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Eunápolis, BA 2013 MARIO JOÃO N. B. DE MACEDO MARIPAULA DOS SANTOS REGINALDO DA SILVA CARVALHO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL Aterro Sanitário do Município de Eunápolis - BA Eunápolis, BA 2013 Aterro Sanitário do Município de Eunápolis - BA Trabalho de Atividade Interdisciplinar - Grupo apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Elaboração e Análise de Projetos de Conservação e Projeto Ambiental, Técnicas de Geoprocessamento em Estudos Ambientais, Avaliação do Impacto Ambiental e Licenciamento, Legislação e Direito Ambiental. Orientadores: Rodrigo Trigueiro, Jossan Batistute, Jamile Bernardes, Thiago Domingos e Luciana Trigueiro. MARIO JOÃO N. B. DE MACEDO MARIPAULA DOS SANTOS REGINALDO DA SILVA CARVALHO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 PERFIL URBANO DA CIDADE DE EUNÁPOLIS-BA .......................................... 5 3 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................... 8 4 PLANO DE TRABALHO ..................................................................................... 14 4.1 DESCRIÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ................................................................................................................. 14 4.1.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SÍTIO .................................................. 15 4.1.2 MEIO FÍSICO .............................................................................................. 17 4.1.2.1 GEOLOGIA/GEOMORFOLOGIA/SOLOS .................................................... 17 4.1.2.2 CLIMA ........................................................................................................... 17 4.1.2.3 CARACTERIZAÇÃO HIDROGRÁFICA ........................................................ 18 4.1.3 FLORA ........................................................................................................ 20 4.1.4 FAUNA ....................................................................................................... 20 4.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................... 22 4.2.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .............. 22 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 26 6 CRONOGRAMA DO PROJETO ........................................................................ 28 7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 29 Lista de ilustrações Figura 01....................................................................................................................06 Figura 02....................................................................................................................07 Figura 03....................................................................................................................07 Figura 04....................................................................................................................07 Figura 05....................................................................................................................08 Figura 06....................................................................................................................11 Figura 07....................................................................................................................11 Figura 08....................................................................................................................12 Figura 09....................................................................................................................12 Figura 10....................................................................................................................13 Figura 11....................................................................................................................13 Figura 12....................................................................................................................17 Figura 13....................................................................................................................22 3 1 INTRODUÇÃO Aparentemente, o homem seria o único agente gerador de resíduos, causados pelos padrões de consumo da sociedade atual. Ora, essa formulação é bastante simplista, mas serve como ponto de partida para uma pequena reflexão. Na verdade, o conceito de cadeia alimentar não é tão fechado nem tão perfeitamente sustentável assim; o que efetivamente acontece é que mesmo em espécies mais simples ocorrem perdas e geração de resíduos, e esses não seriam contabilizados e, portanto, o sistema não é tão perfeito quanto se imaginaria no início. Desse modo, o ser humano não é o único agente causador de desequilíbrio localizado. Contudo, o homem tem uma capacidade que o torna único dentro desse quadro, uma vez que é capaz de transformar em larga escala os materiais e tornar estáveis substâncias e produtos. Portanto, o homem coloca no meio produtos em formas que o meio natural não conhece e não tem capacidade de absorção nem mesmo a longo prazo (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). Lixo é todo e qualquer resíduo proviniente das atividades humana ou gerado pela natureza em aglomerações urbanas. Comumente, é definido como aquilo que ninguem quer. Os resíduos sólidos urbanos ou lixo urbano é proveniente de domicílios, comércio, edifícios e vias públicas e da indústria. Aliás, gerenciamento de limpeza urbana de uma cidade é o gerenciamento do problema do lixo. E, nesse