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1 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 MORFOLOGIA DA PELE O atendimento ao politraumatizado, como o queimado, é dividido em 2 partes: a avaliação primária e a avaliação secundária. Na avaliação primária o médico avalia o paciente, identifica os estigmas, sinaliza os riscos iminentes de vida, trata, deixa o indivíduo vivo, transfere e faz a avaliação secundária com a história ampla, exame físico dos pés à cabeça para fazer o diagnóstico definitivo e tratar o paciente. A pele é um órgão! Existem 4 tecidos orgânicos básicos: o tecido epitelial, que reveste as estruturas, a pele e os trados, nos trados ele produz um liquido chamado de muco, por isso, que é chamado de mucosa e forma as glândulas. O tecido nervoso que tem a capacidade de transmitir o impulso; o tecido muscular que é contrátil, onde há o tecido muscular estriado, que tem uma contração voluntária, o liso que tem uma contração involuntária e o cardíaco que é autoexcitável. O tecido conjuntivo que tem a capacidade de se modificar originando vários tipos de tecido como ósseo, cartilaginoso. A pele é um tecido epitelial pavimentoso, porque as células parecem um pavimento, um azulejo de chão, estratificado porque tem várias camadas e queratinizado porque lá em cima tem a queratina que é uma proteína que impermeabiliza essa pele. A pele é dividida em 3 camadas e paralelo as camadas da pele existem os anexos epidérmicos. Estruturas da pele: camadas + anexos. • Camadas: epiderme (mais superficial), derme, hipoderme; • Anexos: glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, folículo piloso, unhas. A importância disso é: na camada mais superficial da pele, que é a epiderme, vai existir uma grande quantidade de células distribuídas em extratos que vão desde um extrato basal, onde há uma grande quantidade de células pluripotentes, essas células vão se desenvolvendo e vão formando as camadas mais superiores. Nesse processo de dentro para fora as células vão perdendo o núcleo e vão aumentando a quantidade de queratina. Queratina é uma proteína, é ela que forma a fibra do cabelo, é ela que reveste a pele, é ela que forma a unha e a função da queratina é impermeabilizar se não haveria muita perda de liquido pela pele. Abaixo da epiderme existe a derme e entre elas duas, como visto na imagem, a membrana basal. Na membrana basal existem os melanócitos, que são as células com reticulo endoplasmático rugoso que produzem os melonossomos que são sáculos com pigmentos. A pele está frequentemente exposta a radiação solar, que é formada pela radiação UVa e UVb, para decorar sempre lembramos que A vem primeiro que B, então A menor comprimento de onda, mais superficial, A queima, a radiação Uva é responsável por aumentar a energia térmica e ela faz isso da seguinte forma: você dá energia, o elétron vai lá pra fora da periferia da célula, volta pra perto do núcleo e libera energia, com isso, ele aquece a célula e a célula morre, dar hiperemia. A radiação UVb tem um comprimento de onda maior, ela vai lá dentro, só que essa membrana basal, que tem os melanoblastos (ACHO que o prof se confundiu, ACHO que é melanossomo), que são produzidos pelos melanócitos eles formam uma espécie de guarda- chuva, os melanócitos não aumentam de tamanho, eles produzem mais melanoblastos, e ai esse guarda- chuva impede que a radiação UVb, que é extremamente oncogênica, penetre para as estruturas profundas da pele, por isso que ela bronzeia, porque vai produzir mais pigmento e por isso que ela dá o melanoma, porque na hora que a radiação chega, ela libera energia lá dentro do núcleo da célula, forma radical livre, forma melanoma. Na derme existem os anexos, onde está o folículo pilosebáceo e ele é pilosebáceo porque é o pelo associado a glândula sebácea. As glândulas Atendimento inicial ao queimado 2 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 sudoríparas estão a parte, elas podem ser as glândulas écrinas, que estão presentes na maior parte do corpo ou as glândulas apócrinas, que existem nas regiões de dobras e produzem uma secreção com odor característico, como na axila e na virilha por exemplo. O folículo pilosebáceo se olharmos no desenho, do lado direito, lá embaixo, vai existir uma grande quantidade de células pluripotentes na matriz desse pelo, isso é como se a base do pelo tivesse uma grande quantidade de células com capacidade de formar outras células, essas células vão pela periferia do pelo até a superfície da pele, as células da pele são chamadas de queratinócitos, então elas vão, se modificam e formam os queratinócitos, sendo estes responsáveis por regenerar a pele. A gente entende, por