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Osteogênese imperfeita - Caracterizada por fragilidade óssea causada por defeito qualitativo ou quantitativo do colágeno tipo 1 sintetizado por osteoblasto - Incidência: 6 a 7:100.000 - Brasil: 10.000 a 20.000 portadores - CID-10: Q78.0 - Grupo de doenças hereditárias, na sua maioria, autossômicas dominantes - Inúmeras mutações em um dos dois genes que codificam as cadeias do colágeno tipo 1 - Em cerca de 80% a 90% de seus portadores, mutações em um destes genes podem ser identificadas - A fragilidade óssea é determinada pela proteína estrutural anormal Patologia OI - Mutações na estrutura do colágeno tornam os ossos globalmente anormais - Várias proteínas da matriz óssea estão reduzidas - Os osteoblastos demostram atividade normal ou aumentada, mas não produzem ou organizam o colágeno Etiologia OI - Genética, mutação cr 7 e 17 - Mutações dos genes responsáveis pela produção de colágeno - Um erro na sequência molecular do colágeno causará uma folha em toda a estrutura, resultando na fragilidade do tecido ósseo, pode atingir também pele, vasos sanguíneos Achados clínicos - A gravidade é bastante variável, desde formas letais das fraturas IU até fraturas que só ocorrerão na adolescência ou vida adulta. Achados principais - Fragilidade óssea - Comprometimento da estatura - Dentinogenese imperfeita - Escleras azuis - Frouxidão ligamentar - Deformidades esqueléticas secundárias Classificação - De acordo com a apresentação clínica, foi proposta por Silence e col. (1979), a classificação dos tipos I a IV, sendo até hoje mais aceita. - Posteriormente foram incluídos os tipos V, VI, VII e VIII, e embora neles o defeito não esteja no colágeno, também se caracterizam por fragilidade óssea. - Em 2009 após encontro internacional (Nomenclature Group for Constitutional Disorders of Skeleton – INCDS), foram definidas 5 formas clínicas, fundamentadas na rotina médica. Tipo de OI Gravidade Características clínicas I Leve Escleras azuladas, perda auditiva precoce, podem apresentar dentinogênese imperfeita, fragilidade óssea II Letal Escleras azuladas, múltiplas fraturas ainda na gestação, natimorto ou óbito neonatal III Grave Escleras azuladas, dentinogênese imperfeita, grave osteoporose, deformidades ósseas progressivas IV Moderada Dentinogênese imperfeita, baixa estatura e deformidades dos ossos longos, impressão basilar V Moderada Calcificação da membrana interóssea, calor ósseos hiperplásticos, deslocamento da cabeça do radio OI-I - 45% a 50% da população com OI - O colágeno é normal, mas com baixa produção - Fragilidade óssea mais branda (osteopenia). - Poucas fraturas, sem deformidades ósseas - Escoliose incomum (idiopática) - Sem relato dor crônica importante - Escleras azuladas - Perda auditiva precoce (20 a 40 anos de idade) OI-II - 10% da população com OI - Detectável pelo US a partir da 15ª a 20ª s/g – múltiplas fraturas, baixa mineralização óssea e deformidades ósseas - Óbito 80% RN – insuficiência pulmonar - Escleras normais ou bem azuladas OI-III - 20% dos casos de OI - Forma grave, não letal - Fragilidade óssea, fraturas recorrentes - Deformidade esquelética ao nascimento - Escleras azuladas, dentinogênese imperfeita - Escoliose, compressões vertebrais e baixa estatura - Deficiência auditiva - Face triangular, membros encurtados e angulados - Cadeira de rodas - Óbito na 3ª década de vida OI-IV - 20% casos de OI - Baixa estatura, perda auditiva - A maioria consegue deambular - Dentinogênese imperfeita - Fraturas recorrentes – maior risco de calos ósseos hiperplásicos após fraturas - Grau variável de deformidades dos ossos longos - Impressão basilar com síndrome da compressão da fossa posterior OI-V - Escleras brancas e não há dentinogênese - Fragilidade óssea de moderada a severa - Calcificação progressiva das membranas interósseas nos antebraços – limita o movimento de prono e supinação e causa por vezes o deslocamento da cabeça do radio - Maior propensão de desenvolvimento de calos hiperplásicos Diagnóstico - Deve ser considerado em todas as crianças com fraturas de repetição aos mínimos traumas - Histórico familiar - Exame clínico - RX – osteopenia/osteoporose; alterações esqueléticas - Densitometria óssea Outra situação de difícil diferenciação das formas leves de OI pode ser a ocorrência de maus tratos, razão pela qual uma criteriosa avaliação clínica, radiológica e social é fundamental. Clínico - Predominantemente clínico: Baixa estatura Escoliose Deformidade basilar do crânio Esclera azul Déficit auditivo Dentes opalescentes ou de rápido desgaste – dentinogênese imperfeito Aumento da frouxidão ligamentar Recursos - US do abdome materno - RX Ossos longos nas incidências AP e perfil para evidenciar fraturas, calos ósseos ou deformidades Panorâmica da coluna em AP e perfil para evidencia fraturas, calos ou deformidades – escoliose Crânio em perfil para demonstrar a presença de ossos Wormianos (ou Vormianos: ossos supranumerários que ocorrem nas suturas do crânio) - Densitometria óssea – padrão ouro - RM - Exames laboratoriais – marcadores do metabolismo ósseo - Testes bioquímicos e moleculares – colágeno - Estudo genético Tratamento - Farmacológico - Nutricional - Cirúrgico - Indicação: Após o inicio da marcha em crianças com deformidades moderada ou severa Deformidades importantes devem ser operadas precocemente para evitar fraturas importantes de repetição - Fisioterapêutico A partir dos primeiros dias de vida Incentivar e orientar o contato dos pais com a criança Tratar e prevenir contraturas posicionais e deformidades Fortalecimento muscular Promover a deambulação Constante avaliação do pct Objetivo - Redução do numero de fraturas, prevenção de deformidades e escoliose, diminuir dor crônica e melhora da capacidade funcional
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