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FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IGUAÇU CURSO DE BIOMEDICINA LETÍCIA MARQUES FERREIRA CONTROLE DE QUALIDADE EM AMOSTRAS DE VINHO COLONIAL NA REGIÃO DE CANOINHAS - SC UNIÃO DA VITÓRIA - PR 2017 LETÍCIA MARQUES FERREIRA CONTROLE DE QUALIDADE EM AMOSTRAS DE VINHO COLONIAL NA REGIÃO DE CANOINHAS - SC Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Biomedicina das Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – Uniguaçu como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina. Orientadora Prof. Ms Melissa Georgia Schwartz UNIÃO DA VITÓRIA - PR 2017 DEDICATÓRIA Dedico a minha família que com muito carinho e apoio me incentivaram a seguir nesta caminhada. À minha mãe, Reni Marques dos Anjos, meu exemplo, que me deu a vida e que sempre me apoiou e acreditou em mim, que não mediu esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida. Dedico ao meu namorado Willian Luis de Lima, que me ajudou, apoiou e incentivou para que realizasse meu sonho. Obrigada pelo amor, carinho, paciência e por me trazer paz durante a correria deste último ano de faculdade. Dedico a minha sobrinha Victória dos Santos Marques Ferreira, meu melhor presente, obrigada pela paciência e por me trazer alegrias nas pausas da produção do TCC. Dedico a minha melhor amiga, Bárbara Thaís A. Pereira de Souza, que mesmo de longe me apoiou desde o começo, acreditando em mim e na realização dos meus sonhos. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado vida, proteção, saúde e força para superar as dificuldades. Agradeço a minha família pelo amor incondicional, carinho, dedicação e ensinamentos, por me auxiliar no crescimento pessoal e profissional. Pelo apoio para a realização dos meus sonhos. Agradeço ao meu namorado Willian Luis de Lima, que sempre me apoia e torce por mim, obrigada pela ajuda e paciência, amo você. Agradeço minha avó Domicela W. dos Anjos (in memorian) que sempre me apoiou, me ensinou a bondade e o amor ao próximo. Aos meus amigos Dr. Gustavo de Oliveira Silva, Dra. Caroline Brito Bassani, Bárbara Thaís A. P. de Souza e Karine Ferreira por todo apoio e incentivo durante esses anos. Agradeço minha amiga Marília Tamara Mizva Vieira pela amizade e pela parceria durante esses anos de estudo. À minha prof. Ms. Melissa Georgia Schwartz pela orientação, sugestões, amizade, apoio nas realizações dos ensaios e atenção durante todas as etapas do trabalho. Agradeço ao curso de Biomedicina da Uniguaçu, aos meus amigos e colegas de sala com quem convivi durante esses anos. Agradeço de coração, a todos que direta ou indiretamente torceram por mim nesta etapa importante da minha vida. Ferreira, L,M. Controle de Qualidade em amostras de vinho Colonial na região de Canoinhas - SC. 2017. 39 folhas Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharel em Biomedicina. Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu. União da Vitória- PR. RESUMO O vinho é uma bebida histórica que faz parte da cultura de vários países. O Brasil chega a produzir cerca de 16,5% de vinho em escala mundial, a atividade de vitivinicultura brasileira nas pequenas propriedades tem como característica o uso da mão-de-obra familiar. Em Santa Catarina a vitivinicultura é desenvolvida por produtores de pequeno a médio porte, sendo que esta atividade é de grande importância para a economia do estado. Para a comercialização dos vinhos é necessário realizar um controle de qualidade, para garantir que a bebida que vai ser comercializada seja de qualidade, este controle é realizado pelo MAPA. Este trabalho teve como objetivo coletar 10 amostras de vinho colonial de pequenas propriedades no comércio local em Canoinhas – SC, sendo 6 amostras de vinho tinto e 4 de vinho branco. Estas amostras foram avaliadas através de análises físico-químicas e comparadas com a legislação brasileira. Os vinhos foram denominados de acordo com o seu tipo, amostras de vinho tinto suave foram denominadas de ATSU, amostras de vinho tinto seco denominadas de ATSE, amostras de vinho branco suave de ABSU e amostras de vinho branco seco de ABSE A metodologia utilizada para as análises foi baseada no Instituto Adolfo Lutz, laboratório de análises do governo que desenvolve pesquisas na área bromatológica. Após as análises realizadas foi possível determinar algumas