófilos totais) ⇒ Apresenta valor preditivo para sepse quando seu índice for igual ou superior a 0,2 (I/T ≥ 0,2). ⇒ Plaquetopenia (< 100.000/mm3) é associada a maior gravidade da infecção. ⇒ PCR (proteína C reativa) ⇒ valores superiores a 10 mg/dl são considerados anormais. # Queda brusca do PCR para valores próximos do normal “afastam o diagnostico de sepse e autoriza suspender antibiótico nas primeiras 72 horas. ## Indicação de triagem para sepse precoce: ● RNs sintomáticos (hemograma + PCR + HMC + Rx de tórax + líquor + urocultura). ● RN pré termo, BR menor que 18h, assintomático, com pesquisa de SGB positiva ou indeterminada sem profilaxia adequada (exceto se parto cesário com bolsa íntegra). (hemograma + PCR com 12 horas de vida). ● Bolsa Rota >18h ou de tempo indeterminado, independente da IG (hemograma + PCR com 12 horas de vida). ● RN, independente da IG, com história materna atual de ITU sintomática sem tratamento ou com tratamento por menos de 72 horas ou doença infecciosa invasiva (pneumonia, colecistite, pancreatite) ⇒ Pedir hemograma + PCR com 12 horas de vida. ⇒ Tratamento ⇒ Leva em conta padrão da doença e patógeno provável # Na suspeita de sepse ⇒ colete material para cultura e inicie antibiótico empírico: ⇒ Caso infecção precoce ⇒ Usar ampicilina 200 mg/kg/dia (cobertura de S. agalactiae e L.monocytogenes) + gentamicina 5 mg/kg/dia (cobertura sinérgica do S. agalactiae, L. monocytogenes e Gram-negativos entéricos) por 7-10 dias. ⇒ Caso Sepse tardia ⇒ TTO é baseado na prevalência de patógenos da unidade ⇒ geralmente usa-se Cefepime (ampla cobertura para Gram-negativos). # Em locais com elevada prevalência de estafilococos coagulase-negativo e resistentes à oxacilina ⇒ A vancomicina deve ser empregada substituindo a ampicilina. ⇒ Indicações de profilaxia antimicrobiana intraparto para prevenção de doença perinatal pelo estreptococo do grupo B (GBS): # Filho anterior com doença invasiva pelo GBS # GBS isolado na urina em qualquer momento da gestação # Cultura vaginal ou retal positiva para GBS, exceto se cesareana eletiva e bolsa íntegra # Cultura desconhecida para GBS + 1 destas situações ⇒ parto < 37 semanas ou ruptura de membranas por tempo igual ou superior a 18 horas ou febre materna intraparto. ⇒ A profilaxia intraparto é considerada adequada ⇒ Quando duas doses de ampicilina ou penicilina IV com intervalo de 4h antes do parto ou uma dose de cefazolina no intervalo de 8h.
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