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Provas de Pista no Atletismo

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DESCRIÇÃO
A aprendizagem, o aperfeiçoamento, as regras e práticas específicas em corridas de velocidade, de
meio fundo e fundo, sobre barreiras, com obstáculos e as corridas de revezamentos.
PROPÓSITO
Conhecer os conteúdos sobre as provas de corridas utilizadas na pista de Atletismo que orientem
metodologicamente a construção da preparação técnica e o conhecimento das regras básicas, da
iniciação à prática até o alto rendimento é fundamental para a atuação como profissional de Educação
Física na escola, na preparação física e na prática das pessoas com deficiência.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas de velocidade
MÓDULO 2
Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de meio fundo e fundo
MÓDULO 3
Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas sobre barreiras e corridas com
obstáculos
MÓDULO 4
Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de revezamento
INTRODUÇÃO
O Atletismo baseia-se na prática de movimentos considerados básicos como:
Correr
Saltar
Arremessar
Lançar
Com a evolução e prática, os gestos técnicos de todos eles passaram a ser estudados e aprofundados,
tornando-se fundamentais para a melhoria dos resultados atléticos. As competições de Atletismo
realizadas em estádio são divididas em:
Provas de campo 
Saltos, arremesso e lançamentos
Provas de pista 
Corridas de velocidade, corridas de meio fundo e fundo, corrida sobre barreiras, corridas com obstáculos
e as corridas de revezamento.
As sequências dos módulos contribuirão para a estruturação do conhecimento sobre como organizar,
conduzir e melhorar a execução das provas de pista no Atletismo. O enfoque, segundo Dyson (1982),
consiste em entendermos que:
NÃO EXISTEM ATLETAS QUE CORRAM DE FORMA
EXATAMENTE IGUAL, E O QUE OS DIFERENCIA EM SUAS
ESTRUTURAS ANATÔMICAS SÃO AS PROPORÇÕES
FÍSICAS, A POTÊNCIA, A FLEXIBILIDADE, A POSTURA... A
CAPACIDADE DE INTERPRETAR DETERMINADAS FASES
FUNDAMENTAIS DE AÇÃO GLOBAL DO QUE CHAMAMOS
CORRER.
Os conteúdos envolvem as provas oficiais de corridas de pista na categoria adulta, realizadas no estádio
de Atletismo, em suas diversas fases de desenvolvimento, as regras básicas de cada uma delas e a
abordagem das principais técnicas de execução.
MÓDULO 1
 Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas de velocidade
PROVAS DE VELOCIDADE
ASPECTOS GERAIS
O objetivo das corridas de velocidade é percorrer as distâncias de cada prova no menor tempo possível.
De acordo com o gasto energético e as regras de execução, elas são semelhantes e podem ser
descritas em provas de velocidade intensa e provas de velocidade prolongada. Na categoria adulta são:
CORRIDAS DE
VELOCIDADE INTENSA
100m, 200m
100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras
(masculino) 4 x 100m (revezamento)
CORRIDAS DE
VELOCIDADE
PROLONGADA
400m
400m sem barreiras 4 x 400m (revezamento)
Quadro: As corridas de velocidade no Atletismo. Elaborado por Liliana Lohmann.
Abordaremos neste módulo as corridas rasas; são elas as de 100 metros, os 200 metros (ambas de
velocidade intensa) e o 400 metros (de velocidade prolongada). Nelas, a corrida é balizada, ou seja,
cada atleta corre em sua própria raia durante a competição e obrigatoriamente deve utilizar na saída o
“bloco de partida”.
O desenvolvimento da corrida de velocidade em pista compreende três momentos específicos de
execução de cada prova:
A partida (ou saída)
A corrida propriamente dita
A chegada
A partida baixa (ou saída baixa)
A partida baixa proporciona uma posição adequada do centro de gravidade (CG), dando ao corredor
condições de reagir com atraso mínimo ao disparo do tiro de partida. Depende em grande parte de uma
boa técnica e do nível de desenvolvimento atingido em função de sua capacidade de concentração,
reação ao sinal de partida e disposição para o alcance do resultado de alto nível.
 
Imagem: Shutterstock.com
O bloco de partida constitui-se em material entregue a cada competidor antes da partida para serem
realizados os ajustes pessoais. Inicialmente, centraliza-se o bloco na raia destinada ao atleta, depois da
linha de partida ajustam-se os blocos, sendo que o da frente é destinado à perna de impulso e o de trás
à perna de apoio.
Nos 100 metros, a partida e a corrida acontecem em linha reta, já nos 200 e 400 metros, a partida é em
curva (devemos observar a colocação do bloco de partida de forma a tangenciarmos a curva) e
desenvolve-se parte em curva e parte em reta.
 
Foto: Shutterstock.com
Indicamos para o nível escolar o ajuste médio dos blocos (mais utilizado), sendo o bloco da frente
colocado aproximadamente a dois pés da linha de partida (menos inclinado) e o de trás a um pé e meio
do bloco da frente (mais inclinado).
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.24, adaptada
por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Colocação dos blocos de partida.
Após o ajuste e teste do bloco, iniciam-se os procedimentos para a partida com as suas fases técnicas,
seguindo a voz de comando do árbitro (em negrito):
Atrás de suas marcas (ou lugares); atletas ficam em pé atrás dos blocos de partida, cada um em sua
raia:
 
Imagem: Shutterstock.com
Às suas marcas! (ou Aos seus lugares!) 
1ª fase – Colocar as duas mãos no solo, à largura dos ombros. A perna de impulso no bloco da frente, a
perna de apoio no bloco de trás, o joelho da perna de trás apoiado no solo. O peso do corpo distribui-se
pelos cinco apoios.
 
Imagem: Shutterstock.com
Prontos! 
2ª fase – Sobe-se o quadril um pouco mais que a linha dos ombros até o joelho da perna da frente
atingir aproximadamente 90° de flexão e seja retirado o apoio do joelho da perna de trás. O peso do
corpo distribui-se pelos quatro apoios com predominância nos braços que avançam ligeiramente na
vertical.
 
Imagem: Shutterstock.com
Tiro de partida 
3ª fase – Impulso dos blocos, mediante a extensão da perna da frente (da articulação do joelho) e
elevação simultânea dos dois braços (alternando com as pernas). Avança-se rapidamente a perna de
trás para frente reagindo ao tiro de partida.
Após o tiro, ocorre o início da aceleração, ou seja, nos próximos contatos com solo, procura-se
gradativamente a elevação do tronco, para cima e para frente.
 ATENÇÃO
Caso ocorra uma saída em falso (antes do tiro de partida) o árbitro apita interrompendo a corrida e diz “última
forma”, reiniciando todo o processo.
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.23, adaptada
por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Fases da partida com blocos.
A corrida propriamente dita
Correr velozmente requer equilíbrio entre a execução do comprimento das passadas realizadas pelo
atleta e a frequência delas. Indica que, para aumentarmos a velocidade, devemos nos preocupar em
aumentarmos o comprimento das passadas, realizando-as o mais rápido e coordenadamente possível
dentro da distância estabelecida pela prova.
Após a saídas do bloco, nos primeiros momentos da corrida propriamente dita, busca-se a aceleração
através da gradativa elevação do tronco e da cabeça à vertical, com a realização de apoios
coordenados, rápidos e enérgicos no solo.
PROVA DE 100 METROS RASOS (100M)
Realizam-se esforços máximos de curta duração de tempo e com grande intensidade. Durante a
execução dessa prova, podemos observar, de acordo com o nível do atleta, maiores ou menores
variações da velocidade, do comprimento e da frequência das passadas, ocorrendo de acordo com as
seguintes particularidades:
Quanto às variações de velocidade 
Consegue-se, no 1º momento, a aceleração, no 2º momento a velocidade máxima é atingida, e no
3º momento ocorre perda de velocidade (particularmente pequena nos corredores muito
experientes).
Quanto ao comprimento das passadas 
No 1º momento, é de grande acréscimo, de arranque, quando atletas de alto rendimento
conseguem aumentar o comprimentoda passada até superar os 45 metros, aproximadamente. No
2º momento, passa a ter valores constantes, até os 90 metros, aproximadamente. No 3º momento,
ocorre aumento do comprimento das passadas novamente, refletindo o esforço do corredor em
não perder velocidade.
Quanto à frequência das passadas 
No 1º momento, ocorre aumento máximo, no 2º sofre gradual redução e, no 3º momento, tem seu
maior decréscimo.
PROVAS DE 200 METROS E 400 METROS RASOS
Podemos realizar as seguintes considerações:
Ambas as saídas são em curvas e os corredores estarão escalonados, requerendo atenção
especial para a colocação dos blocos de partida. Busca-se traçar uma reta do bloco de partida,
uma tangente com a curva, em função de causar menor desequilíbrio durante a execução da
partida.
Deve-se correr o mais próximo possível do bordo externo da linha interna de sua raia, sem tocá-la
ou invadi-la; o corpo deverá sofrer uma inclinação para dentro, no sentido da curva (o peso do
corpo se realiza sobre a perna esquerda).
O corredor de 200m assemelha-se ao de 100m na execução da intensidade do esforço para a
realização da prova.
Para os de 400m, sugerimos que os iniciantes distribuam o esforço em um ritmo ligeiramente
inferior ao seu máximo nos primeiros 200 metros, procurando virar o máximo de sua velocidade
nos próximos 200 ou 100 metros finais. Para os mais treinados, verifica-se que partem em grande
velocidade, procurando mantê-la, combatendo o máximo possível a sua tendência de
desaceleração, mas destaca-se que para realizar isso dependemos de avaliar o quanto o atleta
está bem treinado, da sua experiência na prova, da sua capacidade de força, resistência,
coordenação, dentre outros fatores individuais.
 
