Buscar

Bem de Família

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bem de Família 
Bem de família é um imóvel que tem como finalidade a segurança da 
célula familiar, como diz Álvaro Villaça Azevedo (2010, fl. 80) “O bem de família 
é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel onde a mesma 
instala o domicilio impenhorável e inalienável, enquanto forem vivos os 
cônjuges e até que os filhos completem a sua maioridade.”. 
Constitui-se bem de família a entidade familiar, pelo separado 
judicialmente ou de fato, e por terceiro conforme o caso. Conforme art. 1.567 
do Código Civil "Exercida em colaboração pelo homem e pela mulher, sempre 
nos interesse do casal e dos filhos". 
O bem está vinculado ao filho ainda incapaz ou relativamente incapaz, 
porque ele ainda está sob custódia do instituidor, não podendo o filho que 
atingiu a maioridade alegar que o mesmo patrimônio seja seu bem de família. 
Havendo filho, ainda que maior interdito, sujeito a curatela, diz o artigo 1.722, 
permanecerá o benefício ainda que sobrevindo a morte de ambos os pais. 
O Conceito que Álvaro V. Azevedo (fl. 189) da ao bem de família: 
“O objeto do bem de família e o imóvel, urbano ou 
rural, destinado à moradia da família, não importando a 
forma de constituição esta, bem como os moveis que 
guarnecem a residência do seu proprietário ou possuidor. 
A criação desse bem de família independe de 
qualquer formalidade: basta residir em imóvel próprio para 
que este seja bem de família, como os bens moveis que o 
guarnecem ou residir em imóvel alheio, ara que os 
mesmo bens moveis também sejam de família." 
Antonio Chaves conceitua o bem de família como um “patrimônio 
separado, constituído por bem imóvel isento de execução por divida posterior à 
sua instituição pelos cônjuges, por um deles ou por terceiros, vedada sua 
alienação ou alteração de seu destino, que e o de garantir, obedecidos os 
requisitos, limites e formalidades da lei, a estabilidade e o centro do lar, durante 
a vida de cada um daqueles e dos seus filhos, enquanto menores.”, conclui, no 
tocante a natureza jurídica do instituto em causa, que, por essa conceituação, 
verifica-se que ele é um “patrimônio com destinação especifica.”.(Tratado 
de Direito Civil, Parte Geral, Revista dos Tribunais, São Paulo, 1982, 3 ed., 
refundida de Lições de Direito Civil, Parte Geral, v. I, PP. 1107-1109.) 
Assim, em face da lei, os elementos que constituem o bem de família 
são: os cônjuges ou a entidade familiar, por si só ou individualmente, que o 
constituem ou um terceiro (art. 1711 do código civil); o prédio 
de propriedade do instituidor e a sua destinação ao domicilio familial, ficando 
isento de execução por dívidas posteriores a instituição, com exceção dos 
tributos que recaírem sobre o mesmo prédio ou de despesas condominiais (art. 
1715); a imutabilidade de destinação acima dita e a inalienabilidade do referido 
https://jus.com.br/tudo/curatela
https://jus.com.br/tudo/direito-civil
https://jus.com.br/tudo/propriedade
prédio, sem o consentimento dos interessados (art. 1717), e a publicidade no 
Registro de Imóveis (art. 1714). 
Bem de Família Voluntário 
Muito bem detalhado no Código Civil de 2002, a Lei pátria possui 
um Subtítulo específico para discipliná-lo, com 12 artigos (1.711 ao 
1.722). 
Para o bem ser classificado como Voluntário, de acordo com o 
artigo 1.714, requer expressa manifestação de vontade em escrito 
público. 
Art. 1.714. O bem de família,quer instituído pelos 
cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu 
título no Registro de Imóveis. 
Desnecessário um maior desenvolvimento de seu conceito, que 
decorre de sua própria expressão – domicílio familiar (art. 1.712). 
O Subtítulo IV do Código Civil prevê de forma expressa e peremptória, 
a constituição voluntária do bem de família. Com o registro obrigatório no ofício 
imobiliário da situação do bem, destinado que é ao abrigo ou proteção familiar. 
Afasta-se, de vez, a dúvida de que, com o advento da lei 8.009/90, o regime 
único do bem de família seria o da citada lei, em face da revogação das 
disposições legais até então vigentes. Subsistem, lado a lado, o voluntário e o 
involuntário – ou legal –, com objetivos idênticos. 
Bem de Família Legal / Involuntário 
É o bem descrito pela Lei 8.009 de 29 de março de 1990, que 
para classificá-lo como bem de família independe da iniciativa para 
constituição. 
O Normativo com 08 artigos prevê a impenhorabilidade do único 
imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia 
permanente. 
O que o Bem de Família impõe 
Como explicado no tópico acima, o bem de família é um bem 
garantido, nenhum tipo de ônus irá atingi-lo, pelo simples fato que está 
intrínseco ao seu conceito, bem de família é o imóvel que garante a 
segurança do instituto família. O bem de família é isento de execução 
por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as provenientes de 
tributos ao prédio ou de despesas de condomínio. 
A impenhorabilidade do bem de família esta prevista em súmula 
do Supremo Tribunal de Justiça, que estabelece o requisito da 
“moradia”: 
https://jus.com.br/tudo/impenhorabilidade
Sumula 486: É impenhorável o único imóvel 
residencial do devedor que esteja locado a terceiros, 
desde que a renda obtida com a locação seja revertida 
para a subsistência ou a moradia da sua família. 
O artigo 1.715 prevê que pelos débitos tributários e despesas 
