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O PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES

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INTRODUÇÃO 
De maneira preliminar, é imprescindível separar os componentes que 
constituem o pensamento. Portanto, há o conceito, o juízo e o raciocínio, elementos 
estes participantes do processo de pensar e limitados a direção, ao formato e ao 
material do pensamento. Dessarte, ele é formado por elementos sensoriais, visto que 
tais elementos podem fornecer o cerne na elaboração do pensar através de imagens 
compreensíveis e representações. 
Como mencionado anteriormente acerca dos componentes constituintes do 
pensamento e para que haja uma melhor compreensão do assunto, o pensamento 
pode ser divido em três segmentos. O primeiro, o conceito, nasce a partir de 
percepções e representações, entretanto não é algo passível de observação e sim 
uma parte apreendida pelo intelecto. Além disto, possui duas características próprias, 
a primeira é marcada pela supressão de características sensoriais da representação 
dos objetos por meio da conceitualização, limitando-se a isto, de maneira pura. A 
segunda aparece como a generalização, assim pensando em um objeto qualquer 
como um lápis, por exemplo, o conceito pode ser abstraído e generalizado, 
alcançando um número maior de objetos ou fenômenos iguais. 
Por sua vez, o juízo, pode ser entendido como um processo capaz de formar 
relações entres conceitos basilares. Deste modo, ao pensar no conceito lápis e 
utilidade, é possível estabelecer uma relação entre os dois objetos. 
E por último, o raciocínio, com o papel de relacionar os juízos. O 
desenvolvimento desta função é singular, pois estabelece relações entre os conceitos, 
continuidade de juízos, ligações de conhecimentos, de maneira que um emana do 
outro. Desse modo, o elo entre conceitos acaba por gerar juízos, o mesmo acontece 
com juízos, uma vez que o vínculo entre estes resulta em novos juízos. Assim sendo, 
o raciocínio e o pensamento estão em constante evolução. 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 O pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais que fornecem 
essência para o processo do pensar, que são as imagens perspectivas e as 
representações. Desde Aristóteles, o pensamento divide-se em três operações 
básicas: os conceitos, os juízos e o raciocínio. 
 O conceito se forma a partir das representações, então, apresenta-se apenas 
como um elemento puramente cognitivo e intelectivo, sem resquício sensorial, ou seja, 
não é possível visualizar, sentir ou ouvir um conceito. Para a formação de um conceito, 
há dois passos a serem seguidos: 
 A eliminação dos caracteres sensoriais, os quais marcam essencialmente as 
representações. Por exemplo, quando se fala sobre uma camiseta, pode-se 
imagina-la sendo preta, grande, de algodão, xadrez, etc. Quando se 
conceitualiza a camiseta, como um objeto de uso pessoal, uma peça de roupa, 
utilizado como veste, divide-se da dimensão sensorial, ficando apenas a 
conceitual. 
 Generalização, seria a síntese de vários fenômenos, ou seja, a camiseta pode 
ser de qualquer cor, tamanho, material, etc. É justamente o englobado de 
fenômenos singulares. 
 O juízo é o processo no qual há o estabelecimento de relações significativas 
entre os conceitos básicos. Consiste na relação entre dois conceitos, por exemplo, 
juntando o conceito de ‘’camiseta’’ e ‘’utilidade’’, formula-se o juízo de que a camiseta 
é útil. Nas dimensões linguísticas, o conceito seria a palavra e o juízo a frase. 
 O raciocínio é a processo que forma os juízos, ou seja, é o modo de ligação 
entre os conceitos, que acabam gerando outros juízos. 
 O processo de pensar também pode-se dividir da seguinte forma: o curso, 
representando a velocidade e o ritmo do pensamento; a forma, que representa a forma 
como se desenvolve os pensamentos, sendo uma espécie de ‘’arquitetura’’ básica do 
pensamento; por fim, o conteúdo, representando os temas predominantes, assuntos 
e os interesses do indivíduo. 
 