caso, pode-se dizer que há uma importância sanitária e uma importância social (BORGES, 2009). Assim, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em manter limpas as ruas, as praças e as avenidas, mas, também, em coletar e dar destino adequado ao lixo urbano, cujo volume de produção cresce mais que a população. De qualquer forma, a limpeza urbana é de responsabilidade minicipal e a execução dos serviços pode ser feita com pessoal e equipamento próprio do órgão público ou terceirizado (BORGES, 2009). O presente trabalho de disposição final de resíduos sólidos será estabelecido no município de Eunápolis – Ba, onde se instala-rá um aterro sanitário do tipo convencional denominado Aterro Sanitário de Eunápolis (ASE) que é um método de disposição final do lixo sob o solo, sem que se crie, no meio ambiente, incômodos ou perigos à segurança e à saúde públicas, e confinando o lixo a menor área possível. O principal objetivo da remoção do lixo gerado e sua disposição final adequada é 4 evitar a proliferação de vetores causadores de doenças. Quando o lixo não é recolhido e disposto de forma adequada, a cidade fica com mau aspecto e mau cheiro (BORGES, 2009). 5 2 PERFIL URBANO DA CIDADE DE EUNÁPOLIS-BA O municipio de Eunápolis está localizado no extremo sul do estado da Bahia com área territorial 1.179,115 Km², distante até 671 km da capital, possue um total de 100.246 habitantes. A grande maioria de seus habitantes reside na área urbana, cerca de 93,2%; e 6,8% residem na zona rural (CENSO, 2010). As principais atividades econômicas são o comércio, algumas indústrias e distribuidoras, e pequenos produtores rurais com cultura de café, mamão e gado. O Índice de Desenvolvimento Humano deste município está em torno de 0,704 (CENSO, 2010). Figura 1: Vista áerea do centrode Eunápolis. Fonte: http://www.eunapolis.ba.gov.br/ Os resíduos sólidos da cidade são dispostos em lixão em uma área distante do centro urbano (aproximadamente de 7km), porém próximo de área habitada e de mananciais (aproximadamente de 0,5km). 6 Figura 2: Vista áerea de Eunápolis. Fonte: Google Earth Figura 3: Vista áerea do lixão de Eunápolis. Fonte: Google Earth Figura 4: Lixão de Eunápolis-Ba Fonte: Arquivo Pessoal 7 Figura 5: Lixão de Eunápolis-Ba Fonte: Arquivo Pessoal 8 3 REFERÊNCIAL TEÓRICO De acordo com a Constituição Federal de 1988, no art.30, cabe ao poder público local a competência pelos serviços de limpeza pública, incluindo-se a coleta e a destinação dos resíduos sólidos urbanos. Portanto, cumpre ao município legislar, gerenciar e definir o sistema de saneamento básico local, bem como a instituição e arrecadação dos tributos de sua competência. Além disso, segundo o art.182 da Constituição Federal, o município deve estabelecer as políticas de desenvolvimento urbano, ordenando o pleno desenvolvimento das funções sociais e garantindo o bem-estar de seus habitantes (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). A taxa de limpeza pública é o instrumento legal que estabelece o suporte financeiro para a execução dessas metas. A Constituição Federal, no art.145, inc. II, estabelece as taxas como forma de tributo possível para execução de seviços públicos prestados ou postos à disposição do contribuinte. Os recursos da taxa de limpeza pública normalmente estão de alguma forma vinculados ao imposto territorial, o qual tem como base de cálculo a área de edificação. Fica claro então, que a gestão de serviços de limpeza pública está, de maneira intransferível, a cargo de orgãos públicos, cabendo a estes a opção de executar os serviços diretamente ou terceirizá-los em contratos específicos (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). Segundo a ABNT, aterro industrial de resíduos sólidos urbanos consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos e riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uam camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário. (ABNT NBR 8419) O aterro sanitário ainda é um processo mais aplicado no mundo, por causa do seu baixo custo. Ele é bastante seguro e simples, além do fato de que os processos de tratamento de resíduos também geram resíduos, os quais devem ser destinados a aterros. A incineração pode ser competitiva em relação ao aterro, dependendo da dificuldade de se encontrar um local para implantação (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). A construção de aterros sanitários é sujeita a uma série de regulamentações, entretanto existem distinção entre aterros para resíduos urbanos e industriais. Entre 9 os aterros industriais também existem diferenças (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). Os aterros industriais são construídos para receber um tipo específico de resíduo e, em razão disso, existem basicamente três tipos de aterros industriais, respectivamente para resíduos das classes I, II e III. As principais normas relativas a aterros sanitários são: • NBR 8418 – Apresentação de projetos de aterros industriais de resíduos industriais perigosos; • NBR 8419 - Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos; • NBR 10157 – Aterros de resíduos perigosos – critéios para projeto, construção e operação; • NBR 13.896 - Aterros de resíduos não perigosos - critéios para projeto, construção e operação. O licenciamento das instalações de tratamento e disposição final de resíduos sólidos no Brasil é realizado a partir da aplicação da Resolução CONAMA N° 001/1986, que instituiu a obrigatoreidade do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para as atividades