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RESUMOS I e II TEORIA GERAL DO PROCESSO

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RESUMOS I e II TEORIA GERAL DO PROCESSO 
Prof. Galdino 
TEMAS DOS NOSSOS ENCONTROS e Créditos Digitais 
1) FUNDAMENTOS DO DIREITO PROCESSUAL CONTEMPORÂNEO: a tríade processual: Ação Jurisdição e Processo. 
2) Os Princípios Processuais decorrentes da Constituição
3) As Normas Processuais e suas eficácias no Tempo e no Espaço 
4) O Conceito de Jurisdição, A sua Evolução Histórica, Extensão e Limites – Desjudicialização. 
5) Os princípios e as classificações da jurisdição, a jurisdição transnacional e os instrumentos de cooperação internacional. 
6) O conceito de ação, princípios, elementos e as condições (requisitos) necessárias ao seu regular exercício. 
7) Processo: Natureza Jurídica, Procedimento, Pressupostos. Atos Processuais. Sujeitos do Processo. Partes e Terceiros. 
8) PROCESSO DE CONHECIMENTO - FASE INICIAL. As Principais Características da Petição Inicial e seus Requisitos. Gratuidade de Justiça. Tutela P fundamentos do processo rovisória. 
9) As Hipóteses de Emenda e Indeferimento da Petição Inicial, de improcedência Liminar do Pedido. Citação e intimação. Cabimento da Audiência de Conciliação ou Mediação. 
10) As respostas do réu 
11) PROCESSO DE CONHECIMENTO - SANEAMENTO E INSTRUÇÃO. As Providências Preliminares do Processo e a Atividade de Saneamento. 
12) As Principais Características da Prova no Processo Civil Brasileiro e suas Espécies. O Funcionamento da Audiência de Instrução e Julgamento. 
13) Conceito e as Principais Classificações Existentes Quanto à Sentença (Crédito Digital a ser estudado previamente no ambiente virtual reservado ao discente). 
14) Conceito da Coisa Julgada, seus Efeitos e Limites Subjetivos, Objetivos e Temporais. (Crédito Digital a ser estudado previamente no ambiente virtual reservado ao discente) 
15) Hipóteses de Cabimento da Ação Rescisória, seu Procedimento e Julgamento (Crédito Digital a ser estudado previamente no ambiente virtual reservado ao discente) 
16) Hipóteses de Cabimento da Ação Rescisória, seu Procedimento e Julgamentoconclusão. (Crédito Digital a ser estudado previamente no ambiente virtual reservado ao discente) 
PREMISSAS FUNDAMENTAIS DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
O Estado é pessoa jurídica de direito público interno (Art. 41, I C.Civil), tem a sua estrutura e organização político-administrativa definidas basicamente na Constituição Federal é formado por três poderes independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o judiciário (CF Art. 2º). 
O Estado atua por seus Órgãos que são ocupados por funcionários públicos que em nome do Estado devem agir segundo a lei, que define previamente a forma de atuação e o comando legal a ser implementado. 
A Constituição Federal estabelece para a administração pública direta (atuação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios) ou indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) o dever de obedecer os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além de outros (CF Art. 37). 
Ao poder judiciário foram reservadas, na Constituição Federal as disposições contidas nos Artigos 92 a 126. São Órgãos do poder judiciário:
· I – o Supremo Tribunal Federal (STF); 
I-A – o Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
· II – o Superior Tribunal de Justiça (STJ); 
II – A – o Tribunal Superior do Trabalho (TST); 
· III – Tribunal Regional Federal e Juízes Federais (TRF); 
· IV - Tribunais e juízes do Trabalho (TRT); 
· V – os Tribunais e Juízes Eleitorais (TSE; TREs); 
· VI – os Tribunais e Juízes Militares; 
· VII – os Tribunais e Juízes dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios (Art. 92 CF). 
O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo território nacional (Art. 92, § 2º, CF). O Poder Judiciário, em todos os seus julgamentos, em regra públicos, tem o dever de fundamentar todas as suas decisões, sob pena de nulidade (Art.93, IX, CF). A composição do STF (Art. 101, CF); e a sua competência (Art. 102, CF) são fixados na Constituição Federal; seguindo-se a do CNJ (Art. 103-B e § 4º, CF); STJ, (Art. 104 e 105, CF); TST, (Art 111-A e § 3º);TSE (Art. 119 CF c/c Art. 22 e 23, da Lei 4.737/1965); STM, (Art. 123, 124 CF c/c Art. 6º da Lei 8.457/1992; TRFs, (Art. 107 e 108 CF e Lei nº9.967/2000, e Regimentos Internos) e a Justiça Federal na qual se inclui o Juizado Especial Federal, Lei nº 10.259/2001); Justiça Estadual (Art. 125 CF e as Constituições Estaduais ).Na Justiça Comum, incluem-se os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, Lei nº 9.099/95 e os Juizados Especiais da Fazenda Pública, Lei nº 12.153/2009. A organização da Justiça Estadual, também chamada comum é de competência de cada um dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal e Territórios têm a sua organização judiciária regulamentada pela Lei nº 11.697, de 13 de junho de 2008. 
NB:Território federal é uma denominação brasileira para uma categoria específica de divisão administrativa. Os territórios federais integram diretamente à União, sem pertencerem a qualquer Estado, e podem surgir da divisão de um Estado ou desmembramento dele, exigindo-se aprovação popular através de plebiscito e lei complementar (Art. 18, § 2º, CF). A Constituição Federal de 1988 ABOLIU TODOS os TRÊS TERRITÓRIOS então anteriormente existentes: Fernando de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de Pernambuco; o Território Federal do Amapá e o Território Federal de Roraima ganharam o status integral de Estados da Federação. Vale lembrar que o atual Estado de Rondônia foi território somente até 1982. O órgão de cúpula do Poder Judiciário é o Supremo Tribunal Federal (STF), cabendo-lhe precipuamente a guarda da Constituição (Art. 102, CF); tendo competência originária para processar e julgar as questões enumeradas no inciso I, do Art. 102 da Constituição Federal; julgar os recursos ordinários nas questões previstas no inciso II, do mesmo Artigo e julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, nas hipóteses do inciso III do referido Artigo. O Regimento Interno do STF (RISTF)(e dos Tribunais) é lei material que trata da organização interna e processamento de atos judicantes e administrativos. NB: Regimento Interno dos tribunais e sua natureza jurídica: A CF, Art. 96, I, a) outorgou competência privativa aos tribunais para a elaboração dos seus Regimentos Internos, com a observância das normas de processo e das garantias processuais das partes. O STF, na ADI-MC – processo nº 1105/DF – DJ 27.04.02, relator Ministro Paulo Brossard qualificou o regimento interno dos tribunais como lei material: o regimento interno dos tribunais é lei material. Superior Tribunal de Justiça(STJ), “o Tribunal da Cidadania”, o foi criado pela da Constituição Federal de 1.988, tornando-se a corte responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil. É de sua competência a solução definitiva de casos civis e criminais que não envolvam matéria constitucional, nem a justiça especializada. É composto de, no mínimo, trinta e três Ministros, nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado, sendo um terço dentre juízes (desembargadores federais) dos Tribunais Regionais Federais; um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; e um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados pelos órgãos de representação das respectivas classes (Art. 104 e p. único CF). A competência do STJ foi fixada pelo Art. 105, da CF, o qual, no inciso I estabelece a competência originária para julgar as causas enumerada nas letras “a” até “i”; os recursos ordinários da sua competência, no inciso II e em recurso especial as causas decididas, em única ou última instancia, pelos Tribunais RegionaisFederais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal ou der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal, inciso III, letras a), b) e c), respectivamente. O Regimento Interno do STJ (RISTJ) (e dos Tribunais) é lei material. A competência dos Tribunais Regionais Federais tem seu fundamento no Art. 108, da CF, cuja competência originária para processar e julgar consta do inciso I e no inciso II a competência para julgar recursos; e a dos juízes federais está estabelecida no Art. 109, da CF, nos incisos de I a XI, e as causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde a outra parte tiver domicílio (§ 1º, Art. 109, da CF); as causas em que a União for ré podem ser aforadas na seção judiciária do domicilio do autor, ou no local do ato ou fato que deu origem à demanda, ou onde esteja situada a coisa, ou no Distrito Federal (§ 2º, Art. 109, da CF). Na comarca que não seja sede de vara do juízo federal será competente para julgar as causas em que for parte ré a instituição de previdência social (Instituto Nacional de Seguro Social – INSS) a justiça estadual do foro do domicílio dos segurados ou beneficiários (§ 3º, Art. 109, da CF) e os recursos cabíveis de decisões proferidas serão encaminhados ao Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau (§ 4º, Art. 109, da CF). Além dessas premissas estabelecidas na Constituição Federal, existem outras definidas em leis infra-constitucionais que , juntamente com aquelas, são objeto de estudos teóricos juntamente com os princípios legais que justificam o fenômeno jurídico e as respectivas aplicações práticas. 
