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Introdução A pasta zinco-enólica possui alguns outros nomes, como pasta para impressão e pasta Lysandra, que é o laboratório que produz esse material. Ela nada mais é do que um material anelástico, à base de oxido de zinco e eugenol, que toma presa de forma sólida e friável. Da mesma forma que a godiva, trata-se de um material que, ao tomar presa, fica bem sólido e, se cair, pode fraturar. Mas é importante ressaltar que a godiva não toma presa, pois se trata de um material termoplástico, diferentemente da pasta zinco-enólica. No caso da pasta zinco-enólica temos uma reação de presa química, que se dá a partir da mistura dos dois materiais. Composição Química A pasta zinco-enólica é composta por uma pasta base e uma pasta catalizadora (ativadora). A pasta base contém óxido de zinco, resina hidrogenada, breu, acetato de zinco, cloreto de magnésio e óleo mineral. Já a pasta catalizadora contém eugenol, resina vegetal, ácido acético e óleo de oliva. Apresentação A pasta zinco-enólica se apresenta no mercado como dois tubos. Em um tubo temos a basta ativadora e no outro temos a pasta base. Mas nem todos os fabricantes seguem esse tipo de apresentação do material. Normalmente, a abertura da pasta catalizadora permite a saída do dobro de material da pasta base. Caso a abertura desses dois tubos seja do mesmo tamanho, é importante ficar atento à dosagem do material. No modelo padrão a pasta base é branca e contém o óxido de zinco, enquanto que a pasta catalizadora é rosa ou de outra cor e contém o eugenol. Existem dois tipos de espessura de pasta disponíveis no mercado: a do tipo 1, mais espessa, utilizada para fazer a moldagem secundária em que o detalhamento desejado não seja muito minucioso. Se o detalhamento da moldagem secundária desejado for mais minucioso a indicação é a pasta do tipo 2, que é mais fluida, o que resulta na obtenção de mais detalhes. Não se faz a primeira moldagem com a pasta zinco- enólica. O que se faz é uma moldagem sobre a feita anteriormente, que poderia ser de godiva, por exemplo, com o objetivo de proporcionar mais detalhes. Propriedades A proporção de pasta catalizadora para pasta base é de 2 para 1. É por conta disso que quando a saída do tubo da pasta catalizadora possui o dobro do tamanho da saída do tubo da pasta base as proporções de material ficam adequadas. Se os dois tubos possuírem os mesmos tamanhos de saída, é necessário que o tamanho da “fileira” da pasta catalizadora seja o dobro do tamanho da “fileira” da pasta base. Por exemplo, se a “fileira” de pasta base tiver 3 cm, é necessário que a fileira de pasta catalizadora tenha 6 cm. Se a dosagem não for bem proporcionada, o tempo de presa, a rigidez e demais propriedades do material serão alterados. Em condições normais, o tempo de presa inicial da pasta zinco-enólica é de 3 a 5 minutos, enquanto que o tempo para que ocorra a presa final é de cerca de 10 minutos. No entanto, a presa inicial já permite retirar o material da boca do paciente, pois já suporta a pressão de remoção sem que ocorra fraturas. Passados os 10 minutos para a presa total, pode-se também preencher o molde com o material de confecção do modelo. A resistência e a rigidez desse material à compressão é basicamente a mesma do óxido de zinco e eugenol do tipo II, que é de 70 Kg/cm². Com relação à estabilidade dimensional, que é outra propriedade desse material, pode-se considerar como sendo boa. Isso quer dizer que o material não irá alterar o formato que assumiu demasiadamente após a moldagem tomar presa. A alteração dimensional desse produto é de 0,1%, o que é aceito pela American Dental Association (ADA). Essa alteração é aceitável e não implicará em quaisquer problemas consideráveis no modelo. Com isso, a pasta zinco-enólica é considerada um material com estabilidade dimensional adequada. Pela sua rigidez, após a presa, a pasta zinco-enólica também traz uma reprodução de detalhes muito boa. É justamente por ser melhor na reprodução de detalhes do que a godiva que ela é usada na moldagem secundária. Embora apresente uma boa precisão de moldagem, esse não é considerado um material de uso pra moldagem. O emprego dele se dá para a obtenção de Materiais Anelásticos Pasta Zinco-enólica ] detalhamento e segunda moldagem. Normalmente se realiza a primeira moldagem com a godiva, obtendo o molde que será preenchido com o gesso adequado. O gesso então toma presa e obtém-se o modelo. Com esse modelo de gesso se prepara em uma moldeira individual de resina acrílica (trata-se de uma moldeira é feita sobre o modelo de gesso). Após a confecção dessa moldeira se realiza a aplicação da pasta zinco-enólica sobre os pontos que precisam ser melhor detalhados e ela é levada novamente para a boca do paciente para a obtenção dos detalhes. Por conta disso, é muito importante que a pasta zinco-enólica tenha uma adesão adequada à moldeira