modificadoras do meio ambiente (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). A forma de construção do aterro depende significamente do tipo de solo, entretanto a metodologia de acondicionamento dos resíduos é essencialmente a mesma, ou seja, o resíduo é acondicionado em células sanitárias. Portanto, as células são em essência o espaço físico onde o resíduo é acondicionado todos os dias ou no período determinado. De forma simplificada, a sequência natural de operações de um aterro é: escavação, impermeabilização de fundo, construção dos sistemas de drenagens verticais e horizontais, construção das células sanitárias e, finalmente, fechamento (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004). A partir do software Google Earth foram feitas algumas tentativas de localizar a área para disposição do aterro sanitário da cidade de Eunápolis-Ba. 10 Figura 6: Vista áerea da zona rural de Eunápolis. Fonte: Google Earth Esta primeira imagem marcamos do ponto inicial as margens da BR 101 adentrando 1,6km na estrada do Embauba contornando uma área com raio de 0,5km. Para uma primeira analise podemos citar que ao norte do ponto principal encontra-se uma área de plantio de eucalipto e ao sul maior parte dispoem de área de pastagem. Um fator importante a ser citado nas próximas imagens é o fato que se verifica a existência e um manancial a menos de 1km ao norte do ponto principal e outro a aproximadamente 1km ao sul. Figura 7: Vista áerea da zona rural de Eunápolis. Fonte: Google Earth 11 Figura 8: Vista aérea da zona rural de Eunápolis. Fonte: Google Earth Figura 9: Vista aérea da zona rural de Eunápolis. Fonte: Google Earth Fazendo a mesma análise marcando um ponto direto de um ponto inicial no que seria o centro da cidade seguindo a nordeste a 7km encontramos outro ponto. Neste, tanto ao norte quanto ao sul, a maior parte é formado por área de pastagem. Verifica-se que do lado norte encontra-se um manancial na distância do raio de 0,5km do ponto principal. 12 Figura 10: Possível Local de instalação do Aterro Sanitário do município de Eunápolis - BA . Fonte: Arquivo Pessoal Figura 11: Curso d’água próximo ao possível local de instalação do Aterro Sanitário do município de Eunápolis - Ba . Fonte: Arquivo Pessoal De acordo com Martins e Gomes 2003, esta etapa de seleção da área está contida ainda nos estudos preliminares para a elaboração do projeto de um aterro sanitário. Uma vez que as decisões assumidas nesta etapa influenciarão diversas 13 outras fases tanto do projeto quanto das etapas de implantação e operação, segue- se discussão detalhada dos critérios que deverão ser considerados. Neste sentido, considerando as diversas fases do ciclo de vida de um aterro sanitário, o local escolhido deve reunir um conjunto de características ao encontro de vários objetivos, entre os quais se destacam: • Minimizar a possibilidade de existência de impactos ambientais negativos aos meios físico, biótico e antrópico. • Minimizar os custos envolvidos. Minimizar a complexidade técnica para viabilização do aterro. • Maximizar a aceitação pública ao encontro dos interesses da comunidade. A seleção de áreas para disposição final de resíduos sólidos pode empregar ferramentas modernas, como é o caso do geoprocessamento, onde se observa importante melhora na qualidade dos resultados e facilidades em toda a operação. A área de conhecimento denominada geoprocessamento, utiliza na manipulação de informação georreferenciada diferentestécnicas, instrumentos, hardware e software, de forma a coletar, armazenar e processar dados geocodificados. A ferramenta de maior destaque dentro do geoprocessamento é o Sistema de Informação Geográfica (SIG), e provavelmente por essa razão muitas vezes os termos são utilizados como sinônimos, sendo que na verdade o segundo está contido no primeiro. Na ausência das ferramentas de geoprocessamento, esta etapa pode ser realizada aplicando-se em uma análise manual os mesmos critérios. O uso do geoprocessamento implica apenas aceleração do processo, não sendo, contudo, exigência básica (MARTINS; GOMES, 2003). 14 4 PLANO DE TRABALHO De acordo com o referencial teórico e metodológico, a avaliação de impacto ambiental deve determinar, prever, interpretar, atenuar e monitorar os efeitos ambientais de uma atividade proposta, seja ela uma política, um programa ou um projeto (RIBEIRO, 2004). A equipe multidisciplinar, ao realizar o estudo de impacto ambiental, deve, necessariamente, passar por algumas etapas que farão parte do conteúdo final do documento. 4.1 DESCRIÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO Os processos de avaliação ambiental de impactos levam em conta as características da atividade que pretende ser implantada e as características sociais e ambientais da área onde pretende se implantar. As características e especificidades do empreendimento determinam os seus potenciais impactos positivos e negativos, portanto é importante considerar as tecnologias que estão sendo utilizadas, e as razões do empreendimento estar buscando determinado local para se implantar. No caso específico do Aterro Sanitário de Eunápolis (ASE), a sua razão de existir está diretamente relacionada a necessidade de atender as demandas de saneamento básico do recente crescimento da economia do município de Eunápolis, decorrente de um modelo de desenvolvimento com preocupações sociais mais nítidas (RIMA UTE, 2011). A cidade de Eunápolis é uma cidade de médio porte, com pouco mais de 100 mil habitantes, onde 42,1 % das famílias tem renda média