OS FUNDAMENTOS DO PROCESSO GENERICAMENTE VISTO E DO PROCESSO CIVIL. 
Um ilustre professor afirmava em sala de aula que a doutrina (opinião dos juristas) em matéria de processo era um verdadeiro balaio de gatos: muito pouco consenso, muita vaidade e grandes divergências no discurso. 
Trilogia 
Atribui-se ao processualista argentino J. Ramiro Podetti a divulgação da idéia de que o direito processual está estruturado em três pilastras fundamentais: os conceitos de ação, jurisdição e processo, aos quais deu a designação de trilogia estrutural do Direito Processual. No pensamento desse autor, ação, jurisdição e processo devem ser concebidos unitariamente como um todo, porque nenhum dos três pode ter existência independente, e além de unitária a concepção deve ser também subordinada, porque a idéia de cada um desses termos constitui pressuposto lógico do entendimento que se deva formar do outro. O professor Cândido Rangel Dinamarco, por exemplo, defende a existência de uma tetralogia, formada pelas pilastras da ação, defesa, jurisdição e processo. 
A ação 
O conceito de ação nunca foi unânime e nem sempre a ação foi tida com um direito autônomo de invocar a jurisdição, como nos dias de hoje. Até se chegar ao reconhecimento da autonomia do direito de ação foram várias as teorias “explicativas” da sua natureza jurídica. Na Alemanha, Savigny sustentou com a sua teoria imanentista (ou civilista ou clássica ou privatista) que “não há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do direito” Teve seguidores. Era o que o Código Civil brasileiro de 1916 dizia no Art. 75 – A todo direito corresponde uma ação que o assegura. Assim, a todo direito material estaria imanente um direito de ação. Não explica a ação declaratória negativa, cuja sentença declara não existir o direito. Os seguidores não exerceram a sua principal qualidade que é elaborar a teoria descrevendo o fenômeno observado, apenas seguiram o mestre. Paula Batista foi um processualista da época do Império e elogiado por Liebaman. Para ele, a “ação (do verbo agere, obrar) é o direito de invocar a autoridade pública (juiz) e de obrar regularmente perante ela para obter justiça”. Windscheid e Muther , também alemães, entediam, por outro lado, que o direito de ação possui natureza pública, sendo um direito de agir, exercível contra o Estado e contra o devedor Modificou-se posteriormente para o conceito de que a ação seria um direito autônomo, público e concreto. Essa teoria, que teve como um de seus principais expoentes Adolf Wach, ficou conhecida como teoria concretista, segundo a qual o direito de ação, embora direito público e autonomo só existiria quando a sentença fosse favorável ao autor. Para Oscar Von Bülow, o direito de ação também é autônomo, público e concreto. Difere da teoria concretista porque o direito de ação existiria apenas com uma sentença justa. Não explicam se há ação no caso de sentença que extingue o processo sem julgamento do pedido e a que indefere o pedido. Na Itália, Giuseppe Chiovenda entendia o direito de ação como autônomo e concreto, mas não o via como um direito público e subjetivo, e sim como um direito potestativo. A qualidade do poder potestativo está no direito de atuar unilateralmente na esfera do outro, independentemente da sua vontade. Surgiu, posteriormente, a teoria abstrativista clássica, que defendia ser o direito de ação autônomo, público e abstrato, pois independeria da existência do direito material ou de um resultado favorável ao autor. Enrico Tulio Liebman formulou a teoria eclética, colocando as chamadas condições da ação como uma espécie de obstáculo, impedindo o acesso à jurisdição de mérito, quando faltassem requisitos legais indispensáveis para o alcance da finalidade do processo. Para Liebman, a ação é um direito ao meio (instrumento) e não ao fim. Isso porque a lei confere o direito ao cumprimento dos atos destinados a atuar a tutela jurídica, mas não garante o êxito de seu exercício, uma vez que o conteúdo concreto do provimento depende da instrução processual e do convencimento do magistrado, que, analisando os fatos, direito e provas dos autos, julgará se o direito alegado de fato pertencente ao autor: a ação, como direito ao processo e ao julgamento de mérito, não garante um resultado favorável no processo: esse resultado depende da convicção que o juiz formar sobre a procedência da demanda proposta (levando em consideração o direito e a situação de fato) e, por isso, poderá ser favorável ao autor ou ao réu. A teoria de Liebman considera a ação um direito autônomo que pode ser exercitado mesmo nos casos em que o seu titular não possui um verdadeiro direito subjetivo substancial para fazer valer. A teoria eclética segundo a opinião de alguns juristas foi adotada pelo atual Código de Processo Civil que prevê as condições da ação interesse de agir e legitimidade das partes - como requisitos para o julgamento de mérito (Art. 485, VI do CPC), ao lado dos pressupostos processuais (Art. 485, IV do CPC). Faltando uma das condições, caracteriza-se a carência da ação e na ausência de qualquer pressuposto e o juiz não apreciará o mérito da demanda. Neste caso, portanto, não se terá a jurisdição completa. Sobre a teoria do Liebman, o professor Calmon de Passos define a teoria eclética como um concretismo dissimulado, pois, a partir do momento que a condições da ação se confundem com o próprio mérito da demanda, demonstrar que estão presentes as condições da ação significa, muitas vezes, comprovar a própria existência do direito material alegado. Cândido Rangel Dinamarco discípulo de Liebman sustenta que não existe justificativa plausível para diferenciar as condições da ação e os pressupostos de admissibilidade, “sendo tendência moderna o agrupamento de todos na categoria dos pressupostos do julgamento (ou pressupostos processuais), como está na lei e doutrina alemãs. Recentemente, surgiu na Itália a construção jurídica da teoria da asserção ou teoria della prospettazione (teoria da prospecção ou da afirmação), segundo a qual o juiz deve verificar a presença das condições da ação in statu assertionis, ou seja, à luz das afirmações do autor e sua comparação com os documentos apresentados .Se,apenas depois da instrução probatória, o juiz verificar a ausência de alguma condição da ação deverá apreciar o mérito e se for o caso rejeitar o pedido formulado pelo autor. Não se justifica a extinção do processo sem julgamento de mérito, estando a causa madura, ou seja quando o avanço do procedimento torna possível a decisão de mérito. O CPC adota claramente essa teoria, conforme dispõe o § 3º, do Art. 1.013. 
