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SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM EC ALTA COMPLEXIDADE – PRÁTICO 1 SEMESTRE 2021.1 O QUE É? 2 É uma ferramenta de manejo clínico de risco, empregada nos serviços de urgência por todo mundo, para efetuar a construção dos fluxos de pacientes quando a necessidade clínica excede a oferta. É absolutamente essencial que exista um sistema de classificação de risco implementado para assegurar que estes doentes sejam observados por ordem de necessidade clínica e não por ordem de chegada. QUAL PROFISSIONAL QUE FAZ? 3 Com as necessidades de implantação da classificação de risco nas unidades de saúde do Brasil, o Conselho Federal de Enfermagem determinou, por meio da Resolução no. 423/2012, que a classificação de risco é privativa do enfermeiro e esse deve estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico- científico ao procedimento. Protocolo de Manchester 4 O sistema seleciona os pacientes com maior prioridade e funciona sem fazer quaisquer presunções sobre o diagnóstico médico, uma vez que os atendimentos nos serviços de urgência são, na sua maioria, orientados pelos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes O Grupo de Triagem de Manchester foi formado em 1994, com o intuito de estabelecer um consenso entre médicos e enfermeiros dos Serviços de Urgência a fim de criar normas de triagem. COMO FUNCIONA ? 5 INTERPRETAR DISCRIMINAR AVALIAR ESTRATÉGIA DE TOMADA DE DECISÃO RACIOCÍNIO RECONHECIMENTO DE PADRÕES FORMULAÇÃO REPETITIVA DE HIPÓTESES REPRESENTAÇÃO MENTAL INTUIÇÃO 6 METODOLOGIA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO COMO FUNCIONA ? IDENTIFICAR O PROBLEMA COLETAR E ANÁLISAR AS INFORMAÇÕES RELACIONADAS À SOLUÇÃO AVALIAR TODAS AS ALTERNATIVAS E ESCOLHA DE UMA DELAS PARA IMPLEMENTAÇÃO IMPLEMENTAR A ALTERNATIVA ESCOLHIDA MONITORAR A IMPLANTAÇÃO E AVALIAR OS RESULTADOS 7 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA QUEIXA PRINCIPAL SINAL/SINTOMA DE APRESENTAÇÃO METODOLOGIA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO O protocolo de Manchester estabeleceu 53 problemas pertinentes para a triagem 8 Destacamos alguns como: Agressão, asma, catástrofe (avaliação primária e secundária); cefaleia, comportamento estranho, convulsões, corpo estranho, diabetes, dispneia, doença mental, IST, dor abdominal, dor cervical, dor lombar, dor torácica, embriaguez aparente, estado de inconsciência, exposição a produtos químicos, feridas, grande traumatismo, gravidez, hemorragia gastrointestinal (GI), hemorragia vaginal, indisposição no adulto, infecções locais e abscessos, lesão toraco-abdominal, mordeduras e picadas, problemas estomatológicos, nasais, nos membros, oftalmológicos, ouvidos, urinários, quedas, queimaduras profundas e superficiais, superdosagem ou envenenamento, TCE e vômitos. 9 COLETA E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES RELACIONADAS À SOLUÇÃO ESCOLHA DO FLUXOGRAMA DE APRESENTAÇÃO: PELA SITUAÇÃO/QUEIXA APRESENTADA AVALIAÇÃO DE TODAS AS ALTERNATIVAS E ESCOLHA DE UMA DELAS PARA IMPLEMENTAÇÃO ESCOLHA DE DISCRIMINADORES: GERAIS OU ESPECÍFICOS METODOLOGIA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Mas o que são os Discriminadores? 10 Os discriminadores gerais se aplicam a todos os pacientes, independentemente da condição que apresentam e surgem repetidamente ao longo dos fluxogramas. Os discriminadores específicos nos remetem aos casos individuais ou a pequenos grupos de apresentações e tendem a se relacionar com características-chave de condições particulares. Ex: Dor aguda é um discriminador geral, dor pré-cordial e dor pleurítica são discriminadores específicos. Discriminadores Gerais 11 Risco de morte Dor Hemorragia Nível de consciência Temperatura Agravamento 12 IMPLEMENTAÇÃO DA ALTERNATIVA ESCOLHIDA ETAPA PROCESSUAL: ATRIBUIÇÃO DE UMA DAS PRIORIDADES MONITORAMENTO DA IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS RECLASSIFICAÇÃO DE RISCO: MUDANÇA DA PRIORIDADE CLÍNICA DURANTE A ESPERA