familiar inferior as 2 salários mínimos, uma boa parte moram na zona urbana onde há dificuldade de coleta e transporte do lixo. Estes aspectos justificam a escolha do Município de Eunápolis como uma área apropriada para um empreendimento deste tipo, porém, existem aspectos ambientais que precisam ser considerados, para se ter certeza de que este empreendimento tem sustentabilidade ambiental e pode promover o desenvolvimento sustentável da região (RIMA UTE, 2011). De forma consonante com o modelo de desenvolvimento regional governamental, foram estudadas diversas alternativas locacionais do empreendimento, tendo sido definida a opção Eunápolis, conforme elementos 15 apresentados nos capítulos anteriores deste trabalho. Foram analisados os aspectos urbanos ambientais da sede municipal de Eunápolis, em função da mesma estar localizadas na área de influência direta do empreendimento. Para fornecer uma leitura ambiental do território que poderá se afetado positiva o negativamente pelo empreendimento. Para se ter segurança que um empreendimento deste tipo pode contribuir para promover o crescimento econômico do município, desenvolver socialmente os seus habitantes e conservar os recursos naturais existentes no território municipal é preciso correlacionar as características do empreendimento com os aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos das áreas de influência do empreendimento (RIMA UTE, 2011). 4.1.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SÍTIO A cidade de Eunápolis está implantada em tabuleiros costeiro sobre os sedimentos da Formação Barreiras, constituindo um sítio bastante apropriado para o desenvolvimento de uma grande cidade (RIMA UTE, 2011). As condições de relevo favoráveis, associado à interseção das rodovias Federais BR – 101 e BR – 367, esta última fazendo a ligação de Eunápolis com um destino turístico litorâneo internacional, criaram condições para a formação de uma cidade intimamente relacionada a uma economia de serviços, para pessoas que transitam nestes sistemas viários de alcance regional (RIMA UTE, 2011). Em geral a cidade se desenvolve sobre áreas planas, em sua maior parte, limitando-se por vales entalhados sobre os sedimentos da Formação Barreiras, que limitam fortemente a expansão urbana além destes vales (RIMA UTE, 2011). 16 Figura 12: Morfologia do Sítio onde Eunápolis está Implantada. Fonte: RIMA UTE, 2011. Destacam-se com elementos de paisagem as áreas planas recortadas por vales retilíneos profundos, com vertentes muito inclinadas, susceptíveis a processos erosivos. Na proximidade dos seus limites sul, as condições planas de relevo se modificam em função da proximidade do vale do rio Buranhém, principal curso d´água na proximidade da cidade (RIMA UTE, 2011). 17 4.1.2 MEIO FÍSICO 4.1.2.1 GEOLOGIA/GEOMORFOLOGIA/SOLOS Sedimentos terciários do Grupo Barreiras aparecem, às margens do vale do rio Buranhém, entre Eunápolis e o Litoral, dando origem às feições tabulares observadas na área. Também são significativos os depósitos quaternários, mais desenvolvidos na planície costeira e no baixo curso do rio Buranhém. A diversidade das formas de relevo presentes na área em estudo levou a sua subdivisão em três unidades morfoestruturais denominados de Maciços cristalinos suavemente ondulados, Tabuleiros costeiros conservados e Planícies fluviais. A montante da vila Buranhém predomina o solo Podzólico vermelho-amarelo Eutrófico ou Distrófico. Os Latossolos vermelhos e amarelos Álicos na maioria Distróficos são predominantes entre as vilas Buranhém e Vale Verde (RIMA UTE, 2011). Os sedimentos do Grupo Barreira aflorantes no município de Eunápolis, em função de sua alta capacidade de fragmentação e erosivibilidade, são vulneráveis a processos erosivos de intensidades distintas, caracterizando-se como o principal impacto ambiental causado pelo meio físico, decorrente do processo de desmatamento e ocupação desordenada das encostas. A erosão por voçoroca é uma das principais conseqüências da degradação ambiental, principalmente física dos solos, sejam ele agricultáveis ou mesmo em áreas urbanas. Quando esta feição erosiva deflagra em áreas urbanas, as conseqüências dos processos dela decorrente são muito maiores tem em vista a dimensão das áreas que são bem menores que as rurais e a pressão populacional, principalmente no uso e ocupação do solo urbano (RIMA UTE, 2011). 4.1.2.2 CLIMA A caracterização climatológica e consequente compreensão dos fenômenos climáticos reinantes na área em estudo assumem importância fundamental no que diz respeito aos estudos de disponibilidade hídrica da região. A área de estudo caracteriza-se por apresentar um tipo climático Úmido a Sub-Úmido, possuindo uma precipitação anual variante entre 896 a 1.845 mm, (Gráfico 6.1) apresentando, portanto, uma média pluviométrica anual de 1.267 mm com chuvas concentradas no verão e outono. As temperaturas na região oscilam, geralmente, entre 18ºC no mês 18 de julho, mês mais frio do ano, e 27ºC, entre os meses de dezembro a fevereiro, enquanto a umidade relativa do ar é sempre elevada, geralmente ultrapassando os 75% (RIMA UTE, 2011). 