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SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL

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SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
ABDOMINAL 
 
DEFINIÇÃO: Conjunto de disfunções orgânicas, decorrentes do aumento da Pressão 
intra-abdominal (PIA), prontamente revertidos pela descompressão da cavidade 
abdominal 
Uma disfunção orgânica sintomática que resulta do aumento da pressão intra-abdominal 
Pressão intra-abdominal (PIA): Pressão Intrínseca no interior da cavidade abdominal 
Hipertensão intra-abdominal (HIA): PIA> 12 mmHg (muitas vezes causando isquemia 
oculta) sem falência óbvia de órgãos 
Síndrome compartimental abdominal (SCA): HIA PIA > 20 mmHg com, pelo menos, 
uma falha de órgãos evidente 
 
FATORES DE RISCO PARA HIA e SCA: 
➔ Ressuscitação volêmica maciça (>10 L de cristaloide ou 5 L coloide em 24h) 
➔ Politransfusão 
➔ Cirurgia com cavidade torácica ou abdominal abertas 
➔ Hipotermia (< 33° C) 
➔ Coagulopatia (TTPA > 2 vezes o valor normal; INR > 1,5) 
➔ Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) 
➔ Sepse grave ou choque séptico 
➔ Disfunção hepática com ascite 
➔ Ventilação mecânica (PEEP > 10 cmH2O) 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
➔ Frequente causa de morbimortalidade entre pacientes criticamente enfermos 
➔ O aumento do seu reconhecimento, combinado com os recentes avanços no 
diagnóstico e manejo da PIA e da SCA tem resultado em significante aumento 
da sobrevida 
 
ETIOLOGIA: 
Aumento de volume de qualquer estrutura abdominal pode elevar a PIA (Lei de Laplace) 
➔ Lento e gradual = adaptação, efeitos deletérios mínimos 
➔ Abrupto > SCA propriamente 
A ressuscitação volêmica agressiva é a principal causa de SCA 
➔ A incidência de SCA nesse grupo de pacientes varia de 2% a 40% 
Em grandes queimados, a SCA é significativamente correlacionada com a extensão da 
queimadura (porcentagem da área corporal total), tipo e quantidade de solução 
cristaloide administrada na res- suscitação desses pacientes 
Em grandes queimados, a incidência cumulativa de SCA varia de 20% a 70% 
Em pacientes no pós-operatório, a incidência de SCA varia de 10% nos casos de 
pancreatite aguda grave, 31% em pacientes submetidos à transplante hepático e 40% 
após cirurgia abdominal de grande porte 
 
FISIOPATOLOGIA: 
A anormalidade fundamental é o aumento da PIA em compartimento não distensível, 
resultando em alteração no fluxo sanguíneo dos tecidos intracompartimentais, 
progredindo e afetando o retorno venoso e arterial 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Redução débito cardíaco 
➔ Achado mais comum 
➔ Diminuição do retorno venoso 
➔ Aumento da pressão intratorácica 
Cardiovasculares - Redução débito cardíaco 
➔ Aumento da resistência vascular periférica 
➔ A partir de 10mmHg 
➔ Pode ser revertida com a infusão de líquidos intravenosos 
Respiratórias 
Compressão do diafragma reduz o volume torácico e a complacência pulmonar, 
aumenta compressão em vias aéreas e causa alterações na relação V/Q 
➔ Gasometria: hipoxemia e hipercapnia 
➔ Ventilação mecânica para controle 
Renais - Insuficiência renal aguda 
➔ Diminuição da pressão de perfusão, levando a redução da TFG com 
consequente oligúria/anúria 
➔ Melhora prontamente com a descompressão do abdome 
Gastro intestinais 
➔ Hipertensão leito venoso > Edema de alças intestinais 
➔ Alteração barreira intestinal > Translocação bacteriana 
➔ Isquemia intestinal > Distúrbios metabólicos, hidroeletrolíticos 
Cirúrgicas 
Redução do fluxo sanguíneo aumenta a chance de deiscência e infecção de sítio 
cirúrgico 
 
DIAGNÓSTICO: 
➔ Suspeitar na presença de fatores de risco 
➔ Abdome tenso e distendido, oligúria progressiva com PVC normal e hipóxia, com 
elevada pressão inspiratória final 
CONFIRMAÇÃO = Medida da PIA 
Direta: Cateter intra-abdominal, Cateter VCI 
Indireta: Cateter vesical, Cateter nasogástrico 
 
TRATAMENTO: 
DESCOMPRESSÃO DO ABDOME 
➔ Na presença de oligúria, hipoxemia e elevadas pressões inspiratórias 
➔ PIA > 25 com oligúria 
➔ PIA > 35 = urgência 
Durante o procedimento pode ocorrer hipotensão arterial transitória 
Correção dos distúrbios metabólicos antes da cirurgia

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