divergências nas amostras quando comparadas a legislação vigente. Foram obtidos valores entre 98,0meq/L a 252,0meq/L para acidez total, resultando em 5 amostras com valores elevados quando comparadas a legislação. Para pH, os valores obtidos foram de 2,83 a 3,26, onde todas as amostras ficaram dentro dos padrões. Na análise de teor de cinzas os valores ficaram entre 2,3g/L e 6,0g/L, todas as amostras ficaram dentro dos padrões estabelecidos de acordo com o tipo do vinho. Para a determinação do extrato seco, os valores obtidos foram de 1,38g/L a 6,7g/L, onde observou-se ao comparar com a legislação que 5 amostras obtiveram valores elevados em relação ao valor padrão estabelecido. Concluiu-se que é de grande importância a realização do controle de qualidade em amostras de vinho colonial como é realizado nos vinhos produzidos em grandes vinícolas, pois os vinhos coloniais são comercializados sem fiscalização e análises físico-químicas, que deveriam ser realizadas desde a sua produção, que dessa forma são consumidos sem o controle de qualidade adequado. Palavras-chave: Vinho Colonial. Controle de Qualidade. Análises físico-químicas. Ferreira, L,M. Controle de Qualidade em amostras de vinho Colonial na região de Canoinhas - SC. 2017. 39 folhas Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharel em Biomedicina. Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu. União da Vitória- PR. ABSTRACT Wine is a historic drink and is part of the culture of many countries. Brazil produces about 16.5% of wine worldwide, the activity of Brazilian winemaking in small farms is characterized by the use of family labor. In Santa Catarina, winemaking is developed by small to medium-sized producers, and this activity is of great importance to the state's economy. For the commercialization of the wines it is necessary to perform a quality control, to ensure that the drink that will be marketed is of quality, this control is carried out by MAPA. This work had the objective of collecting 10 samples of colonial wine from small farms in local commerce in Canoinhas - SC, 6 samples of red wine and 4 samples of white wine. These samples were evaluated through physical-chemical analysis and compared with Brazilian legislation. The wines were named according to their type, samples of soft red wine were denominated of ATSU, samples of dry red wine denominated of ATSE, samples of soft white wine of ABSU and samples of dry white wine of ABSE. The methodology used for the analyzes was based on the Adolfo Lutz Institute, a government analysis laboratory that develops research in the field of bromatology. After the analysis, it was possible to determine some divergences in the samples when compared to the current legislation. Values ranging from 98.0meq / L to 252.0meq / L were obtained, resulting in 5 samples with high values when compared to the legislation. For pH, the values obtained were 2.83 to 3.26, where all the samples were within the standards. In the ash content analysis the values were between 2.3 g / L and 6.0 g / L, all the samples were within the established standards according to the type of wine. For the determination of the dry extract, the values obtained were 1.38g / L to 6.7g / L, where it was observed when comparing with the legislation that 5 samples obtained high values in relation tothe established standard value. It was concluded that it is of great importance to carry out quality control in samples of colonial wine, as is done in wines produced in large wineries, since colonial wines are marketed without inspection and physical-chemical analyzes, which should be carried out since which are consumed without adequate quality control. Key words: Colonial Wine, Quality Control, Physical-chemical analysis. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Etapas de processamento do vinho branco. ............................................................. 16 Figura 2 – Etapas do processo de elaboração do vinho tinto. ................................................. 19 Figura 3 – Amostras após análise de acidez total. ................................................................... 29 Figura 4 - Amostras preparadas para análise de pH ................................................................ 30 Figura 5 –Amostra em cadinho para evaporação. ................................................................... 