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4a geração de direitos humanos

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1 INTRODUÇÃO: 
O direito não é uma ciência exata, sendo que suas premissas, seus princípios 
e normas não seguem uma rigidez eterna e imutável. Em outras palavras, podemos 
dizer que as leis que temos hoje, daqui a alguns anos perderão sua eficácia, tendo 
de passar por um processo de atualização, por assim dizer. As leis mudam conforme 
os tempos, e evoluem conforme as sociedades das quais fazem parte. 
Uma situação que exemplifica bem essa questão é o caso dos direitos 
humanos. Como podemos observar ao estudar o histórico de evolução dessa 
categoria de direitos, temos diversas classificações diferentes, como primeira, 
segunda, terceira e quarta gerações. Cada uma surgiu em momento diferente da 
história, traduzindo aspectos não previstos nas gerações anteriores e, por isso 
mesmo, incluindo-os, adaptando-os ao sistema jurídico vigente. 
O presente artigo pretende esclarecer aspectos como a contextualização da 
quarta geração de direitos humanos dentro das demais categorias, seu histórico e 
especificidades. 
2 OS DIREITOS HUMANOS: 
O Direito é um conjunto de regras e normas que visam, entre outras coisas, 
organizar a vida em sociedade. Para isso, é necessário acompanhar as 
transformações sociais de cada época, se adaptando a novas realidades. Com os 
direitos humanos não foi diferente, diferentes formas de direitos humanos surgiram 
em diferentes épocas, incorporando-se aos respectivos textos constitucionais de seu 
tempo e dando origem à classificação em gerações ou dimensões. Quando uma nova 
geração de direitos humanos surge, ela não elimina as anteriores, mas todas 
coexistem simultaneamente, ou seja, isso reflete em um caráter acumulativo de 
reconhecimento e proteção destes direitos ao longo da história surgindo direitos 
novos ou perspectivas novas sobre direitos já reconhecidos, objetivando a proteção 
da pessoa humana. 
Diante disso, cabe salientar, que a sua formação foi baseada na teoria das 
gerações desenvolvida por Karel Vasak por meio de um texto publicado em 1977 e 
uma palestra proferida em 1979 onde estabeleceu-se uma breve síntese a teoria 
baseada numa relação entre direitos e o lema da revolução francesa (liberté, egalité 
et fraternité). Baseado nisso, surge a primeira geração de direitos fundada nos direitos 
de liberdade, direitos individuais, políticos e civis, por conseguinte surge a segunda 
geração voltada aos direitos de igualdade e por fim a terceira trata dos direitos de 
titularidade da comunidade. Ou seja, de maneira geral os Direitos Humanos procuram 
promover o mínimo de dignidade a todos, indiferente a sua religião, cor, sexo, gênero, 
etnia, nacionalidade, sexualidade ou qualquer outra condição. 
Dada essa visão, os direitos humanos atuais baseiam-se principalmente em um 
documento denominado Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborado pela 
Organização das Nações Unidas (ONU) e que possui 30 artigos, entre eles os direitos 
à: liberdade, à vida, à segurança pessoal, como previsto no Artigo 3º da Constituição 
Federal. Dentre os 30 artigos vigentes, todos tem uma funcionalidade em comum: 
trazer todos os seres humanos para o mesmo nível básico de dignidade, 
independente de distinção. 
3 A QUARTA GERAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS: 
Durante o processo histórico houve três gerações de direitos humanos 
fundamentais como o citado acima, entretanto alguns autores propõem uma quarta 
geração, ou até mesmo uma quinta geração. É importante salientar que não existe 
nenhum conhecimento constitucional positivo de sua existência, nem uma 
concordância em relação ao seu conteúdo. 
No caso da quarta geração de Direitos Humanos, podemos comentar que ela 
está vinculada a diversas transformações sociais, tecnológicas, científicas e históricas 
que mudam as relações jurídicas, pois estão ligados a novas descobertas, 
principalmente no campo da bioética. 