A garantia constitucional do direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder está prevista na CF, no Art. 5º, XXXIV, a) e no Art. 10 da Declaração Universal dos Direitos Humanos; bem como o direito de obter certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal CF, no Art. 5º, XXXIV, b). 
Classificação das ações 
A doutrina antiga costumava classificar as ações em: 
· Ação Declaratória (afirma ou nega a existência do direito ou a autenticidade ou falsidade do documento ex. Art. 19 CPC); 
· Ação Constitutiva (ou Desconstitutiva que tem por finalidade a criação, modificação ou extinção de uma relação jurídica. Ex ação renovatória de locação Art.71, e revisional de aluguel Art. 68, da Lei nº 8.245/91 e ação de anulação de ato ou negócio jurídico Art. 171, CC); 
· Ação Condenatória (visam obter a aplicação da conseqüência obrigacional prevista na lei; ex Art. 927, CC). E há os que continuam afirmando à moda antiga, sem explicar todas as situações. Por influencia do Professor James Goldschmidt, alemão que para não morrer nas mãos dos nazistas radicou-se Espanha, a classificação das ações passou a ser considerada com o acréscimo de mais duas espécies: a 
· Ação Mandamental (que visa a obtenção de uma ordem judicial em favor do autor, ex. embargos de terceiro, Art 674 do CPC; mandado de segurança, Art. 1º da Lei nº 12.016/09) e a 
· Ação Executiva (que propicia a imediata satisfação, sem necessidade de procedimento executivo, ex. reintegração na posse Art. 560, CPC; despejo Art. 63 da Lei nº 8.245/91). 
A divulgação dessa doutrina no Brasil foi feita por li de Miranda, que escreveu o Tratado das Ações em 7 volumes. Essa forma de expressão comumente empregada não possui rigor científico porque a ação nada mais é do que o ato de provocar a jurisdição. O que terá a natureza declaratória, constitutiva, desconstitutiva, mandamental ou executiva é a providencia imediata que consta do pedido formulado pelo autor. P ex. pede o autor que o juízo condene o réu no pagamento da quantia de R$10.000,00 (pedido imediato-condene; pedido mediato- pagamento da quantia...). 
Identidade de ações 
A ação possui identidade própria. Toda ação tem autor, réu, causa de pedir e pedido. Assim, uma ação será idêntica a outra quando possuir as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (Art. 337, § 2º CPC). Pode ocorrer que o autor repita ação já ajuizada anteriormente estando o processo em curso (mesmas partes, mesma causa de pedir (- por que eu peço) e mesmo pedido ( – o que eu peço). Neste caso, haverá o que a doutrina e a lei denominam litispendência (pendência da lide Art. 337, § 1º) e o juízo deverá extinguir o segundo processo sem apreciar o pedido (Art. 486, V, CPC). 
Litispendencia 
Conforme visto, a litispendência se caracteriza pela repetição de ações anteriormente ajuizadas e que estejam em curso (Art. 337, § 1º c/c § 3º CPC) devendo o juízo extinguir a ação proposta posteriormente, sem apreciar o pedido (Art. 485, V do CPC) 
Coisa julgada 
O CPC regulamenta que haverá coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado (Art. 337, § 4º CPC c/c Art. 6º §3º LICC – Decreto Nº 4657/42). Ocorre o transito em julgado da decisão quando a parte consente com ela ou, havendo recursos contra ela já foram ou deixaram de ser utilizados. Uma das características da coisa julgada é a força que extingue o processo em que a sentença é proferida. A lei e a doutrina distinguem a coisa julgada formal da coisa julgada material. A coisa julgada formal, contudo, permite que a ação seja novamente proposta NOUTRO processo (Art. 486 CPC). Já a coisa julgada material impede que a causa seja novamente discutida em quaisquer processos. 
Semelhança de ações: 
α) conexão 
Uma coisa é ação idêntica e outra coisa é ação semelhante. Uma ação será semelhante a outra quando tiverem em comum ou o pedido ou a causa de pedir. Quando acontece de existir ações semelhantes ocorre o que se chama de conexão (Art. 55 CPC). Se ambos os processos estiverem em andamento, as ações devem ser reunidas e decididas em conjunto (Art. 55, § 1º CPC). O CDC, art. 104 não admite a existência de litispendência entre ação coletiva e individual. O STJ admite conexão entre elas. 
β) continencia 
A lei considera também semelhante ações com as mesmas partes, a mesma causa de pedir mas o pedido formulado em uma delas é mais amplo que o da outra. A esse fenômeno dá-se o nome de continência (Art. 56 CPC). Pode ocorrer que a amplitude do pedido foi feita na segunda ação, neste caso, haverá reunião dos processos para julgamento conjunto no juízo que atuou no primeiro processo (Art. 58 CPC). Porém se o pedido amplificado foi formulado na primeira ação o processo relativo à segunda ação deverá ser extinto sem julgamento de mérito (Art. 57 c/c Art. 485, X CPC). Conforme ordena o Art. 58, a reunião das ações que correm em separado deverá se feita no juízo prevento (o que conheceu em primeiro lugar, do latim pre + venire = vir (chegar) antes. A partir do registro da petição inicial, onde houver vara única, ou da distribuição se houver diversas varas com competência concorrente, ocorre a prevenção (Art. 59 CPC). 
Processo 
Processo: Natureza Jurídica, Procedimento, Pressupostos. Atos Processuais. Sujeitos do Processo. Partes e Terceiros Ao tratar do fenômeno jurídico denominado processo a doutrina, ao longo dos anos, tem manifestado a sua opinião de acordo com a visão do observador. Essa visão, por vezes, fez escola, com os discípulos acompanhando o mestre sem maiores questionamentos, mesmo que o entendimento escolhido tenha sido causa de prejuízo a muitos. 
