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Classificação de risco - Triagem Segundo a Portaria 1.600/2011, deve ser feito o acolhimento com classificação de risco, então o acolhimento é mais amplo que a classificação de risco e qualquer profissional pode fazê-lo. O acolhimento é receber o paciente, ter uma escuta qualificada, entender qual sua demanda e ajudar na resolução do problema. O acolhimento está dentro das diretrizes da humanização. A classificação de risco é quando se usa o momento de acolhimento para determinar quem deverá ser atendido primeiro. Para isso, associam-se dados clínicos, dados de prioridade, como dor, questão de sangramento, questão de crise etc. Estabelecem-se cores, de acordo com o protocolo, para hierarquizar o atendimento. A classificação de risco é diferente em alguns locais. A classificação de risco realizada em uma emergência de hospital, por exemplo, a parte física e biológica tem ênfase, um aspecto de maior impacto na avaliação. Já na unidade básica de saúde, é diferente, pois o paciente e o profissional já têm um grau de relacionamento, então além dos dados clínicos, há os dados históricos, familiares, de vida. Assim, pode-se associar a classificação de risco também às vulnerabilidades identificadas do paciente. Quando se fala em classificação de risco na atenção básica, há o Caderno de Atenção Básica n. 28, que traz cada intercorrência possível de ser atendida na atenção básica e o fluxograma de priorização. No Ministério da Saúde existe, em relação ao Programa Nacional de Humanização e à classificação de risco, apenas quatro cores. Não há a cor laranja, como existe na classificação Manchester. No Distrito Federal, por exemplo, há uma classificação Manchester adaptada para o DF, organizada para o atendimento nas unidades de saúde. Então há algumas adequações à realidade individual de cada serviço. Na portaria 1.600/2011, o acolhimento com classificação de risco é uma diretriz da rede de urgência e emergência, uma das redes prioritárias em relação ao atendimento do SUS e aqui serão trabalhados os dois tipos de classificação que mais caem em provas: a Classificação de Risco Geral, do Ministério da Saúde, e a Classificação de Risco de Manchester. PORTARIA 1.600/2011 Diretriz da Rede de Urgência e Emergência: Art. 2º Constituem-se diretrizes da Rede de Atenção às Urgências: I – ampliação do acesso e acolhimento aos casos agudos demandados aos serviços de saúde em todos os pontos de atenção, contemplando a classificação de risco e intervenção adequada e necessária aos diferentes agravos; Histórico Triagem classificatória de risco nos serviços hospitalares de emergência criado em 2002 e ampliado em 2004 pelo PNH (acolhimento). Escuta qualificada e construção de vínculo. CONCEITO (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Classificação de risco É um processo dinâmico de identificação dos usuários que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde e grau de sofrimento. O objetivo do acolhimento com classificação de risco é a melhoria do atendimento. Obs.: a emergência é mais grave que a urgência. CONCEITO Desafio: identificar e atender a demanda de forma organizada, humanizar o atendimento satisfação do usuário. Requer: integralidade das ações, coordenação do cuidado, comprometimento da equipe competência técnica, de comunicação e de relacionamento. Classificação de risco: triagem baseada na fundamentação científica, feita pelo médico ou enfermeiro, que garante segurança ao paciente. O acolhimento é um desafio de viabilizar o acesso com equidade: Obs.: equidade: justiça social. É uma forma de tratar as desigualdades dos pacientes. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Objetivos operacionais esperados: 1. Determinar a PRIORIDADE; e 2. HIERARQUIZAR O ATENDIMENTO conforme a gravidade e não somente ordem de chegada. Obs.: a ordem de chegada é o diferencial quando os pacientes têm a mesma cor de classificação. Acolhimento O acolhimento é realizado pelo enfermeiro ou pelo médico e funciona utilizando a classificação de risco com critérios de prioridade. O acolhimento na atenção básica é fundamental para fazer o atendimento inicial das queixas de urgência e emergência. URGÊNCIA X EMERGÊNCIA Definição CFM URGÊNCIA: ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. EMERGÊNCIA: constatação médica de agravo à saúde que implique risco iminente de vida, ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, o tratamento médico imediato. Resultados esperados com a implantação da classificação de risco com acolhimento: 1. Diminuir mortes evitáveis. 2. Extinguir a triagem por funcionário não qualificado. 3. Priorizar de acordo com critérios clínicos, e não por ordem de chegada. 4. Criar a obrigatoriedade de encaminhamento responsável, com garantia de acesso à rede. 5. Aumentar a eficácia do atendimento. 6. Reduzir o tempo de espera. 7. Detectar casos que provavelmente se agravarão se o atendimento for postergado. 8. Diminuir a ansiedade do usuário, acompanhantes e funcionários. 9. Aumentar a satisfação dos profissionais e usuários, com melhoria das relações interpessoais. 