individual de resina acrílica ou ao molde preliminar, com godiva, pois se ela for levada à boca do paciente e, quando retirada, a moldeira de resina acrílica sair e a moldagem secundária de pasta zinco-enólica ficar na boca do paciente, ela terá se perdido. Essa moldagem também pode ser feita no próprio molde de godiva. Nesse caso, a obtenção do detalhamento pode ser feita pela placa de godiva de espessura mais fina ou pela pasta zinco-enólica. As cores das pastas base e catalizadora são geralmente bem contrastantes – geralmente uma é branca e a outra é vermelha –, pois é importante que ocorra uma boa homogeneização do material durante a sua manipulação. Indicações A pasta zinco-enólica tanto pode ser utilizada na moldagem para prótese total quanto na moldagem para prótese parcial removível. Nesses casos, realiza-se a moldagem preliminar da arcada com a godiva e um ou outro dente pode ser isolado (para que não se tenha problema com a godiva) e preenchido em seguida com uma fina camada de pasta zinco-enólica para que se obtenha o detalhamento que faltou na godiva. Outra opção seria confeccionar a moldeira individual de resina acrílica a partir de uma moldagem com alginato. A partir disso, pode-se fazer o detalhamento com a pasta zinco-enólica na moldeira individual. Utilizado apenas com moldeira individuais de resina acrílica ou sobre moldagem anatômica com godiva, numa camada fina (moldagem corretiva). A pasta zinco-enólica é sempre utilizada no preparo da moldagem corretiva, ou seja, na correção de alguma parte do molde que não foi completamente detalhado e que esse detalhamento precisa ser obtido. Proporção É importante que se tenha comprimentos iguais de ambas as pastas, ou seja, na proporção de 2:1 (2 de pasta catalizadora para 1 de pasta base), para que a manipulação seja feita com a proporção correta. Na imagem a seguir observa-se que os tubos de pasta zinco-enólica com tamanhos diferentes, o que permite que, quando do mesmo tamanho, as proporções de base e catalizador estejam adequadas. Técnica de Manipulação A manipulação da pasta zinco-enólica pode ser feita diretamente na placa de vidro ou no bloco de papel impermeável. Para aplicar a proporção adequada das pastas pode-se realizar a compressão simultânea ou não dos dois tubos por comprimentos lineares e iguais das duas pastas, mantendo a proporção de 2:1. Para a manipulação se utiliza a espátula rígida de aço inox número 36, que possui uma parte ativa maior. Essa parte ativa avantajada da espátula favorece a homogeneização mais rápida do material A forma de manipulação é muito simples, homogeneizando as duas pastas devidamente proporcionadas em um papel encerado ou na placa de vidro. Ela deve ser feita de forma enérgica e rápida, com a espátula paralela à placa (para aproveitar bem a parte ativa da espátula), por 1 minuto, até uniformizar a cor. Moldagem Preliminar vs Moldagem Funcional A moldagem preliminar ouanatômica seria a primeira etapa de uma moldagem que precisa de mais detalhamento, como é o caso da moldagem do rebordo irregular. Nesse caso se utiliza a moldeira de estoque, onde é colocado o material de moldagem selecionado. Com isso, reproduz-se o rebordo alveolar/arcada e se consegue visualizar os limites anatômicos da maxila/mandíbula sem muito detalhamento, por melhor que seja o material de moldagem. A moldagem funcional seria a segunda etapa da moldagem. Nela se busca obter o detalhamento em locais em que ficou faltando, geralmente fazendo uso da moldeira individual de resina acrílica, obtida através do modelo da moldagem preliminar. Essa moldagem funcional reproduz com fidelidade todos os acidentes anatômicos da área chapeável, identificando inserções de freios, mucosa livre etc. Trata-se de uma moldagem feita com os músculos em função, onde se pede que o paciente realize pequenos movimentos de lateralidade para que o modelo reproduza a localização de onde estão agindo os músculos d paciente para que se possa proporcionar o alívio dessa musculatura na confecção da prótese. Técnica de Moldagem Na técnica de moldagem a mistura dos materiais é espalhada sobre a moldeira individual, que é levada à boca do paciente de forma semelhante à moldagem preliminar. Após isso, realiza-se a compressão da moldeira e se orienta o paciente a fazer alguns movimentos faciais para copiar os freios, bridas, inserções musculares etc. Assim como é feito em qualquer tipo de moldagem, o molde deve ser mantido na boca sem perturbação, até que ocorra a presa, para evitar deformações. No caso da pasta zinco-enólica e de alguns outros materiais, a saliva pode acelerar a reação de presa, o que pode provocar o rápido endurecimento do material nos locais com maior quantidade de saliva. Marcas Comerciais Lysanda (SS. White); Pasta para moldagem Horus (Herpo); Pasta para impressão Cavex (Caulk); Pasta para moldagem (Lee Smith).
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