Teorias concretistas do processo 
A teoria contratual (o processo seria um contrato) baseava em texto tirado do Direito Romano e reinterpretado à luz da doutrina de Rousseau que defendia o Estado como contrato social, pelo qual a vontade individual se submetia à vontade superior do Estado. Mas o entendimento limitava-se a justificar que as partes voluntariamente se submeteriam ao processo e aos seus resultados. A teoria do quase contrato baseou-se no entendimento de que não sendo o processo um contrato e nem um delito, seria um quase contrato, figura muito em voga nos séculos passados para justificar uma obrigação que se origina de uma decisão judicial independentemente da concordância da parte. Foi mais uma tentativa de justificar o processo como categoria do direito privado. 
Teorias publicistas 
As teorias privatistas foram completamente rejeitadas. No seu lugar foram postas as teorias publicistas do processo, dentre as quais são destacadas algumas:
· Teoria da relação jurídica - A chamada teoria da relação jurídica processual afirma a existência de relação processual de direito público que vincula as partes e que não se confunde com a relação jurídica de direito material controvertida. Essa teoria tem o seu protagonismo na pessoa de Oskar Von Bülow que expôs suas idéias no seu livro Teoria dos pressupostos processuais e das exceções dilatórias. Essa teoria ainda hoje tem muitos seguidores. 
· Teoria da situação jurídica - A teoria da situação jurídica, criada por James Goldschmidt afirma que o processo é instrumento dinâmico em que os atos praticados baseados nas possibilidades de ver o direito reconhecido, nas expectativas de obter esse reconhecimento, nas perspectivas de uma sentença desfavorável e no ônus imposto às partes de praticar determinados atos processuais sob a conseqüência de sofrer conseqüências. O juiz atua por dever funcional, de caráter administrativo,e as partes simplesmente estão sujeitas à autoridade do órgão jurisdicional. A principal critica a essa teoria afirma que a observação de Goldschmidt não cuida propriamente do processo, mas da matéria que se discute no seu curso. 
· Teoria do processo como procedimento em contraditório - Na Itália o processualista Elio Fazzalari afirma que o processo é o procedimento realizado mediante o desenvolvimento da relação entre os sujeitos que nele atuam com a observação do contraditório. A principal critica a essa teoria é que ela não considera os aspectos constitucionais do processo. 
· Teoria constitucionalista do processo - A teoria constitucionalista é recente e defende o processo como uma garantia, sustentado por princípios constitucionais da reserva legal, da imparcialidade, da fundamentação das decisões, da ampla defesa, isonomia, contraditório e razoável duração. Na Itália, é defendida por Ítalo Andolina e no Brasil, dentre outros, pelo professor Rosemiro Pereira Leal. 
O processo é o instrumento de atuação do Estado que tem o dever de agir segundo as prévias prescrições legais e observar o procedimento pré definido na Constituição Federal e na Lei dos Ritos. As formas do processo devem assegurar a liberdade dos indivíduos, garantindo a defesa e demonstrando a imparcialidade do juiz e dos agentes. 
Aplicação das normas processuais 
As leis processuais são normas cogentes, públicas e instrumentais. Por serem cogentes não podem ser derrogadas pela simples vontade das partes, a menos que a própria lei autorize, como no caso dos negócios jurídicos processuais (Art. 190 e 191; 63; 375 § 2º; ). São instrumentais porque se destinam a regular tanto o processo como o procedimento (Art. 1º). A aplicação das normas processuais está regulada nos Artigos 13 ao 15 do CPC (Art 13)- Em geral, conforme Art 13 do CPC, as normas processuais brasileiras regerão a jurisdição civil, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte, estabelecendo, ainda o Art. 16 do CPC que a jurisdição civil será exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições do CPC. (Art 14) - O comando legal do Art 14 do CPC proíbe a aplicação retroativa da lei processual, a qual deverá ser aplicada imediatamente aos processos em curso, devendo respeitar os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigencia da lei revogada. Vale o princípio tempus regit actum. O STJ defende a teoria do isolamento dos atos, segundo a qual, sobrevindo lei processual nova, os atos pendentes dos processos em curso sujeitar-se-ão aos seus comandos, respeitada, porém, a eficácia daqueles já praticados de acordo com a legislação revogada. (ver Recurso Especial n 819.216/SP). (Art 15) No direito romano quando havia incerteza ou lacuna na lei, o juiz se utilizava da expressão non liquet (não está claro) e deixava de julgar o caso. Isso não mais ocorre, determinando a lei (Art 15 CPC) que, mesmo havendo ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições do CPC lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente; completa-se a regra com o comando do Art. 140 do CPC, pelo qual o juiz não se exime de decidir alegando lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico, devendo aplicar o ordenamento jurídico atendendo aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e provendo a dignidade da pessoa humana, observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (Art. 8º CPC). 
Jurisdição 
Jurisdição é o poder de dizer o direito. Trata-se de um poder inerente à atuação do Estado que assume o dever de decidir os conflitos ou de aplicar a lei ao caso concreto. Todos os Órgãos do Poder Judiciário têm jurisdição, mas a sua atuação fica restrita aos limites da sua competência. Assim, o Supremo Tribunal Federal tem a sua competência definida no Art. 102, da CF; o Superior Tribunal de Justiça no Art. 105; os Tribunais Regionais Federais, no Art. 108; os juízes (leia-se os juízos) federais, no Art. 109; a Justiça do Trabalho, no Art. 114, estabelecendo o Art. 116 que nas Varas do Trabalho a jurisdição será exercida por um juiz singular; Justiça Eleitoral, no Art. 118 e competência na Lei Nº 4.737/1965; Justiça Militar da União, no Art. 122 e na Lei Nº 8.457/1992; os Tribunais e Juízos dos Estados, no Art. 125 e nos §§ 3º e 4º, a Justiça Militar dos Estados, conforme as respectivas constituições e legislação, observados os princípios da CF. 
Nos tempos atuais verifica-se a tendência de dar ênfase aos meios alternativos de pacificação dos conflitos, com dispensa da atuação jurisdicional. O CPC prioriza a conciliação e a mediação estabelecendo o dever ao juízo de promover a qualquer tempo a autocomposição, preferencialmente com auxilio de conciliadores e mediadores judiciais (Art. 3º, §3º c/c 139, V CPC). Podem as partes, ainda, transigir para evitar demanda (Art. 840 C.Civil) e instituir juízo arbitral (Art. 42 CPC c/c Lei nº 9.307/1996, Art. 1 º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.) O contraponto do Poder é o Dever. Quem detém o poder de julgar, tem o dever de julgar, devendo estimular meios alternativos de solução de conflitos. 
