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DESCRIÇÃO A aprendizagem, o aperfeiçoamento, as regras e práticas específicas em corridas de velocidade, de meio fundo e fundo, sobre barreiras, com obstáculos e as corridas de revezamentos. PROPÓSITO Conhecer os conteúdos sobre as provas de corridas utilizadas na pista de Atletismo que orientem metodologicamente a construção da preparação técnica e o conhecimento das regras básicas, da iniciação à prática até o alto rendimento é fundamental para a atuação como profissional de Educação Física na escola, na preparação física e na prática das pessoas com deficiência. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas de velocidade MÓDULO 2 Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de meio fundo e fundo MÓDULO 3 Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas sobre barreiras e corridas com obstáculos MÓDULO 4 Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de revezamento INTRODUÇÃO O Atletismo baseia-se na prática de movimentos considerados básicos como: Correr Saltar Arremessar Lançar Com a evolução e prática, os gestos técnicos de todos eles passaram a ser estudados e aprofundados, tornando-se fundamentais para a melhoria dos resultados atléticos. As competições de Atletismo realizadas em estádio são divididas em: Provas de campo Saltos, arremesso e lançamentos Provas de pista Corridas de velocidade, corridas de meio fundo e fundo, corrida sobre barreiras, corridas com obstáculos e as corridas de revezamento. As sequências dos módulos contribuirão para a estruturação do conhecimento sobre como organizar, conduzir e melhorar a execução das provas de pista no Atletismo. O enfoque, segundo Dyson (1982), consiste em entendermos que: NÃO EXISTEM ATLETAS QUE CORRAM DE FORMA EXATAMENTE IGUAL, E O QUE OS DIFERENCIA EM SUAS ESTRUTURAS ANATÔMICAS SÃO AS PROPORÇÕES FÍSICAS, A POTÊNCIA, A FLEXIBILIDADE, A POSTURA... A CAPACIDADE DE INTERPRETAR DETERMINADAS FASES FUNDAMENTAIS DE AÇÃO GLOBAL DO QUE CHAMAMOS CORRER. Os conteúdos envolvem as provas oficiais de corridas de pista na categoria adulta, realizadas no estádio de Atletismo, em suas diversas fases de desenvolvimento, as regras básicas de cada uma delas e a abordagem das principais técnicas de execução. MÓDULO 1 Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas de velocidade PROVAS DE VELOCIDADE ASPECTOS GERAIS O objetivo das corridas de velocidade é percorrer as distâncias de cada prova no menor tempo possível. De acordo com o gasto energético e as regras de execução, elas são semelhantes e podem ser descritas em provas de velocidade intensa e provas de velocidade prolongada. Na categoria adulta são: CORRIDAS DE VELOCIDADE INTENSA 100m, 200m 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras (masculino) 4 x 100m (revezamento) CORRIDAS DE VELOCIDADE PROLONGADA 400m 400m sem barreiras 4 x 400m (revezamento) Quadro: As corridas de velocidade no Atletismo. Elaborado por Liliana Lohmann. Abordaremos neste módulo as corridas rasas; são elas as de 100 metros, os 200 metros (ambas de velocidade intensa) e o 400 metros (de velocidade prolongada). Nelas, a corrida é balizada, ou seja, cada atleta corre em sua própria raia durante a competição e obrigatoriamente deve utilizar na saída o “bloco de partida”. O desenvolvimento da corrida de velocidade em pista compreende três momentos específicos de execução de cada prova: A partida (ou saída) A corrida propriamente dita A chegada A partida baixa (ou saída baixa) A partida baixa proporciona uma posição adequada do centro de gravidade (CG), dando ao corredor condições de reagir com atraso mínimo ao disparo do tiro de partida. Depende em grande parte de uma boa técnica e do nível de desenvolvimento atingido em função de sua capacidade de concentração, reação ao sinal de partida e disposição para o alcance do resultado de alto nível. Imagem: Shutterstock.com O bloco de partida constitui-se em material entregue a cada competidor antes da partida para serem realizados os ajustes pessoais. Inicialmente, centraliza-se o bloco na raia destinada ao atleta, depois da linha de partida ajustam-se os blocos, sendo que o da frente é destinado à perna de impulso e o de trás à perna de apoio. Nos 100 metros, a partida e a corrida acontecem em linha reta, já nos 200 e 400 metros, a partida é em curva (devemos observar a colocação do bloco de partida de forma a tangenciarmos a curva) e desenvolve-se parte em curva e parte em reta. Foto: Shutterstock.com Indicamos para o nível escolar o ajuste médio dos blocos (mais utilizado), sendo o bloco da frente colocado aproximadamente a dois pés da linha de partida (menos inclinado) e o de trás a um pé e meio do bloco da frente (mais inclinado). Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.24, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Colocação dos blocos de partida. Após o ajuste e teste do bloco, iniciam-se os procedimentos para a partida com as suas fases técnicas, seguindo a voz de comando do árbitro (em negrito): Atrás de suas marcas (ou lugares); atletas ficam em pé atrás dos blocos de partida, cada um em sua raia: Imagem: Shutterstock.com Às suas marcas! (ou Aos seus lugares!) 1ª fase – Colocar as duas mãos no solo, à largura dos ombros. A perna de impulso no bloco da frente, a perna de apoio no bloco de trás, o joelho da perna de trás apoiado no solo. O peso do corpo distribui-se pelos cinco apoios. Imagem: Shutterstock.com Prontos! 2ª fase – Sobe-se o quadril um pouco mais que a linha dos ombros até o joelho da perna da frente atingir aproximadamente 90° de flexão e seja retirado o apoio do joelho da perna de trás. O peso do corpo distribui-se pelos quatro apoios com predominância nos braços que avançam ligeiramente na vertical. Imagem: Shutterstock.com Tiro de partida 3ª fase – Impulso dos blocos, mediante a extensão da perna da frente (da articulação do joelho) e elevação simultânea dos dois braços (alternando com as pernas). Avança-se rapidamente a perna de trás para frente reagindo ao tiro de partida. Após o tiro, ocorre o início da aceleração, ou seja, nos próximos contatos com solo, procura-se gradativamente a elevação do tronco, para cima e para frente. ATENÇÃO Caso ocorra uma saída em falso (antes do tiro de partida) o árbitro apita interrompendo a corrida e diz “última forma”, reiniciando todo o processo. Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.23, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Fases da partida com blocos. A corrida propriamente dita Correr velozmente requer equilíbrio entre a execução do comprimento das passadas realizadas pelo atleta e a frequência delas. Indica que, para aumentarmos a velocidade, devemos nos preocupar em aumentarmos o comprimento das passadas, realizando-as o mais rápido e coordenadamente possível dentro da distância estabelecida pela prova. Após a saídas do bloco, nos primeiros momentos da corrida propriamente dita, busca-se a aceleração através da gradativa elevação do tronco e da cabeça à vertical, com a realização de apoios coordenados, rápidos e enérgicos no solo. PROVA DE 100 METROS RASOS (100M) Realizam-se esforços máximos de curta duração de tempo e com grande intensidade. Durante a execução dessa prova, podemos observar, de acordo com o nível do atleta, maiores ou menores variações da velocidade, do comprimento e da frequência das passadas, ocorrendo de acordo com as seguintes particularidades: Quanto às variações de velocidade Consegue-se, no 1º momento, a aceleração, no 2º momento a velocidade máxima é atingida, e no 3º momento ocorre perda de velocidade (particularmente pequena nos corredores muito experientes). Quanto ao comprimento das passadas No 1º momento, é de grande acréscimo, de arranque, quando atletas de alto rendimento conseguem aumentar o comprimentoda passada até superar os 45 metros, aproximadamente. No 2º momento, passa a ter valores constantes, até os 90 metros, aproximadamente. No 3º momento, ocorre aumento do comprimento das passadas novamente, refletindo o esforço do corredor em não perder velocidade. Quanto à frequência das passadas No 1º momento, ocorre aumento