10. Padronizar dados para estudo e planejamento de ações. ACOLHIMENTO O Acolhimento com Classificação de Risco é um instrumento que organiza os processos de trabalho na tentativa de melhorar o SUS. É ainda um instrumento de humanização. Acolhimento com classificação de risco: 1 – Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços de urgência/emergência; 2 – Humanizar o atendimento; 3 – Garantir um atendimento rápido e efetivo. Processo de classificação É a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e aliada à capacidade de julgamento crítico e experiência do enfermeiro. Protocolo de classificação de risco O Ministério da Saúde trabalha com separação de áreas. A vermelha é a de risco maior e a azul é de risco menor. Estabelece fluxos de atendimento e classificação de risco, por meio da qualificação das equipes. Área vermelha; Área amarela; Área verde; Área azul. Escala de Glasgow – doenças preexistentes – idade – dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental etc.); Queixa principal; Tempo da doença/ sintomas; Estado físico; Avaliar nível de consciência – escala Glasgow; Medicações em uso; Uso de álcool e drogas; Áreas e níveis de atendimento: Critérios de classificação 1 – Apresentação usual da doença; 2 – Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da consciência, desorientação, tipo de dor etc.); 3 – Situação – queixa principal; 4 – Pontos importantes na avaliação inicial: sinais vitais – Sat. de O2 – escala de dor 5 – Reavaliar constantemente poderá mudar a classificação. Obs.: isso é muito importante para as provas, pois a classificação de risco não é um processo pontual, é um processo dinâmico. Pode haver reclassificação do paciente. Avaliação do paciente Alergias; Dados vitais (PA, Temperatura, FC, FR) e saturação de O2. FATORES QUE DETERMINAM UMA PRIORIDADE Obs.: hemorragia exanguinante: a avaliação primária mudou. Era ACBDE, agora é XABCD, pois o X é: intervir imediatamente para conter o sangramento. Obs.: como diagnosticar choque: pele fria, pressão arterial diminuída, frequência cardíaca alta. Tentativa de suicídio; Complicações do dm; PCR; ALTERAÇÕES DE SSVV COM SINTOMAS: P < 140 ou >140, PAD > 130 Mmhg, PAS < 80 Mmhg, FR > 34 ou <10. Hemorragias; Infecções graves – febre, exantema petequial ou púrpura, alteração do nível de consciência. Politrauma ECG > 13; Cefaleia intensa de início súbito acompanhada de sinais ou sintomas neurológicos; TCE ECG > 13; Diminuição do nível de consciência; Abuso sexual; Imunodeprimido com febre. Vermelho Amarelo Idade > 60 anos; Gestantes com complicações;Escoltados; Deficientes físicos; Impossibilidade de deambulação; Retorno não melhora do quadro em 24 h; Asma fora da crise; Enxaqueca; Otalgia; Dor abdominal; Vômitos e diarreia sem desidratação; Outros. Verde Hematoquesia: perda de sangue vivo pelas fezes. Melena: sangue digerido. Obs.: RESOLUÇÃO COFEN N. 423/2012 Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a classificação de risco e priorização da assistência em Serviços de Urgência é privativa do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão. Parágrafo único. Para executar a classificação de risco e priorização da assistência, o Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento. Obs.: na Portaria n. 2.048/2002, que regula a questão da emergência a nível estadual, dispõe-se que deve ser um profissional de nível superior capacitado e treinado, não determina que seja um enfermeiro. O Manual da Política Nacional de Humanização dispõe que o enfermeiro pode atuar como a pessoa que fará a classificação de risco. A resolução do COFEN traz a priorização da classificação de risco ser instituída e como atividade privativa do enfermeiro no contexto da equipe de enfermagem. Há um parecer do COREN de Pernambuco de 2016, que trabalha o assunto da classificação de risco. PROTOCOLO DE MANCHESTER A implantação do protocolo de Manchester foi realizada pela primeira vez na cidade de Manchester em 1997, permitindo que os atendimentos fossem realizados com mais eficiência, já que se tratando de saúde tempo pode representar a diferença entre salvar uma vida e perder um paciente. PORTARIA N. 2.048/2002 A Portaria n. 2.048/2002 trata do regulamento técnico em relação a implementação das emergências do funcionamento nos estados. Ela tem como direcionamento a orientação de que classificação de risco será feita por um profissional de nível superior treinado, não restringe aos enfermeiros. Já um dos manuais da política de humanização cita o enfermeiro fazendo a classificação de risco, mas não é obrigatório que seja um enfermeiro. O processo de triagem classificatória deve ser realizado por profissional de saúde, de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando- -os em ordem de prioridade para o atendimento. A esta triagem classificatória é vedada a dispensa de pacientes antes que estes recebam atendimento médico. Após a triagem, os pacientes são encaminhados aos consultórios médicos. Finalidade da classificação de risco – PNH Definição da ordem do atendimento em função do potencial de gravidade ou de agravamento da queixa apresentada; O protocolo é uma ferramenta para auxiliar a avaliação da gravidade e do risco de agravamento; O protocolo de classificação de risco é uma ferramenta de inclusão, ou seja, não tem como objetivo reencaminhar ninguém sem atendimento, mas sim organizar e garantir o atendimento de todos; A classificação de risco é atividade realizada por profissional de enfermagem de nível superior, preferencialmente com experiência em serviço de urgência, e após capacitação específica para