 
 As alterações dos elementos constitutivos do pensamento são divididas 
da seguinte forma: 
 Alteração dos conceitos: 
 A desintegração dos conceitos, que representa a desintegração/perda do 
significado original, nesse sentido, as palavras podem ter significados 
diversos, e também, podem acabar representando justamente o oposto do 
sentido original. Ou seja, a palavra ‘’sim’’, deixa de significar uma afirmação e 
passa a ter o sentido contrário. Essa alteração pode ser visível em pacientes 
com esquizofrenia e síndromes demenciais. 
 A condensação dos conceitos, ocorre quando dois ou mais conceitos se 
juntam formando um novo conceito. No campo linguístico, isso é denominado 
de neologismo. 
 Alterações dos juízos: 
 Temos o juízo deficiente, que seria a deficiência intelectual e a pobreza 
cognitiva por conta da elaboração prejudicada dos juízos, ocorrendo bastante 
nos déficits intelectuais. Eles são simples, concretos e influenciáveis. 
 Quando as alterações do raciocínio e do estilo de pensar, o que é 
caracterizado pelo pensamento normal é regido pela lógica formal e orientado 
segundo os princípios culturais no qual o indivíduo está inserido. Na visão aristotélica 
os princípios básicos do pensamento lógico-formal são divididos em três regras: 
 Princípio da identidade ou da não-contradição: Se A é A, e B é B, logo, A não 
pode ser B; 
 Princípio da Causalidade: Se A virar B, B não vira A. O A sempre é a causa 
de B. 
 Lei da parte e do todo: Se A faz parte de B, B não faz parte de A. 
 Além disso, a história manifesta outros tipos básicos de pensamentos, são eles: 
 Pensamento/método Dedutivo: parte de esquemas, axiomas, teoremas bem-
arquitetados, a fim de chegar na verdade. É mais lógico e usados mais nas 
ciências matemáticas; 
 Pensamento/método Indutivo: parte da observação dos fatos elementares, da 
experimentação e da compreensão dos fenômenos, a fim de chegar em 
conclusões e concepções gerais. É mais usado pelas ciências naturais e 
ciências sociais; 
 Pensamento/método intuitivo: seria a compreensão direta e imediata, sendo 
um tipo de conhecimento primário, independente da percepção sensorial. 
Tipos alterados de pensamento 
 Em um indivíduo afetado por doenças mentais o tipo e estilo do pensamento 
são precariamente lógicos, é normal as pessoas utilizarem estereótipos, decisões são 
tomadas sem evidenciar os fatos necessários, fazendo com que haja um salto de 
impressões para conclusões aparentemente certas. Uma grande parte de crenças 
preconceituosas, sociais ou pessoais são mantidas de forma insistente por um 
número até considerável de pessoas. Tudo isso torna difícil a discriminação entre 
pensamentos normais e patológicos, principalmente no que concerne aos tipos de 
pensamento e o estilo que é pensado, de qualquer maneira, a psicopatologia acaba 
registrando uma série de pensamentos que comumente são associados a estados 
mentais que possuem alteração e transtornos psiquiátricos. 
 Pensamento mágico: Esse pensamento fere frontalmente os princípios da 
lógica formal, bem como os indicativos imperativos da realidade. E segue os 
desígnios dos desejos, fantasias e dos tremores, conscientes ou inconscientes. 
O antropólogo natural da Inglaterra James Frazer (1911-1982) estudou a 
magia em distintas culturas. Embora suas teses não sejam aceitas nos dias 
atuais, algumas definições são úteis se olharmos do ponto de vista didático. 
 Pensamento dereístico: É um tipo de pensamento oposto ao pensamento 
realista, que se submete à lógica e realidade. Esse pensamento 
só obedece esses quesitos naquilo que o indivíduo demonstra interesse, 
fazendo com que ele distorça a realidade para que se adapte aos seus desejos. 
O pensar volta muito mais ao mundo interno do indivíduo, ou seja, ele se torna 
mais individualista. 
 Pensamento concreto: Não ocorre uma distinção entre a dimensão abstrata 
e simbólica e dimensão concreta e imediata dos fatos. Por isso, o indivíduo não 
consegue entender ou utilizar as formas metafóricas,o pensamento é aderido 
ao nível sensorial da experiência. Nesse pensamento, falta o desenvolvimento, 
na parte da ironia, subentendendo o duplo sentido, bem como categorias 
abstratas no geral. 
 Pensamento inibido: Nele, há uma diminuição da velocidade e do número de 
conceitos, juízos e representações utilizados no processo de pensar, fazendo 
com que se torne um pensamento mais lento, sem muita produção à medida 
que o tempo flui. Ocorre em quadros demenciais e depressivos graves. 
 Pensamento vago: As relações conceituais da formação dos juízos e a 
concatenação destes em raciocínios são caracterizadas pela imprecisão. 
Nele, o paciente expressa um pensamento bastante ambíguo, podendo 
mesmo parecer obscuro. Não há necessariamente um empobrecimento do 
pensamento, mas a marcante falta de clareza e precisão do raciocínio. Esse 
pensamento pode ser um sinal da fase de início da esquizofrenia ou ocorrer em 
quadros de demência em estágio inicial. 
 Pensamento prolixo: O paciente não chega a conclusão sobre o tema que 
está sendo-lhe exposto, apenas após muito tempo de esforço, o paciente dá 
longas voltas ao redor desse tema, mesclando de forma imprecisa o essencial 
com o supérfluo. Como exemplo disso podemos citar a tangencialidade, que 
ocorre quando o paciente responde o que lhe é perguntado de forma oblíqua e 
irrelevante. E a circunstancialidade, que significa uma forma de o paciente ficar 
“rodando em volta do tema” sem uma conclusão precisa. 
 Pensamento deficitário: É um pensamento de estrutura pobre ou dimentar. O 
indivíduo tende ao raciocínio concreto, os conceitos desse pensamento são 
escassos e utilizados em sentido mais literal que abstrato ou metafórico. Nele, 
não há falta de da generalização e da utilização da memória, sempre 
vinculadas às necessidades que são mais imediatas do sujeito. Há pouca 
flexibilidade na aplicação de regras e conceitos aprendidos.A memorização de 
determinados conteúdos, como por exemplo, números de telefone, ruas, 
nomes e carros pode ser muito extensa, porém é mecânica e rígida. Esse 
fenômeno de memorização é nominado ilhotas de memória, ocorre geralmente 
em deficientes mentais e autistas, que em função disso eram chamados de 
“idiotas-sábios”. 
 