Foto: Shutterstock.com
A Chegada
Os processos mais empregados para ultrapassar a linha de chegada são os seguintes:
A chegada inclinando o tronco para frente – Envolve muito esforço, causando desequilíbrio pela ação
do tronco à frente, mas é bastante utilizada.

A chegada passando a linha final correndo a toda velocidade – É a mais indicada por oferecer maior
rendimento e menor desequilíbrio, mas depende da capacidade do atleta em não desacelerar nos
últimos momentos da corrida.
 
Foto: Shutterstock.com
Considera-se que o atleta comete uma falta, passível de correção ou até com desclassificação da prova,
quando:
Colocar as mãos na linha de partida ou à frente dela, no momento de “Às suas marcas!”.
Não estiver com os cinco apoios no solo, antes do “Prontos!”.
Não se colocar imediatamente em quatro apoios quando do comando do juiz de partida “Prontos!”.
Sair antes do tiro de partida e, nesse caso, qualquer atleta responsável por uma saída falsa será
desqualificado pelo árbitro de partida (exceto nas provas combinadas).
Invadir a raia de outro competidor (por dentro de sua raia) ou atrapalhar com uma invasão o
deslocamento de outro competidor (por fora de sua raia).
A TÉCNICA DAS CORRIDAS
A corrida, uma evolução do andar, passou a ser diferenciada tecnicamente em função da perda
temporária do contato com o solo. Com isso, distinguem-se duas fases, a de APOIO no solo, e a de
SUSPENSÃO. Durante a realização delas, as duas pernas executam movimentos que se repetem a
cada dois passos, formando um ciclo.
Em um ciclo, cada perna realiza alternadamente funções de apoio e de suspensão. A fase de apoio se
subdivide em dois momentos, o apoio à frente e o impulso, enquanto a fase de suspensão em
recuperação e balanço à frente.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.23, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 A fase de apoio na corrida.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.23, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 A fase de suspensão na corrida.
 
Dessa forma, ao terminar a fase de apoio de uma perna, termina também a fase de recuperação da
outra perna.

Em seguida, esta passa imediatamente à fase de balanço à frente, enquanto a outra passa para a fase
de impulsão.

Os braços alternam-se com relação às pernas, o tronco permanece levemente inclinado para frente.
A coordenação dos gestos é fundamental para o desempenho do corredor. Preparar-se bem evitará
tensões musculares desnecessárias e consequentemente ele aplicará a energia de forma eficaz.
Exporemos a seguir as fases que compõem as corridas e como devemos treiná-la, maximizando sua
execução.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.23, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 O ciclo completo de uma passada.
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA
A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE VELOCIDADE
A partir de agora, serão apresentadas algumas atividades voltadas para iniciantes.
A partida – ação e reação 
 
Ao sinal sonoro, reagir, levantar-se de forma equilibrada e deslocar-se correndo rapidamente por 10
metros – informar que as primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço,
depois busca-se o posicionamento em pé o mais rápido possível. A posição inicial pode ser modificada
de modo a possibilitar variações que facilitem ou dificultem a atividade. Por exemplo: 
 
• Deitado em decúbito dorsal com as pernas estendidas (voltadas para o sentido da corrida) e braços
estendidos sobre a cabeça. Ao sinal, elevar-se e correr. 
• Deitado em decúbito ventral com as pernas estendidas (voltadas para o sentido da corrida) e braços
estendidos sobre a cabeça. Ao sinal, virar, elevar-se (em segurança) e correr.
A partida – descoberta da perna de impulso para o bloco 
 
Ao sinal sonoro, reagir, levantar-se de forma equilibrada e deslocar-se correndo rapidamente por 10
metros – informar que as primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço,
depois busca-se o posicionamento em pé, o desenvolvimento da corrida o mais rápido possível. Esse
exercício pode ser realizado da seguinte maneira: 
 
• Ajoelhado em uma perna e outra perna flexionada à frente, mãos no joelho da perna da frente (verificar
a facilidade em elevar-se). Ao sinal, elevar-se e acelerar em velocidade. 
• Com o outro joelho apoiado, outra perna flexionada, mãos no joelho da perna da frente. Realizar o
mesmo movimento anterior (verificar com qual perna é mais fácil elevar-se). 
• Repetir com a perna de maior facilidade (perna de impulso – a que fica à frente).
Partida – simulação com o posicionamento de quatro apoios sem blocos 
 
Deslocar-se correndo rapidamente por 10 metros, seguindo as vozes de comando – informar que as
primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço, depois busca-se o
posicionamento em pé e o desenvolvimento da corrida o mais rápido possível. Deve-se proceder da
seguinte forma: 
 
• Com os dois joelhos apoiados, tronco flexionado à frente e com as mãos apoiadas paralelamente no
solo (conforme a saída) de frente. Na voz de comando “Pronto!”, retirar os dois joelhos do chão
simultaneamente, deslocar o peso do corpo para os braços e instintivamente ao sinal optar por sair com
uma das pernas. 
• Observar, após repetições, qual a perna de escolha foi colocada à frente mais vezes; esta deverá ficar
no bloco de trás. A última perna a ser retirada do solo será a de impulso. 
• Comparar com a atividade anterior e ver semelhanças. No caso de dúvida, repetir a atividade
alternando as pernas de escolha para a saída até confirmar-se a perna de impulso.
Partida – simulação com o posicionamento de cinco apoios sem blocos (adaptação para
iniciantes) 
 
Deslocar-se correndo rapidamente por 10 metros seguindo as vozes de comando – informar que as
primeiras realizações devem ser lentas para o entendimento do esforço, depois busca-se o
posicionamento em pé e o desenvolvimento da corrida o mais rápido possível. Adotar a seguinte
sequência: 
 
• Após a descoberta da perna de impulso, realizar o posicionamento da partida sem bloco. De frente
para o local da partida, colocar uma perna um poucoà frente da outra (agora, como na partida oficial, a
perna de impulso à frente), ajoelhar sobre a perna de trás e colocar as mãos paralelas à frente, de forma
confortável. Ao comando de prontos, elevar o quadril retirando a perna de trás do solo e ao sinal, partir. 
• Faz-se necessário treinar a alternância das pernas no momento das atividades até a certeza da perna
mais adequada para utilizar no impulso. Aos poucos, inserir o bloco de partida, treinando a colocação e
o ajuste corretos do bloco e realizando a partida oficial em reta e em curva.
AS CORRIDAS DE VELOCIDADE
A especialista Liliana Adiers Lohmann fala sobre as fases das corridas de velocidade e a sequência
pedagógica para aprendizado dessas corridas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, SÃO PROVAS DE PISTA EM
VELOCIDADE INTENSA:
A) Os 800m e os 1500m rasos.
B) Os 5000m e 3000m com obstáculos.
C) Os 400m, 400m sobre barreiras, e revezamento 4 x 400m.
D) Os 100m, 200m, 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre barreiras (masculino) e o
revezamento 4 x 100m.
E) Os 100m, 200m, 400m e revezamento 4 x 400m.
2. AS PRINCIPAIS FASES TÉCNICAS DAS CORRIDAS SÃO:
A) O apoio e a suspensão.
B) A corrida de aproximação e o impulso.
C) O apoio à frente e a recuperação.
D) A suspensão e a queda.
E) A transposição e a queda.
GABARITO
1. Quanto à extensão do percurso, são provas de pista em velocidade intensa:
A alternativa "D " está correta.
 
