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Estudo dirigido epitelio e conjuntivo WENDELL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CB - DMOR - HISTOLOGIA
	
CURSO DE FARMÁCIA
ABP-Aprendizagem Baseado em Problema
	
	
Disciplina: HISTOLOGIA
Professores: Raimundo Araújo
	Aluno(a):
Wendell Mainho Bezerra
01- Responda: 
OBS.: USEM IMAGENS HISTOLOGICAS DE PREFERENCIA PARA ILUSTRAR A SUA RESPOSTA.
1) O sucesso da eficácia de um fármaco está relacionado a forma como é administrado. Os medicamentos administrados intravenosamente percorrem a corrente sanguínea e precisam atravessar a parede dos vasos para entrar no tecido conjuntivo do tecido-alvo para executar sua função. Responda:
a) Que elementos histológicos são encontrados na corrente sanguínea que interagem com o medicamento? Descrever os componentes sanguíneos em questão.
Na corrente sanguínea, o medicamento é parcialmente transportado em solução na forma de medicamento livre (sem ligações), farmacologicamente ativa pois é capaz de atravessar membranas biológicas e atingir os receptores-alvo. Parte do fármaco é ligado, reversivelmente, a componentes do sangue, como proteínas plasmáticas e células sanguíneas. As hemácias são tipos de células sanguíneas, não possuem núcleo e possuem uma grande quantidade de hemoglobina, que é uma proteína transportadora de O2 e CO2. Comumente essas células não saem do sistema circulatório, permanecendo sempre no interior dos vasos, servindo como transportadores sanguíneos. A forma bicôncava das hemácias proporciona grande superfície em relação ao volume, o que facilita o transporte. Os fármacos atravessam as membranas celulares somente na forma livre, sendo que, um fármaco ligado às proteínas plasmáticas fica retido na corrente sanguínea. Consequentemente irá retardar seu início de ação, diminuir seu metabolismo e diminuir sua taxa de excreção. Entre as muitas proteínas plasmáticas que podem interagir com os fármacos, as mais importantes são a albumina, a α-1-glicoproteína ácida e as lipoproteínas. De modo geral, a ligação de fármacos ácidos com a albumina é mais extensa, e a ligação de fármacos básicos com α-1-glicoproteína ácida, lipoproteína ou ambas é mais ampla. Há também outra forma para que não sejam excretados de forma muito rápida, podem ser armazenados em tecido adiposo ou muscular, de forma que são liberados desses reservatórios conforme a concentração do fármaco diminui na corrente sanguínea. 
b) Descreva as características histológicas da parede de um vaso sanguíneo (as células epiteliais e junções celulares) e a lâmina basal. Como essas estruturas interferem na passagem de moléculas do sangue para o tecido conjuntivo.
A parede dos vasos sanguíneos é formada pelos componentes básicos a seguir:
O epitélio, chamado de endotélio, é um tipo de epitélio que forma uma barreira semipermeável que fica entre duas partes do meio interno, sendo o plasma sanguíneo e a matriz intersticial. O endotélio é altamente diferenciado para mediação e monitoramento. Conduz ativamente uma ampla gama de trocas bidirecionais de pequenas moléculas, ao mesmo tempo, restringe o transporte de grandes moléculas. As células endoteliais possuem várias funções de acordo com o vaso sanguíneo que revestem. A lâmina basal que possui como componentes principais colágeno tipo IV, as glicoproteínas laminina e entactina e proteoglicanos. A lâmina basal se prende ao tecido conjuntivo por meio de fibrilas de ancoragem constituídas por colágeno tipo VII. A lâmina basal forma uma barreira que limita ou controla a troca de macromoléculas entre o endotélio e o tecido conjuntivo. As lâminas basais têm várias funções; uma das principais é promover a adesão das células epiteliais ao tecido conjuntivo subjacente. Elas também são importantes: para filtrar moléculas. O tecido muscular liso faz parte de todos os vasos sanguíneos, exceto capilares e vênulas pericíticas. As células musculares lisas estão localizadas na túnica média dos vasos sanguíneos, onde são organizadas em camadas espirais. Cada célula muscular é envolta por uma lâmina basal e por uma quantidade variável de tecido conjuntivo produzido por elas próprias. As células musculares lisas vasculares, principalmente em arteríolas e pequenas artérias, são frequentemente conectadas por junções comunicantes (gap). Componentes do tecido conjuntivo são encontrados nas paredes dos vasos sanguíneos em quantidade e proporção que variam de acordo com as suas necessidades funcionais. Fibras colágenas, um elemento abundante na parede do sistema vascular, são encontradas entre as células musculares, na camada adventícia e também na camada subepitelial de alguns vasos. Os colágenos dos tipos IV, III e I são encontrados nas membranas basais, túnicas média e adventícia, respectivamente. Fibras elásticas fornecem a resistência ao estiramento promovido pela expansão da parede dos vasos. Essas fibras predominam nas grandes artérias, nas quais se organizam em lamelas paralelas regularmente distribuídas entre as células musculares em toda a espessura da camada média. A substância fundamental forma um gel heterogêneo nos espaços extracelulares da parede dos vasos. Ela contribui com as propriedades físicas da parede dos vasos e, provavelmente, afeta a difusão e a permeabilidade através da parede. A túnica íntima (Em roxo na foto) apresenta uma camada de células endoteliais apoiada sobre uma lâmina basal. Em torno dessa lâmina há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a camada subendotelial, a qual pode conter, ocasionalmente, células musculares lisas. A túnica média (Em azul na foto) consiste principalmente em camadas concêntricas de células musculares lisas organizadas helicoidalmente. A túnica adventícia (Em amarelo) consiste principalmente em colágeno do tipo I e fibras elásticas. 