exemplo, quando uma queimadura é muito profunda, ou seja, quando ela lesiona esse folículo pilosebáceo a pele perde a capacidade de se regenerar. MORFOLOGIA A queimadura é uma lesão orgânica decorrente de um trauma térmico (p. ex. água quente), químico (tanto ácida quanto básica) ou elétrico (uma corrente elétrica quando passa por uma estrutura ela sofre resistência, por isso que fio esquenta, na hora que desce a energia térmica ela esquenta as estruturas e causa o dano térmico, causa queimadura). Diante disso, um indivíduo vítima de um queimado é um politraumatizado porque várias estruturas orgânicas são acometidas. A pergunta que todo mundo se faz e ninguém nunca respondeu a vocês: POR QUE A QUEIMADURA MATA? • No corpo humano existe uma noção básica que toda agressão seja por uma gente infeccioso, seja por um agente traumático, ela é respondida pelo corpo na forma de inflamação e a inflamação é uma tentativa de limpar o que tiver de ruim, conter aquele processo naquele local e ao mesmo tempo regenerar, e para isso são liberados vários mediadores IL1, fator de necrose tumoral alfa, todos aqueles mediadores químicos. Então, a pessoa sofreu a queimadura, a água quente caiu, a pele foi lesionada, proteínas coaguladas e aí teve o dano, o corpo responde INFLAMANDO. Uma analogia que vocês podem fazer é o que acontece na tuberculose: na hora que o M. tuberculosis ele chega no lobo superior do pulmão, o processo inflamatório inicia porque ele vai combater aquele agente, mas ele fica circunscrito naquela região formando um granuloma tuberculoso e ele só é reativado quando a imunidade do indivíduo está debilitada, mas o processo inflamatório se deu, então na queimadura o processo inflamatório vai acontecer. O primeiro ponto é a dilatação arteriolar. Só para vocês entenderem, o sistema circulatório é formado por uma estrutura que se inicia pelas artérias de grande calibre, que são as artérias musculares – a aorta e seus principais ramos – depois as artérias de médio calibre, que são as artérias musculares e a grande diferença delas é a composição da túnica média, depois disso vem as arteríolas que são a porta de entrada e de saída do sistema da microcirculação e todos esses mediadores não vão agir na aorta, não vão agir na ilíaca, eles vão agir na arteríola fechando e abrindo, então eles vão levar a dilatação arteriolar e isso é porque o corpo levando mais sangue para ali, vai estar levando mais substrato para poder reconstruir o tecido que foi lesionado e o resultado disso é o rubor e calor porque chegou muito sangue. Depois disso, vai continuar chegando muito sangue, a pressão vai aumentar muito, o liquido vai começar a passar nos capilares para o terceiro espaço, a pressão aumenta tanto que vai começar a ter uma perda de proteínas de tão intensa que vai ser a pressão hidrostática e isso vai levar ao edema, ao tumor, que distende, estimula as terminações nervosas e dá a dor. Nesse momento, primeiro os linfócitos T helpper, natural killer e citotóxicos vão agir, vão trazer os neutrófilos e os macrófagos que vão destruir o queestiver de ruim e combater bactérias e microrganismo e, também, vão fazer uma limpeza nos tecidos danificados e com isso ocorrerá a dor. Ao final de tudo o que ocorrerá é o dano do tecido e a perda da função. É isso que acontece na queimadura e a depender da espessura, da profundidade dessa queimadura, esse dano é reversível, a pele vai conseguir vir e se restabelecer, mas em outras situações isso não vai acontecer. 3 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 Nossa meta hoje é controlar todos os efeitos que isso causa no corpo para que o indivíduo não morra. EPIDEMIOLOGIA • Lesões frequentes em acidentes domésticos. ❖ 67% destes acometem crianças. • Quarta causa de óbito por trauma. • No Brasil: ❖ 1.000.000 de acidentes/ano. ❖ 100.000 atendimentos hospitalares. A lógica epidemiológica de uma queimadura é: o indivíduo vai sofrer a queimadura, um paciente agudo, ele demanda um cuidado para viver, tirar do risco de vida, o paciente vai se estabilizar, vai precisar de suportes específicos, procedimento, e, por fim, vão ser tratadas as sequelas. É uma cadeia muito longa. Nosso objetivo hoje é apenas o paciente agudo. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ATENDIMENTO INICIAL Sistematização de condutas: • Avaliação primária (ABCDE) – medidas auxiliares a avaliação e reanimação; Só lembrando: na avaliação primária – avaliou, identificou alguma coisa, reanimou. Fazendo uma analogia: é como se você identificasse alguma coisa e tratasse. O termo correto é reanimação • Avaliação secundária – medidas auxiliares a avaliação secundária; Nesse ponto é basicamente a mesma coisa, mas na avaliação primária o nosso objetivo é manter o nosso paciente vivo e na secundária é identificar patologias principais que precisem de tratamento especifico e mais complexos. • Tratamento definitivo. Ou seja, até agora, com base no atendimento protocolar do ATLS seguimos o fluxo normal. Frente a um paciente queimado sabemos que vai proceder um atendimento preconizado pelo ATLS, então as nossas ações devem ser: 1. Afastar a vítima da fonte causadora – ou seja, se é uma combustão afastar da fonte queimada, se foi a área de exposição química, afastar da área de exposição; 2. Retirar adornos e vestimentas – o edema se instala de forma muito rápida de forma que o indivíduo pode estar usando uma pulseira, um anel e isso pode levar a uma má perfusão da extremidade por compressão vascular porque o edema é BRUSCO; No caos do uso da roupa sintética, a combustão dessa roupa pode levar a uma queimadura secundária a ela, então sempre retiramos com cuidado. 3. Lavagem exaustiva com água corrente; NUNCA em água gelada, porque você perdeu a proteção cutânea e se lavou com água gelada aumenta enormemente o risco de hipotermia. Lavamos em água em temperatura ambiente, essa lavagem é só para retirar os detritos grosseiros, por exemplo, folhas, areia... 4. Evitar a hipotermia; Recobrir com uma manta ou com uma estrutura refletora que parece o papel alumínio, ela não gruda na pele. Na hora que aplica no paciente, o calor que sai do paciente sofre uma reflexão e mantem o ambiente aquecido. 5. Avaliar a queimadura; 6. Estabilizar o paciente. A estabilização ocorre através da avaliação primária → ABCDEF da queimadura. Aplicamos muito o ABCDEF da queimadura, depois que tiramos ele do risco, iniciamos esse processo de avaliação primária. A letra A é da mesma forma, avaliando a perviedade da via área – guedel, aspiração – fornecer O2 a 100% da mesma forma. O colar cervical, as indicações são analisadas – pacientes com trauma de alta energia, estigmas, deformidades, dor cervical, a mesma aplicabilidade. A letra B é o exame físico do aparelho respiratório. No queimado existe um ponto a mais, esse exame físico do aparelho respiratório ele é direcionado para 2 pontos: o ponto chave é a lesão inalatória, 4 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 isso é, no paciente que teve a queimadura em ambiente fechado, ele sofre a ação de vários fatores – primeiro que a combustão ela é ocasionada pelo oxigênio, que é o catalisador, então à medida que a combustão acontece diminui O2, então, obviamente, ele está em um ambiente hipóxico. Segundo ponto: a maioria dos materiais são derivados do petróleo. Por essa razão, a combustão desses materiais resulta em substâncias que são extremamente tóxicas, conhecidas vulgarmente como fumo. Essas substâncias quando inaladas vão até a via aérea inferior e na membrana alvéolo- capilar elas vão se instaurar, sendo que nesse local existe um tecido linfático (tecido BALT), que leva a um processo inflamatório extremamente agressivo, semelhante ao que acontece no COVID, levando a um quadro de pneumonite química. O excesso de líquido aprisionado vira meio de cultura, facilitando também que aconteça em um momento seguinte uma pneumonia bacteriana. Além disso, pode haver intoxicação pelo monóxido de carbono. A combustão leva a liberação do monóxido; o problema é que ele tem 240 vezes mais afinidade pela hemoglobina do que o O2. Lembrando que a hemoglobina é formada pelo grupamento heme, em que existe um anel de protoporfirina 4 e o íon ferroso e 4 globinas; esse grupamento heme faz uma ligação covalente com o oxigênio e faz o seu transporte. Como a afinidade pelo monóxido é muito maior, existem 100 moléculas de O2 e uma de CO, então ele vai conseguir se ligar a hemoglobina. Dessa forma, a hemoglobina vai ficar com a ligação covalente (que é uma ligação estável), dificultando a condução do O2, ou seja, vai levar a um processo de hipóxia severa. Esse CO chega no SNC impregnando os neurônios, podendo levar a um quadro de coma e morte. Outro fator é que devido a temperatura do gás inalado, essa questão de que queima a via aérea é mais cultural. O que ocorre, por conta da temperatura maior, é um edema intenso da via aérea supraglótica, o que pode dificultar a via aérea definitiva. Por isso que nesses pacientes, quando já se colocou a máscara não reinalante na letra A, você dificulta o risco de lesão inalatória, pois vai ser um CO lutando contra um milhão de O2, dificultando a intoxicação e evitando a hipóxia. Caso o paciente precise de uma via aérea definitiva, ela deve ser indicada muito precocemente, pois o edema pode impossibilitar, fazendo com que seja preciso uma via aérea cirúrgica. Na