Competência: aspectos gerais 
A competência se caracteriza pela atribuição legal de poder jurisdicional a determinado órgão jurisdicional que ele pode exercitar. Segundo Liebman, a competência é a quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a cada órgão, ou seja, a medida da jurisdição. Em outras palavras, ela determina em quais casos e em relação a quais controvérsias tem cada órgão, individualmente considerado, o poder de emitir provimentos, ao mesmo tempo em que delimita, em abstrato, o grupo de controvérsias que lhe são atribuídas. As regras da Competência elencam as causas que são de jurisdição nacional, fixando o Órgão do Poder Judiciário que irá proferir a decisão ou a prática do ato judicial. Em matéria cível é o Código de Processo Civil que enumera as causas que são de jurisdição nacional. Estabelece a lei que as causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz (juízo) nos limites da sua competência , ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei (Art.42 CPC) O critério geral utilizado é o da exclusão. Normalmente é aplicado ao caso as regras do direito material brasileiro, excepcionalmente podem ser aplicadas pelo juiz brasileiro regras de direito material estrangeiro, conforme autorização legal contida na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, Decreto-Lei nº 4.657/1942 p ex Art. 8º). A parte que invocar a aplicação de direito estrangeiro deverá provar a sua existência e vigência se o juiz determinar (Art. 376 CPC). Em matéria de sucessão de bens de estrangeiro situados no Brasil, o juiz poderá aplicar as regras do pais de origem do falecido, se forem mais favoráveis ao cônjuge ou aos filhos brasileiros ( Lei de Introdução Art. 10, § 1º). É possível que a justiça estrangeira tenha decidido uma ação e que a decisão por ela proferida deve ser cumprida no Brasil, desde que a Justiça Brasileira reconheça a aplicação dos seus efeitos. E isso ocorre porque o CPC admite o que a doutrina denomina de jurisdição concorrente. São os casos em que a justiça brasileira também julga as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, esteja domiciliado no Brasil ou se for pessoa jurídica estrangeira aqui tiver agencia, filial ou sucursal; ou que no Brasil tiver que ser cumprida a obrigação; ou que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil (Art. 21 do CPC); ou , em se tratando de ação de alimentos, o credor tiver domicilio ou residência no Brasil; ou o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; ou nos casos decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiverdomicilio ou residência no Brasil (Art. 22 do CPC). Todavia, a ação proposta perante o Tribunal Estrangeiro não produz litispendência e não obsta a que a autoridade brasileira conheça da mesma causa e das que lhes são conexas, ressalvados os casos de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil (Art. 24 do CPC). Não haverá litispendência quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional se o réu arguí-lo na contestação (Art. 25 do CPC); não prevalecendo essa argüição se a competência internacional for exclusiva do Brasil ou se o juiz brasileiro reputar a clausula abusiva (Art. 25, §§ 1º e 2º, c/c Art. 63 § 3º, do CPC). Todavia, para que a decisão estrangeira tenha eficácia no Brasil, é necessário que seja homologada se for sentença ou que obtenha o exequatur (execute-se) pelo Superior Tribunal de Justiça (Art. 961 do CPC). O CPC enumera os casos em que a jurisdição é exclusiva da autoridade brasileira: ações relativas a imóveis situados no Brasil; ou ação de confirmação de testamento particular e ação de inventário e partilha dos bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do Brasil; ou em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do Brasil. A contrario sensu, esse dispositivo veda à justiça brasileira examinar inventários de bens situados no estrangeiro. Nesse sentido, o acórdão do STJ, Rel. Min. Nancy Andrighi: Se o ordenamento jurídico pátrio impede ao juiz sucessório estrangeiro de cuidar de bens aqui situados, móveis ou imóveis, em sucessão 'mortis causa', em contrário senso, em tal hipótese, o juízo sucessório brasileiro não pode cuidar de bens sitos no exterior, ainda que possível a decisão brasileira de plena efetividade lá" (REsp 397.769, 3• Turma, j. 25/ll/2002); 
Cooperação jurídica internacional 
A cooperação jurídica internacional observará as regras contidas em Tratado Internacional de que o Brasil faça parte (Art. 26 do CPC)., ou, na sua falta deverá basear-se na reciprocidade manifestada pela via diplomática (Art. 26 do CPC § 1º). e observar alguns requisitos gerais enumerados pelo CPC os quais não têm um caráter exaustivo: 
· I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
· II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros,residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; 
· III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou do Estado requerente; 
· IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; 
· V - a espontaneidade na transmissão de informações à autoridade estrangeira (Art. 26 do CPC e incisos). 
Além disso, é vedada a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro (Art. 26 do CPC § 3º). Não havendo autoridade central específica as usas funções serão exercidas pelo Ministério da Justiça (Art. 26 do CPC § 4º) A cooperação jurídica internacional terá por objeto a prática de atos de citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; colheita de provas e obtenção de informações; homologação e cumprimento de decisão; concessão de medida judicial de urgência; assistência jurídica internacional ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira (Art. 27 do CPC) Prevê ainda o CPC o auxilio direto à autoridade judicial estrangeira quando a medida não decorrer diretamente de decisão que deva ser submetida a juízo de delibação no Brasil (Art. 28 do CPC). A solicitação do auxilio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido (Art. 29 do CPC). Ressalvados os casos previstos em tratados de que o Brasil seja parte, o auxilio direto terá os seguintes objetos: 
· I – obtenção de prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 
· II – colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade brasileira; 
· III – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida por lei brasileira (Art. 30 do CPC) 
A autoridade central brasileira diretamente se comunicará com as suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e execução dos pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas as disposições específicas constantes de tratado (Art. 31 do CPC). A autoridade central brasileira adotará ela própria as providencias necessárias para a prática dos atos de auxilio direto, se eles não necessitarem de prestação jurisdicional (Art. 32 do CPC). Nos casos de pedido de auxilio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia Geral da União que requererá em juízo a medida solicitada. Se o Ministério Público for a autoridade central por ele será requerida ao juízo federal competente para apreciar a medida (Art. 33 e p. único e Art. 34 do CPC). 
Pedido de cooperação jurídica por autoridade brasileira 
O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento (Art. 37 do CPC). Tanto o pedido como os documentos anexos serão acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido (Art. 38 do CPC). A formalização desse ato pela autoridade brasileira, assim como o ato requerido pela autoridade estrangeira é feita por meio de carta rogatória que é um ato típico e formal, previsto no Art. 260 CPC. Procedimento de carta rogatória O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa, devendo assegurar às partes as garantias do devido processo legal; a defesa deve ater-se à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil, não se admitindo, contudo, a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade brasileira (Art. 35 §§ 1º e 2º do CPC). O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública (Art. 39 do CPC). A cooperação jurídica internacional para a execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira (Art. 40 do CPC). Será considerado autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando for encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se a juramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização, sendo certo que, se necessário, o Estado brasileiro pode aplicar ao caso o princípio da reciprocidade de tratamento (Art. 41 e p. único do CPC). 