3.1 PROCESSO HISTÓRICO: 
Os Direitos Humanos foram reconhecidos no mundo moderno, pela primeira 
vez na Revolução Americana e na Revolução Francesa, após uma grande reflexão 
social sobre injustiças, abusos e desigualdades que vinham ocorrendo, e teve como 
principal precursor a Carta Magna promulgada pelo Rei João Sem Terra, da 
Inglaterra, por volta de 1215 d.C. Porém a Declaração dos Direitos Humanos foi 
proclamada somente após a Revolução Francesa em 1789, concedendo liberdades 
específicas de resistência à opressão, como uma “expressão da vontade geral.” . No 
Brasil os Direitos Humanos estão garantidos pela Constituição Federal de 1988, a 
qual pode ser considerada um grande avanço legal pois o país desrespeitou 
gravemente esses direitos em sua história, principalmente durante o governo Militar. 
A Quarta Geração dos Direitos Humanos surgiu após o teórico Paulo 
Bonavides, sentir falta da garantia dos direitos de participação democrática, o direito 
de pluralismo, o direito à bioética e aos limites da manipulação genética, ela foi 
fundada pela necessidade de defesa da dignidade da pessoa humana contra as 
intervenções abusivas de particulares ou do Estado. 
3.2 DIREITOS DA QUARTA GERAÇÃO: 
Segundo Paulo Márcio Cruz (2001, p. 145), “os direitos de quarta geração se 
referem à informática e à manipulação genética, e encontram-se em estado 
embrionário sob o prisma do constitucionalismo contemporâneo”. 
Já Paulo Bonavides (2005, p. 572) afirma que: 
“São direitos de quarta geração o direito à democracia, o direito à 
informação e o direito ao pluralismo. Deles depende a concretização 
da sociedade aberta do futuro, em sua dimensão de máxima 
universalidade, para o qual parece o mundo inclinar-se no plano de 
todas as relações de convivência.” 
Essa nova geração surge da necessidade de se impor limites, regular as 
pesquisas e tutelar o patrimônio genético, uma vez que as inovações tecnológicas 
dos últimos anos trazem questões éticas que, até então, sequer pensávamos existir. 
Um exemplo é a manipulação genética, que entra em conflito com questões religiosas 
e morais, por exemplo, quando se descobre que é possível até mesmo clonar 
identicamente uma pessoa através de amostras de seu DNA. Segundo Daniele 
Comim Martins (1999, p. 264), é necessário “frear a manipulação genética abusiva e 
indiscriminada”. 
Com o intuito de se debater essas novas questões surgidas com o avanço 
tecnológico e suas implicações no Direito, foi adotada pela Assembléia Geral da 
Unesco, em 1997, “Declaração dos Direitos do Homem e do Genoma Humano”, cujo 
objetivo é buscar soluções e a conciliação entre os avanços tecnológicos e os direitos 
humanos. 
Com o advento de mais uma declaração de garantias, dessa vez visando a 
genética, muitos debates surgiram acerca do que pode ou não fazer a ciência. 
Todavia, os direitos assegurados visam a proteção do genoma da espécie humana, 
evitando também o retardo do avanço científico. Em seus artigos, constam alguns 
direitos como o direito à dignidade independente das características genéticas do ser 
humano Artigo 2 - a), e algumas garantias como a proibição aos ganhos financeiros 
a partir do genoma humano, previsto no Artigo 4. 
 Portanto, a quarta geração dos direitos humanos, lida diariamente com 
questões éticas e científicas, promovendo tanto o avanço da ciência quanto o 
resguardo do direito à singularidade genética do ser humano. 
4 QUINTA SEXTA E SÉTIMA GERAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS: 
O jurista Paulo Bonavides defende que se tenha uma quinta geração de 
direitos, essa diretamente atrelada à paz em toda a humanidade, que é um direito 
superior e garantidor de sobrevivência na Terra. Para Bonavides elevar a paz como 
um direito fundamental da quinta geração, antes fora um conceito filosófico passa ser 
jurídico, ao ser acolhido nas constituições corrobora para a sobrevivência do homem 
em um planeta de artefatos nucleares e explosões tecnológicas, a paz é um axioma 
da democracia participativa e o supremo direito da humanidade. 