4.1.2.3 CARACTERIZAÇÃO HIDROGRÁFICA A bacia hidrográfica do Rio Buranhém está situada na região Extremo Sul do estado. Esta bacia apresenta uma densa malha de drenagem e sua forma se assemelha a um leque. O Rio Buranhém nasce no município de Santo Antônio do Jacinto, em Minas Gerais, a uma altitude de aproximadamente 560 m. Inicialmente, este rio tem seu curso orientado no sentido nordeste até o povoado de Pinheiro, na Bahia, quando inflete para o sentido oeste-leste até sua foz na cidade de Porto Seguro. As declividades mais acentuadas ocorrem no trecho inicial com um desnível de 280m em 22,6 km de extensão. Os seus principaisafluentes são Córrego da Torre e Cara da Pedra (RIMA UTE, 2011). Serão realizadas análises físico-químicas e biológicas nos treze pontos de águas superficiais na área e no entorno da futura instalação da ASE, tendo como ênfase o Rio Buranhém. Serão avaliados a conformidade dos resultados encontrados em relação aos padrões para água doce, classe 2, segundo a Resolução CONAMA nº. 357/05, uma vez que para corpos d’água não enquadrados são adotados os limites estabelecidos para a classe 2. Os recursos hídricos subterrâneos apresenta a segunda maior distribuição areal na bacia do Buranhém e dos Mangues, com aproximadamente, 237 km2, o que corresponde a 10,5 % da área 85 total da bacia, ocupando a porção oriental da região, em duas faixas estreitas, que do litoral remontam ao continente, afastando-se da costa por mais de 70 quilômetros, até as proximidades da sede municipal de Eunápolis. A espessura desses sedimentos (Grupo Barreira) é bastante variável. Nas imediações de Eunápolis, constituem uma capa de cerca de 10 metros de espessura. A alimentação do sistema aquífero dos sedimentos do Grupo Barreiras, se dá diretamente a partir da parcela de infiltração das águas meteóricas que precipitam e escoam sobre as áreas de afloramento desses sedimentos. Os níveis pluviométricos, verificados a partir das curvas de precipitação média anual, são de aproximadamente 1.500 mm/ano (RIMA UTE, 2011). 19 O devastamento da cobertura vegetal natural e a substituição desta por grandes áreas de pastagens está alterando o escoamento nos leitos dos rios. Esta substituição da cobertura vegetal faz o escoamento superficial aumentar reduzindo a alimentação dos mananciais subterrâneos e nas épocas de chuva intensa contribui para o aparecimento de descargas de pico maiores (RIMA UTE, 2011). No rio Buranhém há poucos resquícios de mata ciliar. Sua ausência favorece ainda mais a erosão das margens, o assoreamento do leito e a diminuição da descarga natural do rio. Este fato pôde ser comprovado com informações obtidas junto a antigos moradores da região que afirmaram que antigamente, em certos locais, só era possível atravessar o rio Buranhém a barco ou a canoa. Nestes locais atualmente a lâmina d’água está tão reduzida que se pode atravessar o Buranhém a pé (RIMA UTE, 2011). Os mananciais subterrâneos normalmente constituem reservas de água potável, de boa qualidade principalmente na zona rural, onde a contaminação dos aqüíferos por ação antrópica é bastante reduzida, salvo nos casos em que apresenta índices elevados de salinidade e elementos dissolvidos, condicionados por características próprias do aquífero (RIMA UTE, 2011). De acordo com o conhecimento que se tem da área da bacia, as possíveis fontes de poluição dos mananciais subterrâneos estariam relacionadas principalmente com a falta de sistema de captação e tratamento de esgotos dos núcleos urbanos, a disposição inadequada dos resíduos domiciliares e hospitalares através de lixões. A falta de sistema de esgotamento sanitário condiciona a construção de fossas sépticas e o lançamento de esgotos no terreno natural, lagoas, ou rios, proporcionando a infiltração de poluentes e organismos patogênicos que são incorporados às águas subterrâneas, da mesma forma, as pilhas de resíduos urbanos nos lixões, são lixiviadas pela água de chuva, que transporta para o solo substanciais potencialmente poluidoras Para a manutenção da qualidade atual dos aqüíferos em áreas isentas de contaminação e a recuperação de áreas localmente contaminadas, se faz necessário a eliminação das possíveis fontes de poluição, através da implantação de sistemas de esgotamento sanitário e de tratamento adequado dos resíduos urbanos, programas educativos sobre o manejo adequado do solo e da água nas áreas irrigadas, instalação de rede de monitoramento nas proximidades dos centros urbanos (RIMA UTE, 2011). 20 4.1.3 FLORA Quanto à relação das pequenas propriedade rurais próximas do empreendimento, considera-se como amistosa, pois são apenas 4 proprietários de perfil empresarial. Na área da ASE a vegetação é exclusivamente de pasto com espécies ruderais, na sua maioria constituída de gramíneas forrageiras com espécies ruderais a exemplo de: Desmodium barbatum (barbadinho), Rhyncosphora nervosa (capim-estrela) e Solanum auriculatum (caiçara). As únicas árvores existentes são de um pequeno fragmento, bastante antropizado de floresta ombrófila densa, vegetação das calhas de drenagem e silvicultura de eucalipto. Cerca de 90% da área afetada e de influência direta (AID) da ASE pertence à tipologia de plantação, sobretudo de pastos. Como se trata de região sob o domínio de Floresta Ombrófila Densa não existe fitofisionomia expressiva de transição. As fitofisionomias existentes e tipologias estão mais relacionadas à antropização (RIMA UTE, 2011). Há muito tempo na região de Eunápolis vêm sendo explorada a madeira, a tal ponto que até a década de 80 foi considerado o maior povoado do mundo. Dessa forma, a maior parte da vegetação nativa existente é secundária e fragmentada. Ainda devido à formação de pastagens em alguns locais ocorreram problemas ambientais devido à falta de cobertura vegetal nativa provocando alteração no solo, desde pequenas erosões provocadas por insetos até grandes erosões provocadas pelas estradas e formação de voçorocas. Em alguns locais já houve queimadas e a retirada da vegetação provoca mortandade dos vegetais (RIMA UTE, 2011). 