METODOLOGIA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E GESTÃO DE PACIENTES TIPOLOGIA DE PACIENTES 13 CRIANÇAS: ˂ 3 MESES IDOSOS: DIFICULDADE DE LOCOMOÇÃO PACIENTES COM INCAPACIDADE FÍSICA OU DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM PACIENTES ABUSIVOS/AGRESSIVOS: ANGUSTIA QUE CAUSAM NOS DEMAIS PACIENTES SOB INFLUÊNCIA DO ÁLCOOL: PODEM SER CLASSIFICADOS COMO OS ACIMA O “CLIENTE” HABITUAL: POSSÍVEL COMPLICAÇÃO NO QUADRO CLÍNICO PACIENTES QUE VOLTAM AO SERVIÇO – READMISSÃO: CLASSIFICADO COM QUEIXA DO MOMENTO PACIENTE INSCRITOS EM CONSULTAS: NO CASO DE INSTUIÇÕES HOSPITALARES COM SERVIÇO AMBULATORIAL PACIENTES REFERENCIADOS POR OUTROS SERVIÇOS: QUANDO COM PRIORIDADE MÁXIMA PAPEL DO ENFERMEIRO NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 14 CORRETA ATRIBUIÇÃO DE PRIORIDADES AOS PACIENTES PRIMEIROS SOCORROS/ANALGESIA: CONFORME PROTOCOLOS CLÍNICOS INFORMAÇÕES DOS DOENTES PROMOÇÃO DA SAÚDE: DISSEMINADOR DE CUIDADOS DE SAÚDE DISPOSIÇÃO DE PACIENTES NO SERVIÇO: ENCAMINHAMENTO DOS PACIENTES DE FORMA SISTEMÁTICA GESTÃO DA SALA DE ESPERA: AVALIAÇÃO NECESSIDADE DE REAVALIAÇÃO DURANTE A ESPERA DO ATENDIMENTO MÉDICO PRIORIDADE DE ATENDIMENTO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 15 TEMPO ALVO 0 min. 10 min. 60 min. 120 min. 240 min. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 16 Análise da confiabilidade do Sistema de Triagem de Manchester: concordância interna e entre observadores ( SOUZA, 2018) ➢ 361 enfermeiros ➢ 79,23% entre um e dez anos de formação ➢ 78,12% não tiveram nenhum conteúdo sobre a Classificação de Manchester na graduação “As variáveis tempo de experiência profissional como enfermeiro, experiência como enfermeiro em serviços de urgência e emergência e experiência como enfermeiro na classificação de risco foram associadas à confiabilidade externa e interna do STM.” . EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 17 ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: PERCEPÇÕES DE USUÁRIOS DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO ( OLIVEIRA, 2017) Otimizar o tempo para quem tem risco de morte: É uma vantagem para quem estiver com mais risco, porque vai ser atendido primeiro. Eu acho isso importante porque tem gente que não está com tanta dor assim e tem gente que está correndo risco de morte [...] acho esse negócio legal (U20). Eu acho que isso veio para melhorar o atendimento. Às vezes chegam pessoas passando muito mal que precisam ser atendidas e ficar esperando muito tempo não dá. Então eu acho que é para melhorar (U9). Eu penso que tem que usar essa classificação sim! Se uma pessoa chega muito ruim e eu estou na frente, vou ser atendida antes? Tem que ser classificado sim (U10). EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 18 Subjetividade, particularização e percepções negativas: Hoje eu cheguei mal e me colocaram a classificação verde. Já eu, no meu ponto de vista, achei que era amarelo, porque eu não estava muito mal, mas também não estava muito bem. Acho que a classificação que eles fazem é meio ruim [...] (U1). [...] essa classificação é legal, mas na verdade eu acho que eles deveriam avaliar melhor, porque eu cheguei aqui com muita dor e me colocaram como verde. Deram prioridade muito baixa para o que eu estava sentindo. Então, a prioridade eles têm que dar pelo que a pessoa está sentindo e não pelo que eles acham que é (U8). [...] tem uma mulher passando mal ali e ela nem foi atendida ainda. A pressão dela está baixa, ela está quase caindo da cadeira e pode ter certeza que está o “verdinho” ali, que não é de risco (U5). EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 19 Subjetividade, particularização e percepções negativas: “Eu acredito que isso não funciona. Porque eu cito um exemplo que já aconteceu comigo. Eu vim na UPA e me classificaram como “laranja”. Disseram para eu esperar ali. Então, o que é prioridade aqui? Sabe qual era o meu problema? Eu fui para o cardiologista e estava com 90% da veia principal entupida. Eu tive que fazer uma angioplastia urgente, correndo, para não morrer. E aqui classificaram como uma simples dor muscular (U4).” EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 20 O QUE VOCÊPROPÕE DE MUDANÇAS PARA ESSE CONTEXTO ? VAMOS EXERCITAR ? 