Sexta Geração, alguns teóricos colocam comodireitos relacionados a bioética, 
mas Paulo Bonavides já considera como sendo a quarta geração, como caracterizada 
anteriormente. Bernardo Gonçalves, defende que a sexta geração consiste no direito 
à água potável, o próprio autor reconhece a desnecessidade de tal construção por 
estar atrelada aos direitos da terceira geração. Entretanto elevar o nível de zelo pelo 
acesso de água potável está atrelado que a vida no planeta depende totalmente da 
água doce e potável, tendo em vista os cenários do mundo atual como o aquecimento 
global, desertificação e a falta de água, são e serãos os maiores problemas da 
próximas décadas. O reconhecimento da água potável como um direito fundamental 
específico, de sexta dimensão, se justifica por sua escassez. 
Há doutrinadores que defendem que os direitos da sexta geração 
correspondem à democracia, liberdade de informação, ao direito de informação e ao 
pluralismo político, a outra parcela que corresponde à busca da felicidade. A 
democracia é um direito fundamental, pelo fato do autoritarismo não se relacionar 
com o regime de liberdades públicas, o direito a liberdade é outro direito de liberdade 
pública coletiva , não se materializa e não é sujeito a um indivíduo específico, liga-se 
umbilicalmente à liberdade de informação, toda pessoa tem a prerrogativa de informar 
e ser informado, visto que obtenção de conhecimento não pode ser privilégio de 
alguns. O pluralismo político por sua vez trata-se que para o reconhecimento do 
Estado Democratico de Direito, trata-se da composição dos representantes da 
sociedade pelos seus diversos segmentos. Há outra vertente relacionada ao direito 
da busca da felicidade, eis que seria essa a finalidade da natureza humana, bem 
supremo que toda pessoa deseja e persegue, de modo que ocorra a própria 
satisfação da pessoa humana. 
A Sétima Geração fala-se sobre o direito à impunidade, tal ideia é concretizada 
a partir da insuficiência do sistema de defesa e controle social, os parcos recursos 
humanos, fragilidade legislativa, o grande rol dos acusados em geral, leva a 
concretização do direito à impunidade. Os defensores da corrente alegam a lentidão 
do judiciário e a aplicação de penas brandas , tal pensamento da sétima geração é 
apenas uma ideia de protesto, uma ironia tendo em vista que o direito à impunidade 
não se encontra na realidade do Estado Democratico. Trata-se apenas de uma critica 
a insegurança juridica e a sensação de impunidade que permeiam o cenário nacional. 
5 CONCLUSÃO: 
Verifica-se, portanto, que a quarta geração de Direitos Humanos ainda 
encontra-se em fase de formação, sendo alvo de debates por todo o mundo. A Ciência 
avança a passos largos e cabe ao Direito o esforço para alcançar essa evolução. É 
fato que os avanços tecnológicos trazem inúmeros benefícios para a população, mas 
o uso abusivo de tecnologias bem como a irresponsabilidade devem ser evitados, 
transformando assim o ambiente para que a mudança não venha a transformar o 
ambiente de forma negativa. 
Muito se discute sobre a gerações, há autores que preferem o termo 
“dimensões” dos direitos fundamentais, partindo da premissa de que possa ocorrer a 
falsa ideia que uma categoria de direito substitui a outra, mas ao contrário, cada nova 
geração é um acréscimo a anterior. Por fim, conclui-se, que a consciência da 
dignidade da pessoa humana é a base para a elaboração das legislações ao redor do 
mundo, no nascimento ao adquirir o direito de ser, até a sua morte, estará atrelado 
aos direitos fundamentais. A quarta dimensão está diretamente fundada na defesa da 
pessoa humana contra as intervenções abusivas de particulares ou do Estado, e em 
relação à quinta se julga que o direito à vida quanto o direito à paz estão ligados 
umbilicalmente. 