COMPETÊNCIA INTERNA 
É, pois, a Constituição Federal que indica quais são os órgãos judiciários, definindolhes a competência de julgar o caso concreto. Os integrantes do poder judiciário formam a magistratura nacional, os quais atuam em órgãos que em primeira instancia são os juízos aos quais, em regra, compete o exame das ações e as decisões que neles são proferidas e os tribunais aos quais compete o reexame das decisões proferidas pelos juízos singulares e em casos específicos a decisão de ações originárias propostas diretamente perante os tribunais. A competência das justiças especiais é estabelecida de acordo com a matéria discutida (ratione materiae- em razão da matéria). A forma supletiva é, em regra, a utilizada para as justiças comuns, de modo que abrangetodas as causas que não forem de competência das justiças especiais. A justiça comum pode ser federal, cuja competência, em regra, ocorre ratione personae (em razão da pessoa) levando em conta a participação, no processo, como parte ou interveniente, das pessoas jurídicas de direito público federais e empresas públicas federais, ou Estados estrangeiros ou organismos internacionais e Municípios ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil (Art. 109, I e II, da CF), e eventualmente também ratione materiae. A competência da justiça federal do trabalho é fixada, em regra, ratione materiae, assim como a competência da justiça estadual. Em síntese: o que não for de competência das justiças especiais, nem da Justiça Federal, será de competência supletiva da Justiça Estadual. A ela cabe o julgamento de todas as causas que não pertencerem a uma e outras. A organização das justiças estaduais é prerrogativa de cada um dos Estados, respeitados os dispositivos da CF. Os juízos singulares; os juizados com seus colégios recursais e os tribunais estaduais estabelecerão as respectivas competências em conformidade com as Constituições Estaduais e leis de organização judiciária. Hierarquicamente sobre os tribunais regionais federais e estaduais e seus respectivos juízos há o Superior Tribunal de Justiça, criado pela CF de 1988 (arts. 104 e ss.), cuja função precípua é resguardar a lei federal infraconstitucional seja na preservação da norma violada ou ignorada, ou no restabelecimento do entendimento adequado que o STJ houver dado a ela, quando houver divergência entre tribunais de Estados diferentes. E, como última instancia superior, titular do último entendimento jurisprudencial está o Supremo Tribunal Federal, guardião máximo da Constituição Federal, que, no Art. 102 estabelece a sua competência. Dentre os critérios que o CPC se utiliza para a aplicação das regras de competência, há que ser considerada a distinção que eles fazem entre foro e juízo. Foro é a base territorial sobre a qual o órgão judiciário exerce a sua competência. O Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e todos os Tribunais Superiores têm jurisdição sobre todo o território nacional, com foro em Brasília; os Tribunais de Justiça, sobre os Estados em que estão instalados com foro nas respectivas Capitais; e os Tribunais Regionais Federais, que tem jurisdição sobre toda a região que lhes é a afeta, abrangendo normalmente mais de um Estado da Federação tem o seu foro na Capital do Estado sediado. Em primeira instância, perante a Justiça Estadual, foro é designação utilizada como sinônimo de comarcas nas quais os juízes de primeiro grau exercem a sua jurisdição. Na Justiça Federal, não se utiliza a denominação de comarca. Cada vara federal exercerá a sua competência no foro onde estiver instalada, podendo abranger uma região com vários Municípios vizinhos, não se restringindo ao foro da Capital. Foro tecnicamente não se confunde nem pode significar juízo pela simples razão de que o primeiro corresponde à base territorial e o segundo é o órgão judiciário integrado pelo juiz e seus auxiliares. Outra confusão comum, feita muitas vezes pela própria lei, é denominar de juiz o que é juízo e vice versa. Juiz é o funcionário público, pessoa física, que torna presente e atuante o órgão da pessoa jurídica de direito público, a União, o Estado, o Distrito Federal encarregado de prestar a jurisdição. Sinônimo de juízo é vara. Segundo as necessidades da população, o Código de Organização Judiciária pode criar vários juízos ou varas em uma mesma base territorial, seja na Comarca da Capital ou do interior. A Constituição Federal contém as normas que permitem identificar se determinada demanda deve ser proposta perante a justiça federal, ou estadual ou perante as especiais. Critérios para estabelecer a competência O legislador costuma basear-se em três critérios: o critério objetivo, o critério funcional e o critério territorial. O objetivo leva em conta o valor da causa, ou a matéria tratada na causa, ou a qualidade da pessoa litigante; O funcional tem por fundamento a natureza especial da causa que requer atividade específica do juizo, justificando a criação de um órgão jurisdicional especializado. Assim, as varas cíveis, as da fazenda pública; as empresariais, as de família, etc. O territorial leva em conta o domicílio ou residência do réu (forum domicilii foro do domicílio) ou o local onde a coisa está (forum rei foro da coisa) ou local do contrato ou do cumprimento da obrigação (forum contractus o foro do contrato) ou do local do acontecimento ou do fato (forum rei sitae- foro do acontecimento, da situação). 
Fixação da competência 
A competência do órgão é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial. Ocorre o registro nos casos em que a petição é protocolada junto ao órgão do juizo único encarregado de fazê-lo. Onde houver mais de um juízo com a mesma competência, haverá distribuição. Fixada a competência, serão irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo se for suprimido o órgão judiciário ou for alterada a competência absoluta. A doutrina denomina esse fenômeno de perpetuatio jurisdicionis. (Art. 43c/c 2º e 312, CPC). A fixação da competência dá-se a partir do momento do registro ou da distribuição da petição inicial. Pelo registro em comarcas de vara única, sem a necessidade de distribuição, enquanto que a distribuição propriamente ocorre em comarcas em que há mais de uma vara judicial. Ainda que sobrevenham alterações de fato ou de direito, o juiz natural para o julgamento da causa permanecerá aquele originalmente definido. É a chamada perpetuatio jurisdictionis, que é excepcionada nos casos de supressão do órgão judiciário ou da entrada em vigor de novas regras que alterem a competência absoluta. A competência é regulada a partir da Constituição Federal, pelas normas previstas no CPC ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, no que couber pelas constituições dos Estados Art. 44) Se o processo estiver tramitando perante a justiça comum, e se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto nas ações de recuperação judicial, falência, insolvência civil ou acidente de trabalho e nas que estiverem sujeitas à justiça eleitoral ou do trabalho, o processo deverá ser remetidos ao juízo federal competente (Art. 109, da CF c/cArt. 45). Porém, nos casos em que houve cumulação de pedidos (mais de um pedido) e apenas um deles for de competência do Juizo Federal, o Juízo comum julga o que for da sua competência e não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas (Art. 45, §§ 1º e 2º), Por outro lado, o juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar o conflito, se o ente federal cuja presença ensejou a remessa dos autos for excluído do processo (Art. 45, § 4º). Critérios de modificação da competência 
A COMPETENCIA RELATIVA pode ser modificada pela conexão ou pela continência. (Art. 54 CPC.) 
Haverá CONEXÃO sempre que 2 (duas) ou mais ações tiverem em comum o pedido ou a causa de pedi(Art. 55.) Nesse caso os processos deverão ser reunidos para decisão conjunta, exceto se um deles já houver sido decidido por sentença (§ 1º ) .A conexão é aplicada aos processos de execução de título executivo extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico e às execuções fundadas no mesmo título executivo (§ 2º, I e II) Mesmo que entre as ações não haja conexão, os processos deverão ser reunidos para julgamento conjunto se houver risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias (§ 3º). 
Na CONTINÊNCIA embora exista identidade quanto às partes e à causa de pedir, o PEDIDO de uma das ações, por ser mais amplo, abrange o pedido das demais (Art. 56 CPC). Sendo o caso de continência, e a ação continentetiver sido proposta anteriormente, o processo da ação contida, por ser posterior, deve ser extinto sem a resolução do mérito. Porém, se a ação contida for anterior à ação continente, ambos os processos deverão ser necessariamente reunidos (Art. 57 CPC). A reunião das ações propostas em separado ocorrerá no JUÍZO PREVENTO, onde serão decididas simultaneamente (Art. 58 CPC). 