Pensamento demencial 
 Esse pensamento trata-se de um pensamento pobre, tal empobrecimento é 
desequilibrado, no qual o empobrecimento é mais homogêneo. Em algum momento, 
o pensamento demencial pode revelar enunciados mais ou menos complexos, embora 
em geral seja imperfeito, irregular, sem uniformidade ou consistência. No que diz 
respeito a conceitos abstratos e raciocínios diferenciados e complexos, podem-se 
observar os resquícios do pensamento demencial, embora com o avanço da síndrome 
demencial predomine cada vez mais o pensamento pobre, específico e desordenado. 
Nos estágios iniciais, as pessoas com demência freqüentemente tentam esconder 
suas dificuldades cognitivas. Quando tiver dificuldade em encontrar palavras (uma 
característica do início da demência), ele procurará termos mais gerais e evitará 
adjetivos e substantivos específicos. 
 
Pensamento confusional 
 Devido à confusão, pensamentos incoerentes e processos tortuosos, que 
impede que o indivíduo aprenda de forma clara e precisa os estímulos ambientais e 
possa, então processar corretamente seu próprio raciocínio. Devido às mudanças na 
consciência, atenção e memória imediata, são evidentes as dificuldades em 
estabelecer a conexão entre conceitos e julgamentos, que dificultam a correta 
formação do raciocínio e colocam o indivíduo em estado de confusão e impotência. 
Ocorre principalmente na síndrome de confusão aguda. 
 
Pensamento desagregado 
 Este é um pensamento completamente incoerente, no qual conceitos e 
julgamentos não são expressos de forma lógica. Os pensamentos gerados pelo 
paciente aparecem como palavras misturadas ao acaso, sem qualquer comunicação 
com o interlocutor. A linguagem correspondente é a chamada "salada de palavras". 
Ocorre nas formas graves e tardias de esquizofrenia. 
 
Pensamento obsessivo 
 Aqui, predominam representações ou ideias, embora tenham um conteúdo 
absurdo ou repulsivo para o indivíduo, são impostos à consciência de forma duradoura 
e incontrolável. Isso determina a luta constante entre os obsessivos que 
repetidamente retornam à consciência e os indivíduos que se esforçam para expulsá-
los da consciência, resultando em um estado de angústia constante. Muitas vezes, 
em pacientes com transtorno obsessivo grave, também existem aspectos do 
pensamento mágico. 
 
Alterações do processo de pensar 
Curso do pensamento 
 As principais mudanças no processo de pensamento são a aceleração, 
desaceleração, obstrução e roubo do pensamento. 
 
Aceleração de pensamento 
 Os pensamentos fluem muito rápido e uma ideia segue-se rapidamente uma à 
outra. Ela ocorre nos quadros de mania, na esquizofrenia, ansiedade intensa, psicose 
tóxica (especialmente anfetaminas e cocaína) e ansiedade e depressão. 
 
Lentificação do pensamento 
 O progresso do pensamento é lento e difícil. Existe um certo atraso entre a 
pergunta e a resposta. Ocorre principalmente na depressão grave, em alguns casos 
de rebaixamento do nível de consciência sob certas intoxicações (por substâncias 
sedativas) e certos quadros psico- orgânicos. Bloqueio de pensamento, quando um 
paciente está relatando algo, no de correr da conversa, ele interrompe repentinamente 
seu pensamento e, quando não há razão óbvia, ocorre um bloqueio de pensamento. 
 