As provas de velocidade intensa são os 100m, 200m, 100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre
barreiras (masculino), e revezamento 4 x 100m.
2. As principais fases técnicas das corridas são:
A alternativa "A " está correta.
 
As fases técnicas principais da corrida são o apoio (desdobrada em apoio à frente e impulso) e a
suspensão (desdobrada em recuperação e balanço à frente), pois são as fases que a diferenciam da
caminhada por exemplo.
MÓDULO 2
 Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de meio fundo e fundo
PROVAS DE MEIO FUNDO E FUNDO
ASPECTOS GERAIS
Consistem em provas oficiais de pista ou parcialmente em pista (a Maratona Olímpica inicia e termina na
pista, mas seu percurso é externo ao Estádio) que, de acordo com o gasto energético e as regras de
execução, possuem semelhanças. Quanto maiores as distâncias a serem percorridas, maior será a
prevalência da capacidade de resistência sobre a de velocidade, e o contrário também é verdadeiro. As
provas foram metodologicamente subdivididas em MEIO FUNDO e FUNDO (fundo curto e fundo
longo), veja o quadro:
CORRIDAS DE MEIO FUNDO 800m
1500m
CORRIDAS DE FUNDO
Corridas de fundo curto
3000m com obstáculos 
5000m
Corridas de fundo longo
10000m 
42195m (Maratona Olímpica)
Quadro: Corridas de meio fundo e fundo no Atletismo. 
Elaborado por Liliana Lohmann.
Neste módulo, abordaremos os aspectos gerais das corridas rasas de 800m, 1500m, 5000m, 10000m e
42195m. Elas compõem as provas que utilizam uma linha curva demarcada no solo para realização da
partida, de forma que todos os corredores percorram as mesmas distâncias durante as provas.
As provas são realizadas em raias livres, ou seja, todos competidores colocam-se após a partida, o mais
próximo possível da raia 1.
Como nas provas de velocidade, as fases de desenvolvimento da corrida de meio fundo, fundo curto e
fundo longo compreendem três momentos específicos de execução para cada prova:
A partida (ou saída)
A corrida propriamente dita
A chegada
A partida alta (ou saída alta)
A partida é realizada em dois apoios, em pé. A voz de comando segue os seguintes passos, conforme
a figura:
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.31, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
No comando para o início da corrida, o árbitro encaminha os “atletas atrás de suas marcas”, onde os
corredores, sem posicionamento específico, começaram a se distribuir, lado a lado, o mais próximo da
parte interna da pista ou o mais externamente a ela, de acordo com sua estratégia de corrida, para a
próxima voz de comando.

1ª fase: “Às suas marcas!” – todos os competidores deslocam-se até a linha de partida colocando-se
um ao lado do outro, em linha curva própria a cada distância de corrida, sem ultrapassá-la. O atleta
localiza-se atrás da linha de partida, em dois apoios, com uma das pernas à frente da outra e o braço
contrário posicionado. O tronco fica levemente inclinado para frente.
2ª fase: “Tiro de partida” – Realizado pelo árbitro, permite a partida (ou saída) com a perna de trás
deslocando-se para frente, alternando os braços, iniciando a corrida.

 ATENÇÃO
Nos 800m, ocorre uma exceção na realização da partida (ou saída), por ser realizada em raia balizada com
saída em dois apoios. Eventualmente, pode ser em linha curva, mas essa definição depende do número de
competidores a realizarem a prova.
A corrida propriamente dita
Nessas corridas, o comprimento e a frequência das passadas deverão equilibrar-se, as passadas são
mais curtas de acordo com a distância a se percorrer. A frequência também sofre alterações, tornando-
se tanto menor quanto maior a distância a se percorrer.
Quanto maior a distância a se percorrer, maior a prioridade da resistência sobre a velocidade.
A CORRIDA deve ser realizada com ritmo, de forma regular. Tecnicamente, percebe-se que quanto
maior a resistência envolvida na prova (distâncias mais longas), mais ocorre o contato dos pés no solo.
Então, a amplitude e frequência das passadas do meio-fundista possivelmente são menores
comparativamente à empregada por um corredor de 200 metros, por exemplo, e a do fundista, menor do
que a do meio-fundista.
 RECOMENDAÇÃO
A corrida desenvolvida na prova de 800m rasos é diferenciada das outras deste módulo por possuir
características intermediárias de execução, semelhantes às adotadas nas provas de velocidade prolongada.
Por ser uma prova com balizamento inicial, ela exige atenção especial para, após os 100m iniciais, fazer-se a
aproximação dos corredores para a raia 1, de forma gradativa e sem atropelos, permitindo uma melhor
tomada de posições durante a prova. Recomenda-se que, a partir do local demarcado para a aproximação
dos atletas, eles tirem uma diagonal, colocando-se de acordo com o ritmo imposto durante a prova, o mais
próximo da raia 1.
Sobre a maratona olímpica, informamos que é uma corrida de longa distância (42.195m), que emprega
grande resistência e distribuição de ritmo durante sua execução, realizada em sua maior parte fora do
Estádio, mas por tradição, tem sua chegada realizada dentro da pista.
A chegada
Ocorre uma mudança marcante no ritmo das duas últimas voltas, da última volta ou dos últimos 200m
ou 100m, de acordo com a capacidade do corredor de transformar o ritmo adotado em sua corrida
em velocidade final. Depende de qual prova se está realizando, do nível de treinamento do atleta, da
sua capacidade de gerar velocidade, dentre outras características.
O corredor, ao ouvir o “sino” (ou tiro) de aviso de última volta, reunirá toda sua energia para cumprir a
prova e ultrapassar a linha de chegada.

A forma de realizar a chegada é semelhante ao posicionamento adotado em velocidade, projeta-se o
tronco para frente ou passa-se o mais ereto possível, com o torso do corpo pela linha de chegada.
 
Prova
Localização da partida 
Número de voltas a cumprir
800m Saída da chegada 02 voltas (Balizada em parte)
1500m Saída do 300m + 03 voltas na pista (ao passar pela chegada)
5000m Saída do 200m + 12 voltas na pista (ao passar pela chegada)
10000m Saída da chegada 25 voltas
Quadro: Localização da partida em provas de meio fundo e fundo. Elaborado por Liliana Lohmann.
Considera-se que o atleta cometeu falta se:
Ao comando de “Às suas marcas!” os competidores não tomarem imediatamente a definitiva
posição de partida. O não cumprimento dessa ordem após um tempo razoável consistirá em uma
saída falsa.
Depois de assumir a posição final de saída,sair antes do tiro de partida. Se, no julgamento do
árbitro de partida, ele o faz antes do tiro, será uma saída falsa. O início da saída é definido como
qualquer movimento que resulte em que um ou ambos os pés percam contato com o solo.
Qualquer atleta empurrar ou obstruir outro competidor, de modo a impedir sua progressão,
estando passível de desqualificação nessas provas.
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA
A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE MEIO FUNDO E
FUNDO
A conscientização do movimento de apoio à frente e recuperação
Realizar em 10m a elevação dos pés atrás, deslocando-se para frente.
Os movimentos objetivam passos pequenos e dinâmicos, no maior número de repetições dentro
do espaço determinado para a realização da atividade.
As pernas alternam-se com os braços, o olhar deve estar voltado para frente e o tronco levemente
flexionado à frente.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.31, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
A conscientização do movimento do impulso e balanço à frente
Realizar em 10m a elevação de uma das pernas flexionadas, na horizontal em deslocamento à
frente.
Os movimentos são realizados com passos pequenos e dinâmicos, com maior número de
repetições dentro do espaço determinado para a realização da atividade. Ocorre a flexão da perna
livre e a extensão completa da perna do solo, alternadamente com os braços. O olhar deve estar
voltado para frente e o tronco levemente flexionado à frente.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.31, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
Executar a atividade de recuperação e apoio à frente entre arcos
Colocar 10 arcos no solo com pequena distância entre eles.
Executar os movimentos de recuperação e apoio à frente dentro deles.
Ocorre o apoio de um pé em cada arco, dinamicamente e no espaço determinado.
Ao sair do último arco, correr com amplitude de passadas por 10 metros.
O mesmo pode ser realizado com frequência de passadas ao sair do último arco.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.34, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
Executar a atividade de impulso e balanço à frente entre arcos
Colocar 10 arcos no solo com pequena distância entre eles.
Executar os movimentos de impulso e balanço à frente dentro deles, dinamicamente e no espaço
determinado.
Ao sair do último arco, correr com amplitude de passadas por 10 metros.
O mesmo pode ser realizado com frequência de passadas ao sair do último arco.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.35, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
PROVAS DE MEIO FUNDO E FUNDO
A especialista Liliana Adiers Lohmann fala sobre as fases das corridas de fundo e meio fundo,
detalhando principalmente os 800m, bem como uma sequência pedagógica para aprendizado dessas
corridas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, AS PROVAS DE MEIO FUNDO SÃO:
A) Os 5000m e 3000m com obstáculos.
B) Os 800 e os 1500m rasos.
C) A maratona olímpica.
D) Os 100m, 200m, 400m e revezamento 4 x 400m.
E) Os 400m, 400m sobre barreiras, revezamento 4 x 400m.
2. SÃO CARACTERÍSTICAS DA CORRIDA DE 800M RASOS:
A) Correr o tempo todo em reta, ter a partida com blocos.
B) Em determinado momento, ultrapassar um fosso durante a prova.
C) A saída é em curva, com bloco de partida.
D) A saída é em curva, balizada e em dois apoios.
E) Não se utiliza bloco de partida e se ultrapassam barreiras no seu percurso.
GABARITO
1. Quanto à extensão do percurso, as provas de meio fundo são:
A alternativa "B " está correta.
 