31 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Padrão de valores para análises físico-químicas do vinho. .................................... 26 Tabela 2 – Denominação de amostras de acordo com o tipo de vinho.................................... 27 Tabela 3 - Análise de acidez total em amostras de vinho colonial. ......................................... 32 Tabela 4 - Análise de pH em amostras de vinho colonial. ...................................................... 33 Tabela 5 - Análise de teor de cinzas em amostras de vinho colonial. ..................................... 34 Tabela 6 - Análise de extrato seco em amostras de vinho colonial. ........................................ 35 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 11 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 11 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 13 2.1 HISTÓRICO ....................................................................................................................... 13 2.2 PRODUÇÃO DO VINHO ................................................................................................. 13 2.2.1 Processos de Fermentação Microbiana ....................................................................... 14 2.2.2 Vinho branco .................................................................................................................. 15 2.2.2.1 Fermentação Alcoólica e Fermentação Malolática. ..................................................... 18 2.2.3 Vinho tinto ...................................................................................................................... 18 3 PARAMETROS FÍSICO-QUÍMICOS PARA ANÁLISE DE VINHOS ....................... 22 3.1 ACIDEZ TOTAL ............................................................................................................... 22 3.2 DETERMINAÇÃO DO PH ............................................................................................... 22 3.3 TEOR DE CINZAS ............................................................................................................ 23 3.4 EXTRATO SECO .............................................................................................................. 24 4. CONTROLE DE QUALIDADE ....................................................................................... 25 4.1 A LEI DO VINHO ............................................................................................................. 25 4.2 INSTITUTO ADOLFO LUTZ ........................................................................................... 26 5 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 27 5.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 27 5.2 AMOSTRA ......................................................................................................................... 27 5.3 LOCAL DO ESTUDO ....................................................................................................... 28 5.4 INSTRUMENTO DA PESQUISA ..................................................................................... 28 5.5 MATERIAIS ...................................................................................................................... 28 5.5.1 Reagentes e equipamentos ............................................................................................ 28 5.5.2 Vidrarias ......................................................................................................................... 28 5.6 PROCEDIMENTOS ........................................................................................................... 28 5.6.1 Procedimento para análise de Acidez Total ................................................................ 28 5.6.2 Procedimento para a determinação do pH.................................................................. 29 5.6.3 Teor de Cinzas ............................................................................................................... 30 9 5.6.4 Extrato Seco ................................................................................................................... 