condominiais, o imóvel não estará a salvo de futuras execuções, 
podendo ser arrestado ou penhorado, com a conclusão lógica de que a 
impenhorabilidade, que é o grande efeito do bem de família, não é 
absoluta, mas cede às execuções das chamadas obrigações propter 
rem. 
A Lei 8.009/90 prevê a impenhorabilidade que poderá ser oposta 
em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, 
trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 
• Pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à 
construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos 
constituídos em função do respectivo contrato; 
• Pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o 
bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou 
conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela 
dívida; 
• Para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições 
devidas em função do imóvel familiar; 
• Para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real 
pelo casal ou pela entidade familiar; 
• Por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de 
sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou 
perdimento de bens. 
• Por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. 
Sob a natureza jurídica do bem de família, a instituição afeta o 
patrimônio temporariamente a ter um destino próprio, gerando efeitos 
não apenas no âmbito dos credores, decorrente da cláusula de 
impenhorabilidade, mas atingindo diretamente o proprietário que passa a 
ter seu direito limitado no tempo, condição de inalienabilidade. O imóvel, 
ao tempo da instituição, deverá estar livre e desembaraçado de qualquer 
ônus de maneira a garantir aos beneficiados o pleno exercício de seu 
direito. 
Quanto à alienação do bem de família, nada impede que os 
responsáveis pelo bem ao tempo da instituição, com boa-fé o aliene a 
fim de melhorar as condições da família, ficando impedido de penhorá-
lo. Como dito acima o bem deve sempre estar desembaraçado. De 
https://jus.com.br/tudo/penhor
acordo com o artigo 1.717 do Código Civil poderão ser alienados com o 
consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o 
Ministério Público (responsável pelos interesses dos menores envolvidos 
e verificação da veracidade dos fatos). 
Interessante observar a aparente contradição com o bem de família 
legal, de acordo com o qual o legislador, nos incisos II e V do artigo terceiro da 
lei 8.009/90, aduz que as hipotecas constituídas para garantir qualquer 
empréstimo mesmo que destinado à aquisição da casa própria parao abrigo 
familiar, os imóveis não estariam protegidos ou amparados pela 
impenhorabilidade, podendo sofrer as consequências normais de um processo 
de execução. 
Registro 
O registro, por força do contido nos artigos 1.714, do Código 
Civil, e 261, da lei 6.015/73 (Regulamento dos Registros Públicos), 
apresenta eficácia constitutiva, provocando a sua publicidade 
conhecimento erga omnes, com aptidão para produzir o efeito de 
resguardar a boa-fé de terceiros. Se a propriedade é adquirida pelo 
registro (art. 1.227), de igual maneira os efeitos do ato solene, formal e 
jurídico surgido pela manifestação de vontade são irradiados pelo 
registro obrigatório, desencadeando, nesse momento, o efeito 
constitutivo. 
Requisito essencial e indispensável para fins registrários é a 
condição de proprietário com título aquisitivo e definitivo registrado, em 
estrita observância aos princípios da continuidade e disponibilidade, e 
que o bem esteja a salvo de ônus ou gravames, em condições de 
solvência e ocupação pela família. 
O ordenamento limitará o bem de família, requisito observado no 
momento do registo, de acordo com o artigo 1.711 o limite do valor do 
bem deverá ser de até um terço (1/3) do patrimônio líquido dos 
instituidores. 
Pacífico o entendimento sobre o bem de família instituído por 
testamento ou doação, levado a registro, sob aceitação dos 
beneficiados. 
Permanece íntegro o procedimento registral do bem de família 
previsto nos artigos 260 a 265 do Regulamento de Registros Públicos 
(lei 6.015/73). A publicidade por meio das publicações dos editais, 
exigida pela lei especial e instrumental, para prevenir credores contra 
possíveis prejuízos e eventual direito de impugnação bem como impedir 
sua concretização, tornando público o ato é condição sine qua non ao 
registro constitutivo do bem de família. 
Duração do Bem de Família 
Os dispositivos do Código Civil são esclarecedores quanto ao tempo de 
duração do bem de família. Como as pessoas beneficiadas pela instituição são 
os cônjuges, os integrantes da entidade familiar, conviventes ou o responsável 
pela família monoparental, o tempo está condicionado à vida daqueles e 
enquanto perdurar a menoridade e incapacidade destes (art. 1.716 e 1.722). 
Havendo filho maior sob a curatela, permanecerá o benefício. 
A dissolução da sociedade conjugal, não é forma extintiva do bem de 
família, conforme expressa o artigo 1.721. 
O cônjuge sobrevivente poderá pedir a extinção, se for o único bem do 
casal (§ único, art. 1.721), que não se dá automaticamente, mas revestido das 
cautelas legais, em procedimento adequado e ordem judicial, da mesma forma 
que não se pode alterar nem alienar o destino do prédio e os valores 
mobiliários sem o consentimento dos interessados e seus representantes 
legais, ouvido o Ministério Público (artigo 1.717). Como a alienação é forma de 
extinção, a liberação importa em intervenção judicial.

Outros materiais