 
REFERÊNCIAS: 
BONAVIDES, Paulo, Curso de direito constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005. 
BOUCAULT, C.A.A.; ARAÚJO, N.; MARTINS, D.C. Os direitos humanos e o direito 
internacional. Organizadores: Carlos Eduardo de Abreu Boucault e Nádia de Araújo. 
Rio de Janeiro: Renovar, 1999. 
CRUZ, P. M., Fundamentos do direito constitucional. Curitiba: Juruá, 2001. 
MARCO, M. Direitos humanos com ênfase na quarta geração. Itajaí, 2006. 
SILVA, B. T. P. Evolução histórica dos direitos humanos. Portal Educação. Disponível 
em: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/evolucao-
historica-dos-direitos-humanos/72105> Acesso em: 5 nov. 2021. 
TORRANO, M. A. V. Quantas dimensões dos direitos humanos existem? Disponível 
em: <https://jus.com.br/artigos/31948/quantas-dimensoes-ou-geracoes-dos-direitos-
humanos-
existem#:~:text=A%20come%C3%A7ar%20com%20a%20quarta%20gera%C3%A7
%C3%A3o%20%28concebida%20no,o%20direito%20de%20participa%C3%A7%C3
%A3o%20democr%C3%A1tica%20%28democracia%20direta%29%2C%20>. 
Acesso em: 5 nov. 2021. 
DIREITOS HUMANOS. Disponível em: 
<https://www.coladaweb.com/sociologia/direitos-humanos> Acesso em: 5 nov. 2021. 
 
 
 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/evolucao-historica-dos-direitos-humanos/72105
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/evolucao-historica-dos-direitos-humanos/72105
https://jus.com.br/artigos/31948/quantas-dimensoes-ou-geracoes-dos-direitos-humanos-existem#:~:text=A%20come%C3%A7ar%20com%20a%20quarta%20gera%C3%A7%C3%A3o%20%28concebida%20no,o%20direito%20de%20participa%C3%A7%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20%28democracia%20direta%29%2C%20
https://jus.com.br/artigos/31948/quantas-dimensoes-ou-geracoes-dos-direitos-humanos-existem#:~:text=A%20come%C3%A7ar%20com%20a%20quarta%20gera%C3%A7%C3%A3o%20%28concebida%20no,o%20direito%20de%20participa%C3%A7%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20%28democracia%20direta%29%2C%20
https://jus.com.br/artigos/31948/quantas-dimensoes-ou-geracoes-dos-direitos-humanos-existem#:~:text=A%20come%C3%A7ar%20com%20a%20quarta%20gera%C3%A7%C3%A3o%20%28concebida%20no,o%20direito%20de%20participa%C3%A7%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20%28democracia%20direta%29%2C%20
https://jus.com.br/artigos/31948/quantas-dimensoes-ou-geracoes-dos-direitos-humanos-existem#:~:text=A%20come%C3%A7ar%20com%20a%20quarta%20gera%C3%A7%C3%A3o%20%28concebida%20no,o%20direito%20de%20participa%C3%A7%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20%28democracia%20direta%29%2C%20
https://jus.com.br/artigos/31948/quantas-dimensoes-ou-geracoes-dos-direitos-humanos-existem#:~:text=A%20come%C3%A7ar%20com%20a%20quarta%20gera%C3%A7%C3%A3o%20%28concebida%20no,o%20direito%20de%20participa%C3%A7%C3%A3o%20democr%C3%A1tica%20%28democracia%20direta%29%2C%20
https://www.coladaweb.com/sociologia/direitos-humanos
	1 INTRODUÇÃO:
	2 OS DIREITOS HUMANOS:
	3 A QUARTA GERAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS:
	3.1 PROCESSO HISTÓRICO:
	3.2 DIREITOS DA QUARTA GERAÇÃO:
	4 QUINTA SEXTA E SÉTIMA GERAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS:
	5 CONCLUSÃO:

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