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Aula 2_O CAPITALISMO MONOPOLISTA E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS Origem e desenvolvimento

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Fernanda Kallyne Rêgo de Oliveira
Assistente Social. Dra. Saúde Pública. Ma. Avaliação de Políticas Públicas. 
Esp. Políticas Sociais na área de Criança e Adolescente. 
E-mail: fernandakallyne@unp.br Instagram: fernandakallynern
O CAPITALISMO MONOPOLISTA E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS: Origem e desenvolvimento
Para o entendimento das concepções da Política Social supõe uma perspectiva teórico metodológica, o que tem a ver com perspectivas políticas e visões sociais de mundo(Lowy, 1987).
Trabalhamos as políticas socais a partir de tipos ideais, como gostaríamos que ela fosse, não como ela é; no entanto, ela é a mais pura expressão da contradição, e é, ao mesmo tempo, fruto das lutas de classe, se configurando como conquistas políticas da classe trabalhadora.
Reflexões iniciais sobre o método de análise da realidade e as políticas socais
Para entender a Política Social, precisamos compreendê-la a partir da perspectiva de totalidade e para isso é necessário apreendermos sobre política e sobre economia(BEHRING, 2016).
Por que a perspectiva da totalidade é importante? (p. 40)
Porque é comum a existência de enfoques restritos e unilaterais presentes para explicar sua emergência, funções e implicações! 
ALGUNS EXEMPLOS:
- Análises inspiradas em Weber, na maioria das vezes, limitam-se a discutir a eficiência e a eficácia das políticas sociais na tentativa de resolver os problemas sociais, sem o questionamento da sua (im)possibilidade de assegurar na sociedade capitalista justiça social e equidade. 
- Problematiza-se também o surgimento e o desenvolvimento das políticas sociais no contexto da acumulação capitalista e da luta de classes, com a perspectiva de demonstrar seus limites e possibilidades na produção do bem-estar nas sociedades capitalistas;
- Outras abordagens, situam o surgimento da política social como iniciativas exclusivas do Estado para responder as demandas da sociedade e garantir hegemonia;
- Outro exemplo são as abordagens que compreendem as políticas sociais apenas como funcionais à acumulação capitalista; 
“Esses enfoques não são, em si, equivocadas, pois as políticas sociais assumem de fato essas configurações. Mas são insuficientes e unilaterais porque não exploram suficientemente as contradições inerentes aos processos sociais e , em consequência, não reconhecem que as políticas sociais podem ser centrais na agenda de lutas dos trabalhadores e no cotidiano de suas vidas, quando conseguem garantir ganhos para os trabalhadores e impor limites aos ganhos do capital”(BEHRING, 2011, p. 37-38).
DIMENSÃO HISTÓRICA: é preciso relacionar o surgimento da política social às expressões da questão social que possuem papel determinante em sua origem.
DIMENSÃO ECONÔMICA: é preciso relacionar a política social com as questões estruturais da economia e seus efeitos para as condições de produção e reprodução da vida da classe trabalhadora.
DIMENSÃO POLÍTICA: preocupa-se em reconhecer as posições tomadas pelas forças políticas em confronto, o papel do Estado, os grupos que constituem as classes sociais.
DIMENSÃO CULTURAL: Os sujeitos políticos são portadores de valores e do ethos dos seu tempo. Ou seja, há projetos hegemônicos na sociedade, assim os sujeitos são direcionados intelectualmente e moralmente. Exemplo: retomada de valores liberais, responsabilidade individual pela condição da pobreza.
O estudo das políticas deve considerar sua múltipla causalidade e suas diversas dimensões
O capitalismo monopolista e a constituição da questão social
Na passagem do capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista, ocorrem profundas mudanças no cenário econômico e social; 
Traços basilares da ordem burguesa:
Exploração da mão de obra assalariada;
Disseminação da Alienação;
Transitoriedade da história;
 “o que importa observar e destacar com máxima ênfase é que a constituição da organização monopólica obedeceu à urgência de viabilizar um objetivo primário: o acréscimo dos lucros capitalistas de controle dos mercados”. (NETTO, 2005, p. 20). 
Com a introdução das novas tecnologias, aumenta a tendência de economizar o trabalho “vivo”;
“o monopólio faz aumentar a taxa de afluência de trabalhadores ao exército industrial de reserva” (SWEEZY, 1977, p. 304 apud NETTO, 2005, p. 21). 
