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HORA LÚDICA Alessandra Nascimento Ribeiro Isabella Furlaneto Silva Hora Lúdica A hora lúdica pode se caracterizar como uma técnica de coleta e análise de informações tendo como principal fundamentação teórica os estudos de Sigmund Freud, Melanie Klein e Anna Freud. Freud, apesar de não ter se aprofundado na técnica lúdica, contribuiu com a área, ao relacionar o brincar infantil com uma linguagem que simboliza o mundo interno da criança. Para ele, as brincadeiras das crianças seriam repetições de tudo o que lhes causou profunda impressão durante sua vida. HORA LÚDICA A hora lúdica potencializa a análise dos resultados de outras técnicas empregadas durante o Psicodiagnóstico com crianças, como a entrevista com pais ou responsáveis, a entrevista familiar e os testes projetivos e psicométricos. Permite compreender e formular hipóteses sobre a problemática do paciente, mostrando ser extremamente flexível, sem a existência de uma regra única para sua execução. O jogo, a brincadeira e o desenho são formas de comunicação para entender o que está no inconsciente da criança. Dessa forma, é analisado todo momento e qualquer detalhe da hora lúdica. A maneira que a criança se comporta, como ela usa os materiais e também suas expressões faciais. Essa técnica também é utilizada para avaliar as representações dos conflitos básicos da criança, tanto no ponto de vista evolutivo (adequação ou não do comportamento à idade) quanto do ponto de vista patológico (incluindo defesas predominantes, ansiedades, relações objetais, etc). Hora lúdica Diversos itens podem ser utilizados por psicólogos na realização de entrevistas avaliativas, dividindo-as em duas categorias: Materiais estruturados e materiais não estruturados. Materiais estruturados são utilizados bonecos de diferentes formatos e tamanhos, como super-heróis, bonecos de pano, barbie, soldadinhos, lego, entre outros. Os jogos de regras são comuns nos consultórios, podendo citar: O Jogo da vida, damas, dominó e baralho de cartas. Esses jogos permitem conversar sobre diferentes situações da vida da criança e avaliar como ela lida com as regras impostas, normas coletivas, agressividade e competição, por exemplo. Além desses, também são utilizados, o jogo da velha, xadrez, jogo do mico, can-can, combate, imagem e ação, bolinha de gude, quebra cabeça e roleta, esses jogos oferecem situações simbólicas e eventos de bônus e punições em suas regras, no qual, permitem a avaliação de aspectos psíquicos, por exemplo, a tolerância à frustração. Hora lúdica Materiais não estruturados: Papel, lápis e lápis de cor, são os materiais com os quais preferencialmente uma criança de seis a doze anos se comunica, devendo, portanto, estar sempre à sua disposição. O mesmo acontece com a massa de modelar, é comum os psicólogos associarem à possibilidade de avaliar aspectos relacionados a fase anal do desenvolvimento psicossexual. Os brinquedos de encaixe e montagem, como torres, cubos e taquinhos de madeira, são compreendidos como materiais propícios para a expressão do sadismo anal e do controle obsessivo. Hora lúdica Acompanhar a brincadeira da criança e não apenas observar é uma conduta amplamente utilizada nas entrevistas lúdicas. O psicólogo precisa jogar com a espontaneidade, mostrando-a se disponível para a transferência e possibilitando a criação de uma aliança terapêutica. Toma-se o cuidado de buscar o contato visual sempre que possível, olhando nos olhos da criança e se abaixando ao mesmo nível dela para brincar. A comunicação deve ser feita com linguagem acessível a criança, mostrando respeito a sua expressão afetiva. A análise da entrevista lúdica diagnóstica permite conceituar o principal conflito atual do paciente, evidenciar as principais defesa ante a ansiedade e sua qualidade, e tornar manifestas as fantasias da criança quanto a doença, à cura e ao tratamento. Além disso, nessa técnica pode-se sugerir quais sentimentos contratransferenciais um futuro terapeuta poderá experimentar com a criança e orientar o profissional a realizar de maneira mais eficaz, um rapport com aquele determinado paciente. Referências: HUTZ, Clauido Simon. et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Ahmed Editora Ltda, 2016
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