As provas de meio fundo quanto a extensão do percurso são os 800m e 1500 metros, provas com
distâncias acima dos 1500m são consideradas provas de fundo, como os 5000m, 10000m e a maratona.
2. São características da corrida de 800m rasos:
A alternativa "D " está correta.
 
Os 800m rasos ocorrem com partida balizada nos primeiros 100 metros de seu percurso, em curva e em
dois apoios.
MÓDULO 3
 Reconhecer as regras e fases de preparação técnica das corridas sobre barreiras e corridas com
obstáculos
AS CORRIDAS SOBRE BARREIRAS
Consistem em provas de VELOCIDADE INTENSA, os 100m sobre barreiras (prova feminina) e os 110m
sobre barreiras (prova masculina), e de VELOCIDADE PROLONGADA, os 400 metros sobre barreiras
(para ambos os sexos).
As provas envolvem ultrapassar 10 barreiras distribuídas em distâncias e alturas determinadas pelas
regras e categorias, durante cada uma das provas, o mais rápido possível, conforme as especificações
do quadro seguinte.
CORRIDAS DE VELOCIDADE
INTENSA
100m, 200m
100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre
barreiras (masculino) 
4 x 100m (revezamento)
CORRIDAS DE VELOCIDADE
PROLONGADA
400m
400m sobre barreiras 
4 x 400m (revezamento)
Quadro: As corridas de velocidade no Atletismo. 
Elaborado por Liliana Lohmann.
Dois momentos específicos são considerados, o primeiro, que diz respeito à passagem (ou
transposição) das barreiras e a técnica apropriada para realizá-la, ou seja, o impulso para barreira (ou
chamada), a passagem propriamente dita (ou transposição) e a recepção (após a passagem). O
segundo tem relação com a corrida de aproximação da 1ª barreira, com a corrida entre as barreiras e da
corrida da última barreira até a chegada.
QUANTO À TÉCNICA REALIZADA PARA
ULTRAPASSAR AS BARREIRAS
O IMPULSO (ou chamada) para cada uma das barreiras é realizado com o atleta de frente, com
extensão de tornozelo, joelho e quadril de uma das pernas.

A outra perna, a de ATAQUE (ou de abordagem), flexiona-se rapidamente na horizontal.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 O impulso e o ataque à barreira.
A PASSAGEM (ou transposição) ocorre em seguida por meio da extensão ativa da perna de ataque
(perna livre) sobre a barreira, paralela ao solo, enquanto a outra perna (de impulso) se encontrará em
flexão e abdução. O tronco se flexiona à frente sobre a perna de ataque, ligeiramente nas provas
femininas e mais pronunciadamente nas barreiras mais altas, principalmente nos 110m sobre barreiras;
os braços movimentando-se simultânea e alternadamente com as pernas.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 A passagem da barreira.
Em seguida, a perna de ataque deverá ser direcionada ao solo rapidamente em movimento para frente e
para trás sem projetar a ponta do pé para baixo.
A RECEPÇÃO é efetuada pelo terço anterior do pé da perna de ataque; a perna de impulso é puxada
ativamente para frente; o tronco não deve estar inclinado para trás durante a recepção e o contato com
o solo ocorrerá de forma breve, influenciando para que a corrida seja rápida, de acordo com a figura a
seguir:
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Técnica completa da passagem sobre a barreira.
QUANTO À CORRIDA A SER REALIZADA
A corrida sobre barreiras é balizada, ou seja, todos os atletas correm em suas próprias raias. Ocorre
totalmente em linha reta nos 100m e 110m, partindo em curva, e parte em reta nos 400m sobre
barreiras.
 ATENÇÃO
Para realizar-se a partida dessas provas, utilizam-se blocos de partida, em cinco apoios, conforme as
provas de velocidade. O posicionamento do bloco deve ser treinado e adaptado em função da primeira
barreira de todas as provas.
Após a saída do bloco, observa-se que:
NO MOMENTO DE APROXIMAÇÃO DA 1ª BARREIRA
Nos 100m e 110m sobre barreiras, ocorre a elevação mais rápida do tronco à vertical do que nas
corridas de velocidade, em função da adaptação no posicionamento do corpo para realizar o
impulso e ataque em uma distância apropriada. Geralmente, realizam-se oito passadasde
aproximação, porém atletas de bom nível conseguem abordar com até sete passadas, melhorando
seus desempenhos.
Nos 400m sobre barreiras, o ritmo deve ser estabelecido desde o início. Corredores com bom nível
atingem 13 a 17 passadas de aproximação variando de acordo com a categoria, sexo e
treinamento dos atletas envolvidos. Utilizam também o ataque da primeira barreira com a perna
esquerda, de dentro da curva, para facilitar e manter o equilíbrio no impulso, ultrapassagem e
recepção da primeira barreira.
NA CORRIDA ENTRE AS BARREIRAS
Nos 100m e 110m sobre barreiras é indicada a realização de no máximo três passadas entre as
barreiras, pois quanto mais passadas, mais lenta se desenvolve a corrida.
Nos 400m sobre barreiras, corredores com bom nível costumam variar de 13 a 17 passadas entre
as barreiras, de acordo com a dificuldade imposta pelo ritmo da prova.
Nos 400m sobre barreiras também deve-se ter especial atenção para as abordagem e
ultrapassagens que ocorram em curva. Nesse caso, ajustes deverão ser realizados no bloco de
partida e durante a corrida para que não se perca tempo em sua realização.
O ritmo deverá ser adaptado de acordo com mudanças entre as pernas de impulso e ataque
durante a corrida, utilizando-se passadas pares ou ímpares, ou impondo treinamento e dominância
técnica bilateral.
A passagem da última barreira e a corrida até a chegada devem ser feitas com máxima velocidade e
mínima perda de coordenação. Os movimentos seguem os mesmos princípios das provas rasas.
As regras das provas de velocidade são aplicadas também nas provas sobre barreiras. Além dessas,
constituem-se faltas passíveis de desqualificação as seguintes situações:
Não permanecer em sua raia até final do percurso.
Passar seu pé ou sua perna abaixo do plano horizontal da parte superior de alguma barreira no
momento da ultrapassagem.
Ultrapassar uma barreira fora de sua raia.
Se na opinião do árbitro, derrubá-la intencionalmente com o pé ou mão.
OBSERVAÇÕES
PROVAS MASCULINAS PROVAS FEMININAS
110m
sobre
barreiras
400m
sobre
barreiras
400m
sobre
barreiras
100m
sobre
barreiras
Distância da linha de saída
até a primeira barreira
13,72m 45,00m 45,00m 13,00m
Distância entre as barreiras 9,14m 35,00m 35,00m 8,50m
Distância da última barreira
até a linha de chegada
14,02m 40,00m 40,00m 10,50m
Altura das barreiras 1,06m 91,4cm 83,8cm 76,2cm
Provas sobre Barreiras no Atletismo de categoria Adulta 
Elaborado por Liliana Lohmann.
A CORRIDA COM OBSTÁCULOS
As distâncias a serem percorridas e as alturas dos obstáculos variam de acordo com a categoria e o
sexo. Na categoria adulta, tanto a prova masculina como a prova feminina consistem nos 3000m com
obstáculos. Veja o resumo no quadro abaixo:
CORRIDAS DE MEIO FUNDO
800m
1500m
CORRIDAS DE FUNDO
Corridas de fundo curto
3000m com obstáculos 
5000m
Corridas de fundo longo
10000m 
42195m (Maratona Olímpica)
Quadro: Corridas de meio fundo e fundo no Atletismo. 
Elaborado por Liliana Lohmann.
A prova de 3000m com obstáculos é considerada como uma corrida de fundo (fundo curto), na qual os
atletas deverão obrigatoriamente ultrapassar 28 obstáculos (de 91,7cm de altura por 3,96m de largura e
peso entre 80Kg e 100kg na categoria adulta masculina) e 7 obstáculos no fosso (vala de água fixa em
aclive de 50cm a 0cm de profundidade).
A partida é realizada na marca de duzentos metros e a partir da linha de chegada correm-se mais sete
voltas.
 