 - Essa realidade contribui para o aumento da pauperização ou pobreza.
Isso se deve ao fato do capitalismo monopolista produzir o ápice “a contradição elementar entre a socialização da produção e a apropriação privada”(Idem, p. 24) da riqueza socialmente produzida. 
O Estado passa a ter um papel importantíssimo: eixo de intervenção que servirá para garantir os superlucros aos monopólios, por meio de muitas funções: 
assume o papel de empresário nos setores não rentáveis (especialmente aqueles que forneciam aos monopolistas, energia e matéria-prima, a baixo custo);
A assunção do controle de empresas capitalistas em dificuldades;
A entrega aos monopólios de complexos construídos com fundos públicos;
Estado: comitê executivo da burguesia
Investimentos públicos em transporte e infra-estrutura;
 “o Estado atua como um instrumento de organização da economia, operando notadamente como um administrador dos ciclos da crise”(NETTO, 2005, p. 26). 
 - Ele é o “comitê” executivo da burguesia. 
Constitui-se também entre as funções do Estado a garantia da conservação física da força de trabalho ameaçada pela superexploração :
 “A exploração abusiva a que é submetido – afetando sua capacidade vital – e a luta que o operariado desenvolve aparecerão, em determinado momento, para o restante da sociedade burguesa, como uma ameaça a seus mais sagrados valores, ‘a moral, a religião, e a ordem pública’. Impõe-se a partir daí, a necessidade do controle da exploração da força de trabalho. A compra e venda dessa mercadoria especial sai da pura esfera mercantil pela imposição de uma regulamentação jurídica do mercado de trabalho através do Estado” (IAMAMOTO, 2011, p. 134).
O Estado é obrigado a assegurar continuamente a reprodução e a manutenção da força de trabalho, ocupada e excedente através do sistema de previdência e segurança social . 
Destaca-se que “o capitalismo monopolista, [...], cria condições tais que o Estado por ele capturado, ao buscar legitimação política através do jogo democrático, é permeável a demandas das classes subalternas, que podem fazer incidir nele seus interesses e suas reivindicações imediatos” (NETTO, 2005, p. 29). 
As exigências da ordem monopólica tenciona a realidade social, tanto pelas exigências a ela inerentes, como pelos conflitos que ela faz surgir em toda a escala social! 
 Como fruto desses conflitos, tem-se: 
?
 
A CONSTITUIÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL
O processo de desenvolvimento do modo de produção capitalista na Europa;
Grande Fluxo migratório para os Estados Unidos;
A revolução Russa;
A 1ª guerra mundial(1914-1918);
A revolução industrial;
QUAIS FATORES CONCORRERAM PARA A CONSTITUIÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL?
6. A queda das mascaras do capitalismo;
7. Aumento do número de pessoas desempregadas (exército industrial de reserva);
Consolidação das lutas entre as classes antagônicas: trabalhadores x burguesia constituindo-se, assim, a questão social;
Passagem do capitalismo industrial para o capitalismo monopolista. 
O que é a QUESTÃO SOCIAL ?
DE MODO SIMPLÓRIO: É O CONJUTO DE PROBLEMAS SOCIAS ACARRETADOS PELO DESENVOLVIMENTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA. ESSES PROBLEMAS ERAM ACARRETADOS PELA ORDEM BURGUESA, NA MEDIDA EM QUE HAVIA UMA CONCENTRAÇÃO DO CAPITAL NAS MÃOS DOS PROPRIETÁRIOS DOS MEIOS DE PRODUÇÃO, GERANDO PARA CLASSE OPERÁRIA A MISÉRIA E TANTOS OUTROS PROBLEMAS SOCIAIS.
“as sequelas da questão social são recortadas como problemáticas particulares (o desemprego, a fome, a carência habitacional, o acidente de trabalho, a falta de escoamento, a incapacidade física etc.)” (NETTO, 2005, p. 32).
Mas, a questão social é apenas particularizada pelo aparecimento dos problemas sociais acarretados pelo M.P.C.?Não! “O desdobramento da questão social é também a questão da formação da classe operária e de sua entrada no cenário político, da necessidade de seu reconhecimento pelo Estado e, portanto, da implementação de políticas que de alguma forma levem em considerações seus interesses.”(IAMAMOTO, 2011, p. 135). 