letra C, como de costume, garante-se dois acessos (16 ou 14), de preferência na região antecubital. A segunda via de acesso é a intraóssea e a terceira é o central. Um ponto importante é que a avaliação dos sinais de choque é mais complexa no paciente queimado. O choque do paciente queimado é do tipo hipovolêmico por desidratação; ocorre uma má distribuição do líquido que leva a uma diminuição da volemia e o paciente vai para o choque hipovolêmico. Deve-se puncionar o acesso e vai iniciar a fluidoterapia com parcimônia. Por enquanto não se repõe com a famosa fórmula já conhecida; se inicia como de costume com ringer lactato. Para avaliar se está sendo efetivo, os parâmetros habituais, como pressão arterial, a frequência cardíaca, eles são mais difíceis, visto que o edema pode dificultar a aferição. O parâmetro mais fidedigno entre esses é a frequência cardíaca; uma FC acima de 110, sinaliza a instalação de um quadro de choque. A PA não deve ser levada em consideração porque o manguito fica totalmente desnivelado, pois o edema de tecido é muito grande, então o parâmetro para avaliação da PA na artéria braquial vai ficar comprometido. Nesse momento, existe outra medida auxiliar e também de reanimação, que é a passagem de uma sonda vesical, sendo que a diurese vai ser o parâmetro mais importante para sinalizar o choque do paciente. O objetivo de um paciente queimado é uma diurese em torno de0,5 mL/kg/h. Na letra D, faz-se a avaliação neurológica habitual pela escala de coma de Glasgow. Na letra E, deve-se expor o paciente buscando outros agravos de trauma. É nesse momento que se reveste o paciente. Enquanto vai fazendo isso, já está avaliando a queimadura; lembrando que isso é feito em até 3 minutos e é feito quantas vezes forem necessárias. Na letra F, pode-se ou não indicar a fluidoterapia. A fluidoterapia é a infusão de líquidos baseado no cálculo de uma fórmula específica. Diferente da infusão de 1 litro, reavalia e infunde o líquido. Dessa 5 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 forma, na letra F, após a avaliação da queimadura, deve-se decidir se vai ter fluidoterapia ou não. VIA AÉREA E COLUNA CERVICAL • Estabilizar coluna cervical em traumas de grande energia; • Avaliar e manter perviedade da via aérea; • Fornecer oxigênio. Lembrando: na letra A se estabiliza a coluna cervical utilizando as manobras mandibulares, fornece oxigênio em máscara não reinalante. RESPIRAÇÃO (BREATHING) • Inspeção, palpação, ausculta e percussão; • Sinais de lesão inalatória: ❖ Queimadura por chamas em locais fechados. ❖ Queimaduras em face e pescoço. ❖ Queimadura em vibrissas. ❖ Escarro carbonáceo. ❖ Intoxicação por monóxido de carbono. Na letra B, faz-se o exame físico do aparelho respiratório. Lembrando que sinais de queimadura de vibrissas, queimaduras faciais, escarro carbonáceo, material preto na região da hipofaringe, edema da região bucal, sinaliza chances altas de lesão de via aérea. Essa lesão de via aérea é tão perigosa porque frente a uma lesão de via aérea não se pode esperar o paciente “descer a ladeira” para depois tomar uma atitude. Deve-se lembrar que nesse momento que acaba a letra B, é o momento em que se decide se mantem a suplementação de oxigênio ou se vai para uma via aérea avançada. Frente a um paciente que recebe oxigênio, porém satura mal, padrão ruim, deve-se garantir a via aérea rapidamente, antes que seja preciso uma via aérea cirúrgica. Dessa forma, pacientes com lesão inalatória, pacientes com intoxicação por CO (sinal: alteração do nível de consciência, náuseas, vômitos ou até comatoso, com queimadura em ambiente FECHADO. A palavra FECHADO sinaliza intoxicação por monóxido, porque o gás resultante da combustão ficou retido dentro do espaço), pacientes com queimaduras circunferenciais; no momento que a acontece a queimadura, toda a epiderme encarapaça, desenvolvendo uma dificuldade na ventilação, na troca dos gases. Por isso, deve-se garantir a via aérea e durante a avaliação secundária talvez sejam necessárias outras medidas de ressuscitação que serão abordadas futuramente. CIRCULAÇÃO • Garantir 2 acessos venosos; • Avaliar sinais de choque; • Quantificar diurese; • Definir demanda de fluidoterapia. *Obs.: hemorragias → Lesões associadas. Ao garantir o acesso, inicia-se o ringer lactato. A quantificação da diurese é o principal parâmetro para esses pacientes. Em um segundo plano, tem-se a frequência cardíaca aferida no pulso; sempre lembrar que a FC, em um paciente com BAVT, p. ex., vai ter a FC aferida lá no monitor e a FC aferida no exame físico; sempre leva em consideração a FC aferida no pulso do paciente. Lembrando que o paciente pode ter traumas associados e hemorragia vigente, podendo agravar o choque. