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1ª aula -inicial - Motivação

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Motivação
1.1) Conceito: 
Motivações ou estados motivacionais podem ser definidos como um conjunto de impulsos internos que nos levam a realizar certos ajustes corporais e comportamentais (Lent, 2004) ou, ainda, como a força que compele um comportamento a acontecer (Bear, 2008). Para Kolb, 2002 parece ser o propósito subjacente a um comportamento. Independente da definição que julgamos mais interessante, o fato a destacar é que as definições sempre se referem às inferências que nós fazemos para descrever por que uma pessoa demonstrou ou demonstra um determinado comportamento. 
Os atos promovidos pelas nossas motivações são definidos por Lent, 2004 como comportamentos motivados, exemplificando: fome e sede são motivações, comer e beber são comportamentos motivados. Este autor subdivide esses comportamentos em elementares (regulação da temperatura, sede e fome), comportamento sexual (reprodução e prazer sexual) e comportamentos complexos (impulsos subjetivos: estudar, trabalhar e etc.). Em todas estas subdivisões encontramos elementos que são chamados de apetitivos (buscar alimentos na geladeira, um agasalho no armário, um parceiro em uma festa) e os consumatórios (comer, vestir um casaco, o ato sexual).
1.2) Hipotálamo e hipófise:
Situado abaixo do tálamo e ao longo das paredes do terceiro ventrículo, o hipotálamo apresenta-se ligado a glândula hipófise por uma haste ou pedúnculo conhecido por infundíbulo. A hipófise fica pendente abaixo da base do encéfalo logo acima do céu da boca (palato) armazenada em um nicho no osso da base do crânio. O hipotálamo desempenha papel central na regulação homeostática do meio interno através de ajustes neuroendócrinos, motivacionais e comportamentais. A hipófise possui dois lobos: anterior e posterior, controlados de forma distintas pelo hipotálamo.
Hipófise posterior: formada basicamente por axônios de neurônios cujos corpos celulares estão no hipotálamo (nos núcleos para ventricular e supra-óptico) ela constitui uma parte do encéfalo. Seus neurônios secretam diretamente nos capilares hipofisários os seus neurormônios. 
Hipófise anterior: Formada por tecido glandular, essa porção da hipófise não se constitui como parte do encéfalo, sendo uma glândula de fato. Suas células produzem e secretam hormônios nos capilares a partir de comandos superiores oriundos do hipotálamo. Esses neurônios controladores hipotalâmicos estão na região periventricular e enviam os fatores de liberação pela circulação portal hipotálamo-hipofisária, determinando assim as ordens de comando para as células da hipófise anterior: produção ou interrupção da síntese de diversos hormônios. 
1.3) Hormônios hipofisários e suas funções:
Hipófise posterior (neurormônios):
Ocitocina: participa das contrações uterinas no trabalho de parto e da ejeção do leite materno.
Vasopressina (também conhecida por ADH ou hormônio antidiurético): regula os níveis volumétricos e de concentração salina do sangue.
Hipófise anterior:
FSH (hormônio folículo estimulante): maturação dos gametas.
LH (hormônio luteinizante): oocitação (antigamente reportada por ovulação); síntese de andrógenos.
TSH (hormônio estimulador da tireóide ou tireotropina): secreção de tiroxina (elevação do metabolismo)
ACTH (hormônio adrenocorticotrópico ou corticotropina): secreção de cortisol (disponibiliza as reservas de energia, inibe o sistema imune)
GH (hormônio de crescimento): estimula a síntese de proteínas e renovação celular.
Prolactina: crescimento das mamas, produção e secreção de leite materno. 
1.4) Homeostase:
Definida como a permanente tendência dos organismos de manter a constância do meio interno por Walter Canon, 1871-1945 é atualmente reportada como a manutenção do ambiente interno do organismo dentro de estreitos limites fisiológicos (Bear, 2008). A manutenção do organismo em homeostase assegura as condições necessárias para uma vida livre e independente. 
Nosso aparelho circulatório desempenha um papel vital neste contexto: nutrição, eliminação dos produtos não utilizados, regulação da temperatura e defesas imunológicas. O aparelho respiratório atua no controle dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono; fígado e o pâncreas participam da produção e controle das reservas de energia; os rins regulam a concentração de hidrogênio, sódio, potássio e íons fosfato e as glândulas endócrinas controlam os níveis de hormônios no sangue.
 
1.5) Homeostase comportamental:
 
A homeostase comportamental está diretamente relacionada ao conceito de preservação do meio interno, referindo-se a uma série de respostas comportamentais que garantem a preservação do indivíduo ou espécie, conforme estudamos no início desta aula. 
Esses processos são regulados por mensagens químicas hormonais diversas que são enviadas/recebidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.

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