Imagem: Liliana Lohmann
 Obstáculo.
Dois momentos específicos são fundamentais para a aprendizagem e elaboração do planejamento e
treinamento técnico. O primeiro, envolvendo a ultrapassagem (ou transposição) dos obstáculos e do
fosso (juntamente com a técnica apropriada para realizá-lo) e o segundo sobre a execução da corrida
(partida, corrida propriamente dita e chegada).
QUANTO À TÉCNICA REALIZADA PARA
ULTRAPASSAR OS OBSTÁCULOS E O FOSSO
Nesta prova, a aprendizagem da técnica da passagem da barreira torna-se fundamental tanto para
atletas iniciantes como para os de alto rendimento, pois diminui o tempo gasto na ultrapassagem,
reduzindo o gasto de energia dispendido com a prova.
 ATENÇÃO
A passagem do obstáculo mediante um apoio e salto também se torna fundamental, pois a prova é
desgastante e nem todos conseguem executá-la da mesma forma do início ao final, precisando utilizar os
recursos disponíveis pelas regras para completá-la.
A ultrapassagem dos obstáculos utilizando a técnica de barreira pode ser adaptada e aplicada de acordo
com o módulo anterior, já a passagem que utiliza o apoio de um dos pés no obstáculo (também utilizada
na ultrapassagem do fosso) será descrita agora.
O atleta durante a corrida prepara-se para atingir o obstáculo buscando a mínima perda de ritmo da
corrida.
O impulso para o obstáculo (1) é realizado com a extensão de articulações de pé, joelho e quadril da
perna de impulso. A perna de ataque adotará a posição flexionada na horizontal com o pé direcionado
para cima, ao encontro do apoio no obstáculo. O tronco flexiona-se levemente sobre a perna de ataque
com o objetivo de adquirir equilíbrio e melhor aplicação de força para próxima etapa, conforme a figura:
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.75, adaptada
por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Exemplo do impulso e ataque ao obstáculo.
A trajetória do atleta em cima do obstáculo deve ser breve e o mais retilínea possível. Ela é auxiliada
pelo posicionamento do tronco um pouco à frente.
A perna de ataque (2) (que ocasionou o apoio no obstáculo) impulsiona o corpo do atleta para frente (e
não para cima), passa o obstáculo desenvolvendo um momento de suspensão (3), de troca,
conduzindo a perna de trás para frente da perna de ataque, veja na figura a seguir.
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.75, adaptada
por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Passagem e a suspensão no obstáculo.
A recepção (4) no solo (ou queda) é realizada pela perna que o impulsionou para o obstáculo (1). Deve-
se assegurar que os braços proporcionem equilíbrio, coordenação, e que a corrida não seja freada,
restabelecendo o ritmo o mais breve possível.
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.75, adaptada
por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Passagem completa do obstáculo no fosso.
QUANTO À CORRIDA A SER REALIZADA
A corrida de 3000m com obstáculos desenvolve-se com as mesmas fases técnicas das provas de fundo
e meio fundo, com a partida, a corrida propriamente dita e a chegada. A partida é realizada em linha
curva, com todos os competidores lado a lado e colocados em dois apoios, seguindo a voz de comando
do árbitro, as suas marcas e o tiro de partida.
Na corrida propriamente dita, a técnica de corrida é basicamente a mesma utilizada na corrida de
fundo, porém ocorrem modificações no ritmo, em decorrência das adaptações necessárias para a
passagem simultânea dos atletas pelos obstáculos e fosso. Isso significa que ela é influenciada pela
qualidade técnica treinada para a passagem requerendo do corredor aptidões técnicas e físicas
especializadas.
 ATENÇÃO
Os movimentos realizados nas passagens dos obstáculos devem buscar não um salto para cima, mas um
salto mais longilíneo, em que os braços agem de forma a equilibrar o corpo na trajetória aérea. Já passagem
do fosso, parte da corrida em que se perde mais tempo e energia, as recomendações direcionam-se para a
intensificação das 10 últimas passadas antes dele, para que um dos pés apoie e empurre o obstáculo (atletas
de altíssimo nível já o passam com a técnica da barreira, sem apoio dos pés) buscando o contato com o solo
o mais próximo possível da parte seca do fosso, possibilitando a menor perda de tempo e a continuidade da
corrida.
Nas duas últimas voltas, ocorre mudança no ritmo da corrida geralmente de acordo com a capacidade
do corredor de transformá-lo em velocidadefinal. A forma de realizar a chegada é semelhante ao
posicionamento adotado nas corridas de meio fundo e fundo, o tronco projeta-se para frente ou passa o
mais ereto possível pela linha de chegada.
As regras das provas de meio fundo e fundo são aplicadas também na prova de obstáculos. Além
dessas, constituem-se faltas passíveis de desqualificação as seguintes situações:
Se o atleta não passar por cima de cada obstáculo ou por cima ou através da água no caso do
fosso.
Se pisar ao lado do fosso de água, ou o pé ou a perna passar ao lado do obstáculo (em qualquer
dos lados), abaixo do plano horizontal da parte superior de qualquer obstáculo, no instante da
passagem.
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES
PARA A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE
BARREIRAS E OBSTÁCULOS
Conhecendo o movimento da passagem da barreira
Colocar dois cones afastados um do outro em espaço seguro e que se possa desenvolver uma
pequena corrida posteriormente. Colocar o bastão de madeira ou uma fita estendida de uma
extremidade a outra nos cones.
De frente para o percurso, caminhar centralmente aos cones; a uma distância confortável, flexionar
a perna direita simulando o movimento do ataque à barreira, impulsionar e executar o movimento
de abdução da perna à lateral (1); em seguida, dar continuidade ao movimento puxando a perna
esquerda flexionada e abduzida para a frente (2) até que seja estendida em direção ao solo (3).
A atividade é lenta para que ocorra a percepção dos movimentos de impulso e ataque. Repetir o
gesto com a mesma perna de ataque, quantas vezes forem necessárias para fixação dos gestos.
Executar a mesma atividade com a perna esquerda atacando a barreira e a direita impulsionando.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.51, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 A passagem da barreira.
Ampliar a execução dos movimentos da passagem da barreira
Acrescentar outro cone e bastão. Depois realizar caminhando a primeira passagem da barreira,
seguir caminhando até o próximo cone e executar os mesmos movimentos anteriores.
Executar a atividade anterior com pequena corrida de aproximação.
Distanciar as barreiras e executar com corrida lenta. Aos poucos, aumentar a velocidade de
execução.
Aos poucos, elevar a altura dos cones ou inserir barreiras com alturas menores que as oficiais.
 