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA • Escala de Coma de Glasgow. 6 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 EXPOSIÇÃO • Expor o paciente; • Buscar outros agravos de trauma; • Controlar hipotermia. Durante a exposição do paciente, faz-se a cobertura do paciente com essa superfície refletora que geralmente tem em qualquer suporte de vida. Parece um papel alumínio; o calor do paciente reflete sobre o mesmo e faz esse aquecimento. FLUÍDO (REPOSIÇÃO VOLÊMICA) • Início precoce; • Usar Ringer Lactato; • Avaliar a queimadura. Calcular SCQ e Avaliar profundidade. *Indicações: ❖ Adultos: SCQ > 20%. ❖ Crianças menores: SCQ ≥ 10%. ❖ Crianças maiores: SCQ ≥ 15%. A letra F corresponde a fluidoterapia. Dessa maneira, decide se vai fazer ou não fluidoterapia. O que determina a fluidoterapia é a superfície corporal queimada. Existem dois parâmetros em relação a queimadura: quanto do corpo ela queimou e a profundidade. A profundidade não determina para nós a reposição volêmica, mas sim sendo importante para definir a estratégia reconstrutora. De uma forma ampla e geral, um paciente adulto com superfície do corpo queimada (SCG) > 20% deve receber fluidoterapia, que é a infusão de soro ringer lactato baseado em uma fórmula. São exceções as queimaduras superficiais. As crianças menores não existem um termo na literatura que estabeleça quem são elas, mas no dia a dia usa-se o bom tom dizendo que são os lactentes. Já as crianças maiores são os escolares. *Parkland é uma cidade nos EUA onde essa fórmula foi elaborada. A Fórmula de Parkland utiliza a SCQ e o peso do paciente. A fórmula era tradicionalmente 4x a SCQ multiplicada pelo peso. Porém, ela foi readaptada, porque se observou que em alguns pacientes não era necessário essa quantidade de volume, pois (como falado anteriormente), a medida que ocorre a dilatação dos capilares, ocorre o aumento de pressão hidrostática pelo grande influxo de sangue. Se der muito líquido, esse edema vai piorar. Dessa forma, chegou-se ao consenso que a fórmula varia de 2 a 4 mL. Adultos, jovens e hígidos → 4 mL. Idosos e crianças → 2 mL. Essa reposição é única e exclusivamente para as primeiras 24 horas, sendo que a hora zero é a hora do incidente, p. ex., um incêndio começou as 3h da manhã, mas o SAMU só chegou 4h da manhã → deve- se iniciar a contar a reposição a partir das 3h da manhã. É sempre na hora zero, na hora do incêndio. Administra-se 50% do volume calculado nas primeiras 8 horas, seguido por 50% do volume calculados nas próximas 16 horas, completando 24 horas. Após 24 horas (lembrando que o paciente já está com a sonda colocada na letra C), vai fazer hidratação mediante a diurese, cujo alvo é 0,5 mL/kg/h. Se a diurese der mais que isso, diminui-se a vazão de soro. Se der menos que isso, aumenta-se a vazão de soro, mantendo o paciente monitorizado. Lembrando que de todos os parâmetros da 7 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 monitorização multimétrica, a FC acima de 120 é o que desperta o alerta no médico. AVALIAÇÃO DA QUEIMADURA Para se fazer a fluidoterapia, é necessário avaliar primeiramente a queimadura. Essa avaliação é feita observando primeiro qual é a natureza da queimadura; se é uma escaldadura (água quente), se é uma substância química, elétrica. Além disso, saber os horários para que se defina as reposições, a extensão da queimadura e a profundidade. Para avaliar a extensão e a profundidade, utiliza-se dois extremos de análise. Para avaliar a profundidade, é preciso ter o conhecimento mínimo em relação a estrutura da pele → epiderme, derme e hipoderme. Para avaliar a extensão, é com a famosa regra dos 9 ou regra de Wallace, que utiliza o princípio que uma mão fechada equivale a 1% da superfície corporal queimada. ESCALDADURA Na hora da avaliação sobre a queimadura ainda na avaliação primária, é importante saber se a escaldadura foi por um líquido puro ou se tinha soluto, pois se for uma substância com soluto, geralmente ele tende a causar uma queimadura mais grave, visto que as moléculas vão fazer ligações químicas (iônicas e covalentes), vai ser necessário mais energia para quebrar essas ligações e aquela água evaporar. No líquido puro não é assim, já que só tem a molécula de H2O e dificilmente ela chega em uma temperatura tão quente quanto a outra. Por isso que uma queimaduracom alimentos é pior que uma queimadura com água pura. QUÍMICA Se for uma substância química, cada substância química tem uma conduta específica, sendo impossível decorar. Por isso, o professor recomenda que se ligue para o CIAV (Centro de Informação Antivenenos); lá não são só venenos, mas também