c) Descreva os tecidos histológicos e suas classificações sao encontrados por exemplo na pele e na traquéia, caso o medicamento em questão atue nesses dois órgãos?
Em menor aumento observar as camadas da epiderme (1) e a constituição da derme (2). Em médio e maior aumento identificar as camadas basal (3), espinhosa (4) e córnea (5) de epiderme, bem como seus limites e características histológicas. Observar as papilas dérmicas ou derme papilar: região de tecido conjuntivo frouxo entre as cristas epidérmicas e a derme reticular de tecido conjuntivo denso não modelado mais profundamente disposto. Na região da derme visualizar os derivados da pele: as glândulas sudoríparas são tubulosas simples enoveladas, cujos ductos se abrem na superfície da pele. A porção secretora (6) desta glândula é constituída de epitélio simples, com células apresentando maior volume citoplasmático que as células do ducto, além de serem menos coradas pelo HE. Os ductos (7) possuem epitélio cúbico estratificado, suas células apresentam menos volume citoplasmático que as células das porções secretoras e são mais coradas pelo HE. As glândulas sebáceas (8) estão geralmente dispostas junto ao folículo piloso (9), são compostas de células mucosas e seu ducto é de difícil visualização. É possível observar também os folículos pilosos e seus componentes: bulbo, matriz, haste (medula, córtex e cutícula), bainhas radiculares interna e externa, músculo eretor do pelo. 
A traqueia é constituída por epitélio respiratório (1), apresentando lâmina própria com vasos e glândulas exócrinas seromucosas (2) e cartilagem hialina contínua em forma de C (3), formadores dos anéis cartilaginosos da traqueia. O músculo liso (4) se localiza externamente ao anel cartilaginoso, diferente do observado nos brônquios. Embora a camada muscular envolva a estrutura inteiramente, há um espessamento muscular posteriormente ao órgão, fechando o C cartilaginoso. Apresenta adventícia de tecido conjuntivo frouxo externamente.
2) Um indivíduo apresenta “xerostomia (boca seca)” devido a uma diminuição na produção de saliva. Descreva os componentes de um adenômero de uma glândula exócrina acinona mista. 
As glândulas exócrinas sempre têm duas porções: uma porção secretora, constituída pelas células responsáveis pelo processo secretório, e ductos excretores, que transportam a secreçãoeliminada pelas células. Glândula acinosa composta, sua porção secretora é constituída exclusivamente por células serosas, produzindo grânulos de secreção ricos em proteínas (enzimas amilolíticas). Nos preparados histológicos as células serosas têm aspecto granuloso e escuro. Geralmente observa-se um epitélio cúbico simples, sendo essa morfologia importante para não confundir ducto com vaso sanguíneo. A glândula salivar é uma exceção, pois seu ducto apresenta um epitélio estratificado cúbico. 
3) Quais as diferenças histo-fisiológicas de uma glândula exócrina quanto ao modo de secretar seu produto para os ductos?
De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as glândulas podem ser classificadas em merócrinas, holócrinas ou apócrinas. Nas glândulas merócrinas (p. ex., o pâncreas), a secreção acumulada em grãos de secreção é liberada pela célula por meio de exocitose, sem perda de outro material celular. Nas glândulas holócrinas (p. ex., as glândulas sebáceas), o produto de secreção é eliminado juntamente com toda a célula, processo que envolve a destruição das células repletas de secreção. o. Um tipo intermediário é a secreção apócrina, encontrada na glândula mamária, em que o produto de secreção é descarregado junto com pequenas porções do citoplasma apical. 
4) Explique histologicamente como uma pomada a base de Vitamina A e pantenol estimula a cicatrização de uma ferida. Quais estruturas histológicas esses medicamentos atuariam para ocorrer uma cicatrização mais rápida?