Imagem: Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes, Liliana Lohmann, 2011, p.53, adaptada por
Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Sequência da atividade de passagem da barreira.
Aprendizagem da passagem com apoio no obstáculo
Colocar um banco tipo sueco ou cabeça de plinto (material seguro pra ser apoiado por um
dos pés durante a realização da atividade) de aproximadamente 40cm de altura,
transversalmente e próximo à caixa de areia do salto em distância.
Executar pequena corrida de aproximação pelo corredor de salto, apoiar um dos pés no
banco (simulando a passagem do obstáculo) e cair na areia à frente com a mesma perna de
impulso.
Trocar e executar o mesmo movimento com a outra perna.
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.80,
adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 Adaptação da passagem do obstáculo na caixa de areia.
Adaptação da ultrapassagem com apoiado no obstáculo
Idem à atividade anterior, ampliando a distância da corrida, e após a recepção na areia,
continuar correndo.
Idem à atividade anterior, subindo a altura do banco sueco ou caixa de plinto.
Idem à atividade anterior, utilizando a menor altura do obstáculo na caixa de areia.
Adaptar a passagem até colocar o obstáculo na pista de corrida.
PROVAS SOBRE BARREIRAS E PROVAS COM
OBSTÁCULOS
A especialista Liliana Adiers Lohmann apresenta as provas sobre barreiras e provas com
obstáculos, detalhando uma sequência pedagógica para aprendizado dessas corridas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, AS PROVAS SOBRE BARREIRAS
SÃO:
A) Os 5000m e 3000m.
B) Os 800m e os 1500m rasos.
C) Os 100m, 110m e 400 metros.
D) Os 100m, 200m, 400m e revezamento 4 x 400m.
E) Os 400m, 400m sobre barreiras, revezamento 4 x 400m.
2. SÃO CARACTERÍSTICAS DOS 3000M COM OBSTÁCULOS:
A) Ter seu percurso demarcado na rua.
B) Em determinado momento da prova, deve-se ultrapassar um obstáculo do fosso.
C) A saída é em curva, com bloco de partida.
D) A saída é em curva, balizada e em dois apoios.
E) Utiliza-se bloco de partida e se ultrapassam barreiras no seu percurso.
GABARITO
1. Quanto à extensão do percurso, as provas sobre barreiras são:
A alternativa "C " está correta.
 
As provas de barreiras são os 100m, 110m e 400m sobre barreiras, as provas de 800m, 1500m são
rasas ou sem barreiras ou obstáculos e os 3000m são disputados com obstáculos e não
barreiras.
2. São características dos 3000m com obstáculos:
A alternativa "B " está correta.
 
Durante a realização da prova de 3000m com obstáculos, são ultrapassados 28 obstáculos
distribuídos pela pista e mais 7 obstáculos do fosso.
MÓDULO 4
 Identificar as regras e fases de preparação técnica das corridas de revezamento
AS PROVAS DE REVEZAMENTOS
São provas oficiais de pista, realizadas para ambos os sexos, em que quatro competidores
percorrem determinadas distâncias por etapas. Cada etapa é coberta por um atleta diferente que
é substituído na passagem do bastão. As provas possuem características diferenciadas na forma
de passar e de receber os bastões. Veja o quadro seguinte para ter uma ideia geral sobre as
provas de revezamento.
CORRIDAS DE VELOCIDADE
INTENSA
100m, 200m
100m sobre barreiras (feminino) e 110m sobre
barreiras (masculino) 
4 x 100m (revezamento)
CORRIDAS DE VELOCIDADE
PROLONGADA
400m
400m sobre barreiras 
4 x 400m (revezamento)
Quadro: Corridas de revezamentos. 
Elaborado por Liliana Lohmann.
A passagem do bastão é realizada dentro de uma zona de passagem e começa quando ele é
tocado pela primeira vez (pelo atleta que o está recebendo) e se considera terminado quando se
encontra unicamente em sua mão (considera-se que o bastão deva estar dentro da zona de
passagem, independentemente de o competidor estar ou não).
 ATENÇÃO
A passagem deve ocorrer de forma precisa e rápida, sem atropelos e em 20 metros. No revezamento 4
x 100m, os atletas poderão optar por colocarem-se em um pré-setor com 10m antes do início do setor
de passagem, porém a transmissão do bastão só poderá ser realizada dentro dos 20m permitidos
pelas regras, nem antes nem depois.
A CORRIDA DE REVEZAMENTO 4 X 100M
A prova de revezamento 4 x 100m é oficial e realizada no estádio de Atletismo, sendo uma
competição de categoria adulta para ambos os sexos.
Consiste em prova de velocidade intensa em que quatro corredores de uma mesma equipe
percorrem 100m cada, realizando na zona de passagem a entrega do bastão para o próximo
companheiro.
O primeiro corredor utiliza blocos de partida, colocando-se em cinco apoios, com o bastão
seguro por uma das mãos. A prova é balizada e cada corredor deverá conduzir o bastão até o
final do espaço correspondente à sua parte do percurso. Então:
 
Foto: Pixabay
 
Foto: Pablo Pasuch / Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International)
O primeiro corredor faz a partida em curva com o bastão, corre a curva e realiza a primeira
passagem, ou seja, ele apenas passa o bastão.
 
Foto: Pablo Pasuch / Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International)
O segundo companheiro de equipe (ou receptor) recebe na zona de passagem em curva (a dos
300m) e percorre a reta oposta da pista oficial, executando a passagem do bastão para o próximo
companheiro, ou seja, ele recebe e passa o bastão.
 
Foto: Pablo Pasuch / Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International)
O terceiro companheiro de equipe (ou receptor) recebe na zona de passagem em reta e corre a
curva (a dos 200m), executando a passagem do bastão para o próximo companheiro, ou seja, ele
também recebe e passa o bastão.
 
Foto: Pablo Pasuch /Creative Commons / Licença (CC BY 4.0 International)
O quarto companheiro de equipe (ou receptor) recebe em curva e corre a reta final realizando a
chegada, ou seja, ele apenas recebe o bastão.
Veja na figura o local de partida, as zonas de passagem do bastão e a chegada.
 
Imagem: Liliana Lohmann
 Posicionamento Misto dos Atletas no 4 x100m - raia 1.
A passagem do bastão “não visual” nos 4 x 100m
A passagem do bastão com a técnica “não visual” é empregada no revezamento de velocidade
intensa. O posicionamento visa não perder tempo durante a transição da passagem para o
próximo corredor, pretendendo que o momento entre entregar e receber seja o mais breve
possível.
As fases da passagem são:
FASE DE PREPARAÇÃO
O atleta receptor deverá se colocar em sua zona de passagem (no setor ou pré-setor) com as
pernas ligeiramente flexionadas e com afastamento anteroposterior, o olhar por sobre seu
ombro, posicionado para correr. O companheiro se aproximará em alta velocidade enquanto o
receptor se encontrará no posicionamento citado anteriormente, observando a marca colocada
no chão para partir (treinada e colocada como referência para melhorar a precisão da passagem
do bastão).
FASE DE ACELERAÇÃO (DO RECEPTOR)
Quando o companheiro passar correndo sobre a marca (ponto de referência treinado), o receptor
olhará para frente, partindo em velocidade. A corrida deverá ser realizada de forma consistente
sem olhar para trás, enquanto seu companheiro se aproxima dele.
FASE DE PASSAGEM DO BASTÃO (DO COMPANHEIRO)
Quando o corredor que passará o bastão se encontrar em posição adequada (dentro da zona de
passagem), executará uma ordem verbal para o receptor posicionar o braço para a recepção do
bastão. Nesse momento, o receptor estenderá o braço para trás, de acordo com a técnica de
passagem treinada.
A partir desse momento, após ter recebido o bastão, o receptor corre em sua maior velocidade
até o receptor da próxima zona de passagem. O companheiro que executou a passagem
desacelera sua corrida até parar, mantendo a sua raia de prova.
Veja a técnica de passagem do bastão:
 
Imagem: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.49,
adaptada por Liliana Lohmann e Luís Salgueiro
 A passagem “não visual” no revezamento 4 x 100m.
Podemos descrever duas posições adotadas pelos atletas dentro de suas raias, no setor ou pré-
setor, para aguardar o recebimento do bastão:
No posicionamento de corrida interior, mais utilizada na iniciação, os atletas sempre correrão por
dentro de suas raias (na parte mais interna da raia) e esperarão pelo companheiro na parte mais
externa de sua própria raia.
O recebimento do bastão será sempre com a mão esquerda. Nesse tipo de posicionamento, após
receber o bastão com a mão esquerda, o corredor deverá imediatamente trocá-lo para a mão
direita, dirigindo-se para a parte interna de sua raia, ou seja:

O 1º corredor conduz o bastão com a mão direita (pois ele não recebe de ninguém) e corre por
dentro de sua raia.
O 2º espera na zona de passagem, por fora de sua raia, recebendo com a mão esquerda; em
seguida troca o bastão para a mão direita posicionando-se na parte interna de sua raia.