a atividade proposta. O protocolo deve ser apropriado por toda a equipe que atua na urgência: enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, psicólogos, assistentes sociais, funcionários administrativos; O protocolo deve explicitar com clareza qual o encaminhamento a ser dado uma vez que o risco é classificado; Recomenda-se que o protocolo tenha no mínimo quatro níveis de classificação de risco; Recomenda-se o uso preferencial de cores, e não de números, para a classificação de risco (exemplo no caso de quatro níveis de classificação, do mais grave ao menos grave: vermelho, amarelo, verde, azul); Recomendações – PNH Caso fique definido que nem todos os usuários passarão pela classificação de risco, os casos que não serão classificados devem ser caracterizados de acordo com as especificidades e a pactuação feita em cada serviço (exemplos: sutura, gestantes, ginecologia, oftalmologia etc.); A classificação de risco é dinâmica, sendo necessário que, periodicamente, se reavalie o risco daqueles que ainda não foram atendidos ou mesmo daqueles cujo tempo de espera após a classificação é maior do que aquele que foi estabelecido no protocolo; É muito importante que a organização do atendimento na urgência por meio do acolhimento com classificação de risco seja divulgada com clareza para os usuários. Recomenda-se identificar a classificação na ficha de atendimento, e não diretamente no usuário (pulseira, por exemplo), uma vez que a classificação não é permanente e pode mudar em função de alterações do estado clínico e de reavaliações sistemáticas; Obs.: a classificação de risco é dinâmica, não é estática. TRIAGEM MÉTODO START/ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS O acidente com múltiplas vítimas, de acordo com o Protocolo Pré-Hospitalar de Trauma (PHTLS), é um acidente que tem mais de duas ou três pessoas e que o recurso da comunidade é suficiente para atender essas vítimas. O acidente em massa é quando o recurso não consegue atender todas as vítimas. Acidentes com múltiplas vítimas Explosões, atentados terroristas, terremotos e outros tipos de eventos que geram muitas vítimas ao mesmo tempo. É importante diferenciar o conceito de acidente com múltiplas vítimas do conceito de acidente em massa. A triagem é fundamentada no método START (Simple Triage and Rapid Treatment – Triagem Simples e Tratamento Rápido). Fluxograma Método START MÉTODO START Verde Contusões; Hematomas; Escoriações; Pequenos ferimentos. As últimas pessoas a serem atendidas serão as que estão estáveis e com ferimentos leves (verde), deambulando e até ajudando os socorristas. Amarelo Fraturas; TCE leve, moderado; Queimaduras menores; Traumatismos abdominais e torácicos; Ferimentos com sangramento que necessitam suturas. As vítimas classificadas como amarelo têm a prioridade 2, esta vítima não corre risco iminente de vida, mas tem lesões que merecem atenção, devendo ser atendida após terminar o atendimento das vítimas de cor vermelha. Choque; Amputações. Lesões arteriais; Hemorragia Severa; Lesões por inalação; Queimaduras em face; Lesão de face e olhos; Lesões intra-abdominais; Insuficiência Respiratória; Pneumotórax Hipertensivo; Lesões extensas de partes moles; Queimaduras de 2º grau maior que 20% a 40%, ou de 3º grau maior que 10 a 30%. Obs.: é importante diferenciar a Avalição START pré- hospitalar da Classificação de risco feita no ambiente hospitalar, dá prioridade relacionada ao Ministério da Saúde; lá o vermelho é prioridade 0. No método STAR o vermelho é prioridade 1. As vítimas classificadas como vermelho (crítico) deverão ser as primeiras a receber atenção de pessoal e recursos, para uma remoção imediata para o hospital. Vermelho Preto Poucas chances de sobrevida; Em óbito; Múltiplos traumas graves; Queimaduras de 2 e 3 graus extensas. Terrorismo; Explosões; Armas de destruição em massa (ADM). Evento com vítima em massa é diferente de incidentes com múltiplas vítimas; Evento com vítima em massa – ultrapassa os recursos disponíveis na comunidade; Independe do n. de vítimas. Incidentes com múltiplas vítimas – mais de 2 ou 3 pessoas. Desastres – PHTLS A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o desastre como: Uma grave ruptura no funcionamento de uma comunidade ou sociedade, que causa perdas humanas, materiais, econômicas e ambientais, que escedem a capacidade da comunidade afetada de lidar utilizando seus próprios recursos. História Natural de um desastre Busca e resgate – procurar os indivíduos afetados pelo evento e resgatá-los. Triagem e estabilização inicial – avaliação e categorização sistemática de cada vítima conforme a gravidade dos ferimentos ou enfermidade e de atendimento médico direcionado aos casos em que há risco à vida ou perda de membros. Rastreamento do paciente– identificação individual para controle até alta do atendimento definitivo. Atendimento médico definitivo – serviço especializado. Evacuação – transporte de vítimas de desastre e paciente ferido para longe do local do desastre. START – triagem simples e tratamento rápido. MASS – mover, avaliar, classificar e transportar. SALT – capacidade de locomoção, avalia necessidade de salvamento da vida, triagem e transporte. Elementos Obs.: há diversos métodos para realizar essa triagem. O Método START é o mais usado no Brasil. Triagem
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