máximo, no 2º sofre gradual redução e, no 3º momento, tem seu maior decréscimo. PROVAS DE 200 METROS E 400 METROS RASOS Podemos realizar as seguintes considerações: Ambas as saídas são em curvas e os corredores estarão escalonados, requerendo atenção especial para a colocação dos blocos de partida. Busca-se traçar uma reta do bloco de partida, uma tangente com a curva, em função de causar menor desequilíbrio durante a execução da partida. Deve-se correr o mais próximo possível do bordo externo da linha interna de sua raia, sem tocá-la ou invadi-la; o corpo deverá sofrer uma inclinação para dentro, no sentido da curva (o peso do corpo se realiza sobre a perna esquerda). O corredor de 200m assemelha-se ao de 100m na execução da intensidade do esforço para a realização da prova. Para os de 400m, sugerimos que os iniciantes distribuam o esforço em um ritmo ligeiramente inferior ao seu máximo nos primeiros 200 metros, procurando virar o máximo de sua velocidade nos próximos 200 ou 100 metros finais. Para os mais treinados, verifica-se que partem em grande velocidade, procurando mantê-la, combatendo o máximo possível a sua tendência de desaceleração, mas destaca-se que para realizar isso dependemos de avaliar o quanto o atleta está bem treinado, da sua experiência na prova, da sua capacidade de força, resistência, coordenação, dentre outros fatores individuais. Foto: Shutterstock.com A Chegada Os processos mais empregados para ultrapassar a linha de chegada são os seguintes: A chegada inclinando o tronco para frente – Envolve muito esforço, causando desequilíbrio pela ação do tronco à frente, mas é bastante utilizada. A chegada passando a linha final correndo a toda velocidade – É a mais indicada por oferecer maior rendimento e menor desequilíbrio, mas depende da capacidade do atleta em não desacelerar nos últimos momentos da corrida. Foto: Shutterstock.com Considera-se que o atleta comete uma falta, passível de correção ou até com desclassificação da prova, quando: Colocar as mãos na linha de partida ou à frente dela, no momento de “Às suas marcas!”. Não estiver com os cinco apoios no solo, antes do “Prontos!”. Não se colocar imediatamente em quatro apoios quando do comando do juiz de partida “Prontos!”. Sair antes do tiro de partida e, nesse caso, qualquer atleta responsável por uma saída falsa será desqualificado pelo árbitro de partida (exceto nas provas combinadas). Invadir a raia de outro competidor (por dentro de sua raia) ou atrapalhar com uma invasão o deslocamento de outro competidor (por fora de sua raia). A TÉCNICA DAS CORRIDAS A corrida, uma evolução do andar, passou a ser diferenciada tecnicamente em função da perda temporária do contato com o solo. Com isso, distinguem-se duas fases, a de APOIO no solo, e a de SUSPENSÃO. Durante a realização delas, as duas pernas executam movimentos que se repetem a cada dois passos, formando um ciclo. Em um ciclo, cada perna realiza alternadamente funções de apoio e de suspensão. A fase de apoio se subdivide em dois momentos, o apoio à frente e o impulso, enquanto a fase de suspensão em recuperação e balanço à frente. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.23, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro A fase de apoio na corrida. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.23, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro A fase de suspensão na corrida. Dessa forma, ao terminar a fase de apoio de uma perna, termina também a fase de recuperação da outra perna. Em seguida, esta passa imediatamente à fase de balanço à frente, enquanto a outra passa para a fase de impulsão. Os braços alternam-se com relação às pernas, o tronco permanece levemente inclinado para frente. A coordenação dos gestos é fundamental para o desempenho do corredor. Preparar-se bem evitará tensões musculares desnecessárias e consequentemente ele aplicará a energia de forma eficaz. Exporemos a seguir as fases que compõem as corridas e como devemos treiná-la, maximizando sua execução. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.23, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro O ciclo completo de uma passada. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE VELOCIDADE A partir de agora, serão apresentadas algumas atividades voltadas para iniciantes. A partida – ação e reação Ao sinal sonoro, reagir, levantar-se de forma equilibrada e deslocar-se correndo rapidamente por 10 metros – informar que as primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço, depois busca-se o posicionamento em pé o mais rápido possível. A posição inicial pode ser modificada de modo a possibilitar variações que facilitem ou dificultem a atividade. Por exemplo: • Deitado em decúbito dorsal com as pernas estendidas (voltadas para o sentido da corrida) e braços estendidos sobre a cabeça. Ao sinal, elevar-se e correr. • Deitado em decúbito ventral com as pernas estendidas (voltadas para o sentido da corrida) e braços estendidos sobre a cabeça. Ao sinal, virar, elevar-se (em segurança) e correr. A partida – descoberta da perna de impulso para o bloco Ao sinal sonoro, reagir, levantar-se de forma equilibrada e deslocar-se correndo rapidamente por 10 metros – informar que as primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço, depois busca-se o posicionamento em pé, o desenvolvimento da corrida o mais rápido possível. Esse exercício pode ser realizado da seguinte maneira: • Ajoelhado em uma perna e outra perna flexionada à frente, mãos no joelho da perna da frente (verificar a facilidade em elevar-se). Ao sinal, elevar-se e acelerar em velocidade. • Com o outro joelho apoiado, outra perna flexionada, mãos no joelho da perna da frente. Realizar o mesmo movimento anterior (verificar com qual perna é mais fácil elevar-se). • Repetir com a perna de maior facilidade (perna de impulso – a que fica à frente). Partida – simulação com o posicionamento de quatro apoios sem blocos Deslocar-se correndo rapidamente por 10 metros, seguindo as vozes de comando – informar que as primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço, depois busca-se o posicionamento em pé e o desenvolvimento da corrida o mais rápido possível. Deve-se proceder da seguinte forma: • Com os dois joelhos apoiados, tronco flexionado à frente e com as mãos apoiadas paralelamente no solo (conforme a saída) de frente. Na voz de comando “Pronto!”, retirar os dois joelhos do chão simultaneamente, deslocar o peso do corpo para os braços e instintivamente ao sinal optar por sair com uma das pernas. • Observar, após repetições, qual a perna de escolha foi colocada à frente mais vezes; esta deverá ficar no bloco de trás. A última perna a ser retirada do solo será a de impulso. • Comparar com a atividade anterior e ver semelhanças. No caso de dúvida, repetir a atividade alternando as pernas de escolha para a saída até confirmar-se a perna de impulso. Partida – simulação com o posicionamento de cinco apoios sem blocos (adaptação para iniciantes) Deslocar-se correndo rapidamente por 10 metros seguindo as vozes de comando – informar que as primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço, depois busca-se o posicionamento em pé e o desenvolvimento da corrida o mais rápido possível. Adotar a seguinte sequência: • Após a descoberta da perna de impulso, realizar o posicionamento da partida sem bloco. De frente para o local da partida, colocar uma perna um poucoà frente da outra (agora, como na partida oficial, a perna de impulso à frente), ajoelhar sobre a perna de trás e colocar as mãos paralelas à frente, de forma confortável. Ao comando de prontos, elevar o quadril retirando a perna de trás do solo e ao sinal, partir. • Faz-se necessário treinar a alternância das pernas no momento das atividades até a certeza da perna mais adequada para utilizar no impulso. Aos poucos, inserir o bloco de partida, treinando a colocação e o ajuste corretos do bloco e realizando a partida oficial em reta e em curva. AS CORRIDAS DE VELOCIDADE A especialista Liliana Adiers Lohmann fala sobre as fases das corridas de velocidade e a sequência pedagógica para aprendizado dessas