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RPM - Amniorrexe

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FAME/FUNJOBE 2021/2 ART
Amniorrexe prematura - Ruptura prématura de membrana (RPM) 
• Perda de líquido amniótico antes da paciente entrar em TP, independente da IG - ela é prematura 
em relação ao trabalho de parto, não é prematura porque o feto é prematuro; 
• Quando iniciada antes da 37a semana de gravidez, ou seja, o feto é prematuro, ela é designada 
como RPM pré-termo. 
‣ Causas: 
• Desequilíbrio entre a concentração dos componentes da membrana → RPM. 
• Apoptose na estrutura da membrana. 
• Desnutrição, tabagismo, doenças do colágeno → fatores sinérgicos para a ruptura de 
membranas; 
• Infecções, conização cervical prévia, passado de parto prematuro, sobredistensão uterina 
(gemelar), polidrâmnia e macrossomia fetal, procedimentos invasivos (amniocentese e 
cerclagem) e sangramentos genitais → imunossupressão materna, ao estiramento, inflamação e 
degradação dos componentes da membrana. 
‣ Diagnóstico clínico: 
• Perda de liquido; 
• Roupa íntima úmida; 
• Não associada ao exercício físico; 
• D.D: perda de urina. 
• Exame físico: 
• Exame especular: identifica-se líquido → Manobra de valsava; 
• Toque proscrito → conduta conservadora (quando IG < 34 sem). 
‣ Diagnóstico laboratorial: 
• Azul de Nilo: 
- Aplica-se o sulfato Azul de Nilo a 1% sobre uma lâmina com esfregaço vaginal; 
- Positivo → evidência células fetais-orangiófilas → bolsa rota; 
• Medida do pH vaginal: 
• Papel de nitrazina → ponto de viragem de 6,0. 
• Solução de fenolftaleína a 0,1% → ponto de viragem entre 6,4-8,2. 
• Como o pH vaginal oscila entre 3,8 e 4,5, o pH de 6,0 sugere a presença de líquido 
amniótico; 
• Cristalização do líquido amniótico:sob a visão ótica do microscópio, cristais em formato de 
samambaia, confirmando a presença do líquido amniótico. 
• Alfafetoproteína e fibronectina: não pode ter fibronectina na vagina, pouco feito. 
• AMNIOQUICK® Duo: quando positivo → rotura da bolsa. 
• Amniosure. 
‣ Diagnóstico ultrassonografia: 
• Quando não se tem certeza da rotura das membranas ou quando se deseja tomar a conduta 
conservadora; 
• Confirmar a idade gestacional, estimar o peso fetal e verificar o volume de líquido amniótico; 
• A presença de oligodrâmnio associada ao relato de perda de líquido é indicativa de RPM; 
• Já o achado do volume de líquido amniótico normal não confirma nem afasta o diagnóstico de 
amniorrexe. 
• Índice de líquido amniótico ou pelo maior bolsão vertical 
• ILA < 5,0 - oligodrâmnio; 
• Maior bolsão < 2 - oligodrâmnio. 
‣ Complicações: 
Internato de UEE
FAME/FUNJOBE 2021/2 ART
• Latência: o período de latência prolongado proporciona mais tempo intra-útero para o 
amadurecimento fetal, beneficiando o neonato, ao diminuir a frequência da síndrome do 
desconforto respiratório (SDR), da hemorragia intraventricular e da enterocolite necrotizante. 
Inversamente, aumentam as chances de complicações por oligodramnia e infecções, colocando 
em risco o binômio materno-fetal. 
‣ Infecção pelo estrepto B hemolítico: 
• Principal agente causador de sepse neonatal → coloniza a vagina de 15 a 30% das gestações e 
sua transmissão vertical ocorre em até 50% destas, por ascensão ao trato genital superior ou 
durante a passagem do feto pelo canal de parto; 
• Mulheres com rastreamento para EGB negativo ao redor de 5 semanas antes do parto não 
necessitam de profilaxia intraparto, mesmo apresentando fatores de risco → Idade gestacional < 
37 semanas, duração da ruptura de membranas > de 18 horas ou de 38oC. 
• Cultura para EGB positiva 
• RN prévio infectado pelo EGB 
• Bacteriúria por EGB nesta gestação 
• Parto ou amniorrexe com IG<37 semanas 
• Bolsa rota há mais de 18 horas 
• Temperatura intraparto acima de 38 graus 
‣ Corioamnionite: 
• Presença e proliferação microbiana na cavidade amniótica e ou anexos fetais, pode ser clínica, 
subclínica e histopatológica → tem um odor forte, cor amarelada; 
• Principais complicações são: morbidade febril pós-parto, septicemia materna e neonatal e óbito 
fetal; 
• Infecção → edema das vilosidades coriais → compressão dos vasos fetais → hipóxia → baixos 
escores de APGAR e o baixo peso ao nascer dos neonatos infectados. 
‣ Oligohidramnia/Hipoplasia pulmonar: 
• A hipoplasia pulmonar do recém-nato é uma possível complicação da oligodramnia → pulmões 
pequenos e subdesenvolvidos, com circunferência torácica diminuída e que desenvolvem 
insuficiência respiratória grave ao nascimento. 
• Sequência de Potter: Refere-se a aparência física atípica de um feto ou recém-nascido causada 
pela oligodramnia in utero → Pé torto congênito, Hipoplasia pulmonar e Anomalias cranianas 
associadas ao oligodrâmnio (achatamento da face). 
‣ Prolapso de cordão: 
• Posição anormal do cordão na frente da parte de apresentação fetal→ feto comprime o cordão 
durante o trabalho de parto, causando hipoxemia fetal; 
• O tratamento do prolapso evidente é iniciado com o levantamento delicado da parte de 
apresentação, mantendo-a segura continuamente nessa posição para que o cordão prolapsado 
restaure seu fluxo sanguíneo natural, enquanto se realiza cesariana de emergência. 
‣ Tratamento: 
• Interrupção da gravidez ou Conduta conservadora → Conforme IG, maturidade pulmonar, 
Infecção ou de sofrimento fetal e Recursos técnicos neonatais. 
Internato de UEE
FAME/FUNJOBE 2021/2 ART
• Gestações acima de 34 semanas → a interrupção da gestação é benéfica, pois os riscos de 
infecção são maiores que os de complicações por prematuridade. 
- Na ausência de corioamnionite e sofrimento fetal o TP espontâneo pode ser aguardado por 24 
a 48 h, e após este período deve-se iniciar a indução do trabalho de parto de acordo com as 
condições cervicais. 
• Gestação entre 26 e 34 semanas – Conduta conservadora ou semi-conservadora pode ser uma 
possibilidade visando a corticoterapia: 
- Permite um tempo maior para o amadurecimento fetal e ganho de peso, salvo os casos de 
maturidade pulmonar comprovada, presença de sofrimento fetal ou corioamnionite, nos quais 
a interrupção se faz necessária; 
- Rastreio de infecção deve ser realizado 2x por semana; 
- Controle da vitabilidade fetal e das condições maternas; 
- Corticoterapia. 
- Abaixo de 32 semanas → sulfato de magnésio. 
• Gestação menor que 26 semanas: 
- Se por um lado a intervenção imediata pode levar ao óbito pela inviabilidade fetal e maior 
morbidade, por outro a conduta conservadora também não dá garantias de que o parto 
ocorrerá quando a viabilidade tiver sido alcançada. 
Internato de UEE

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