31 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 32 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 36 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 37 1 INTRODUÇÃO O vinho é uma bebida fermentada que combina princípios culturais, religiosos, geográficos e históricos do mundo. Cada safra produzida é diferente, pois o sabor do vinho sofre variações de acordo com a região, com clima e com o tipo de solo de onde são obtidas as uvas. O Brasil produz cerca de 1,1% de vinho da produção mundial, sendo a região sul a maior produtora no país. A vitivinicultura brasileira é uma atividade agrícola de pequenas propriedades, pois a mesma é caracterizada por uma produção familiar em suas residências (ALFARO, 2009; MELLO, 2012; INMETRO, 2007). A vitivinicultura (cultivo de uvas e a produção do vinho) é uma atividade desenvolvida em algumas regiões do estado de Santa Catarina, ela é realizada por produtores de pequeno e médio porte, tendo como sua mão de obra a própria família. Este setor tem grande importância para a economia das cidades que desenvolvem o cultivo de uva e produção de vinho, podendo gerar empregos e renda. Devido a isto, Santa Catarina é o sexto estado, maior produtor entre os outros estados brasileiros. (DUARTE, 2013). O vinho possui vários compostos químicos e sensoriais que vão alterar por vários aspectos, sendo eles geográficos ou tecnológicos. A forma como é armazenada a garrafa, o tipo da rolha a ser usada, a temperatura do ambiente e a posição da garrafa no estoque, a taça e a forma de servi-lo também podem interferir em seu sabor. A determinação das características do vinho é realizada através das análises físico-químicas, uma das maneiras mais utilizadas para verificar se os produtos que estãosendo comercializados estão dentro das exigências estabelecidas pela legislação brasileira, auxiliando também no controle de qualidade da bebida (ANDRADE et al., 2008). A qualidade do produto depende de alguns fatores como: a origem das videiras, das uvas, os fatores ambientais no processo de maturação da uva e da colheita da fruta, os processos de fermentação alcoólica e malolática e também as reações que ocorrem durante o processo de elaboração da bebida (KARASZ et al., 2005; LOVATO; WAGNER, 2012). O órgão que fica responsável pela criação de leis e normas e cuida da fiscalização das mesmas é o Ministério da Agricultura, que regulariza e controla a produção e o comércio dos vinhos. A lei que dispõe da produção e do comércio do vinho é a lei 10.970, esta lei foi criada no dia 12 de novembro de 2004, que junto com a portaria 229 criada em 25 de outubro de 1988, decretam os padrões de qualidade dos vinhos (ANDRADE et al., 2008). 11 1.1 JUSTIFICATIVA O vinho está ligado à gastronomia, a história e ao estilo de vida saudável, sendo um símbolo cultural de vários países. No Brasil, está entre as bebidas alcoólicas mais consumidas, sendo a região sul a maior consumidora do país. O vinho continua sendo considerado um produto natural, porém, as inovações tecnológicas proporcionaram melhor higiene e controle no processo de produção, contribuindo para a produção de vinhos adequada ao gosto dos consumidores contemporâneos. O vinho colonial é produzido, comercializado e consumido por anos, porém, a maioria de seus produtores permanece na informalidade, pois a produção do mesmo requer a responsabilidade técnica de um enólogo, que deverá atender todos os padrões de identidade e qualidade que são estabelecidos pela legislação brasileira que regulamenta a produção vinícola, a Lei 10.970, já que para a obtenção de um bom produto, é necessário que todas as fases do processo de fabricação ocorram perfeitamente, dentro dos parâmetros esperados para obtenção do vinho. Sendo assim, as análises físico-químicas realizadas nesta pesquisa tem importância para verificar se os produtores de vinhos coloniais se preocupam em seguir os padrões estabelecidos, garantindo a comercialização de um produto de qualidade, pois a maioria destes produtos artesanais, não são fiscalizados pelos órgãos responsáveis antes de serem comercializados. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Realizar controle de qualidade em amostras de vinho tinto e vinho branco colonial da região de Canoinhas (SC) através das análises físico-químicas. 