O 3º companheiro ou receptor estará na parte externa de sua raia, receberá o bastão com a mão
esquerda, trocando-o em seguida para a mão direita. Ele correrá pela parte interna de sua raia
também.
O 4º companheiro ou receptor estará na parte externa de sua raia, receberá o bastão com a mão
esquerda, poderá passá-lo ou não para a mão direita, pois ele fará a chegada e não terá nenhuma
passagem a realizar.

No posicionamento de corrida misto (ou de Frankfurt), mais utilizado no alto rendimento, não
ocorre troca de mão durante a corrida, ou seja:
O 1º corredor corre pela parte interna de sua raia com o bastão na mão direita.
O 2º companheiro ou receptor estará na parte externa de sua raia, receberá o bastão na mão
esquerda mantendo essa mesma mão na próxima passagem.
O 3º companheiro ou receptor estará colocado na parte interna de sua raia e receberá o bastão
com a mão direita, correndo pela parte interna de sua raia.
O 4º companheiro ou receptor se encontrará na parte externa de sua raia, receberá o bastão com
a mão esquerda e realizará a chegada.
Cabe ressaltar que a posição a ser escolhida deverá ser treinada e utilizada por todos os
companheiros. A técnica da passagem e recepção do bastão corresponde ao posicionamento em
que o braço e a mão do receptor estarão durante a corrida de revezamento. São elas:
A técnica olímpica ou americana, em que o atleta receptor coloca sua palma da mão voltada para
trás, com o dedo polegar apoiado na altura do quadril, demais dedos unidos; o antebraço deverá
ser voltado para frente. A passagem do bastão pelo companheiro ocorrerá em movimento de
baixo para cima, ao encontro da mão do receptor (trajetória ascendente). Esse movimento pode
variar, utilizando-se o braço do receptor estendido para a lateral, palma da mão voltada para trás,
o polegar voltado para baixo e demais dedos unidos para o lado.

A técnica alemã, em que o atleta receptor realiza um movimento natural de extensão do braço
para trás com a palma da mão também voltada para trás e para cima. A passagem do bastão pelo
companheiro ocorrerá com a extensão de seu braço de cima para baixo, indo ao encontro da mão
do receptor (trajetória descendente).
 
Foto: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.53
 A passagem de bastão na técnica alemã – 4x100m.
As regras seguem as mesmas aplicadas nas provas de velocidade intensa acrescentando-se que:
O bastão deve ser carregado na mão por toda a prova; se deixado cair, deverá ser
recuperado pelo atleta que o derrubou; ele pode deixar a sua raia para recuperar o bastão,
desde que não diminua o percurso de sua corrida e que nenhum atleta seja prejudicado.
Após a passagem do bastão, os competidores deverão permanecer em suas raias até que a
pista esteja livre, caso isso não ocorra e intencionalmente um corredor tome posição
impedindo a execução da passagem de outra equipe, sua equipe será desqualificada.
A CORRIDA DE REVEZAMENTO 4 X 400M
A prova de revezamento 4 x 400m é oficial e realizada no estádio de Atletismo, sendo uma
competição de categoria adulta para ambos os sexos. O revezamento 4 x 400m consiste em
prova de velocidade prolongada em que quatro corredores da mesma equipe percorrem 400m
cada. Eles são substituídos pelo próximo na zona de passagem do bastão.
O desenvolvimento da prova segue alguns princípios de execução, são eles:

A prova é balizada para o primeiro corredor. Ele deverá realizar a partida com blocos e em cinco
apoios, com o bastão seguro por uma das mãos. O corredor desenvolverá sua corrida
entregando o bastão para o próximo companheiro na zona de passagem.
O segundo companheiro ou receptor percorre a curva balizado e depois aproxima-se da raia 1 em
raia livre. Seu posicionamento na zona de passagem deve ser na parte externa de sua raia.
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O terceiro aguarda na zona de passagem, em linha própria, em ordem estabelecida no decorrer
da prova (os primeiros perto da raia 1 e assim distribuídos pelo árbitro de acordo com a
colocação observada durante o percurso da prova), recebe e percorre etapa em raia livre.
O quarto companheiro ou receptor aguarda na zona de passagem como o anterior, recebe o
bastão e corre em raia livre para realizar a chegada.
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Dessa forma, o primeiro corredor sai de bloco e apenas passa o bastão (recomenda-se que
conduza o bastão com a mão direita), o segundo corredor recebe com a mão esquerda (e
imediatamente troca para a mão direita), passando o bastão para o terceiro corredor, que recebe
(com a mão esquerda e imediatamente troca para a mão direita), passando o bastão para o quarto
corredor, que recebe (troca ou não de mão, pois não realizará nenhuma passagem) e faz a
chegada da prova.
A passagem do bastão “visual” para o revezamento 4 x400m:
A passagem do bastão com a técnica “visual” é empregada no revezamento de velocidade
prolongada. O posicionamento favorece a recepção do bastão com o desenvolvimento de uma
pequena corrida (lenta) dentro da zona de passagem quando da aproximação do companheiro de
equipe ou receptor.
 ATENÇÃO
A técnica da passagem e recepção do bastão corresponde ao posicionamento do braço e da mão do
receptor, que nessa prova é a técnica francesa. Nela, o receptor posiciona-se de frente ou de lado
para o companheiro com o braço estendido em sua direção, a palma da mão aberta e voltada para
cima, como a pedir pelo bastão, o olhar direcionado para o companheiro. O companheiro entrega o
bastão com a extensão de seu braço ao encontro do receptor.
 
Foto: Correr, Saltar, Lanzar – Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo, 2012, p.56
 1ª Passagem de bastão “visual” no revezamento 4 x 400m.
As regras seguem as mesmas aplicadas nas provas de velocidade prolongada, acrescentando-se
que:
O bastão deve ser carregado na mão por toda a prova, se deixado cair, deverá ser
recuperado pelo atleta que o derrubou; ele pode deixar a sua raia para recuperar o bastão,
desde que não diminua o percurso de sua corrida e que nenhum atleta seja prejudicado.
O segundo corredor deverá realizar a transição de raia balizada para raia livre em local
determinado na pista, caso o faça antes, a equipe será desclassificada.
Ocorrendo um auxílio por meio de um empurrão ou de qualquer outra forma durante o
percurso de raias livres, acarretará desqualificação.
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA COM ATIVIDADES PARA
A INICIAÇÃO DAS PROVAS DE REVEZAMENTOS
Conhecendo o movimento da passagem do bastão com posicionamento interior, técnica
descendente (alemã)
Observação: Nenhuma passagem do bastão deverá, nas competições, ser realizada com o atleta
parado na recepção. Nessas atividades, estamos apenas conscientizando os posicionamentos
para maior eficiência posterior. A utilização dos posicionamentos e das técnicas de passagem
depende do nível de preparação da equipe.
Em uma raia da pista, distribuir vários bastões de revezamento ao chão. O corredor (1) se
colocará na parte interna da raia com um bastão na mão direita, o receptor (2), um pouco à
frente do corredor pela parte externa de sua raia.
Parado, movimentando apenas os braços para frente e para trás. Ao comando de voz
(“Hop!”, por exemplo), o corredor que está com o bastão na mão direita, após o
posicionamento do receptor com o braço estendido para trás, (como a técnica alemã e sem
olhar para trás) receberá o bastão do companheiro de forma descendente, conduzindo seu
braço com o bastão à frente e trocando-o para a mão direita. Em seguida, depositar o
bastão recebido no solo para realizar a próxima passagem.
Repetir o movimento ajustando os espaços para uma recepção mais eficiente. Executar a
passagem dos outros bastões da mesma forma.
Inverter o posicionamento para que o corredor passe a ser o receptor e vice-versa, com a
mesma execução anterior.
 