4.1.4 FAUNA Através de entrevistas com a população rural residente ou que transita na área foi possível obter informações e listar as espécies ocorrentes e o trato das pessoas em relação a elas. Os répteis, especialmente as serpentes, as quais podem ser potencialmente perigosas, são evitadas ou eliminadas quando avistadas pela população. O tatu-verdadeiro (Dasypusnovemcinctus) é o animal mais capturado pelos caçadores. Foram observados dois principais usos da fauna silvestre: como recurso alimentar e como recurso medicinal (RIMA UTE, 2011). O jacaré-do-papo-amarelo, Caimanlatirostris sofre intensas pressões de caça, em função de sua carne e couro, e já é raro na área estudada. Da mesma forma, o Teiú, 21 Tupinambismerianae, lagarto que atinge 1m de comprimento, tem a carne e couro bastante apreciados (RIMA UTE, 2011). Salienta-se, entretanto, que a caça de animais silvestres é uma atividade proibida em todo território brasileiro segundo a Lei de Proteção à Fauna n° 5.197/1967. Foi procedido um levantamento da macrofauna terrestre, identificou-se as espécies raras, ameaçadas, indicadoras de qualidade ambiental e de interesse econômico/científico, totalizando 93 na área de influência direta do empreendimento. Os pontos de amostragens foram os locais escolhidos de forma aleatória, priorizando a existência de árvores em época de frutificação ou floridas e margens de recursos hídricos. Foram identificados alguns indivíduos, através de observações e de suas respectivas localizações (RIMA UTE, 2011). Figura 13: Algumas espécies que ocorrem na área de influência direta da ASE Fonte: RIMA UTE, 2011 22 Um aspecto relevante da fauna é a Ictiofauna (Peixes) das áreas de influência da ASE. As estações de amostragem (Montante, Captação e Jusante) foram selecionadas no trecho do rio Buranhém de modo que abrangesse a Ictiofaunística (Peixes) da área de influência do empreendimento Aterro Sanitário e Rio Buranhém, referente ao período de maio de 2013. A comunidade ictiofaunística encontrada foi composta pela Ordem: Characiformes (peixes de escama, sem espinhos duros nas nadadeiras), Cyprinodontiformes (peixes com fecundação interna), Gymnotiformes (peixes elétricos, sem nadadeira dorsal), Perciformes (peixes de escama com espinhos duros nas nadadeiras dorsal e anal), Siluriformes (peixes de couro ou placas ósseas) e Symbranchiformes (peixes semescamas e nadadeiras), constituída por 25 táxons infragenéricos identificados (RIMA UTE, 2011). 4.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Neste item foram identificados, descritos, classificados e valorados os impactos ambientais potenciais decorrentes do planejamento/projeto, da implantação e operação do ASE, bem como propostas as medidas para minimizar os impactos negativos decorrentes deste empreendimento. 4.2.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS A metodologia utilizada baseia-se no conteúdo de consistência técnica e legal conforme a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Identificadas as atividades e tarefas potencializadoras geradoras de impacto ambiental relacionadas às fases de projeto, implantação e operação do Aterro Sanitário de Eunápolis, foram adotados critérios chamados de Preliminares e de Valoração. A ponderação desses critérios definiu a magnitude dos impactos ambientais (RIMA UTE, 2011). A metodologia escolhida para esse empreendimento foi o de Sobreposição de Cartas que constitui na elaboração de diferentes cartas temáticas sobre os fatores ambientais e sobre diferentes impactos ambientais para depois sobrepô-las, obtendo uma caracterização composta e complexa do ambiente regional. O Sistema de 23 Informações Geográficas (SIG) baseia-se na mesma metodologia, mas o termo se refere a um sistema informatizado de armazenagem de dados que podem ser recuperados e apresentados de forma especializada, gerando cartas temáticas e cartas de integração (RIBEIRO, 2004). 4.2.2 IMPACTOS DA FASE DE PROJETO E OPERAÇÕES Durante a concepção do projeto da ASE, foram considerados os aspectos ambientais relacionados às atividades de implantação e operação de um empreendimento desse porte. A escolha das alternativas locacionais para a implantação do empreendimento considerou não apenas as vantagens técnicas e custos do projeto, mas também pela necessidade de reduzir o alcance dos impactos ambientais a serem gerados. Dessa forma, desde o início do processo foram valorizados os recursos hídricos, localização e tipo da cobertura vegetal, a proximidade de comunidades que poderiam ser afetadas por alterações da qualidade do ar, bem como a presença de ecossistemas importantes e de elementos relevantes do patrimônio natural e cultural (RIMA UTE, 2011). A consciência social destaca suas repercussões positivas no plano econômico, onde se destaca a geração de empregos e os seus efeitos sobre a qualidade de vida da população municipal. Diante de um quadro socioeconômico caracterizado pelo desemprego, da retração das atividades agropecuárias e da consequente migração do campo para a cidade e pela falta de perspectivas de inserção e ascendência no mercado tanto a curto quanto a longo prazo, o empreendimento emerge como um marco para o estabelecimento de condições sociais e econômicas no município. Com efeito, o empreendimento é responsável pela geração de expectativas positivas na população. Estima-se que na fase de planejamento e projeto sejam gerados cerca de 100 empregos indiretos, em