1.2.2 Objetivos Específicos - Coletar amostras de vinho colonial na região de Canoinhas - SC; - Realizar análises físico-químicas para controle de qualidade das amostras de vinho colonial de acordo com a metodologia baseada no livro Métodos físico-químicos para análise de alimentos do Instituto Adolfo Lutz; 12 - Analisar as informações fornecidas, e verificar se as amostras encontram-se de acordo com as exigências da legislação específica, comparando os resultados de acordo com a Lei 10.970 de 12 de novembro de 2004 e a Portaria 229 de 25 de outubro de 1988. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 HISTÓRICO Segundo Guerra et al (2009) não se sabe ao certo quem inventou o vinho, a época e o local, mas teve sua origem baseada em lendas da Grécia e da Itália, combinando com a cultura e tradição desses países. Na mitologia grega a bebida é associada a religião, ao deus Dionísio, que era considerado o responsável pelo cultivo da uva e pela elaboração do suco e do vinho. Na Grécia antiga, o vinho tinha uma cor muito escura e por isso era ingerido misturado com água. Há relatos na bíblia, no velho testamento, de que Noé havia levado em sua arca sementes de uva, mais tarde plantando em terra firme e depois de colher os frutos, ele elaborou um vinho e se embriagou com ele. No Egito as sementes de uva chegaram através do Rio Nilo, foi onde inventaram os rótulos nas jarras, pois as mesmas continham as informações sobre a bebida como o nome do seu produtor e o tipo da uva que foi utilizada. O vinho veio para o ocidente intensamente, até mais que em outros continentes, devido à cultura e a importância que os povos gregos e romanos deram a bebida. Nos dias atuais, a uva e o vinho são encontrados no mundo todo, sendo produzidos em mais de 40 países, tendo entre os maiores produtores a França, Itália e Espanha. Em 1.532, as primeiras videiras chegaram no país através de Martim Afonso de Souza e foram plantadas na Capitania de São Vicente, na região sudeste do Brasil, apesar de que o clima não é favorável para o plantio da uva. Insistiram no cultivo da uva mudando as plantações do litoral para o planalto atlântico. Em 1551, foi produzido o primeiro vinho brasileiro, porém, ainda o clima não era favorável para realizar o cultivo da fruta. Já em 1.626, após a chegada dos jesuítas a vitivinicultura teve impulso no país, onde o Padre Roque Gonzales de Santa Cruz levou as videiras para o Rio Grande do Sul e com a ajuda de índios produziu vinho, a bebida que é símbolo de religiosidade. A partir da década de 80, a produção de vinho ganhou força e começou a fazer parte da economia do país (IBRAVIN, 2003). 2.2 PRODUÇÃO DO VINHO O continente europeu é líder na produção de vinho, sendo o continente responsável por cerca de 64,0% da produção mundial, seguido do continente americano, que produz 19,5% e cresce gradativamente. Em escala mundial, o Brasil é o 13º, produzindo cerca de 1,1% de vinhos, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor de uvas e vinhos do Brasil, com cerca de 90% da produção de vinho do país (MELLO, 2012). 14 O vinho é obtido através da fermentação alcoólica do mosto da uva, que é um líquido denso composto por água, leveduras, os grãos de uva, açúcar e outros sais. O nome vinho é usado apenas para as bebidas alcoólicas fermentadas através da uva, para as bebidas produzidas a partir de outras frutas deve-se indicar o nome da fruta juntamente com o nome vinho A fermentação vai ocorrer sob a ação das leveduras que leva a uma reação química e ao mesmo tempo a um processo natural, produzindo o gás carbônico e o etanol. A uva é fermentada no momento em que há separação da casca e dos grãos, pois os açúcares que se encontram dentro da fruta entram em contato com as leveduras que estão presentes na película de cada grão, dando início ao processo de fermentação. Também resultam deste mesmo processo outras substâncias secundárias que contribuem para o sabor, aroma e textura do vinho, como o glicerol, os ésteres, os álcoois, os aldeídos e os ácidos (POUSSIER, 2010; CORAZZA, RODRIGUES, NOZAKI, 2001). Segundo Brasil (2004) os vinhos são classificados quanto à classe, quanto à cor e quanto ao teor de açúcar juntamente com o teor alcoólico, cada tipo de vinho deve estar com o teor alcoólico e de açúcar dentro dos padrões de acordo com a sua classificação. Para que isso ocorra, os vinhos devem ser controlados desde a sua produção até a sua comercialização. 