Roubo do pensamento 
 Esta é uma experiência geralmente associada à obstrução do pensamento. 
Nessa experiência, um indivíduo tem uma sensação distinta de que seus 
pensamentos foram roubados de suas mentes por forças ou entidades externas, 
máquinas, antenas, etc. O roubo de pensamento é uma experiência de influência. O 
roubo de pensamento é um sintoma típico da esquizofrenia. 
 
Forma de pensamento 
 As principais mudanças na forma ou estrutura dos pensamentos são: a 
dispersão dos pensamentos, a separação e incoerência dos pensamentos, o 
afrouxamento das associações e o descarrilamento e desintegração dos 
pensamentos. 
 
Fuga de ideias 
 É uma mudança na estrutura do pensamento, secundária a uma aceleração 
significativa do pensamento, em que uma ideia segue a outra muito rapidamente, 
rompendo a conexão lógica entre julgamento e conceito. Segundo Nobre de Melo 
(1979), na fuga de idéias há o progressivo afastamento da idéia diretriz ou principal, 
sem prejuízo manifesto, contudo, para a coerência final do relato. Tal noção de 
preservação da coerência na fuga de idéias não é aceita por todos os autores. A fuga 
de idéias é uma alteração muito marcante dos quadros maníacos. 
 
Dissociação do pensamento 
 É o nome cunhado por Bleuler (1985) para designar a desorganização do 
pensamento observada em certas formas de esquizofrenia. Os pensamentos 
gradualmente não seguem uma sequência lógica e bem organizada, e os julgamentos 
não se ajustam de forma consistente. Nos estágios iniciais, a inconsistência pode ser 
pequena, pode até mesmo captar aqui o que o indivíduo deseja transmitir. Com o 
agravamento do processo patológico, o pensamento pode se tornar totalmente 
incoerente e incompreensível. 
 
 Afrouxamento das associações 
 Nesse caso, embora haja uma razoável associação entre as ideias, há um 
afrouxamento dos elos associativos (Nobre de Melo, 1979). As associações parecem 
mais liberais, não tão óbvias. Ela se manifesta nos estágios iniciais da esquizofrenia 
e nos transtornos de personalidade (especialmente na esquizofrenia). 
 
Descarrilhamento do pensamento 
 Os pensamentos começam a se desviar da trilha normal, tomando atalhos, 
desvios e pensamentos supérfluos, retornando à trilha original em todos os lugares. 
Geralmente está associado a distração óbvia. Se o descarrilamento for muito sério, o 
desvio for muito frequentee muito longo, as pessoas não serão mais capazes de 
capturar a ordem lógica do pensamento. A descarrilhamento é observada na 
esquizofrenia e, eventualmente, nos transtornos maníacos. 
 
 
 
Desagregação do pensamento 
 Sob esta circunstância, a profunda e radical perda dos enlaces associativos, 
total perda da coerência do pensamento. Apenas pensamentos "fragmentados", 
conceitos e ideias fragmentadas ainda existem, geralmente irreconhecíveis, sem 
qualquer expressão razoável, e nenhuma orientação e propósito para o 
comportamento pensante são encontrados. É uma alteração típica da esquizofrenia 
avançada e demência. Na esquizofrenia, em geral, o processo de confusão do 
pensamento segue a seguinte ordem (em ordem de gravidade): associação frouxa, 
descarrilamento do pensamento e, finalmente, desintegração do pensamento. Essas 
formas de mudanças podem ser encontradas em parentes de primeiro grau de 
pacientes com esquizofrenia desde o início (Catts et al., 1993). 
 