LITISPENDENCIA: A litispendência ocorre quando existe identidade de ações e a conseqüência jurídica é a extinção do processo superveniente, sem a apreciação do mérito(Art.485, V, CPC).. Uma ação é idêntica á outra, quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (Art. 337, § 2º CPC). 
PREVENÇÃO: Estabelece o Art. 43 do CPC que a competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo se o órgão judiciário for suprimido ou alterada a competência absoluta. O Art. 59 do CPC deixa claro que é o registro ou a distribuição da petição inicial que torna prevento o juízo. 
PRORROGAÇÃO: a competência relativa fica prorrogada (continuará no mesmo juízo) se o réu, na contestação ou o Ministério Publico não alegarem, sendo que o réu deve alegar em contestação e o MP na primeira oportunidade de falar nos autos (Art. 65 e p.u. c/c 337, II, CPC).Em se tratando de competência por clausula contratual de eleição, se o juízo, antes da citação, entender que se trata de clausula abusiva, determinará a remessa dos autos ao juízo do foro do domicílio do réu (Art.63, § 3º CPC). 
COMPETENCIA 
sintese: ABSOLUTA RELATIVA - matéria de ordem pública Fixada: - em razão da matéria, da pessoa e funcional 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA - pode de ser alegada por qq pessoa, a qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício (64, §1º CPC) -é causa de nulidade que, se não for - matéria de interesse privado Fixada: - em razão do lugar e do valor da causa 
INCOMPETÊNCIA RELATIVA - apenas as partes podem alegar e MP qdo. for parte (Art. 65 e p.u. CPC) - em regra, não pode ser declarada de ofício (Sumula 33 do STJ) - se não for alegada a incompetência fica prorrogada (Art. 65) declarada no curso do processo pode ser atacada em ação rescisória (Art. 966, II Art 975 2 anos CPC) - se for acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente (Art.64 § 3º CPC) - a decisão do juizo incompetente conservará seus efeitos enquanto não for modificada (Art. 64 §4º CPC) - o réu alega em preliminar de contestação (Art. 337, II); o MP quando falar nos autos - Porém, se a competencia foi fixada em clausula de eleição de foro e antes da citação o juiz entender que é abusiva, remeterá de ofício os autos ao juízo do domicílio do réu (Art.63, § 3º CPC). 
Conflito de competência 
Pode acontecer de haver divergência entre dois ou mais juízos para se estabelecer a competência de qual deles deverá decidir a causa. Essa divergência pode caracterizar o: 
1) conflito positivo – dois ou mais juízos se declaram competentes (Art. 66 I) 
2) conflito negativo – dois ou mais juízos se consideram incompetente, atribuindo um ao outro a competência (Art. 66, II) 
3) conflito por controvérsia – dois ou mais juízos divergem acerca da reunião ou separação de processos (Art. 66, III). 
O conflito deve ser suscitado de ofício pelo juízo que recebeu os autos do processo e se não indicar um outro juízo que entender competente que não o seu (Art. 66, p.u. CPC) Poderá ser suscitado também pelas partes, pelo Ministério (Art. 951 CPC). Se o MP estiver atuando como fiscal da lei em processos de interesse público ou social ou interesse de incapaz ou litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana e neles suscitar conflito de competência, terá a qualidade de parte neles (Art. 951, p.u. c/c 178 CPC). A parte que argüiu a incompetencia relativa não poderá suscitar o conflito, nada impedindo todavia que a outra parte o faça (Art. 952 e p.u. CPC) 
Procedimento: O conflito será suscitado ao tribunal, por ofício, se for o juizo; pela parte ou pelo MP por petição; que deverão ser instruídos com documentos provando o conflito (Art. 953 e p.u. CPC) 
Princípios aplicáveis ao processo 
Princípios fundamentais ou constitucionais aplicaveis ao processo e aos procedimentos. 
A palavra princípio tem significados diferentes. No direito há divergência de opiniões. Consideramos o princípio o ponto de partida ou o fundamento da qualificação de um comportamento de pessoa ou fato em fenomeno jurídico com a correspondente regra de conduta. Assim a regra de conduta se justifica se estiver adequada ao princípio que lhe deu causa. 
· Princípio da legalidade - A base constitucional desse princípio assenta no Art. 5º, II da CF. É a garantia do Estado Democrático de Direito. Ninguém pode se colocar acima da lei e ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão por força da lei. 
· Princípio da isonomia ou da igualdade - É garantia constitucional dada ao indivíduo (pessoa física, jurídica ou entidade legitimada) contra toda e qualquer má utilização que possa ser feita pela ordem jurídica. As partes e interessados têm a garantia constitucional de igualdade ou de diferença de tratamento, em virtude de prévia disposição legal, contra a discriminação, abuso ou arbítrio (Art. 5º caput CF). A igualdade é direito oponível tanto ao Estado e seus agentes, quanto a outros indivíduos ou entidades privadas. O CPC, no Art.7º, assegura paridade de tratamento às partes. 
· Princípio do direito de petição - Por este princípio (Art. 5, XXXIV, a, CF) o indivíduo (pessoa física ou jurídica) tem assegurada a garantia constitucional de acesso ao poder judiciário para obter a tutela jurisdicional sobre uma questão, ou situação de natureza pública ou privada, contra a ilegalidade, abuso de poder ou de defesa, ou para a conservação ou a restauração de direitos individuais ou coletivos ameaçados ou violados. 
· Princípio da interpretação harmônica da norma fundamental - É dupla a finalidade desse princípio constitucional, cuja atribuição cabe ao Supremo Tribunal Federal (Art. 102, I, a; III, a; b; c, da CF): 1) manter a primazia da norma constitucional sobre a aplicação do ato normativo federal ou estadual que a contrarie; e 2) assegurar a harmonia dos julgados no que diz respeito à observância dos preceitos constitucionais em si mesmos, em confronto com tratado ou lei federal, quando for declarada incidentemente a sua inconstitucionalidade, ou se a decisão considerar válida lei ou ato de governo local contestado diante a Constituição Federal. 
· Princípio da interpretação harmônica da lei federal - Consiste este princípio na garantia constitucional de serem eliminadas eventuais divergências entre julgados de tribunais diferentes acerca da mesma lei federal ou dispositivo dela. A competência para efetivar esse controle é do Superior Tribunal de Justiça (Art. 105, III, c da CF) 
· Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou princípio da ubiqüidade da justiça - Esse princípio estabelece o monopólio da jurisdição ao Poder Judiciário e garante ao indivíduo a faculdade de invocar a tutela jurisdicional sempre que esteja diante de uma lesão ou ameaça de lesão a direito, tanto a nível individual ou coletivo. (Art. 5º, XXXV, CF, c/c Art. 140 CPC). 
