Buscar

Distúrbios metabólicos no RN

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Distúrbios metabólicos no RN
Hipoglicemia neonatal
Definição e epidemiologia
É o problema metabólico mais comum do RN. Incidência de 3/1000 nos RNT e 15 a 55/1000 nos recém-nascidos pré-termo.
A definição de hipoglicemia é bastante controversa pela ausência de associação entre níveis glicêmicos, sinais e sintomas e lesões cerebrais. Estudos recentes vêm considerando um valor de glicose plasmática < 36mg/dL em RNs assintomáticos 2 a 3 horas após o nascimento e < 45mg/dL para sintomáticos, independente da idade gestacional e pós-natal.
Fisiopatologia
Durante a vida intrauterina, o feto recebe suplemento materno de glicose de modo contínuo. O feto inicia seu estoque de glicogênio, primeiro, pela placenta e, em seguida, pelo fígado. Após o nascimento ocorre interrupção abrupta do fornecimento de glicose com diminuição importante dos seus níveis entre 30 e 90 minutos depois do nascimento e estabilização entre 2 e 4 horas.
Etiologia
A causa da hipoglicemia pode variar:
1. Pouco substrato disponível
a. Retardo do crescimento intrauterino
b. Erros inatos do metabolismo
c. Jejum prolongado sem glicose venosa
d. Glicogenoses
e. Prematuridade
2. Hiperinsulinismo
a. Filhos de mães diabéticas
b. Eritroblastose fetal
c. Síndrome de Beckwith-Wiedemann
d. Cateter umbilical arterial alto
e. Hiperinsulinismo congênito
3. Outras anormalidades endocrinológicas
a. Pan-hipopituitarismo
b. Insuficiência adrenal
c. Hipotireoidismo
4. Aumento da utilização de glicose
a. Hipotermia
b. Sepse
c. Dispneia
d. Asfixia
Quadro clínico e diagnóstico
A maioria dos RNs com hipoglicemia é assintomática, principalmente os FMDs. Quando ocorrem manifestações clínicas, são inespecíficas, como: letargia, hipoatividade, apneia ou taquipneia, choro fraco, recusa alimentar, irritabilidade, convulsões, etc
A triagem nos neonatos de risco deve ser feita com fitas reagentes e confirmação diagnóstica através da dosagem da glicemia plasmática
Tratamento
Inclui a correção da hipoglicemia e tratamento da causa.
1. Dieta – Deve-se iniciar o leite materno.
2. Infusão de glicose – Glicose em bolus. Dose de 200mg/kg a 10% (2ml/kg), IV, 3min.
3. Corticoide 
4. Diazóxido – Em casos de hiperinsulinismo
5. Glucagon – Atua na gliconeogênese
Hiperglicemia neonatal
Definição, epidemiologia e etiologia
A incidência de hiperglicemia é de 3% em RN com 1kg a 2kg, 45% em RN < 1kg e 80% em RN < 750g.
Os autores consideram hiperglicemia quando a glicemia > 125mg/dL no sangue total.
Entre as etiologias, a infusão excessiva de glicose, prematuridade, medicamentos, estresse, dor e infecção podem ser potenciais causas hiperglicemiantes.
Quadro clínico
O quadro clínico é inespecífico, mas pode se manifestar por diurese osmolar, hiperosmolaridade sérica, desidratação intracelular, perdas de eletrólitos, acidose láctica e hemorragia intracraniana.
Tratamento
O início precoce da dieta pode ser benéfico, uma vez que também estimula a secreção de insulina. Ademais, a causa deve ser identificada para instalação de terapêutica adequada.
Hipocalcemia neonatal
Definição e epidemiologia
Definida como nível de cálcio sérico menor do que 7mg/dL ou uma concentração de cálcio ionizado menor do que 4mg/dL. Ocorre em 1 a 2% dos RNs saudáveis sendo que apenas 0,2% apresenta sintomatologia.
Entre os fatores de risco estão: prematuridade, FMD, estresse perinatal, pós-exsanguineotransfusão, uso de bicarbonato, etc.
Quadro clínico
A hipocalcemia aumenta a permeabilidade celular aos íons de sódio e a excitabilidade das membranas celulares. Assim, o RN pode apresentar tremores finos, abalos musculares, hipertonia, aumento do tônus extensor, hiper-reflexia e até sintomas graves como apneia, arritmia cardíaca e convulsões.
Tratamento
O RNTP estável e sem sintomatologia não necessita de tratamento. Se os níveis de cálcio forem menores que 7mg/dL, deve-se iniciar uma oferta de 5 a 8mL/kg/dia de gluconato de cálcio a 10% VO. 
Na hipocalcemia sintomática, quando o RN apresenta convulsão ou tetania, geralmente os níveis de cálcio estão abaixo de 5mg/dL. Nessa condição, o tratamento consiste em fazer infusão venosa lenta de 1 a 2 ml/kg de gluconato de cálcio a 10%.
Hipercalcemia neonatal
É rara e na maioria das vezes assintomática, sendo um achado laboratorial. Sintomas graves são observados quando o cálcio sérico encontra-se acima de 14mg/dL, exigindo intervenção imediata. A principal etiologia é a iatrogênica, devido à oferta excessiva de cálcio venoso. 
Durante a hipercalcemia ocorrerá inibição do PTH e da síntese de vitamina D. Assim, haverá menor mobilização de cálcio ósseo, menor absorção intestinal e maior eliminação renal. Hiperglicemia é definida por cálcio sérico total > 11mg/dL ou cálcio ioniizado > 5mg/dL.
Os sintomas são caracterizados por recusa alimentar, letargia, diminuição do tônus muscular, vômitos, nefrocalcinose e bradicardia.
Tratamento
Nas formas assintomáticas deve-se retirar o aporte de cálcio exógeno. Quando há sintomas graves, a excreção de cálcio utilizando soro fisiológico ou furosemida deve ser favorecida.
Disturbios do magnesio

Outros materiais