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Coesão textual A coesão textual representa uma das características necessárias à construção de todo e qualquer discurso, conferindo-lhe clareza e objetividade. O texto não representa um simples emaranhado de palavras, dispostas de forma solta, desconexa. Seja ele constituído desta ou daquela intenção comunicativa, as partes que o compõem têm de estar entrelaçadas entre si, de modo a formar um todo lógico, preciso, coerente. Caso assim não se apresente, as ideias nele abordadas assemelhar-se-ão a uma colcha de retalhos, formada de partes desordenadas. Dessa forma, texto tem tudo a ver com tessitura, entrelaçamento. Mas para que tal aspecto se manifeste de forma efetiva, a presença de alguns elementos, considerados elementares, é necessária. Entre eles, a coesão, responsável por atribuir clareza, precisão e objetividade ao discurso ora proferido. Assim, podemos defini-la como um conjunto de recursos linguísticos de que dispõe a língua, de forma a estabelecer as ligações necessárias entre os constituintes de uma frase, entre as orações de um período e entre os parágrafos de um texto. Trata-se de uma relação harmoniosa, a qual permite ao leitor uma leitura agradável, fazendo com que o texto não se torne repetitivo, tampouco enfadonho. Nesse sentido, a coesão se subdivide em referencial e sequencial. A coesão referencial se caracteriza como uma retomada de determinados termos do texto antes expressos, manifestando-se sob dois processos. Dentre eles, destacamos: Substituição Tal processo se manifesta quando uma determinada palavra é retomada por intermédio de um elemento gramatical, seja ele um pronome, advérbio, numeral ou verbo. Vejamos alguns exemplos: Sua atitude desagradou a todos ali presentes. Da próxima vez não faça mais isso. Temos que o pronome demonstrativo “isso” se tornou responsável por estabelecer tal aspecto. Durante as férias visitamos lugares paradisíacos. No próximo ano lá voltaremos. Inferimos que o advérbio também se ocupou da mesma função. Reiteração Esse processo se faz evidente quando ocorre a repetição de determinadas expressões, sendo elas manifestadas pelo emprego de: → Palavras sinônimas: Aplaudimos seu desempenho durante a reunião, por isso recomendamos que continue mantendo essa performance, sempre. → Expressões nominais definidas: Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, continua lindo. → Nomes genéricos (coisa, gente, negócio, entre outros): Não entre nessa parceira, pois esse negócio pode ser arriscado. A coesão sequencial, embora não se manifeste pela retomada de termos, permite que o texto progrida normalmente. Assim como a anterior, revela-se sob dois processos: Sequenciação temporal Nela atestamos a presença de alguns recursos, tais como: → Encadeamento lógico, expresso por uma ordenação linear dos elementos: Fez as malas, despediu-se de todos e viajou. → Emprego de elementos que demarcam a ordenação das sequências temporais: Antes estava sem perspectivas, agora me sinto repleto de esperanças ao falar sobre o assunto. → Partículas temporais: Ontem parecia desacreditado, hoje se mostrou confiante. → Correlação de tempos verbais: Se pudesse voltar atrás não teria agido daquela forma. Sequenciação por conexão Ocorre mediante o uso de: → Preposições ou locuções prepositivas: O resultado não foi positivo, apesar do enorme esforço. → Conjunções ou locuções conjuntivas: Procure se aprimorar bastante, a fim de obter um cargo melhor. (finalidade) Promoveu um grande evento, porém não conseguiu agradar a todos. (adversidade) → Pausas: Pode ser que suas ideias o agradem, como pode ser também que...
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