Imagem: Liliana Lohmann.
 Passagem do bastão com posicionamento interno e técnica alemã.
Aperfeiçoando o movimento da passagem do bastão com posicionamento interior e técnica
ascendente (alemã)
Posicionamento idem ao anterior, sendo que o corredor (2) executa uma pequena corrida de
aceleração, realizando a troca de braços e direcionando-se para a parte interna de sua raia.
Trocar as posições dos atletas para treinamento diversificado de funções.
Ambos correm lentamente e executam a voz de comando do corredor para realizarem a
passagem do bastão.
Executar a atividade anterior com o corredor (2) fazendo aceleração para a parte interna da
pista.
Aos poucos, aumentar a velocidade de execução até realizarem-se as adaptações com
marcas ao solo para a passagem de velocidade intensa.
 
Imagem: Liliana Lohmann.
 Passagem do bastão com técnica alemã.
Conhecendo o movimento da passagem do bastão com passagem “visual”
Observação: Nenhuma passagem do bastão deverá, nas competições, ser realizada com o atleta
parado na recepção. Nestas atividades, estamos apenas conscientizando os posicionamentos
para maior eficiência posterior.
Em um raia da pista, distribuir vários bastões de revezamento ao chão. O corredor (1) se
colocará na parte interna da raia com um bastão na mão direita, o receptor (2), um pouco à
frente do corredor, de lado para ele e em raia livre.
Parado, o corredor (1), que está em posição de corrida, com o bastão na mão direita,
estenderá seu braço para o companheiro de equipe (2), que também estenderá seu braço
esquerdo, recebendo o bastão (técnica francesa); em seguida, este se vira para a frente, no
sentido da corrida, trocando o bastão para a mão direita. Por fim, depositar o bastão
recebido no solo, para realizar a próxima passagem.
Repetir o movimento ajustando os espaços para uma recepção mais eficiente. Executar a
passagem dos outros bastões da mesma forma.
Inverter o posicionamento para que o corredor passe a ser o receptor e vice-versa, com a
mesma execução anterior.
Aperfeiçoando o movimento da passagem do bastão com passagem “visual”
Posicionamento idem ao anterior, sendo que o companheiro (2) executa a troca do bastão
para a outra mão enquanto desenvolve uma pequena corrida para a parte interna da pista.
Trocar as posições dos atletas para treinamento diversificado de funções.
Ambos correm lentamente e executando a atividade em movimento.
Executar a atividade anterior com o companheiro (2) na linha da zona de passagem,
próximo à chegada da pista. O corredor (1) desloca-se para cerca de 30 metros atrás da
chegada. O companheiro (2) se encontrará na zona de passagem. O corredor (1) aproxima-
se correndo lentamente enquanto o receptor (2) desloca-se lateralmente dentro da zona de
passagem até receber o bastão. Em seguida, correr no sentido da pista realizando a troca
de mão.
Aos poucos, aumentar as distâncias de execução e os posicionamentos (da zona de
passagem balizada ao posicionamento em raia livre).
PROVAS DE REVEZAMENTOS
A especialista Liliana Adiers Lohmann apresenta as provas de revezamentos, detalhando uma
sequência pedagógica para aprendizado dessas corridas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANTO À EXTENSÃO DO PERCURSO, QUAL(IS) PROVA(S) DE
REVEZAMENTO(S) EXECUTA(M) PASSAGENS DO BASTÃO EM RAIA(S)
LIVRE(S)?
A) Revezamento 4 x 3000m.
B) Revezamentos 4 x 500m e 4 x 100m.
C) Revezamentos medley e 4 x 100m.
D) Revezamento 4 x 400m.
E) Revezamentos 4 x 400m e 4 x 100m.
2. SÃO CARACTERÍSTICAS DO REVEZAMENTO 4 X 100M:
A) Seu percurso é só em reta.
B) A partida é em reta como os 100m rasos.
C) A partida é em curva com dois apoios.
D) A partida é em curva, balizada e em cinco apoios.
E) Utiliza-se bloco de partida e tem percurso em raias livres.
GABARITO
1. Quanto à extensão do percurso, qual(is) prova(s) de revezamento(s) executa(m) passagens do
bastão em raia(s) livre(s)?
A alternativa "D " está correta.
 
A prova de revezamento 4 x 400m possui parte do percurso com passagem do bastão em raia
balizada e parte em raias livre.
2. São características do revezamento 4 x 100m:
A alternativa "D " está correta.
 
A prova de revezamento 4 x 100m tem sua partida realizada em curva, diferentemente dos 100m
rasos, que é em reta. Utiliza também blocos de partida com posicionamento de cinco apoios.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Exploramos as principais regras e conhecimentos técnicos sobre as provas oficiais de corridas
em pista no Atletismo.
Passamos no primeiro módulo pelas provas de velocidade intensa (100m e 200m) e de velocidade
prolongada (400m), consideradas como rasas. Verificamos os principais aspectos que as
compõem, como se realizam a partida, a corrida propriamente dita e a chegada. Apresentamos
também suas fases técnicas e sequências pedagógicas para desenvolvimento.
Em seguida, expusemos as provas de meio fundo (800m e 1500m) e fundo (curto – 5.000m e
longo – 10.000m e maratona olímpica), provas rasas que possuemseus aspectos gerais e
momentos técnicos semelhantes.
O terceiro módulo foi composto especificamente pelas provas sobre barreiras (de velocidade
intensa – 100m e 110m sobre barreiras, e de velocidade prolongada – 400m sobre barreiras) e a
prova de 3.000m com obstáculos (prova de fundo curto). Desenvolvemos a técnica para se
ultrapassar as barreiras e os obstáculos, bem como a técnica de passagem do fosso e dos
obstáculos com apoio e impulso sobre eles, as particularidades da execução da corrida e as
sequências pedagógicas para seu desenvolvimento.
Por fim, estudamos as provas de revezamento, a de velocidade intensa (4 x 100m) e a de
velocidade prolongada (4 x 400m), com a explanação dos posicionamentos adotados por cada
um dos corredores, as técnicas utilizadas na passagem do bastão e as sequências pedagógicas
para seu desenvolvimento.
Assim, encerramos apresentando as características principais que compõem as provas de
corridas e cientes de suas complexidades, da necessidade de aprofundarmos os conceitos
biomecânicos, bem como do desenvolvimento do condicionamento físico necessário ao
rendimento atlético.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BALLESTEROS, J. M. Manual de entrenamiento básico. England: IAAF, 1992.
COCEIRO, G. A. C. 1000 exercícios e jogos para o Atletismo. Rio de janeiro: Sprint, 2005.
IAAF. ASOCIACIÓN INTERNACIONAL DE FEDERACIONES ATLÉTICAS. Correr, Saltar, Lanzar –
Guía Oficial IAAF de Enseñanza del Atletismo. Barcelona, 2012.
DYSON, G. Mecánica del Atletismo. Madrid: Ind. Gráficas Castuera, 1982.
FRÓMETA, E. R.; TAKAHASHI, K. Guia metodológico de exercícios em Atletismo: Formação,
técnica e treinamento. Porto Alegre: Artmed, 2004.
LOHMANN, L. A. Atletismo: Manual Técnico para Atletas Iniciantes. Rio de janeiro: Sprint, 2011.
MATTHIESEN, S. CALVO, A. P.; SILVA, A. C. L.; FAGANELLO, F. R. Atletismo se aprende na escola.
Jundiaí: Fontoura. 2005.
SULLIVAN, J. A.; ANDERSON, S. J. Cuidados com o jovem atleta: Enfoque interdisciplinar na
iniciação e no treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2004.
EXPLORE+
Assista aos vídeos do canal Ciência do Movimento no Youtube:
Atletismo #7 400 Metros Rasos 
Atletismo #14 Revezamento 4x400Atletismo #19 3000 Metros com Obstáculos 
Prova das Olimpíadas Rio 2016 - Atletismo 400m com barreiras feminino
Osmar Santos Narra Ouro de Joaquim Cruz – 06/08/1984 
Prova do Recorde Mundial dos 110m c/ barreiras 2012 
Velocidade – 100 metros rasos – Atletismo
Baixe as regras oficiais do Atletismo no site da Confederação Brasileira de Atletismo
(CBAt).
Assista à prova na qual o time brasileiro ganhou o ouro no revezamento 4 x 100m no
Mundial de Atletismo no Japão, em 2019.
Pesquise na internet imagens da vista aérea de uma pista de Atletismo.
CONTEUDISTA
Liliana Adiers Lohmann
 CURRÍCULO LATTES
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