suporte, as atividades do empreendedor. Ainda que temporário esse processo de geração de empregos influenciará na economia, através do trabalho e inclusão ao mercado formal e os benefícios decorrentes destes, tais como, Seguro Desemprego, FGTS, PIS e INSS (RIMA UTE, 2011). A movimentação de terra e tráfegos de veículos pesados serão atividades com maior possibilidade de geração de emissões fugitivas de material particulado na atmosfera nos locais de a exposição do solo ao ar livre e manuseio de terra. Estas condições são propícias para ações dos ventos, bem como a pulverização e abrasão do solo por equipamentos resultando em emissões fugitivas. A emissão de gases será 24 limitada e restrita a área de movimentação de veículos. Além disto, a disponibilidade de energia elétrica reduzirá a utilização de motores à explosão capazes de emitir gases poluentes (RIMA UTE, 2011). Durante as obras civis haverá aumento na frequência e na diversidade de ruídos com possibilidade de causar transtornos, mesmo que temporários, aos operários e às pessoas que estejam transitando no entorno da obra. São previstos ruídos normalmente intensos, incluindo ruídos constantes, ruídos intermitentes e vibrações provenientes de equipamentos, como os utilizados para limpeza do terreno, escavações, aberturas de valas em consequência de operações com máquinas e tratores. As emissões de ruído irão variar conforme as operações e o ritmo de desenvolvimento das obras. Ressalta-se que os ruídos e vibrações previsíveis são comparáveis aos ruídos urbanos cotidianos associados a obras civis e movimentação de veículos (RIMA UTE, 2011). Não haverá fragmentação florestal, pois implantação do ASE irá ocorrer em área antropizada correspondendo atualmente a pastos e os locais de cobertura vegetal arbustiva e arbórea são reduzidos. A supressão da vegetação, embora muito limitada, poderá causar modificação da paisagem natural, redução da flora, diminuição de área de abrigo e produção de alimentos á fauna local durante a obra. Deve-se ressaltar que a fauna remanescente circula livremente entre as propriedades do entorno, em áreas antropizadas pela formação de pasto para criação de gado. A limpeza do terreno com a retirada da vegetação, a geração de ruídos devido à movimentação de máquinas, equipamentos, veículos e de trabalhadores, a possibilidade de caça durante a abertura de acesso e valas da instalação do ASE irão contribuir para o afugentamento de indivíduos da fauna local. É nesse processo de fuga ou mesmo devido à dificuldade de locomoção característica de determinadas espécies que alguns animais podem ser atingidos por máquinas e veículos. Nessas condições os indivíduos ficam mais vulneráveis a caça (RIMA UTE, 2011). As atividades que envolvem o uso intensivo de máquinas, aberturas de valas, transporte de materiais, além da característica repetitiva das ações, podem levar ao desencadeamento de stress por parte dos trabalhadores, aumentando o risco de acidentes com os mesmos. Soma-se a essa situação, o risco de acidentes com animais peçonhentos durante a limpeza da área e assentamento dos tubos em valas. Sendo a população vizinha muito rarefeita apenas os transeuntes e eventuais trabalhadores rurais (vaqueiros por ex.) estarão submetidos a risco (RIMA UTE, 2011). O funcionamento da Usina irá gerar a emissão de poluentes para a atmosfera: Material Particulado, MP e dos Óxidos de Nitrogênio, NOX. No entanto, o estudo de 25 dispersão atmosférica a partir das emissões desses poluentes utilizando cinco anos de dados meteorológicos horários da estação meteorológica do INPE, situada a 9km do centro de Eunápolis e o modelo matemático AERMOD, aponta que os resultados da modelagem mostraram que as máximas concentrações são de baixíssimas magnitudes sem possibilidade de violação dos respectivos padrões primários e secundários de qualidade do ar estabelecidos nas legislações vigentes. Ressalta-se que em relação à dispersão dos poluentes MP, NOX, SO2, sobre a área de influência do empreendimento, a região possui capacidade de suporte atmosférico compatível com as emissões da ASE. De tal modo, que as possíveis alterações que possam ocorrer na qualidade do ar da região, não ocasionarão impactos significativos sobre a população potencialmente receptora situada nos bairros de Eunápolis mais próximos a UTE. A flora, a fauna e os materiais também não serão afetados (RIMA UTE, 2011). Considerando os elevados índices pluviométricos registrados na área da Bacia do rio Buranhém e a contribuição dos aqüíferos na manutenção do escoamento hídrico dos cursos fluviais, não se espera alterações do regime hídrico atual. É importante salientar ainda, que o órgão gestor destas águas, a Agência Nacional das Águas – ANA manifestou-se favoravelmente (RIMAUTE, 2011). A implantação e operação do empreendimento trarão impactos positivos e também negativos. Os impactos na sua grande maioria são de média e pequena significância não acarretando em grandes alterações no meio-físico, biológico e sócio- econômico. Vale ressaltar que os aspectos positivos em termos de absorção de mão-de- obra local e melhoria na qualidade de vida, ocorrerão majoritariamente com a implantação do empreendimento e, portanto a não viabilização do mesmo seria uma perda para a região (RIMA UTE, 2011). A partir da implementação das medidas mitigadoras espera-se que os impactos negativos tenham sua significância eliminada ou reduzida para pequena significância assegurando assim a manutenção da qualidade ambiental da área de influência do empreendimento. Os Programas Ambientais previstos para serem implementados nas etapas de implantação e operação estão relacionados com a eliminação e controle daqueles impactos de maior significância (RIMA UTE, 2011). 