Conteúdo do pensamento 
 Embora muitos autores classifiquem os delírios como mudanças no conteúdo 
de seus pensamentos, isso parece estar incorreto. O conteúdo do pensamento é o 
que preenche a estrutura do processo de pensamento. Nesse sentido, o conteúdo 
corresponde ao sujeito do pensamento. Portanto, as pessoas não podem falar 
adequadamente sobre mudanças patológicas no conteúdo dos pensamentos. Há 
tanto conteúdo quanto tópicos de interesse para humanos. Portanto, optou se aqui, 
por não incluir o importante tema do delírio no item, conteúdo do pensamento. Mas no 
capítulo referente as alterações do juízo de realidade. Quando um doente mental 
confirma que um vizinho está planejando matá-lo, o conteúdo é uma espécie de 
perseguição, mas o que muda patologicamente é a propriedade absoluta dessa ideia 
pela realidade. Um político pode aceitar o que eles querem para machucá-lo; o 
conteúdo de seus pensamentos é basicamente perseguir; no entanto,ele não está 
necessariamente delirando. 
 As observações clínicas mostram que o principal conteúdo para o 
preenchimento dos sintomas psicopatológicos é: 
1. Persecutório 
2. Depreciativa 
3.Religioso 
4.Sexuais 
5. Poder, riqueza, prestígio ou 
grandeza 
6. Destruição ou culpa 
7. Conteúdos hipocondríacos 
 O motivo pelo qual esse tipo de conteúdo é o mais popular em relação a outros 
é obviamente complicado. A importância desses conteúdos está relacionada à 
composição social e histórica do indivíduo, ao mundo cultural ao qual pertence e à 
estrutura psicológica e neuropsicológica do Homo sapiens. Existem algumas 
suposições aqui. 
 Devido aos fatos, a perseguição (ou experiência de perseguição) pode ser 
muito importante pela fato de a sobrevivência em ameaças potenciais. 
 A sobrevivência pessoal em consequência seu oposto, ou seja, a possibilidade 
de ser atacado e destruído são biológica e psicologicamente básicos. O conteúdo de 
poder, riqueza, destruição e mal, é claro, também está relacionado à dimensão da 
existência. Por outro lado, a sexualidade, apesar de ter sido reprimido por séculos na 
maioria das sociedades, o comportamento sexual nunca deixou de ser o tópico mais 
interessante para a humanidade. Freud e o desenvolvimento da psicanálise fizeram a 
sociedade conservadora vitoriana perceber a importância do sexo para o espírito 
humano e a vida social. Essa importância decorre de criaturas instintivas 
(sobrevivência da espécie) e de fatores psicológicos, porque conforme os 
relacionamentos emocionais se desenvolvem, esses relacionamentos também serão 
erotizados (o amor é um fenômeno emocional e erótico). 
 Temas religiosos e místicos também são comuns na psicopatologia, porque 
nenhuma cultura humana ou religião de grupo social desempenha um papel central 
na organização da representação do mundo, no esclarecimento a formas de 
compreender a origem e o destino da humanidade, os valores éticos e morais, a forma 
de compreender o sofrimento e a formação da subjetividade. Os temas 
hipocondríacos revelam a importância do corpo na experiência humana. Esses temas 
tratam também do narcisismo relacionado à experiência física, do desejo de saúde 
física e do medo relacionado ao risco permanente de que todos possam desenvolver 
doenças físicas, dor e morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 CONCLUSÃO 
Existem variáveis na constituição do pensamento onde ele é dividido em três 
operações; o Conceito, que se dá pelas representações, sem parte sensorial, o Juízo, 
que é a correlação entre dois conceitos e, por último o Raciocínio, que é a união entre 
os conceitos que gerarão o juízo. Além de dividir-se pelo curso, pela forma e pelo 
conteúdo. 
Após a compreensão do conceito, é imprescindível entender as alterações ou 
intercorrências provenientes da existência do pensamento. No caso de alterações dos 
elementos constitutivos do pensamento, pode-se citar a alteração dos conceitos, ou 
seja, a perda do significado ou a fusão de conceitos, a alteração dos juízos, onde 
existe uma elaboração incipiente dos juízos, e a alteração de juízo de realidade. Nas 
alterações do raciocínio, existe uma distorção de dados afim de confirmar uma ideia 
previamente formulada. 
Nos tipos alterados de pensamento, existe o pensamento mágico, que diverge 
da lógica formal, o pensamento dereístico, onde existe a distorção da realidade em 
prol do desejo do indivíduo, o pensamento concreto, onde ocorre um déficit na 
utilização de metáforas, o pensamento inibido, que é marcado pela falta de precisão 
no raciocínio, o pensamento prolixo, onde existe um déficit na assertividade da 
comunicação, o pensamento deficitário, onde o uso do raciocínio concreto é 
exacerbado, o pensamento demencial, que é um pensamento pobre mas não de 
maneira homogênea, o pensamento desagregado, onde não utiliza-se coerência ou 
articulação lógica, e o pensamento obsessivo, que possui conteúdo absurdo e 
impositivo a consciência do indivíduo. 
Dado o exposto, nota-se que existem variáveis na constituição do pensamento, 
que se diferem em termos de conceito, juízo e raciocínio. Além disso, há uma vasta 
disseminação de ideias preconceituosas que prejudicam a diferenciação entre normal 
e patológico. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos 
mentais. Campinas: Artmed, 2008.

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