 
 “A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu surgimento no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão.”(IAMAMOTO, 2011, p. 84).
A autora coloca, ainda, o debate da questão social como o ingresso da classe trabalhadora no debate político, ao dizer que...
Através do políticas sociais do Estado burguês no capitalismo monopolista!
 “Através da política social, o Estado burguês no capitalismo monopolista procura administrar as expressões de ‘questão social’ de forma a atenuar às demandas da ordem monopólica conformando, pela adesão que recebe de categorias e setores cujas demandas incorpora, sistemas de consenso variável, mas operante”( NETTO, 2005, p. 30). 
Sendo assim, como se dava a intervenção nas expressões da questão social? 
Filma curta-metragem: ILHA DAS FLORES, 1989. (Jorge Furtado)
Não se pode indicar com precisão um período de surgimento das primeiras iniciativas reconhecíveis de políticas sociais, pois elas se gestaram na confluência dos movimentos de ascensão do capitalismo com a Revolução Industrial, das lutas de classe e do desenvolvimento da intervenção estatal. Sua origem é comumente relacionada aos movimentos de massa e ao estabelecimento dos Estados-nação na Europa ocidental do final do século XIX.
Mas, a generalização da Política Social situa-se na passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista, em especial na sua fase tardia após a segunda guerra mundial(pós 1945). 
Origens da política social
“Em geral, é reconhecido que a existência de políticas sociais, é um fenômeno associado à constituição da sociedade burguesa, ou seja, do específico modo capitalista de reproduzir-se. Evidentemente que não desde os seus primórdios, mas quando se tem um reconhecimento da questão social inerente às relações sociais nesse modo de produção, vis à vis ao momento em que os trabalhadores assumem um papel político e até revolucionário. Tanto que existe certo consenso em torno do final do século XIX como período de criação e multiplicação das primeiras legislações e medidas de proteção social, com destaque para a Alemanha e a Inglaterra, após um intenso e polêmico debate entre liberais e reformadores sociais humanistas”(BEHRING, 2000, p. 2).
A caridade privada e as ações filantrópicas e algumas iniciativas pontuais com características assistenciais são identificadas como protoformas de políticas sociais. 
As primeiras legislações que geralmente são citadas são as leis inglesas, elas estabeleciam um código coercitivo do trabalho (CASTEL, 1998, p. 176), se espalharam pela Europa no período anterior a revolução industrial. 
Estatuto dos trabalhadores, 1349;
Estatuto dos artesãos, 1563;
Lei dos probres, (1531) (1601): manter a ordem das castas, impedir a livre circulação da força de trabalho;
Speenhamland(1795): caráter menos repressor, pagamento de abono em complementação ao salário, permitia ao trabalhador negociar a sua força de trabalho;
Nova lei do pobres, 1834: revoga a speenhamland marca o predomínio do primado liberal do trabalho “como fonte única e exclusiva de renda, relegando a limitada assistência ao domínio da filantropia “(BEHRING, 2011, p. 49-50).
TRABALHO LIVRE E ACUMULAÇÃO CAPITALISTA
P. 50-51.
As políticas sociais são respostas e formas de enfrentamento as expressões multifacetadas da questão social no capitalismo, cuja fundamento se encontra na relação de exploração do capital sobre o trabalho (p. 55).
E O QUE SÃO POLÍTICAS SOCIAIS?
O estabelecimento da jornada de trabalho e a luta multissecular entre capitalistas e trabalhadores
As expressões multifacetadas da questão social no capitalismo, cujo fundamento se encontra nas relações de exploração do capital sobre o trabalho. A produção e reprodução das relações sociais inscritas num momento histórico, sendo a questão social uma reflexão desse processo, trata-se da produção e reprodução, movimentos inseparáveis na totalidade concreta, de condições de vida de cultura de produção da riqueza. 
Se o processo de produção articula a valorização do capital ao processo de trabalho, ou seja, se o trabalho é o elemento decisivo que transfere e cria valor, então tal processo se refere, sobretudo à produção e reprodução de indivíduos, classes sociais e relações sociais: a política e a luta de classes são elementos internos à lei do valor e à compreensão da questão social. 
Continua...

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