substâncias de uma forma geral. Ao entrar em contato, você relata qual foi a substância e ele vai te dizer se existe algum neutralizante etc., qual a conduta certa seguir. Em relação a queimadura, se procede da forma habitual. ELÉTRICA A queimadura elétrica é uma entidade a parte. Ela é causada pela passagem de uma corrente elétrica pelo corpo. Essa passagem é o chamado choque elétrico. Na física, é a passagem de elétrons através de uma diferença de potencial; esses elétrons podem vir de um capacitor ou não, podendo virem de uma área onde uma corrente estava passando e ela foi interrompida. Na hora que ocorre a diferença de potencial, a corrente passa. Ao longo os órgãos do corpo humano, existe uma resistência da passagem de corrente diferente; à medida que ele resiste a passagem da corrente, é liberado calor. O tecido que tem maior resistência é o osso, seguido pela gordura, tendão, pele, músculo, vaso e nervo. Quanto menos resistência ele tem, menos calor é gerado. Na hora que a corrente passa e o calor é gerado, manifesta-se no local um edema que leva a compressão dos compartimentos, levando a manifestação de diversos sintomas. Além disso, essa corrente vai alterar outras funcionalidades orgânicas como, p. ex., alteração da contratilidade cardíaca, podendo levar a taquiarritmias ventriculares, principalmente FV. • Danos aos tecidos internos e externos; • Perigo: corrente contínua de alta voltagem e alternada de baixa voltagem; • Atentar para: FV e rabdomiólise. 8 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 A foto acima é um caso real do SAMU de queimadura elétrica. O paciente é um motociclista que se bateu em um cabo de alta tensão na rua, causando esse orifício de entrada. É importante lembrar que a corrente elétrica pode ser de dois tipos: alternada e contínua. Na alternada, ela tem um orifício de entrada e outro de saída; na contínua não. Outra coisa importante é a voltagem, que é a quantidade de energia que o paciente recebe. É um pouco contraditório; na corrente alternada de baixa voltagem ela é mais perigosa, enquanto a corrente contínua de alta voltagem é mais perigosa em termo de danos ao corpo. Esse paciente teve muita sorte, com uma lesão superficial e uma queimadura de terceiro grau de espessura total, observado exposição da hipoderme. EXTENSÃO DA QUEIMADURA • A extensão da queimadura corresponde a “superfície corporal queimada (SCQ)”; • Para este cálculo pode-se utilizar: ❖ “Regra dos nove” de Wallace → Maior praticidade; ❖ Diagrama de Lund e Browner → Maior precisão. DIAGRAMA DE LUND E BROWNER: • O mais avançado método para calcular a SCQ. • Leva em consideração a faixa etária para cálculo preciso. É uma avaliação mais minuciosa e criteriosa, fazendo um cálculo mais preciso, no entanto, no ponto de vista prático é inexequível decorar isso. REGRA DOS ¨NOVE¨DE WALLACE: No dia a dia é utilizada essa regra. Foi desenvolvido um mnemônico para não esquecer: tudo para cima é 9, tudo para baixo é 18 e dorso é 18. A genitália é 1%. Pergunta: uma questão dizendo que o paciente queimou o braço direito. Resposta: braço tem o braço e o antebraço, se for o membro superior é ele por inteiro. A questão informa se é anterior ou posterior. PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA A queimadura pode acometer somente a epiderme (camada superficial), depois da membrana basal tem a camada granulosa, espinhosa, camada de queratina, depois vai ter a derme. Na hora que os grandes vasos partem dos órgãos e vão vascularizar a parede, eles emitem artérias e essas artérias passam dentro dos músculos ou entre os músculos e vão partir delas, vasos que chamamos 9 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 de perfurantes, eles vão até a derme e originam um plexo (conjunto de estruturas, pode ser um plexo nervoso, um plexo vascular), esse plexo subdérmico, vasculariza a derme e a epiderme. Quando vemos a imagem azul e vermelha, é o plexo subdérmico que está ao longo da derme, já junto da hipoderme que é a gordura, vindo do músculo, porque a base desses vasos vem dos músculos. A derme é dividida em duas, a mais superior que é chamada de papilar, porque ela se projeta para fora e a reticular é mais interna, onde tem a maior concentração de vasos, onde se encontram as terminações nervosas, corpúsculo de Meissner, ... (1:59:25), que identifica o tato, a dor, a temperatura, também estão nessa região, mais abaixo encontra-se a hipoderme. A classificação tradicional de queimadura de 1°, 2° e 3° grau é uma classificação meio obsoleta, hoje em dia não é mais tão utilizada. SUPERFICIAIS (1º GRAU): Queimadura de sol (insolação) que vai liberar energia, estimula o elétron, promove uma