corridas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, SÃO PROVAS DE PISTA EM VELOCIDADE INTENSA: A) Os 800m e os 1500m rasos. B) Os 5000m e 3000m com obstáculos. C) Os 400m, 400m sobre barreiras, e revezamento 4 x 400m. D) Os 100m, 200m, 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras (masculino) e o revezamento 4 x 100m. E) Os 100m, 200m, 400m e revezamento 4 x 400m. 2. AS PRINCIPAIS FASES TÉCNICAS DAS CORRIDAS SÃO: A) O apoio e a suspensão. B) A corrida de aproximação e o impulso. C) O apoio à frente e a recuperação. D) A suspensão e a queda. E) A transposição e a queda. GABARITO 1. Quanto à extensão do percurso, são provas de pista em velocidade intensa: A alternativa "D " está correta. As provas de velocidade intensa são os 100m, 200m, 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras (masculino), e revezamento 4 x 100m. 2. As principais fases técnicas das corridas são: A alternativa "A " está correta. As fases técnicas principais da corrida são o apoio (desdobrada em apoio à frente e impulso) e a suspensão (desdobrada em recuperação e balanço à frente), pois são as fases que a diferenciam da caminhada por exemplo. MÓDULO 2 Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de meio fundo e fundo PROVAS DE MEIO FUNDO E FUNDO ASPECTOS GERAIS Consistem em provas oficiais de pista ou parcialmente em pista (a Maratona Olímpica inicia e termina na pista, mas seu percurso é externo ao Estádio) que, de acordo com o gasto energético e as regras de execução, possuem semelhanças. Quanto maiores as distâncias a serem percorridas, maior será a prevalência da capacidade de resistência sobre a de velocidade, e o contrário também é verdadeiro. As provas foram metodologicamente subdivididas em MEIO FUNDO e FUNDO (fundo curto e fundo longo), veja o quadro: CORRIDAS DE MEIO FUNDO 800m 1500m CORRIDAS DE FUNDO Corridas de fundo curto 3000m com obstáculos 5000m Corridas de fundo longo 10000m 42195m (Maratona Olímpica) Quadro: Corridas de meio fundo e fundo no Atletismo. Elaborado por Liliana Lohmann. Neste módulo, abordaremos os aspectos gerais das corridas rasas de 800m, 1500m, 5000m, 10000m e 42195m. Elas compõem as provas que utilizam uma linha curva demarcada no solo para realização da partida, de forma que todos os corredores percorram as mesmas distâncias durante as provas. As provas são realizadas em raias livres, ou seja, todos competidores colocam-se após a partida, o mais próximo possível da raia 1. Como nas provas de velocidade, as fases de desenvolvimento da corrida de meio fundo, fundo curto e fundo longo compreendem três momentos específicos de execução para cada prova: A partida (ou saída) A corrida propriamente dita A chegada A partida alta (ou saída alta) A partida é realizada em dois apoios, em pé. A voz de comando segue os seguintes passos, conforme a figura: Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.31, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro No comando para o início da corrida, o árbitro encaminha os “atletas atrás de suas marcas”, onde os corredores, sem posicionamento específico, começaram a se distribuir, lado a lado, o mais próximo da parte interna da pista ou o mais externamente a ela, de acordo com sua estratégia de corrida, para a próxima voz de comando. 1ª fase: “Às suas marcas!” – todos os competidores deslocam-se até a linha de partida colocando-se um ao lado do outro, em linha curva própria a cada distância de corrida, sem ultrapassá-la. O atleta localiza-se atrás da linha de partida, em dois apoios, com uma das pernas à frente da outra e o braço contrário posicionado. O tronco fica levemente inclinado para frente. 2ª fase: “Tiro de partida” – Realizado pelo árbitro, permite a partida (ou saída) com a perna de trás deslocando-se para frente, alternando os braços, iniciando a corrida. ATENÇÃO Nos 800m, ocorre uma exceção na realização da partida (ou saída), por ser realizada em raia balizada com saída em dois apoios. Eventualmente, pode ser em linha curva, mas essa definição depende do número de competidores a realizarem a prova. A corrida propriamente dita Nessas corridas, o comprimento e a frequência das passadas deverão equilibrar-se, as passadas são mais curtas de acordo com a distância a se percorrer. A frequência também sofre alterações, tornando- se tanto menor quanto maior a distância a se percorrer. Quanto maior a distância a se percorrer, maior a prioridade da resistência sobre a velocidade. A CORRIDA deve ser realizada com ritmo, de forma regular. Tecnicamente, percebe-se que quanto maior a resistência envolvida na prova (distâncias mais longas), mais ocorre o contato dos pés no solo. Então, a amplitude e frequência das passadas do meio-fundista possivelmente são menores comparativamente à empregada por um corredor de 200 metros, por exemplo, e a do fundista, menor do que a do meio-fundista. RECOMENDAÇÃO A corrida desenvolvida na prova de 800m rasos é diferenciada das outras deste módulo por possuir características intermediárias de execução, semelhantes às adotadas nas provas de velocidade prolongada. Por ser uma prova com balizamento inicial, ela exige atenção especial para, após os 100m iniciais, fazer-se a aproximação dos corredores para a raia 1, de forma gradativa e sem atropelos, permitindo uma melhor tomada de posições durante a prova. Recomenda-se que, a partir do local demarcado para a aproximação dos atletas, eles tirem uma diagonal, colocando-se de acordo com o ritmo imposto durante a prova, o mais próximo da raia 1. Sobre a maratona olímpica, informamos que é uma corrida de longa distância (42.195m), que emprega grande resistência e distribuição de ritmo durante sua execução, realizada em sua maior parte fora do Estádio, mas por tradição, tem sua chegada realizada dentro da pista. A chegada Ocorre uma mudança marcante no ritmo das duas últimas voltas, da última volta ou dos últimos 200m ou 100m, de acordo com a capacidade do corredor de transformar o ritmo adotado em sua corrida em velocidade final. Depende de qual prova se está realizando, do nível de treinamento do atleta, da sua capacidade de gerar velocidade, dentre outras características. O corredor, ao ouvir o “sino” (ou tiro) de aviso de última volta, reunirá toda sua energia para cumprir a prova e ultrapassar a linha de chegada. A forma de realizar a chegada é semelhante ao posicionamento adotado em velocidade, projeta-se o tronco para frente ou passa-se o mais ereto possível, com o torso do corpo pela linha de chegada. Prova Localização da partida Número de voltas a cumprir 800m Saída da chegada 02 voltas (Balizada em parte) 1500m Saída do 300m + 03 voltas na pista (ao passar pela chegada) 5000m Saída do 200m + 12 voltas na pista (ao passar pela chegada) 10000m Saída da chegada 25 voltas Quadro: Localização da partida em provas de meio fundo e fundo. Elaborado por Liliana Lohmann. Considera-se que o atleta cometeu falta se: Ao comando de “Às suas marcas!” os competidores não tomarem imediatamente a definitiva posição de partida. O não cumprimento dessa ordem após um tempo razoável consistirá em uma saída falsa. Depois de assumir a posição final de saída,sair antes do tiro de partida. Se, no julgamento do árbitro de partida, ele o faz antes do tiro, será uma saída falsa. O início da saída é definido como qualquer movimento que resulte em que um ou ambos os pés percam contato com o solo. Qualquer atleta empurrar ou obstruir outro competidor, de modo a impedir sua progressão, estando passível de desqualificação nessas provas. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE MEIO FUNDO E FUNDO A conscientização do movimento de apoio à frente e recuperação Realizar em 10m a elevação dos pés atrás, deslocando-se para frente. Os movimentos objetivam passos pequenos e dinâmicos, no maior número de repetições dentro do espaço determinado para a realização da atividade. As pernas alternam-se com os braços, o olhar deve estar voltado para frente e o tronco levemente flexionado à frente. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.31, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro A conscientização do movimento do impulso e balanço à frente Realizar em 10m a elevação de uma das pernas flexionadas, na horizontal em deslocamento à frente. Os movimentos são realizados com passos pequenos e dinâmicos, com maior número de repetições dentro do espaço determinado para a realização da atividade. Ocorre a flexão da perna livre e a extensão completa da perna do solo, alternadamente com os braços. O olhar deve estar voltado para frente e o tronco levemente flexionado à frente. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.31, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Executar a atividade de recuperação e apoio à frente entre arcos Colocar 10 arcos no solo com pequena distância entre eles. Executar os movimentos de recuperação e apoio à frente dentro deles. Ocorre o apoio de um pé em cada arco, dinamicamente e no espaço determinado. Ao sair do último arco, correr com amplitude de passadas por 10 metros. O mesmo pode ser realizado com frequência de passadas ao sair do último arco. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.34, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Executar a atividade de impulso e balanço à frente entre arcos Colocar 10 arcos no solo com pequena distância entre eles. Executar os movimentos de impulso e balanço à frente dentro deles, dinamicamente e no espaço determinado. Ao sair do último arco, correr com amplitude de passadas por 10 metros. O mesmo pode ser realizado com frequência de passadas ao sair do último arco. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.35, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro PROVAS DE MEIO FUNDO E FUNDO A especialista Liliana Adiers Lohmann fala sobre as fases das corridas de fundo e meio fundo, detalhando principalmente os 800m, bem como uma sequência pedagógica para aprendizado dessas corridas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, AS PROVAS DE MEIO FUNDO SÃO: A) Os 5000m e 3000m com obstáculos. B) Os 800 e os 1500m rasos. C) A maratona olímpica. D) Os 100m, 200m, 400m e revezamento 4 x 400m. E) Os 400m, 400m sobre barreiras, revezamento 4 x 400m. 2. SÃO CARACTERÍSTICAS DA CORRIDA DE 800M RASOS: A) Correr o tempo todo em reta, ter a partida com blocos. B) Em determinado momento, ultrapassar um fosso durante a prova. C) A saída é em curva, com bloco de partida. D) A saída é em curva, balizada e em dois apoios. E) Não se utiliza bloco de partida e se ultrapassam barreiras no seu percurso. GABARITO 1. Quanto à extensão do percurso, as provas de meio fundo são: A alternativa "B " está correta. As provas de meio fundo quanto a extensão do percurso são os 800m e 1500 metros, provas com distâncias acima dos 1500m são consideradas provas de fundo, como os 5000m, 10000m e a maratona. 2. São características da corrida de 800m rasos: A alternativa "D " está correta. Os 800m rasos ocorrem com partida balizada nos primeiros 100 metros de seu percurso, em curva e em dois apoios. MÓDULO 3 Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas sobre barreiras e corridas com obstáculos AS CORRIDAS SOBRE BARREIRAS Consistem em provas de VELOCIDADE INTENSA, os 100m sobre barreiras (prova feminina) e os 110m sobre barreiras (prova masculina), e de VELOCIDADE PROLONGADA, os 400 metros sobre barreiras (para ambos os sexos). As provas envolvem ultrapassar 10 barreiras distribuídas em distâncias e alturas determinadas pelas regras e categorias, durante cada uma das provas, o mais rápido possível, conforme as especificações do quadro seguinte. CORRIDAS DE VELOCIDADE INTENSA 100m, 200m 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras (masculino) 4 x 100m (revezamento) CORRIDAS DE VELOCIDADE PROLONGADA 400m 400m sobre barreiras 4 x 400m (revezamento) Quadro: As corridas de velocidade no Atletismo. Elaborado por Liliana Lohmann. Dois momentos específicos são considerados, o primeiro, que diz respeito à passagem (ou transposição) das barreiras e a técnica apropriada para realizá-la, ou seja, o impulso para barreira (ou chamada), a passagem propriamente dita (ou transposição) e a recepção (após a passagem). O segundo tem relação com a corrida de aproximação da 1ª barreira, com a corrida entre as barreiras e da corrida da última barreira até a chegada. QUANTO À TÉCNICA REALIZADA PARA ULTRAPASSAR AS BARREIRAS O IMPULSO (ou chamada) para cada uma das barreiras é realizado com o atleta de frente, com extensão de tornozelo, joelho e quadril de uma das pernas. A outra perna, a de ATAQUE (ou de abordagem), flexiona-se rapidamente na horizontal. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro O impulso e o ataque à barreira. A PASSAGEM (ou transposição) ocorre em seguida por meio da extensão ativa da perna de ataque (perna livre) sobre a barreira, paralela ao solo, enquanto a outra perna (de impulso) se encontrará em flexão e abdução. O tronco se flexiona à frente sobre a perna de ataque, ligeiramente nas provas femininas e mais pronunciadamente nas barreiras mais altas, principalmente nos 110m sobre barreiras; os braços movimentando-se simultânea e alternadamente com as pernas. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro A passagem da barreira. Em seguida, a perna de ataque deverá ser direcionada ao solo rapidamente em movimento para frente e para trás sem projetar a ponta do pé para baixo. A RECEPÇÃO é efetuada pelo terço anterior do pé da perna de ataque; a perna de impulso é puxada ativamente para frente; o tronco não deve estar inclinado para trás durante a recepção e o contato com o solo ocorrerá de forma breve, influenciando para que a corrida seja rápida, de acordo com a figura a seguir: Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Técnica completa da passagem sobre a barreira. QUANTO À CORRIDA A SER REALIZADA A corrida sobre barreiras é balizada, ou seja, todos os atletas correm em suas próprias raias. Ocorre totalmente em linha reta nos 100m e 110m, partindo em curva, e parte em reta nos 400m sobre barreiras. ATENÇÃO Para realizar-se a partida dessas provas, utilizam-se blocos de partida, em cinco apoios, conforme as provas de velocidade. O posicionamento do bloco deve ser treinado e adaptado em função da primeira barreira de todas as provas. Após a saída do bloco, observa-se que: NO MOMENTO DE APROXIMAÇÃO DA 1ª BARREIRA Nos 100m e 110m sobre barreiras, ocorre a elevação mais rápida do tronco à vertical do que nas corridas de velocidade, em função da adaptação no posicionamento do corpo para realizar o impulso e ataque em uma distância apropriada. Geralmente, realizam-se oito passadasde aproximação, porém atletas de bom nível conseguem abordar com até sete passadas, melhorando seus desempenhos. Nos 400m sobre barreiras, o ritmo deve ser estabelecido desde o início. Corredores com bom nível atingem 13 a 17 passadas de aproximação variando de acordo com a categoria, sexo e treinamento dos atletas envolvidos. Utilizam também o ataque da primeira barreira com a perna esquerda, de dentro da curva, para facilitar e manter o equilíbrio no impulso, ultrapassagem e recepção da primeira barreira. NA CORRIDA ENTRE AS BARREIRAS Nos 100m e 110m sobre barreiras é indicada a realização de no máximo três passadas entre as barreiras, pois quanto mais passadas, mais lenta se desenvolve a corrida. Nos 400m sobre barreiras, corredores com bom nível costumam variar de 13 a 17 passadas entre as barreiras, de acordo com a dificuldade imposta pelo ritmo da prova. Nos 400m sobre barreiras também deve-se ter especial atenção para as abordagem e ultrapassagens que ocorram em curva. Nesse caso, ajustes deverão ser realizados no bloco de partida e durante a corrida para que não se perca tempo em sua realização. O ritmo deverá ser adaptado de acordo com mudanças entre as pernas de impulso e ataque durante a corrida, utilizando-se passadas pares ou ímpares, ou impondo treinamento e dominância técnica bilateral. A passagem da última barreira e a corrida até a chegada devem ser feitas com máxima velocidade e mínima perda de coordenação. Os movimentos seguem os mesmos princípios das provas rasas. As regras das provas de velocidade são aplicadas também nas provas sobre barreiras. Além dessas, constituem-se faltas