21 1. (IBFC/2015) O protocolo de Manchester é adotado em muitos países para classificar o risco de pacientes que procuram os serviços de urgência e emergência e consequentemente priorizar o atendimento. Considerando o protocolo de Manchester, durante a classificação de risco, um paciente com queixa de dor torácica que refere apresentar obstrução de vias aéreas ou respiração inadequada, ele é classificado com a cor: a) Laranja e o tempo de espera dez minutos. b) Vermelha e o tempo de espera imediato. c) Amarelo e o tempo de espera de 60 minutos. d) Verde e o tempo de espera de 30 minutos. 2. (IBFC/2016) O Sistema de Triagem de Manchester (STM) ou Sistema Manchester de Classificação de Risco (SMCR) foi criado a partir dos estudos do Grupo de Triagem de Manchester (GTM) fundamentados na necessidade de profissionais de saúde obterem consenso baseado em evidências científicas para priorização do atendimento dos pacientes. Considerando o STM, quando o paciente é classificado na cor laranja o tempo máximo de espera recomendado para o atendimento é: a) 20 minutos b) 10 minutos c) Imediato d) 60 minutos 3. (MARINHA DO BRASIL/2015) A política Nacional de Humanização estabelece que todos os profissionais de saúde façam acolhimento. Para determinar a agilidade no atendimento de pronto-socorro e centros de saúde, utiliza-se a avaliação com classificação de risco. O risco de um paciente com mais de 25% de superfície corporal queimada e com desconforto respiratório intenso é classificado como: a) Amarelo b) Azul c) Verde d) Vermelho 4. (COTEC/2013) O grupo português de Manchester foi formado em 1994 com o objetivo de estabelecer um consenso entre médicos e enfermeiros de um serviço de urgência, enfocando a criação de normas de triagem. O método delineado por esse protocolo foi concebido para que o primeiro contato com o paciente já permita a atribuição de uma prioridade clínica para ele. Com relação à Escala de Triagem de Manchester, nos casos de urgência, marque a alternativa CORRETA. a) A cor LARANJA significa urgência, e deverá ser atendido em 20 minutos. b) A cor VERDE significa pouco urgente, e o paciente deverá ser atendido em 120 minutos. c) A cor AMARELO significa muito urgente, e o paciente deverá ser atendido em 60 minutos. d) A cor AZUL significa não urgente, e o paciente deverá ser atendido em 120 minutos. 5. (FEPESPE/2014) Com relação à classificação de risco conforme o Sistema de Triagem de Manchester, assinale a alternativa correta: A) Os atendimentos nos serviços de urgência são orientados pelos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, visando selecionar os que possuem maior prioridade. A cor laranja classifica o atendimento como urgente. B) Os atendimentos nos serviços de urgência são orientados pelos sinais e sintomas e diagnóstico médico para selecionar os pacientes com maior prioridade. A cor laranja classifica o atendimento como urgente. C) Os atendimentos nos serviços de urgência são orientados pelos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, visando selecionar os que possuem maior prioridade. A cor amarela classifica o atendimento como urgente. D) Os atendimentos nos serviços de urgência são orientados pelos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, visando selecionar os que possuem maior prioridade. A cor azul classifica o atendimento como pouco urgente. 