Duas das funções da vitamina A e do pantenol (que é produzido na pele), são de auxiliar na formação do colágeno e ajuda na renovação celular isso ajuda diretamente no processo de cicatrização, já que é necessário, em um ferimento, repor algumas células do tecido que foi lesionado. Uma outra função tanto da vitamina A e do pantenol é que são anti-inflamátórios, assim ajudam a manter os microrganismos longe do ferimento. Existem três fases do processo de cicatrização: Inflamatória ou Exsudativa: É uma reação local não específica que ocorre em resposta a danos teciduais que se inicia logo após ocorrer a lesão ou trauma e é caracterizada pela presença de rubor (coloração avermelhada), dor, calor local e edema (inchaço da região lesada). Pode durar aproximadamente 72 h e é caracterizada por aumento da permeabilidade capilar, migração de leucócitos para o local da ferida e liberação de mediadores químicos. Exsudação é a perda de líquido, com alto teor de proteínas séricas e leucócitos, células de defesa do organismo, pela ferida. Proliferativa ou Granulação: Inicia-se durante a fase inflamatória e é caracterizada por intensa atividade celular local. Essa fase pode durar por um período de 1 a 14 dias. Ocorrem processos como neovascularização, formação de novos vasos sanguíneos locais, síntese de colágeno e epitelização, formação de nova camada epitelial. Durante essa fase há diminuição da atividade inflamatória, mas a ferida permanece vermelha e edemaciada (inchada). É também chamada de fase fibroblástica. Maturação ou Remodelamento ou Reparativa: Essa fase tem início por volta do 3º dia e pode durar até 6 meses. Ocorre diminuição da quantidade de fibroblastos, reorganização das fibras de colágeno e diminuição do rubor tecidual. O tecido cicatricial previamente formado sofre remodelação, e o alinhamento das fibras é reorganizado para aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. 
5) Um jogador de Basketball teve uma fratura na parte superior da diáfise do femur e na cartilagem articular. Responda:
A) Explique porque a cartilagem da traquéia se regenera ao passo que a cartilagem das articulações não se regenera, se ambas são do mesmo tipo histológico cartilaginoso.
 Cada tipo de tecido tem uma matriz extracelular com papel fundamental na homeostase corporal. Assim, o contexto micro ambiental (matriz extracelular) do tecido a ser regenerado precisa ser levado em consideração. Em termos estruturais, a cartilagem articular é rica em matriz extracelular, na qual se encontram distribuídos condrócitos isolados ou em grupos clonais organizados em pequenas colônias celulares. Os condrócitos são responsáveis pela secreção dos componentes da matriz cartilaginosa, como colágeno, glicoproteínas e proteoglicanas. A nutrição do tecido cartilaginoso ocorre via capilares contidos no pericôndrio, um tecido conjuntivo que envolve a cartilagem e que tem CTMs adultas chamadas condroblastos. Entretanto, como as cartilagens que revestem os ossos das articulações móveis não têm pericôndrio, a sua nutrição é feita pelo líquido sinovial presente nas cavidades articulares. O líquido sinovial representa um ultrafiltrado de plasma que atravessa a membrana sinovial, na qual recebe mucopolissacarídeos que contêm ácido hialurônico e uma pequena quantidade de proteínas de alto peso molecular. Assim, mesmo com uma grande quantidade de proteínas colágenas, a pequena quantidade de componentes celulares no tecido cartilaginoso dificulta sua regeneração e faz com que lesões articulares repetitivas tenham uma maior tendência à cronificação.
B) Em relação a fratura do femur, como ocorrerá o processo regenerativo? Explique com detalhes levando em consideração os processos moleculares estimulatórios / inibitórios que agem nos osteoblastos e osteoclastos. 
Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia em função de lesão dos vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de células ósseas. Assim, para que a reparação se inicie, o coágulo sanguíneo e os restos celulares e da matriz devem ser removidos pelos macrófagos. O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com intensa proliferação, formando um tecido muito rico em células osteoprogenitoras, que constitui um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas. Nesse anel, ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo primário ou imaturo, tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se formam, como por ossificação intramembranosa. No local de reparação, portanto, podem ser encontradas, ao mesmo tempo, áreas de cartilagem, áreas de ossificação intramembranosa e áreas de ossificação endocondral. Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo – formação mais volumosa que envolve a extremidade dos ossos fraturados. Ele é constituído por tecido ósseo imaturo que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado. As trações e pressões exercidas sobre o osso durante a reparação da fratura e após o retorno do paciente às suas atividades normais causam a remodelação do calo ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo do tipo secundário ou lamelar. Se essas trações e pressões forem idênticas às exercidas sobre o osso antes da fratura, a estrutura do osso voltará a ser a mesma que existia anteriormente.

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