· Princípio da inviolabilidade ou do respeito, aplicável ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada - O princípio garante a imutabilidade ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. A razão que justifica o princípio é a necessidade de se manter a estabilidade das relações sociais como forma de manter a estabilidade da democracia e do sistema jurídico. (Art. 5º, XXXVI, da CF, c/c Art. 6º do Decreto-Lei 4.657/1942 – LICC- e Art. 502, CPC) 
· Princípio do juiz natural - O princípio do juiz natural é garantia constitucional de julgamento imparcial por órgão e autoridade publica pré-constituidos, não admitindo que se façam escolhas dos juízes para determinados casos marcados, anulando-sedessa forma antecipadamente a independência e a imparcialidade de quem julga. Não pode haver juízo de exceção, nem julgamento que não seja por autoridade previamente constituída e competente para julgar. (Art. 5º, XXXVII c/c LIII, da CF). 
· Princípio da fundamentação das decisões - O princípio da fundamentação das decisões, sejam administrativas sejam as judiciais é o mais violado dentre todos os princípios constitucionais. Foi instituído pela constituição como garantia de transparência das decisões. Mas na prática se mostra diferente. A garantia constitucional está expressa no Art. 93, IX, da Constituição, e completada pelo Art. 489, § 1º do CPC, que apresenta critérios a serem utilizados na fundamentação. 
· Princípio do devido processo legal - Também conhecido pela expressão due processo of Law esse princípio garante a existência de instrumento com regras pré-estabelecidas por meio do qual a jurisdição é prestada. Embora haja muitas e diferentes definições doutrinárias para o conteúdo da palavra processo, nos termos do Art. 5º, LIV, da CF, deve ser entendido e aplicado como instrumento eficiente e necessário da atuação jurisdicional. 
· Princípio do contraditório e da ampla defesa - O princípio do contraditório é garantia constitucional que assegura o direito da parte contraditar os argumentos apresentados pela parte contrária, produzir ou contrapor as provas que foram ou devem ser produzidas, bem como valer-se de todos os meios e recursos cabíveis. Esse princípio é garantia contra eventual prejuízo suportado pela parte que não teve oportunidade de se manifestar. Ninguém pode sofrer prejuízo causado por decisão interlocutória ou pela sentença, sem que tenha tido a oportunidade, em primeira ou segunda instancia de se defender ou contrapor provas às que foram produzidas pela parte contrária. (Art. 5º, LV, da CF, c/c o Art. 10 do CPC) que consagra o principio do contraditório, mesmo que se trate de matéria sobre a qual deva o juizo decidir de ofício. 
· Princípio da licitude da obtenção das provas - Esse princípio é garantia constitucional de que, no processo, serão admitidas somente as provas obtidas por meios lícitos. A prova atesta a verdade do fato de modo direto. É a demonstração extrínseca de um fato duvidoso pelos meios estabelecidos na lei. O direito americano trata o caso de prova ilícita como fruto da árvore envenenada. É comum acontecer esse tipo de abuso, nas buscas e apreensões abertas e genéricas e por isso ilegais, mesmo que o propósito seja nobre. A matéria é controvertida. A base constitucional é estabelecida no Art. 5º , LVI da CF c/c Art. 369 CPC.) 
· Princípio da publicidade dos atos processuais - A finalidade do princípio da publicidade dos atos processuais é garantir a transparência dos atos e atividades jurisdicionais. Ele serve para permitir a fiscalização da opinião pública sobre o exercício da jurisdição, excetuado os casos de segredo de justiça. (Art. 5º, LX, Art. 93, IX, da CF c/c Art. 11 e Art.189, do CPC). 
· Princípio do controle direto e incidental da constitucionalidade de lei, omissão e ato normativo do poder público - O controle de constitucionalidade é geralmente decorrência de atividade jurisdicional pela qual se verifica a adequação de um ato jurídico à norma constitucional ou o exame da adequação das normas à Constituição com a finalidade de proporcionar harmonia e unidade a todo sistema. É princípio correlato ao da interpretação harmônica. Pode ser feito por provocação em ação própria ao tribunal (controle concentrado) ou na forma incidental nos processos em curso (controle difuso). Tem sua base constitucional no Art.102, I, a; Art. 103; Art. 105, I, i e Art. 125, § 2º da CF, c/c Art. 948 do CPC) 
· Princípio do efeito vinculante - O Principio constitucional do efeito vinculante submete todos os órgãos do poder judiciário e executivo aos efeitos produzidos pelas decisões de mérito do Supremo Tribunal Federal sobre o caso paradigma. Previsto na CF, art. 102, §2º e Art. 103-A, foi ampliado pelo CPC, nos Art. 927 e Art. 928 
· Princípio institucional do Ministério Público - Trata-se de garantia constitucional de existência indispensável do órgão, seguida da outorga aos membros de garantia na atuação, baseada nos princípios da unidade, indivisibilidade e independência funcional. Ao MP incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, do processo como instrumento transparente da atuação jurisdicional ou administrativa, a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis, a preservação ou recuperação do meio ambiente ou patrimônio histórico, ora atuando como fiscal da ordem, ora como substituto processual ora como parte. A base constitucional repousa no Art. 127, §§ 1º. 2º e 3º, da CF e Art. 176 a 181 do CPC). 
· Princípio institucional da Defensoria Pública - O princípio da Defensoria Pública como instituição tem base constitucional no Art. 134 da CF, como atividade garantida à população hipossuficiente de receber do Estado os serviços advocatícios gratuitos. Trata-se de princípio complementar da garantia de acesso à justiça e direito à assistência jurídica integral e gratuita, conforme Art. 5, XXXIV e LXXIV, da CF c/c Art. 185 a 187 do CPC. 
· Princípio do munus públicos da advocacia - Este princípio torna indispensável, nos casos legais, a atuação do advogado na administração da justiça. A base constitucional é o Art. 133, da CF, e o regulamento da atividade privada do advogado decorre da Lei 8906/1994, e a advocacia pública está prevista nos Arts 182 a 184, do CPC. 
· Princípio da não-identificação ou da clausula aberta - Por meio deste princípio a Constituição assegura outros direitos e garantias não enumerados expressamente no texto constitucional, mas que decorram do regime ou de outros princípios ou tratados internacional em que o Brasil seja parte (Art. 5º, § 2º). 
· Princípio da proporcionalidade e da razoabilidade - Os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade não tem assento constitucional expresso. Encarrega-se a doutrina e a jurisprudência de afirmar o seu fundamento implícito na constituição. O CPC determina que na aplicação do ordenamento jurídico o juiz deverá atender aos fins sociais e as exigências do bem comum, observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (Art. 8ª CPC). O princípio da proporcionalidade é inspirado da doutrina alemã, enquanto que o da razoabilidade é de inspiração anglo-saxonica. Não há consenso majoritário na doutrina reconhecendo distinção prática entre ambos os princípios. 
· Princípio da duração razoável dos processos judiciais e administrativos - A razoável duração do processo como garantia constitucional tem fundamento no Art. 5º, LXXVIII, da CF. Foi reproduzido pelo CPC, no Art. 4º. Trata-se de princípio que aguarda aplicação prática. Por falta de critérios legais expressos e eficientes é comum verificar na prática que em grande parte dos processos o gozo do direito não é feito pelo seu titular, mas por descendentes ou cessionários. Com base no princípio da dignidade da pessoa humana, a razoável duração do processo deveria levar em conta a própria vida do titular do direito.

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