destruição das camadas superficiais das células e dá a hiperemia reativa, a característica clínica é a hiperemia e a dor. O tratamento é analgesia simples (ex: dipirona de 1g), evita o anti-inflamatório e vai passar uma substância calmante para pele, porque essa substância vai hidratar, facilita a reepitelização e melhora os sintomas álgicos, como o Osmogel, nívea pós sun que também ajuda nessa hora, então, uma substancia tópica e um analgésico oral. ESPESSURA PARCIAL SUPERFICIAL/PROFUNDA (2º GRAU): Pode ser de espessura parcial superficial ou de espessura parcial profunda. A queimadura de espessura parcial se caracteriza pela bolha, o edema forma essa bolha e tem duas características, quando ela é mais superficial, devemos comprimir a base da bolha e onde estava vermelho fica branco e depois volta a ficar vermelho, porque não houve lesão de vasos, uma vez que eles estão mais para baixo. Na queimadura de espessura parcial profunda não é conseguido esse efeito de voltar a ficar vermelho após compressão, ela acaba estando mais enegrecida, é comprimida e não tem alteração de coloração. Então, tem-se uma Queimadura de espessura parcial superficial, onde só a derme papilar é acometida e uma queimadura de espessura parcial profunda, onde a derme reticular é acometida. Essa bolha não deve ser rompida, caso essa bolha esteja muito grande, pode-se pegar uma agulha de insulina, furar, retirar o excesso de líquido, mas a pele, jamais. ESPESSURA TOTAL (3º GRAU): Atinge todas as camadas da pele, indo até ossos e tendões. Forma esse tecido macarado peroláceo, totalmente inviável. As características em relação a profundidade definem a reconstrução. Na queimadura de espessura parcial superficial, geralmente ela consegue apenas com o tratamento tópico, regenerar a pele. Na espessura parcial profunda, pode ou não, e a de espessura total, não consegue, perdeu todos os anexos epidérmicos, para revestir essa área precisa lançar mão das técnicas de cirurgia plástica, como os enxertos e os retalhos. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 1. Manter monitorização multimétrica - É preciso monitorizar o paciente. 10 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 2. Passagem de SNG - Caso a superfície corporal queimada seja maior que 20%, é necessária a passagem da SNG, porque nesses pacientes, há grande processo inflamatório em vigência, quanto maior a SCQ, mais intenso é esse processo inflamatório, mais intensa é a REMIT (leva a gastroparesia, ou seja, chance de vômito), passando a sonda para descomprimir o estômago. 3. Analgesia - sempre venosa. 4. Profilaxia para tétano – feita sempre que há uma solução de continuidade na pele, perda da integridade. 5. Cuidados com circulaçãoperiférica - nesse momento o edema já se instalou, pode ser que esse edema esteja comprimindo as estruturas vasculho-nervosas dentro dos compartimentos, se não for feito algo, vai ocorrer o comprometimento do suprimento dos músculos, que vão morrer. 6. Curativo em 4 camadas - a estrutura geral do curativo é a mesma, o que pode mudar daqui para os EUA, por exemplo, são os materiais. Já fez o ABCDE, avaliou a queimadura, definiu fluidoterapia, o paciente está fora de risco, nesse momento é preciso tratar aquele paciente. O tratamento definitivo é o tratamento da queimadura. DECISÃO SOBRE O INTERNAMENTO: Depois de ser feita a avaliação secundária, vamos decidir se esse paciente vai para casa fazendo o acompanhamento ambulatorial ou vai internar. ANALGESIA • Dipirona 2g IV (faz analgesia de um obeso de 120kg). • Morfina 2mg IV (2ª opção) → Queimaduras de espessura parcial. ❖ Nubain. ❖ Ketamin (droga de escolha na refratariedade, porque pode ser feita em BIC, prepara-se uma solução padrão e ministra em BIC em solução padrão). • Ocasião pertinente para profilaxia do tétano. Existe a profilaxia ativa e a passiva. A vacina antitetânica tem 3 doses, o soro antitetânico é chamado de tetanogama, no SUS não tem porque é caro. Se não tem cartão vacinal, não é possível informar a história vacinal, então, o ideal é fazer o tetanogama, encaminha para o postinho, toma as 3 doses da vacina do tétano. 1. P(ain)/DOR. 2. Parestesias. 3. Paralisia. 4. Palidez. 