2.2.1 Processos de Fermentação Microbiana A fermentação tem esse nome devido à forma de fervura que se obtém após a produção do CO2 (dióxido de carbono) que ocorre devido a ação das leveduras sobre o mosto. A fermentação é descrita de duas formas: pelo bioquímico, ela é descrita como um processo de catabolismo, que através da transformação anaeróbica que ocorre nos compostos orgânicos presentes no mosto como os carboidratos, os ácidos orgânicos e os álcoois. No processo de elaboração do vinho ocorre a fermentação alcoólica, onde ocorre a transformação anaeróbica da glicose em álcool que é realizado pelas leveduras, através da regeneração da NADH (dinucleotídeo de adenina nicotinamida reduzido), que ocorre quando o ácido pirúvico é reduzido a etanol, ou seja, o piruvato vai receber elétrons do NADH, que vai ser convertido em NAD+ (dinucleotídeo de adenina nicotinamida), neste processo,o piruvato vai ser transformado em álcool. Na microbiologia industrial a fermentação é descrita como um processo em que ocorre a formação de biomassa microbiana (BASTOS, 2010). Na biotransformação os microrganismos são utilizados para transformar os compostos, utilizando estruturas para que se obtenham novos produtos. As células microbianas são catalisadoras, com grande especificidade, esses processos que são causados pelos microrganismos são mais específicos até que os processos químicos, pois levam vantagens em 15 baixas temperaturas e pressões. Os microrganismos de interesse industrial podem ser encontrados em recursos naturais, com o isolamento dos mesmos em água, solo e plantas e também podem ser comprados em culturas. O isolamento dos microrganismos encontrados nos recursos naturais é importante para se obter novas linhagens A levedura mais utilizadas na elaboração de vinhos é a Saccharomyces cerevisiae, é essa linhagem de levedura que vai transformar o mosto em vinho no processo de fermentação alcoólica (BASTOS, 2010). 2.2.2 Vinho branco O vinho é a bebida fermentada mais antiga e uma das mais importantes, ligada a cultura dos países. É uma bebida que se obtém a partir da fermentação alcoólica tanto parcial como total do mosto. Para a produção do vinho, são escolhidas uvas maduras e sãs, devem ser frescas e totalmente eximes dos resíduos dos pesticidas e dos metais pesados que podem entrar em contato com os grãos durante seu armazenamento ou transporte (SILVA; ALVES, 2014). Para a obtenção de um vinho branco de boa qualidade depende de como a uva e o mosto vão ser manipulados antes de ocorrer a fermentação alcoólica. Durante o processo de produção, as etapas mais importantes são as pré-fermentativas: a extração e a clarificação do mosto (SILVA; ALVES, 2014). Na figura 1 podemos observar as etapas para a produção do vinho branco. 16 Figura 1- Etapas de processamento do vinho branco. Fonte: Rizzon e Dallagnol (2009) O recebimento da uva é quando o material chega a cantina e inicia-se o processo de verificação do estado dos grãos, do peso e da temperatura. A cantina deve estar equipada para que se inicie o processo de separação dos ráquis, o processo de esmagamento da uva e também ocorra a determinação do teor de açúcar do mosto. A separação dos ráquis é quando ocorre a retirada dos grãos dos cachos, para evitar que o vinho branco fique com sabor amargo e que ocorra a diluição do mosto pela diminuição do teor de açúcar, este processo em conjunto com o esmagamento dos grãos, que é quando rompe a película da baga e o grão da uva é liberado entrando em contato com o ar e com as leveduras que estão presente na casca da uva, atua com grande importância na produção do vinho branco. É nestes processos em que ocorrem os primeiros tratamentos à matéria-prima. Nesta fase, o mosto da uva vai ser liberado e vai ficar exposto a oxidação e também à ação das leveduras, porém, esta operação deve ocorrer em menor tempo possível, pois deve-se evitar uma exposição maior a oxidação, não deixando que os grãos fiquem expostos ao calor excessivo (sol), que pode dar início a fermentação alcoólica prematura. Os processos de separação e esmagamento são realizados por máquinas desengaçadeiras-esmagadeiras (RIZZON; DALLAGNOL, 2009). Após o processo de esmagamento é adicionado o metabissulfito de potássio que é um sal que possui uma coloração branca e solúvel em água, tem ação antisséptica e desinfetante, 17 vai exercer uma função seletiva no mosto, podendo favorecer e estimular a ação das leveduras de boa qualidade