Buscar

Relatorio de microbiologia clinica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

Nome: Maritza Pires Monteiro 
Matrícula: 202002679905 
Relatório de Microbiologia Clínica 
 
Título: Infecção bacteriana da pele: Síndrome da pele escaldada 
estafilocócica 
 
 
A pele pode ser considerada o maior órgão do corpo humano. É constituída por 
três camadas: a hipoderme é responsável por aderir a derme e a epiderme às 
outras partes do corpo, e é feita de adipócitos e tecido conjuntivo. É a camada 
mais profunda do tecido epitelial e funciona como uma barreira contra choques 
mecânicos aos órgãos internos e como isolante térmico. A epiderme é a 
camada mais externa e se subdivide em cinco outras camadas: basal, 
espinhosa, granulosa, lúcida e córnea. É formada pelo epitélio pavimentoso 
estratificado queratinizado, e suas principais funções são servir de barreira 
contra agentes microbianos, desidratação e lesões externas. A derme é a 
camada que fica localizada entre a epiderme e a hipoderme. É constituída de 
fibras de colágeno e elastina, o que dá à pele elasticidade e tonicidade. Essa 
camada possui inúmeras terminações nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos, 
folículos pilosos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. A derme tem 
como funções fornecer nutrientes e oxigênio para a epiderme, além de ser 
responsável por captar estímulos externos do ambiente e conduzi-los ao 
sistema nervoso para processamento, função essa conhecida como tato. 
 
A pele possui uma microbiota específica, denominada microbiota residente, 
formada por diversos microrganismos como fungos, vírus e bactérias, sendo a 
maior parte constituída por bactérias. Além da microbiota residente, tem, 
também, a microbiota transitória, que consiste nos microrganismos que vivem 
curto período na nossa pele. A microbiota da nossa pele pode ser patogênica, 
potencialmente patogênica ou não patogênica. A microbiota residente habita 
nosso tecido epitelial através de relações mutualistas ou comensais. Alguns 
dos microrganismos convivem harmonicamente em nosso organismo, sob 
determinadas condições, e quando essas condições são alteradas, eles podem 
nos causar doenças. Bactérias oportunistas aproveitam de uma possível 
deficiência do nosso sistema imune para causar danos, por exemplo. 
 
Em um estudo, foram detectadas as bactérias mais presentes em nossa 
microbiota residente: Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus, 
Propionibacterium acnes, Streptococcus pyogenes, Corynebacterium, 
Acinetobacter spp. , Moraxella spp. , entre outras. 
 
A síndrome da pele escaldada estafilocócica é uma doença que tem como 
causa, a produção da toxina esfoliatina por bactérias Staphylococcus aureus do 
tipo dois. A maior parte dos acometidos são recém nascidos e crianças de até 
6 anos de idade. Em menor número, também acomete adultos. Essa patologia 
também é conhecida como doença de Ritter. A toxina produzida é do tipo 
exotoxina, e ela se adere à zona granulosa da epiderme, onde ocorre uma 
clivagem intraepidérmica. Staphylococcus são bactérias aeróbias e gram-
positivas. Staphylococcus aureus é o grupo desses microrganismos que são 
mais patogênicos. 
 
Os sintomas e sinais mais comuns são lesões eritematosas, doloridas, 
superficiais e contendo crostas, formação de bolhas, descamação da 
epiderme, alteração do humor gerando estresse e astenia, febre e calafrios. Em 
casos mais graves, podem ocorrer sepse e modificações no equilíbrio 
eletrolítico. 
 
O diagnóstico pode ser feito de forma clínica, por biópsia e por cultura de 
regiões com possibilidade de conter a infecção primária, como lesões 
cutâneas, conjuntiva, urina, nasofaringe, sangue e umbigo (em recém 
nascidos). 
 
Após o isolamento da bactéria, é importante a aplicação do teste de coagulase, 
a fim de se obter a distinção de S. aureus de outras Staphylococcus. S. aureus 
consegue sintetizar uma adesina denominada coagulase, o que a torna mais 
virulenta, diferentemente de bactérias coagulase-negativa, com menor fator de 
virulência. 
 
O teste de coagulase pode ser feito com coagulase livre ou conjugada. Os 
procedimentos para o teste com coagulase livre são: suspensão da colônia 
bacteriana em meio BHI, inserção na estufa á 37 graus Celsius até que surja 
turbidez, adição de 0,5 ml de plasma reconstituído ao meio BHI contendo a 
colônia, nova incubação na estufa, por quatro horas, a 35 graus Celsius, 
analisar se há a presença de coágulos e caso a resposta seja negativa, fazer 
nova intubação, á temperatura ambiente dessa vez, e fazer novas análises 18 
e 24 horas depois. Após as análises finais, o teste será positivo se houver 
presença de coágulos, e negativo caso não sejam percebidos. Para o teste 
com coagulase conjugada, os procedimentos são os seguintes: em uma lâmina 
de vidro, devem ser feitos dois círculos com giz de cera. Adicionar duas gotas 
de soro fisiológico ou água destilada em cada um dos círculos; adicionar e 
homogeneizar, com o auxílio de uma alça bacteriológica, a colônia a ser 
estudada em cada um dos círculos; em um dos círculos adicionar mais uma 
gota de solução fisiológica ou água destilada, para servir de controle; no 
segundo círculo, adicionar uma gota de plasma; homogeneizar delicadamente; 
fazer a inclinação da lâmina para frente e para trás; analisar se ocorre 
aglutinação. O teste será positivo se, dentro do círculo que tiver o plasma, 
ocorrer a aglutinação dos microrganismos e a formação de um precipitado 
branco após quinze segundos. O teste será negativo se não houver 
aglutinação. E será inespecífico se no círculo controle for detectada aglutinação 
ou precipitado, pois o aspecto do círculo controle deverá ser leitoso e 
homogêneo. O tratamento deve ser imediato com antibióticos específicos para 
estafilococos penicilinase-resistentes, como nafcilina, linezolida, cloxacilina ou 
vancomicina. Em alguns casos, pode se fazer uso do mesmo tratamento para 
queimados, também.