26 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As diretrizes das estratégias de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos buscam atender aos objetivos do conceito de prevenção da poluição, evitando- se ou reduzindo a geração de resíduos e poluentes prejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública. Desse modo busca-se priorizar, em ordem decrescente de aplicação: a redução na fonte, o reaproveitamento, o tratamento e a disposição final. No entanto cabe mencionar que a hierarquização dessas estratégias é função das condições legais, sociais, econômicas, culturais e tecnológicas existentes no município, bem como das especificidades de cada tipo de resíduo (ZANTA; FERREIRA, 2003). A redução na fonte pode ocorrer por meio de mudanças no produto, pelo uso de boas práticas operacionais e/ou p elas mudanças tecnológicas e/ou de insumos do processo. A estratégia de reaproveitamento engloba as ações de reutilização, a reciclagem e a recuperação. Observa-se que no reuso o resíduo está pronto para ser reutilizado, enquanto a reciclagem exige um processo transformador com emprego de recursos naturais e possibilidade de geração de resíduos, embora possa estar sendo produzido um bem de maior valor agregado. Por último, têm-se as ações de tratamento e disposição final, que buscam assegurar características mais adequadas ao lançamento dos resíduos no ambiente. As ações de gerenciamento podem ser promovidas por meio de instrumentos presentes em políticas de gestão. Os instrumentos econômicos compreendem os tributos, subsídios ou incentivos fiscais; os instrumentos voluntários, as iniciativas individuais; e os instrumentos de comando e controle, as leis, normas e punições (ZANTA; FERREIRA, 2003). As instituições responsáveis pelo sistema de gerenciamento integrado de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) devem contar com a existência de uma estrutura organizacional que forneça o suporte necessário ao desenvolvimento das atividades do sistema de gerenciamento. A concepção desse sistema abrange vários subsistemas com funções diversas, como de planejamento estratégico, técnico, operacional, gerencial, recursos humanos, entre outros (ZANTA; FERREIRA, 2003). Alguns aspectos do arranjo institucional, como normas municipais para a limpeza urbana, a capacitação técnica continuada dos profissionais e sua motivação para o melhor desempenho de suas atribuições e a existência de um canal de comunicação a fim de possibilitar a participação social nos processos decisórios, ouvir e atender demandas, divulgar os serviços prestados, bem como permitir a formação de consciência coletiva sobre a importância da limpeza pública por meio da educação 27 ambiental, quando implementados, favorecem a melhoria dos serviços prestados (ZANTA; FERREIRA, 2003). 28 6 CRONOGRAMA DO PROJETO PERÍODO DISCRIMINAÇÃO 30/01/12 à 24/02/12 1. Determinação das características e volume dos resíduos 1.1. Estudos e levantamentos de campo 30/01/12 à 23/03/12 2. Recompilação das informações existentes 2.1. Estudos Topográficos 2.2. Elaboração de Mapas 2.3. Estudos Hidrogeológicos 2.4. Estudos Climatológicos 26/03/12 à 15/06/12 3. Projeto do Complexo do Aterro Sanitário 3.1. Memoriais Descritivos 3.2. Memoriais Técnicos 3.3. Cronogramas Físico-Financeiros 3.4. Orçamentos Discriminados 3.5. Plantas Gerais e de Detalhamento 3.6. Plano de Manejo Ambiental 3.7. Resumo e Apresentação Áudio-Visual 3.8. Editoração 3.9 Treinamentos da Mão de obra 30/01/12 à 15/06/12 4. Despesas Legais e Administrativas 4.1. Licenciamento dos Projetos 4.2. Despesas Legais 4.3. Construção do Aterro 4.4 Despesas com Treinamento de Mão de Obra 27/08/12 à 30/08/13 5. Construção do Aterro Sanitário 5.1 Terraplanagem 5.2 Construções das Células 29 7 REFERÊNCIAS IBGE, Censo Demográfico. Relatórios Dinâmicos indicadores Municipais, 2010 <http://www.portalodm.com.br/> Acessado: 22/05/2013 TENÓRIO, J. A. S.; ESPINOSA, D.C.R. Controle Ambiental de Resíduos. In: BRUNA, G.C.; ROMÉRO, M.A.; PHILIPPI Jr., A. (Editores) Curso de Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004. SERRA, G.G. Questão urbana e participação no processo de decisão. In: BRUNA, G.C.; ROMÉRO, M.A.; PHILIPPI Jr., A. (Editores) Curso de Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004. BORGES, M.E. Gerenciamento de Limpeza Urbana – CPT/Viçosa-MG, 2009. RIBEIRO H. Estudo de Impacto Ambiental como Instrumento de Planejamento In: BRUNA, G.C.; ROMÉRO, M.A.; PHILIPPI Jr., A. (Editores) Curso de Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004. GOMES, L.P.; MARTINS, F.B. Projeto, Implantação e Operação de Aterros Sustentáveis de Resíduos Sólidos Urbanos para Municípios de Pequeno Porte. In: In: CASTILHOS Jr., A.B. (Coordenador) Resíduos Sólidos Urbanos: aterro sustentável para município de pequeno porte / Projeto PROSAB – Rio de Janeiro: ABES, RIMA, 2003. ZANTA, V.N.; FERREIRA, C.F.A. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. In: CASTILHOS Jr., A.B. (Coordenador) Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte / Projeto PROSAB – Rio de Janeiro: ABES, RIMA, 2003. RIMA – Relatório de Impacto Ambiental da Usina Termoelétrica UTE Sulbahia , 2011. Disponível em: http://www.inema.ba.gov.br/estudos-ambientais/eia-rima Acesso em 15 de Maio de 2013.
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