5. Pulso ausente. O momento da avaliação secundária é um momento meio que crucial, porque, mantendo o paciente monitorizado, está fazendo as medidas, agora, de tratamento definitivo. Nesse momento, pode se instalar uma situação muito grave, que é a síndrome compartimental, à medida que o edema dentro do compartimento, causado pelo edema generalizado, o paciente queimado morre desidratado, afogado, porque a água está dentro dele, mas fora do intravascular. Nessas situações, o edema é muito intenso, nas situações em que ocorre uma queimadura circunferencial, que acomete todo o membro, todas as estruturas que estão dentro dele, estão comprimidas. Outra situação é que aquela pele superficial vira uma carapaça, formando uma crosta que impede, por exemplo, no tórax, a expansibilidade. No caso dos membros, o problema eminentemente grave que já foi, inclusive, trabalhado no trauma, só que no trauma 11 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 de extremidades, foi visto associado a fratura, o paciente fraturava o osso, o aumento da pressão dentro do compartimento levava a compressão vasculho-nervosa. Aqui é diferente, aqui o edema do tecido, comprime as estruturas que estão dentro do compartimento, lá era o osso, então, a síndrome compartimental da fratura é mais grave do que a do queimado, mas o quadro clínico é o mesmo, nessa progressão como está demonstrado. Primeiro com a dor intensa, que evolui para parestesia, paralisia, palidez e o pulso ausente, devendo agir IMEDIATAMENTE. No caso da fratura, como o edema vem de dentro do compartimento, a fasciotomia é mais bem indicada, porque se o edema é dentro do compartimento, temos que liberar, cortar, até o ponto que o músculo solte para fora, porque o osso está quebrado. Nesse caso, o edema é externo, então, a escarotomia acaba sendo mais eficaz, não precisa penetrar até o tecido profundo, porque dentro do compartimento está tudo ok, a compressão é externa. Por isso que no queimado, a escarotomia é mais utilizada do que a fasciotomia. CURATIVO EM 4 CAMADAS 1. Pomada: • Sulfadiazina de Prata. • Acetato de mafenide. • Nitrato de Prata. 2. Gaze não aderente: • Gaze vaselinada. • Rayon. • Adaptic. 3. Substância absorvente: • Algodão. • Zobec. • Morim (tecido de algodão extremamente macio). Na abordagem do curativo preconiza que seja num ambiente estéril, primeiro limpa com soro fisiológico, retira os detritos grosseiros, aplica uma pomada, a mais utilizada é a sulfadiazina de prata 1%. Após passo aplica-se uma gaze não aderente (parece umas telinhas), a função é que, na hora que a pele estiver reepitelizando e eles saírem, vão acabar impedindo que a pele nova solte, garantindo que a pele nova fique no lugar. Após isso, aplica-se uma substância absorvente, porque a produção de exsudato é muito intensa. Por último, coloca-se a atadura ortopédica e isola, existe um método específico para colocar a atadura ortopédica. RESUMO: COMO MANEJAR A QUEIMADURA 12 Beatriz Machado de Almeida Emergências cirúrgicas – Aula 10 Após as medidas, o paciente é mandado para casa. Se a queimadura for superficial: analgesia, pomada e manda para casa. Criança com questão de vulnerabilidade. Quentão social: um queimado que não tem indicação, mas que se ele não ficar internado, ele não terá nenhum tipo de tratamento, por exemplo, esse paciente vai para o hospital. Se não houver manifestação de arritmia na primeira hora, dificilmente apresentará arritmia depois. A hidratação venosa é de acordo com a diurese, até ele estabilizar, ou seja, paciente manteve 0,5mL/Kg/h, vai começando a diminuir a vazão, até conseguir manter a diurese com a hidratação basal (42 mL/h). Mantém analgesia, porque a dor é muito forte, principalmente na queimadura de espessura parcial. Sonda nasogástrica caso a SCQ>20%. O curativo é trocado a cada 48h. no ambulatorial, vai para o posto ou para o consultório, troca e vai para casa, no hospital, troca lá mesmo a cada 2 dias. Essa troca é feita e reavaliada. Hoje, já existem curativos especiais, que quando a ferida evolui para determinado ponto pode-se utilizar. Nas lesões de espessura total o curativo não resolve, então, utiliza o curativo inicialmente, até preparar o terreno, tirar as áreas de necrose, formar um tecido de granulação, um tecido favorável para cirurgia reparadora que pode ser um enxerto ou um retalho, geralmente é enxerto, porque são áreas de grande monta. TRATAMENTO FINAL O paciente teve alta, vai para o hospital tratar as sequelas, que são as cicatrizes hipertróficas. como o processo inflamatório é muito intenso, ocorre um depósito de colágeno também exacerbado e forma essas cicatrizes hipertróficas. Hoje, já dá alta com órteses que são moldeiras, impedindo nas dobras que o paciente contraia e gere uma deformidade. No caso dessa criança acima, foi retirado o tecido cicatricial, colocou na matriz dérmica celular, que é um substituto dérmico que faz a função da derme. Fez um enxerto de pele de espessura total e depois colocou um curativo a vácuo, uma terapia de pressão negativa para facilitar a adesão do enxerto, depois retirou o curativo a vácuo e ficou com o aspecto final.
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