passíveis de desqualificação as seguintes situações: Não permanecer em sua raia até final do percurso. Passar seu pé ou sua perna abaixo do plano horizontal da parte superior de alguma barreira no momento da ultrapassagem. Ultrapassar uma barreira fora de sua raia. Se na opinião do árbitro, derrubá-la intencionalmente com o pé ou mão. OBSERVAÇÕES PROVAS MASCULINAS PROVAS FEMININAS 110m sobre barreiras 400m sobre barreiras 400m sobre barreiras 100m sobre barreiras Distância da linha de saída até a primeira barreira 13,72m 45,00m 45,00m 13,00m Distância entre as barreiras 9,14m 35,00m 35,00m 8,50m Distância da última barreira até a linha de chegada 14,02m 40,00m 40,00m 10,50m Altura das barreiras 1,06m 91,4cm 83,8cm 76,2cm Provas sobre Barreiras no Atletismo de categoria Adulta Elaborado por Liliana Lohmann. A CORRIDA COM OBSTÁCULOS As distâncias a serem percorridas e as alturas dos obstáculos variam de acordo com a categoria e o sexo. Na categoria adulta, tanto a prova masculina como a prova feminina consistem nos 3000m com obstáculos. Veja o resumo no quadro abaixo: CORRIDAS DE MEIO FUNDO 800m 1500m CORRIDAS DE FUNDO Corridas de fundo curto 3000m com obstáculos 5000m Corridas de fundo longo 10000m 42195m (Maratona Olímpica) Quadro: Corridas de meio fundo e fundo no Atletismo. Elaborado por Liliana Lohmann. A prova de 3000m com obstáculos é considerada como uma corrida de fundo (fundo curto), na qual os atletas deverão obrigatoriamente ultrapassar 28 obstáculos (de 91,7cm de altura por 3,96m de largura e peso entre 80Kg e 100kg na categoria adulta masculina) e 7 obstáculos no fosso (vala de água fixa em aclive de 50cm a 0cm de profundidade). A partida é realizada na marca de duzentos metros e a partir da linha de chegada correm-se mais sete voltas. Imagem: Liliana Lohmann Obstáculo. Dois momentos específicos são fundamentais para a aprendizagem e elaboração do planejamento e treinamento técnico. O primeiro, envolvendo a ultrapassagem (ou transposição) dos obstáculos e do fosso (juntamente com a técnica apropriada para realizá-lo) e o segundo sobre a execução da corrida (partida, corrida propriamente dita e chegada). QUANTO À TÉCNICA REALIZADA PARA ULTRAPASSAR OS OBSTÁCULOS E O FOSSO Nesta prova, a aprendizagem da técnica da passagem da barreira torna-se fundamental tanto para atletas iniciantes como para os de alto rendimento, pois diminui o tempo gasto na ultrapassagem, reduzindo o gasto de energia dispendido com a prova. ATENÇÃO A passagem do obstáculo mediante um apoio e salto também se torna fundamental, pois a prova é desgastante e nem todos conseguem executá-la da mesma forma do início ao final, precisando utilizar os recursos disponíveis pelas regras para completá-la. A ultrapassagem dos obstáculos utilizando a técnica de barreira pode ser adaptada e aplicada de acordo com o módulo anterior, já a passagem que utiliza o apoio de um dos pés no obstáculo (também utilizada na ultrapassagem do fosso) será descrita agora. O atleta durante a corrida prepara-se para atingir o obstáculo buscando a mínima perda de ritmo da corrida. O impulso para o obstáculo (1) é realizado com a extensão de articulações de pé, joelho e quadril da perna de impulso. A perna de ataque adotará a posição flexionada na horizontal com o pé direcionado para cima, ao encontro do apoio no obstáculo. O tronco flexiona-se levemente sobre a perna de ataque com o objetivo de adquirir equilíbrio e melhor aplicação de força para próxima etapa, conforme a figura: Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.75, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Exemplo do impulso e ataque ao obstáculo. A trajetória do atleta em cima do obstáculo deve ser breve e o mais retilínea possível. Ela é auxiliada pelo posicionamento do tronco um pouco à frente. A perna de ataque (2) (que ocasionou o apoio no obstáculo) impulsiona o corpo do atleta para frente (e não para cima), passa o obstáculo desenvolvendo um momento de suspensão (3), de troca, conduzindo a perna de trás para frente da perna de ataque, veja na figura a seguir. Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.75, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Passagem e a suspensão no obstáculo. A recepção (4) no solo (ou queda) é realizada pela perna que o impulsionou para o obstáculo (1). Deve- se assegurar que os braços proporcionem equilíbrio, coordenação, e que a corrida não seja freada, restabelecendo o ritmo o mais breve possível. Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.75, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Passagem completa do obstáculo no fosso. QUANTO À CORRIDA A SER REALIZADA A corrida de 3000m com obstáculos desenvolve-se com as mesmas fases técnicas das provas de fundo e meio fundo, com a partida, a corrida propriamente dita e a chegada. A partida é realizada em linha curva, com todos os competidores lado a lado e colocados em dois apoios, seguindo a voz de comando do árbitro, as suas marcas e o tiro de partida. Na corrida propriamente dita, a técnica de corrida é basicamente a mesma utilizada na corrida de fundo, porém ocorrem modificações no ritmo, em decorrência das adaptações necessárias para a passagem simultânea dos atletas pelos obstáculos e fosso. Isso significa que ela é influenciada pela qualidade técnica treinada para a passagem requerendo do corredor aptidões técnicas e físicas especializadas. ATENÇÃO Os movimentos realizados nas passagens dos obstáculos devem buscar não um salto para cima, mas um salto mais longilíneo, em que os braços agem de forma a equilibrar o corpo na trajetória aérea. Já passagem do fosso, parte da corrida em que se perde mais tempo e energia, as recomendações direcionam-se para a intensificação das 10 últimas passadas antes dele, para que um dos pés apoie e empurre o obstáculo (atletas de altíssimo nível já o passam com a técnica da barreira, sem apoio dos pés) buscando o contato com o solo o mais próximo possível da parte seca do fosso, possibilitando a menor perda de tempo e a continuidade da corrida. Nas duas últimas voltas, ocorre mudança no ritmo da corrida geralmente de acordo com a capacidade do corredor de transformá-lo em velocidadefinal. A forma de realizar a chegada é semelhante ao posicionamento adotado nas corridas de meio fundo e fundo, o tronco projeta-se para frente ou passa o mais ereto possível pela linha de chegada. As regras das provas de meio fundo e fundo são aplicadas também na prova de obstáculos. Além dessas, constituem-se faltas passíveis de desqualificação as seguintes situações: Se o atleta não passar por cima de cada obstáculo ou por cima ou através da água no caso do fosso. Se pisar ao lado do fosso de água, ou o pé ou a perna passar ao lado do obstáculo (em qualquer dos lados), abaixo do plano horizontal da parte superior de qualquer obstáculo, no instante da passagem. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE BARREIRAS E OBSTÁCULOS Conhecendo o movimento da passagem da barreira Colocar dois cones afastados um do outro em espaço seguro e que se possa desenvolver uma pequena corrida posteriormente. Colocar o bastão de madeira ou uma fita estendida de uma extremidade a outra nos cones. De frente para o percurso, caminhar centralmente aos cones; a uma distância confortável, flexionar a perna direita simulando o movimento do ataque à barreira, impulsionar e executar o movimento de abdução da perna à lateral (1); em seguida, dar continuidade ao movimento puxando a perna esquerda flexionada e abduzida para a frente (2) até que seja estendida em direção ao solo (3). A atividade é lenta para que ocorra a percepção dos movimentos de impulso e ataque. Repetir o gesto com a mesma perna de ataque, quantas vezes forem necessárias para fixação dos gestos. Executar a mesma atividade com a perna esquerda atacando a barreira e a direita impulsionando. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro A passagem da barreira. Ampliar a execução dos movimentos da passagem da barreira Acrescentar outro cone e bastão. Depois realizar caminhando a primeira passagem da barreira, seguir caminhando até o próximo cone e executar os mesmos movimentos anteriores. Executar a atividade anterior com pequena corrida de aproximação. Distanciar as barreiras e executar com corrida lenta. Aos poucos, aumentar a velocidade de execução. Aos poucos, elevar a altura dos cones ou inserir barreiras com alturas menores que as oficiais. Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.53, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Sequência da atividade de passagem da barreira. Aprendizagem da passagem com apoio no obstáculo Colocar um banco tipo sueco ou cabeça de plinto (material seguro pra ser apoiado por um dos pés durante a realização da atividade) de aproximadamente 40cm de altura, transversalmente e próximo à caixa de areia do salto em distância. Executar pequena corrida de aproximação pelo corredor de salto, apoiar um dos pés no banco (simulando a passagem do obstáculo) e cair na areia à frente com a mesma perna de impulso. Trocar e executar o mesmo movimento com a outra perna. Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.80, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro Adaptação da passagem do obstáculo na caixa de areia. Adaptação da ultrapassagem com apoiado no obstáculo Idem à atividade anterior, ampliando a distância da corrida, e após a recepção na areia, continuar correndo. Idem à atividade anterior, subindo a altura do banco sueco ou caixa de plinto. Idem à atividade anterior, utilizando a menor altura do obstáculo na caixa de areia. Adaptar a passagem até colocar o obstáculo na pista de corrida. PROVAS SOBRE BARREIRAS E PROVAS COM OBSTÁCULOS A especialista Liliana Adiers Lohmann apresenta as provas sobre barreiras e provas com obstáculos, detalhando uma sequência pedagógica para aprendizado dessas corridas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, AS PROVAS SOBRE BARREIRAS SÃO: A) Os 5000m e 3000m. B) Os 800m e os 1500m rasos. C) Os 100m, 110m e 400 metros. D) Os 100m, 200m, 400m e revezamento 4 x 400m. E) Os 400m, 400m sobre barreiras, revezamento 4 x 400m. 2. SÃO CARACTERÍSTICAS DOS 3000M COM OBSTÁCULOS: A) Ter seu percurso demarcado na rua. B) Em determinado momento da prova, deve-se ultrapassar um obstáculo do fosso. C) A saída é em curva, com bloco de partida. D) A saída é em curva, balizada e em dois apoios. E) Utiliza-se bloco de partida e se ultrapassam barreiras no seu percurso. GABARITO 1. Quanto à extensão do percurso, as provas sobre barreiras são: A alternativa "C " está correta. As provas de barreiras são os 100m, 110m e 400m sobre barreiras, as provas de 800m, 1500m são rasas ou sem barreiras ou obstáculos e os 3000m são disputados com obstáculos e não barreiras. 2. São características dos 3000m com obstáculos: A alternativa "B " está correta. Durante a realização da prova de 3000m com obstáculos, são ultrapassados 28 obstáculos distribuídos pela pista e mais 7 obstáculos do fosso. MÓDULO 4 Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de revezamento AS PROVAS DE REVEZAMENTOS São provas oficiais de pista, realizadas para ambos os sexos, em que quatro competidores percorrem determinadas distâncias por etapas. Cada etapa é coberta por um atleta diferente que é substituído na passagem do bastão. As provas possuem características diferenciadas na forma de passar e de receber os bastões. Veja o quadro seguinte para ter uma ideia geral sobre as provas de revezamento. CORRIDAS DE VELOCIDADE INTENSA 100m, 200m 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras (masculino) 4 x 100m (revezamento) CORRIDAS DE VELOCIDADE PROLONGADA 400m 400m sobre barreiras 4 x 400m (revezamento) Quadro: Corridas de revezamentos. Elaborado por Liliana Lohmann. A passagem do bastão é realizada dentro de uma zona de passagem e começa quando ele é tocado pela primeira vez (pelo atleta que o está recebendo) e se considera terminado quando se encontra unicamente em sua mão (considera-se que o bastão deva estar dentro da zona de passagem, independentemente de o competidor estar ou não). ATENÇÃO A passagem deve ocorrer de forma precisa e rápida, sem atropelos e em 20 metros. No revezamento 4 x 100m, os atletas poderão optar por colocarem-se em um pré-setor com 10m antes do início do setor de passagem, porém a transmissão do bastão só poderá ser realizada dentro dos 20m permitidos pelas regras, nem antes nem depois. A CORRIDA DE REVEZAMENTO 4 X 100M A prova de revezamento 4 x 100m é oficial e realizada no estádio de Atletismo, sendo uma competição de categoria adulta para ambos os sexos. Consiste em prova de velocidade intensa em que quatro corredores de uma mesma equipe percorrem 100m cada, realizando na zona de passagem a entrega do bastão para o próximo companheiro. O primeiro corredor utiliza blocos de partida, colocando-se em cinco apoios, com o bastão seguro por uma das mãos. A prova é balizada e cada corredor deverá conduzir o bastão até o final do espaço correspondente à sua parte do percurso. Então: Foto: Pixabay Foto: Pablo Pasuch / Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International) O primeiro corredor faz a partida em curva com o bastão, corre a curva e realiza a primeira passagem, ou seja, ele apenas passa o bastão. Foto: Pablo Pasuch / Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International) O segundo companheiro de equipe (ou receptor) recebe na zona de passagem em curva (a dos 300m) e percorre a reta oposta da pista oficial, executando a passagem do bastão para o próximo companheiro, ou seja, ele recebe e passa o bastão. Foto: Pablo Pasuch / Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International) O terceiro companheiro de equipe (ou receptor) recebe na zona de passagem em reta e corre a curva (a dos 200m), executando a passagem do bastão para o próximo companheiro, ou seja, ele também recebe e passa o bastão. Foto: Pablo Pasuch /Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International) O quarto companheiro de equipe (ou receptor) recebe em curva e corre a reta final realizando a chegada, ou seja, ele apenas recebe o bastão. Veja na figura o local de partida, as zonas de passagem do bastão e a chegada. Imagem: Liliana Lohmann Posicionamento Misto dos Atletas no 4 x100m - raia 1. A passagem do bastão “não visual” nos 4 x 100m A passagem do bastão com a técnica “não visual” é empregada no revezamento de velocidade intensa. O posicionamento visa não perder tempo durante a transição da passagem para o próximo corredor, pretendendo que o momento entre entregar e receber seja o mais breve possível. As fases da passagem são: FASE DE PREPARAÇÃO O atleta receptor deverá se colocar em sua zona de passagem (no setor ou pré-setor) com as pernas ligeiramente flexionadas e com afastamento anteroposterior, o olhar por sobre seu ombro, posicionado para correr. O companheiro se aproximará em alta velocidade enquanto o receptor se encontrará no posicionamento citado anteriormente, observando a marca colocada no chão para partir (treinada e colocada como referência para melhorar a precisão da passagem do bastão). FASE DE ACELERAÇÃO (DO RECEPTOR) Quando o companheiro passar correndo sobre a marca (ponto de referência treinado), o receptor olhará para frente, partindo em velocidade. A corrida deverá ser realizada de forma consistente sem olhar para trás, enquanto seu companheiro se aproxima dele. FASE DE PASSAGEM DO BASTÃO (DO COMPANHEIRO) Quando o corredor que passará o bastão se encontrar em posição adequada (dentro da zona de passagem), executará uma ordem verbal para o receptor posicionar o braço para a recepção do bastão. Nesse momento, o receptor estenderá o braço para trás, de acordo com a técnica de passagem treinada. A partir desse momento, após ter recebido o bastão, o receptor corre em sua maior velocidade até o receptor da próxima zona de passagem. O companheiro que executou a passagem desacelera sua corrida até parar, mantendo a sua raia de prova. Veja a técnica de passagem do bastão: Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.49, adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro A passagem “não visual” no revezamento 4 x 100m. Podemos descrever duas posições adotadas pelos atletas dentro de suas raias, no setor