e vai inibir o crescimento dos microrganismos indesejáveis, promovendo uma ação antioxidante protegendo os compostos da cor da bebida. Promove ação solubilizante, facilitando a dissolução dos componentes presentes na película da uva. A quantidade de metabissulfito adicionado no mosto vai depender da qualidade da uva e é essencial na produção do vinho branco, porém, não pode ser utilizado em grandes quantidades, pois pode causar problemas no vinho como um atraso na fermentação alcoólica, produzindo um cheiro de enxofre e pode até causar dores de cabeça nos consumidores (COPELLO, 2016). Após este processo é realizado a extração do mosto, que vai separar o mosto da parte sólida, películas e sementes da uva. Esta ação vai ser fundamental na elaboração do vinho branco e a extração vai ocorrer em prensas. Após a extração o mosto vai apresentar-se turvo, tendo que passar pelo processo de clarificação, a clarificação consiste em separar o mosto límpido das borras antes de ocorrer a fermentação alcoólica, este processo vai ocorrer através da sedimentação natural das borras (RIZZON; SALVADOR; MIELE, 2008). Depois deste processo, deve-se adicionar as leveduras selecionadas secas e ativas. As leveduras mais comuns são as de linhagem da Saccharomyces cerevisiae. Essas leveduras vão contribuir para as características aromáticas da uva durante o processo de fermentação. Depois da adição das leveduras, vai ocorrer a chaptalização, que é a correção do teor de açúcar presente no mosto, para que durante a fermentação alcoólica o mosto atinja o grau alcoólico desejado, depois deste processo ocorre a fermentação alcoólica e quando necessário a fermentação malolática. Após a fermentação, o vinho precisa passar pelos processos de clarificação e estabilização, a clarificação ocorre no processo de trasfegas, filtração para retirar as borras precipitadas, e a estabilização ocorre através da refrigeração. Feito este processo, o vinho estará pronto para o último processo o engarrafamento (RIZZON; DALLAGNOL, 2009). O engarrafamento ocorre normalmente em garrafas de coloração esverdeada para filtrar as diferentes radiações, a garrafa deve ser fechada com rolha de cortiça natural, antes do engarrafamento as garrafas devem ser muito bem higienizadas mesmo que sejam novas. Após o engarrafamento, as garrafas devem ficar por pelo menos 3 horas em pé para que a rolha adquira elasticidade (COPELLO, 2016) 18 2.2.2.1 Fermentação Alcoólica e Fermentação Malolática. A fermentação alcoólica é quando ocorre a transformação do açúcar do mosto em álcool pela ação das leveduras por um conjunto de transformações bioquímicas. Nesta fermentação ocorre a produção do álcool, de gás carbônico e mais alguns compostos da fermentação malolática, pela liberação de calor. Este tipo de fermentação deve ocorrer em local adequado e limpo e com a temperatura controlada, em recipiente de aço inoxidável, que não esteja muito cheio e que possua uma válvula para que permita que o dióxido de carbono possa sair quando for formado no processo de fermentação (RIZZON; DALLAGNOL, 2009; COPELLO, 2016). A fermentação malolática só vai acontecer em vinhos brancos quando o mesmo possuir uma acidez elevada. Em vinhos brancos com a acidez equilibrada ou pouca acidez, a fermentação malolática não é recomendada, pois ela pode reduzir o aroma que é muito importante na qualidade do vinho. Quando ocorre esta fermentação, ocorre a transformação do ácido málico em ácido lático, reduzindo a acidez total do vinho (RIZZON; SALVADOR; MIELE, 2008). 2.2.3 Vinho tinto O vinho tinto é considerado benéfico para a saúde quando ingerido em pequenas doses, favorecendo na digestão, inibindo o desenvolvimento de microrganismos patogênicos no organismo, contribuindo para a redução de problemas cardiovasculares, tem efeitos antioxidantes, combatendo os radicais livres. O vinho tinto é elaborado apenas por uvas tintas, que possuem em suas películas compostos fenólicos que são responsáveis pela cor. Na elaboração do vinho tinto, a principal etapa é a maceração (SILVA; ALVES, 2014; GIEHL et al., 2007). Na figura 2, as etapas de produção do vinho tinto. 