6. (FGV/2014) Os atendimentos nos serviços de urgência são orientados pelos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, visando selecionar os que possuem maior prioridade. A cor amarela classifica o atendimento como urgente. A) Intoxicações exógenas ou tentativas de suicídio com Glasgow abaixo de 12 B) Anafilaxia ou reações alérgicas associadas à insuficiência respiratória C) Politraumatizados com Glasgow entre 13-15 e sem alterações de sinais vitais D) Mais de 25% da superfície corporal queimada e com problemas respiratórios 7. (AOCP, 2014 - ADAPTADA) O objetivo primordial do acolhimento com classificação de risco é: A) Definir prioridades de atendimento, alinhando conhecimento científico e humanização B) Realizar triagem clínico-administrativa, desbucrocratizando as redes de atenção ao serviço de urgência e emergência C) Escolher quais atendimentos vão realizar, orientando aos não selecionados que retornem ao seu domicílio, D) Otimizar o tempo de espera das filas, realizando um diagnóstico médico prévio das necessidades do cliente, colaborando, assim, para um melhor desempenho e harmonia da equipe multiprofissional de saúde 8. (AOCP, 2015- ADAPTADA) Paciente, 35 anos, sexo masculino, com sinais vitais estáveis, parâmetros vitais estáveis, com queixa de diarreia e episódios eméticos, sem sinais de desitratação, passou pelo acolhimento e classificação de risco (MS) sendo classificado com a cor verde. É estabelecido para ele o atendimento de: A) Emergência, necessidade de atendimento imediato B) Urgência, necessitando ser atendido em até 25 minutos C) Não urgência, porém o enfermeiro deve refletir e ajudar para que o atendimento seja imediato, já que o risco de complicações em decorrência da desidratação é potencial causador de intercorrências D) Prioridade não urgente, recebendo avaliação médica em até 1 hora. 9. (IADES, 2014 – Adaptada): Estancar hemorragias é essencial para o cuidado e a sobrevivência de pacientes em uma circunstância de emergência. Uma hemorragia que acarreta a redução do volume sanguíneo circulante é causa primária de choque, situação clínica que exige do enfermeiro conhecimentos para avaliar sinais e sintomas. MKS, 79 anos, foi levado ao serviço de emergência pelo filho, após apresentar episódios recorrentes de hematêmese associados ao comprometimento do estado geral. Foi direcionado como classificação vermelha e encaminhado para o atendimento imediato. Baseado no texto, que sinais e sintomas o enfermeiro observou para realizar tal direcionamento ? a) Pele fria e úmida, aumento da pressão arterial, bradicardia, retardo do enchimento capilar e volume urinário aumentado. b) Poliúria, hipertensão, bradipneia e alcalose metabólica c) Alteração da consciência, poliúria, polifagia e dislalia d)Pele fria e úmida, alteração do nível de consciência, pressão arterial em queda, frequência cardíaca em elevação, retardo do enchimento capilar e volume urinário diminuído. 10. Ainda sobre o caso anterior, e com base nas explanações sobre Acolhimento com Classificação de Risco, responda: a) Como o caso era de emergência, é importante que o enfermeiro tenha embasamento científico para diagnosticar o choque hipovolêmico já na classificação de risco, pois o paciente não teve nenhum atendimento do serviço móvel de urgência, pois foi levado pelo filho ao serviço. b) Como o caso era de urgência, é importante que o enfermeiro tome suas condutas da forma mais rápida possível, principalmente na antecipação de diagnóstico médico, facilitando e otimizando o tempo de espera do paciente. c) Como estamos diante de uma emergência, somos autorizados por lei a realizar no acolhimento e o diagnóstico médico, pois nossa conduta está embasada nos protocolos que regem a política de humanização assim como a politica de atenção de urgências do Ministério da Saúde. d) Nenhuma das anteriores REFERÊNCIAS 32 BRASIL. Parecer Técnico nº 016/2005 do COREN do Distrito Federal. Brasília (DF) 2005. Disponível em:www.corendf.gov.br. COFEN. Resolução COFEN Nº 423/2012. Normatiza, no âmbito do sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a participação do enfermeiro na atividade de classificação de riscos. FREITAS, P.. Triagem no serviço de urgência/emergência: grupo de triagem de Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem –BMJ-PublishingGroup, 1997. SILVA MFN, OLIVEIRA GN, PERGOLA-MARCONATO AM, MARCONATO RS, BARGAS EB, ARAUJO IEM. Rev. Latino-Am. Enfermagem, n. 22, v. 2, p. 218-25., 2014.
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