ou pré- setor, para aguardar o recebimento do bastão: No posicionamento de corrida interior, mais utilizada na iniciação, os atletas sempre correrão por dentro de suas raias (na parte mais interna da raia) e esperarão pelo companheiro na parte mais externa de sua própria raia. O recebimento do bastão será sempre com a mão esquerda. Nesse tipo de posicionamento, após receber o bastão com a mão esquerda, o corredor deverá imediatamente trocá-lo para a mão direita, dirigindo-se para a parte interna de sua raia, ou seja: O 1º corredor conduz o bastão com a mão direita (pois ele não recebe de ninguém) e corre por dentro de sua raia. O 2º espera na zona de passagem, por fora de sua raia, recebendo com a mão esquerda; em seguida troca o bastão para a mão direita posicionando-se na parte interna de sua raia. O 3º companheiro ou receptor estará na parte externa de sua raia, receberá o bastão com a mão esquerda, trocando-o em seguida para a mão direita. Ele correrá pela parte interna de sua raia também. O 4º companheiro ou receptor estará na parte externa de sua raia, receberá o bastão com a mão esquerda, poderá passá-lo ou não para a mão direita, pois ele fará a chegada e não terá nenhuma passagem a realizar. No posicionamento de corrida misto (ou de Frankfurt), mais utilizado no alto rendimento, não ocorre troca de mão durante a corrida, ou seja: O 1º corredor corre pela parte interna de sua raia com o bastão na mão direita. O 2º companheiro ou receptor estará na parte externa de sua raia, receberá o bastão na mão esquerda mantendo essa mesma mão na próxima passagem. O 3º companheiro ou receptor estará colocado na parte interna de sua raia e receberá o bastão com a mão direita, correndo pela parte interna de sua raia. O 4º companheiro ou receptor se encontrará na parte externa de sua raia, receberá o bastão com a mão esquerda e realizará a chegada. Cabe ressaltar que a posição a ser escolhida deverá ser treinada e utilizada por todos os companheiros. A técnica da passagem e recepção do bastão corresponde ao posicionamento em que o braço e a mão do receptor estarão durante a corrida de revezamento. São elas: A técnica olímpica ou americana, em que o atleta receptor coloca sua palma da mão voltada para trás, com o dedo polegar apoiado na altura do quadril, demais dedos unidos; o antebraço deverá ser voltado para frente. A passagem do bastão pelo companheiro ocorrerá em movimento de baixo para cima, ao encontro da mão do receptor (trajetória ascendente). Esse movimento pode variar, utilizando-se o braço do receptor estendido para a lateral, palma da mão voltada para trás, o polegar voltado para baixo e demais dedos unidos para o lado. A técnica alemã, em que o atleta receptor realiza um movimento natural de extensão do braço para trás com a palma da mão também voltada para trás e para cima. A passagem do bastão pelo companheiro ocorrerá com a extensão de seu braço de cima para baixo, indo ao encontro da mão do receptor (trajetória descendente). Foto: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.53 A passagem de bastão na técnica alemã – 4x100m. As regras seguem as mesmas aplicadas nas provas de velocidade intensa acrescentando-se que: O bastão deve ser carregado na mão por toda a prova; se deixado cair, deverá ser recuperado pelo atleta que o derrubou; ele pode deixar a sua raia para recuperar o bastão, desde que não diminua o percurso de sua corrida e que nenhum atleta seja prejudicado. Após a passagem do bastão, os competidores deverão permanecer em suas raias até que a pista esteja livre, caso isso não ocorra e intencionalmente um corredor tome posição impedindo a execução da passagem de outra equipe, sua equipe será desqualificada. A CORRIDA DE REVEZAMENTO 4 X 400M A prova de revezamento 4 x 400m é oficial e realizada no estádio de Atletismo, sendo uma competição de categoria adulta para ambos os sexos. O revezamento 4 x 400m consiste em prova de velocidade prolongada em que quatro corredores da mesma equipe percorrem 400m cada. Eles são substituídos pelo próximo na zona de passagem do bastão. O desenvolvimento da prova segue alguns princípios de execução, são eles: A prova é balizada para o primeiro corredor. Ele deverá realizar a partida com blocos e em cinco apoios, com o bastão seguro por uma das mãos. O corredor desenvolverá sua corrida entregando o bastão para o próximo companheiro na zona de passagem. O segundo companheiro ou receptor percorre a curva balizado e depois aproxima-se da raia 1 em raia livre. Seu posicionamento na zona de passagem deve ser na parte externa de sua raia. O terceiro aguarda na zona de passagem, em linha própria, em ordem estabelecida no decorrer da prova (os primeiros perto da raia 1 e assim distribuídos pelo árbitro de acordo com a colocação observada durante o percurso da prova), recebe e percorre etapa em raia livre. O quarto companheiro ou receptor aguarda na zona de passagem como o anterior, recebe o bastão e corre em raia livre para realizar a chegada. Dessa forma, o primeiro corredor sai de bloco e apenas passa o bastão (recomenda-se que conduza o bastão com a mão direita), o segundo corredor recebe com a mão esquerda (e imediatamente troca para a mão direita), passando o bastão para o terceiro corredor, que recebe (com a mão esquerda e imediatamente troca para a mão direita), passando o bastão para o quarto corredor, que recebe (troca ou não de mão, pois não realizará nenhuma passagem) e faz a chegada da prova. A passagem do bastão “visual” para o revezamento 4 x400m: A passagem do bastão com a técnica “visual” é empregada no revezamento de velocidade prolongada. O posicionamento favorece a recepção do bastão com o desenvolvimento de uma pequena corrida (lenta) dentro da zona de passagem quando da aproximação do companheiro de equipe ou receptor. ATENÇÃO A técnica da passagem e recepção do bastão corresponde ao posicionamento do braço e da mão do receptor, que nessa prova é a técnica francesa. Nela, o receptor posiciona-se de frente ou de lado para o companheiro com o braço estendido em sua direção, a palma da mão aberta e voltada para cima, como a pedir pelo bastão, o olhar direcionado para o companheiro. O companheiro entrega o bastão com a extensão de seu braço ao encontro do receptor. Foto: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.56 1ª Passagem de bastão “visual” no revezamento 4 x 400m. As regras seguem as mesmas aplicadas nas provas de velocidade prolongada, acrescentando-se que: O bastão deve ser carregado na mão por toda a prova, se deixado cair, deverá ser recuperado pelo atleta que o derrubou; ele pode deixar a sua raia para recuperar o bastão, desde que não diminua o percurso de sua corrida e que nenhum atleta seja prejudicado. O segundo corredor deverá realizar a transição de raia balizada para raia livre em local determinado na pista, caso o faça antes, a equipe será desclassificada. Ocorrendo um auxílio por meio de um empurrão ou de qualquer outra forma durante o percurso de raias livres, acarretará desqualificação. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE REVEZAMENTOS Conhecendo o movimento da passagem do bastão com posicionamento interior, técnica descendente (alemã) Observação: Nenhuma passagem do bastão deverá, nas competições, ser realizada com o atleta parado na recepção. Nessas atividades, estamos apenas conscientizando os posicionamentos para maior eficiência posterior. A utilização dos posicionamentos e das técnicas de passagem depende do nível de preparação da equipe. Em uma raia da pista, distribuir vários bastões de revezamento ao chão. O corredor (1) se colocará na parte interna da raia com um bastão na mão direita, o receptor (2), um pouco à frente do corredor pela parte externa de sua raia. Parado, movimentando apenas os braços para frente e para trás. Ao comando de voz (“Hop!”, por exemplo), o corredor que está com o bastão na mão direita, após o posicionamento do receptor com o braço estendido para trás, (como a técnica alemã e sem olhar para trás) receberá o bastão do companheiro de forma descendente, conduzindo seu braço com o bastão à frente e trocando-o para a mão direita. Em seguida, depositar o bastão recebido no solo para realizar a próxima passagem. Repetir o movimento ajustando os espaços para uma recepção mais eficiente. Executar a passagem dos outros bastões da mesma forma. Inverter o posicionamento para que o corredor passe a ser o receptor e vice-versa, com a mesma execução anterior. Imagem: Liliana Lohmann. Passagem do bastão com posicionamento interno e técnica alemã. Aperfeiçoando o movimento da passagem do bastão com posicionamento interior e técnica ascendente (alemã) Posicionamento idem ao anterior, sendo que o corredor (2) executa uma pequena corrida de aceleração, realizando a troca de braços e direcionando-se para a parte interna de sua raia. Trocar as posições dos atletas para treinamento diversificado de funções. Ambos correm lentamente e executam a voz de comando do corredor para realizarem a passagem do bastão. Executar a atividade anterior com o corredor (2) fazendo aceleração para a parte interna da pista. Aos poucos, aumentar a velocidade de execução até realizarem-se as adaptações com marcas ao solo para a passagem de velocidade intensa. Imagem: Liliana Lohmann. Passagem do bastão com técnica alemã. Conhecendo o movimento da passagem do bastão com passagem “visual” Observação: Nenhuma passagem do bastão deverá, nas competições, ser realizada com o atleta parado na recepção. Nestas atividades, estamos apenas conscientizando os posicionamentos para maior eficiência posterior. Em um raia da pista, distribuir vários bastões de revezamento ao chão. O corredor (1) se colocará na parte interna da raia com um bastão na mão direita, o receptor (2), um pouco à frente do corredor, de lado para ele e em raia livre. Parado, o corredor (1), que está em posição de corrida, com o bastão na mão direita, estenderá seu braço para o companheiro de equipe (2), que também estenderá seu braço esquerdo, recebendo o bastão (técnica francesa); em seguida, este se vira para a frente, no sentido da corrida, trocando o bastão para a mão direita. Por fim, depositar o bastão recebido no solo, para realizar a próxima passagem. Repetir o movimento ajustando os espaços para uma recepção mais eficiente. Executar a passagem dos outros bastões da mesma forma. Inverter o posicionamento para que o corredor passe a ser o receptor e vice-versa, com a mesma execução anterior. Aperfeiçoando o movimento da passagem do bastão com passagem “visual” Posicionamento idem ao anterior, sendo que o companheiro (2) executa a troca do bastão para a outra mão enquanto desenvolve uma pequena corrida para a parte interna da pista. Trocar as posições dos atletas para treinamento diversificado de funções. Ambos correm lentamente e executando a atividade em movimento. Executar a atividade anterior com o companheiro (2) na linha da zona de passagem, próximo à chegada da pista. O corredor (1) desloca-se para cerca de 30 metros atrás da chegada. O companheiro (2) se encontrará na zona de passagem. O corredor (1) aproxima- se correndo lentamente enquanto o receptor (2) desloca-se lateralmente dentro da zona de passagem até receber o bastão. Em seguida, correr no sentido da pista realizando a troca de mão. Aos poucos, aumentar as distâncias de execução e os posicionamentos (da zona de passagem balizada ao posicionamento em raia livre). PROVAS DE REVEZAMENTOS A especialista Liliana Adiers Lohmann apresenta as provas de revezamentos, detalhando uma sequência pedagógica para aprendizado dessas corridas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, QUAL(IS) PROVA(S) DE REVEZAMENTO(S) EXECUTA(M) PASSAGENS DO BASTÃO EM RAIA(S) LIVRE(S)? A) Revezamento 4 x 3000m. B) Revezamentos 4 x 500m e 4 x 100m. C) Revezamentos medley e 4 x 100m. D) Revezamento 4 x 400m. E) Revezamentos 4 x 400m e 4 x 100m. 2. SÃO CARACTERÍSTICAS DO REVEZAMENTO 4 X 100M: A) Seu percurso é só em reta. B) A partida é em reta como os 100m rasos. C) A partida é em curva com dois apoios. D) A partida é em curva, balizada e em cinco apoios. E) Utiliza-se bloco de partida e tem percurso em raias livres. GABARITO 1. Quanto à extensão do percurso, qual(is) prova(s) de revezamento(s) executa(m) passagens do bastão em raia(s) livre(s)? A alternativa "D " está correta. A prova de revezamento 4 x 400m possui parte do percurso com passagem do bastão em raia balizada e parte em raias livre. 2. São características do revezamento 4 x 100m: A alternativa "D " está correta. A prova de revezamento 4 x 100m tem sua partida realizada em curva, diferentemente dos 100m rasos, que é em reta. Utiliza também blocos de partida com posicionamento de cinco apoios. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Exploramos as principais regras e conhecimentos técnicos sobre as provas oficiais de corridas em pista no Atletismo. Passamos no primeiro módulo pelas provas de velocidade intensa (100m e 200m) e de velocidade prolongada (400m), consideradas como rasas. Verificamos os principais aspectos que as compõem, como se realizam a partida, a corrida propriamente dita e a chegada. Apresentamos também suas fases técnicas e sequências pedagógicas para desenvolvimento. Em seguida, expusemos as provas de meio fundo (800m e 1500m) e fundo (curto – 5.000m e longo – 10.000m e maratona olímpica), provas rasas que possuemseus aspectos gerais e momentos técnicos semelhantes. O terceiro módulo foi composto especificamente pelas provas sobre barreiras (de velocidade intensa – 100m e 110m sobre barreiras, e de velocidade prolongada – 400m sobre barreiras) e a prova de 3.000m com obstáculos (prova de fundo curto). Desenvolvemos a técnica para se ultrapassar as barreiras e os obstáculos, bem como a técnica de passagem do fosso e dos obstáculos com apoio e impulso sobre eles, as particularidades da execução da corrida e as sequências pedagógicas para seu desenvolvimento. Por fim, estudamos as provas de revezamento, a de velocidade intensa (4 x 100m) e a de velocidade prolongada (4 x 400m), com a explanação dos posicionamentos adotados por cada um dos corredores, as técnicas utilizadas na passagem do bastão e as sequências pedagógicas para seu desenvolvimento. Assim, encerramos apresentando as características principais que compõem as provas de corridas e cientes de suas complexidades, da necessidade de aprofundarmos os conceitos biomecânicos, bem como do desenvolvimento do condicionamento físico necessário ao rendimento atlético. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BALLESTEROS, J. M. Manual de entrenamiento básico. England: IAAF, 1992. COCEIRO, G. A. C. 1000 exercícios e jogos para o Atletismo. Rio de janeiro: Sprint, 2005. IAAF. ASOCIACIÓN INTERNACIONAL DE FEDERACIONES ATLÉTICAS. Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo. Barcelona, 2012. DYSON, G. Mecánica del Atletismo. Madrid: Ind. Gráficas Castuera, 1982. FRÓMETA, E. R.; TAKAHASHI, K. Guia metodológico de exercícios em Atletismo: Formação, técnica e treinamento. Porto Alegre: Artmed, 2004. LOHMANN, L. A. Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes. Rio de janeiro: Sprint, 2011. MATTHIESEN, S. CALVO, A. P.; SILVA, A. C. L.; FAGANELLO, F. R. Atletismo se aprende na escola. Jundiaí: Fontoura. 2005. SULLIVAN, J. A.; ANDERSON, S. J. Cuidados com o jovem atleta: Enfoque interdisciplinar na iniciação e no treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2004. EXPLORE+ Assista aos vídeos do canal Ciência do Movimento no Youtube: Atletismo #7 400 Metros Rasos Atletismo #14 Revezamento 4x400Atletismo #19 3000 Metros com Obstáculos Prova das Olimpíadas Rio 2016 - Atletismo 400m com barreiras feminino Osmar Santos Narra Ouro de Joaquim Cruz – 06/08/1984 Prova do Recorde Mundial dos 110m c/ barreiras 2012 Velocidade – 100 metros rasos – Atletismo Baixe as regras oficiais do Atletismo no site da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Assista à prova na qual o time brasileiro ganhou o ouro no revezamento 4 x 100m no Mundial de Atletismo no Japão, em 2019. Pesquise na internet imagens da vista aérea de uma pista de Atletismo. CONTEUDISTA Liliana Adiers Lohmann CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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