19 Figura 2 – Etapas do processo de elaboração do vinho tinto. Fonte: Rizzon e Dallagnol (2007) Antesdo recebimento, o primeiro passo importante na produção de vinho é a colheita da uva, este é o momento em que define o tipo de vinho que vai ser produzido. Esta etapa depende de vários fatores como o estado do grão e o grau de maturação. A colheita deve ser feita nas primeiras horas da manhã e com o tempo seco, a fruta não deve ser exposta ao sol, pois pode chegar ao ambiente de produção com a temperatura elevada. As uvas deverão ser transportadas de forma adequada para que não ocorra esmagamento, pois este pode causar a oxidação e a maceração dos grãos, fazendo com que seja antecipada a fermentação, podendo prejudicar a qualidade do vinho (SILVA; ALVES, 2014) O transporte adequado das uvas deve ser realizado em várias caixas de colheita contendo pouca quantidade de grãos, o transporte deve ocorrer de forma rápida e as frutas deverão ser processadas em seguida, logo após a chegada ao ambiente de produção do vinho (RIZZON; SALVADOR; MIELE, 2008). No processo de recepção da uva deve-se manter a higiene adequada para que não haja contaminação do produto, pois é neste processo que dará início a produção do vinho, este setor deve estar devidamente equipado para as próximas etapas. Logo após o recebimento da uva, vai ocorrer a separação dos ráquis e o esmagamento, estes processos acontecem através das máquinas e devem ser realizados em menor tempo possível, pois é neste processo em que 20 o mosto ficará exposto a ação das leveduras que estão sobre as películas e esta ação pode resultar no início da fermentação alcoólica prematura. Depois desta ação, o metabissulfito é adicionado ao mosto com a ação antisséptica e desinfetante, só então é realizado a chaptalização, correção do teor de açúcar presente no mosto para que o vinho possa atingir a graduação alcoólica mínima estabelecida por lei (RIZZON; DALLAGNOL, 2007). Após este processo, dará início a fermentação alcoólica, através da ação das leveduras. No processo de vinificação de vinhos tintos, este início fermentativo é conhecido como fermentação tumultuosa, pois a fermentação esta ocorrendo intensamente e vai coincidir com o processo de maceração, este é o período em que o mosto vai ficar em contato com a parte sólida da uva, a película e a semente. Já na produção do vinho branco, este processo é evitado, então este é o processo em que difere os dois tipos de vinificação, é na maceração em que o mosto vai ficar exposto a alguns compostos em que vão atribuir a cor da bebida, sendo o processo mais importante na vinificação em tinto, seguido processo de descuba e prensagem que consiste na separação do mosto da parte sólida (RIZZON; MENEGUZZO, 2006; RIZZON; DALLAGNOL, 2007). Após a descuba marca o fim da fermentação alcoólica, onde o mosto vai passar para um recipiente que contenha uma válvula para que o dióxido de carbono seja liberado e ocorra a transformação do que ainda restar do açúcar, depois, é realizada a trasfega, que é quando o vinho é transferido de um recipiente para outro para que ocorra a separação de sólidos insolúveis que vão sedimentar no final da fermentação. A quantidade de trasfegas a ser realizada neste processo vai depender do tamanho do tanque e da quantidade de vinho sendo produzido (RIZZON; MENEGUZZO, 2006; SANTOS; MACHADO; DIAS, 2007). Concluída a fase de fermentação alcoólica, dará início à fermentação malolática, um processo muito importante na elaboração do vinho tinto. É nesta etapa que vai ocorrer a transformação do ácido málico em ácido lático, essa transformação fará com que a acidez total do vinho seja reduzida e também vai ocorrer a liberação do dióxido de carbono, fazendo com que o pH tenha um pequeno aumento. Nesta fermentação, as responsáveis pelas transformações são as bactérias láticas que obtém um grau elevado de especificidade. Quando ocorrer o desprendimento do dióxido de carbono, vai marcar o fim da fermentação malolática, tornando o vinho mais macio e menos ácido (RIZZON; SALVADOR; MIELE, 2008). A clarificação do vinho e sua estabilização são realizadas após o período de fermentação malolática, é nesta etapa vai ser separado das partes sólidas, das borras que ainda restaram no fundo após a precipitação. O vinho tinto possui o tanino, este fenol vai auxiliar na precipitação das proteínas. No caso dos vinhos brancos, estas proteínas é que causam a 21 turvação do mosto. O ácido tartárico junto com o potássio formam um sal que quando presente em excesso pode prejudicar o vinho, pois este vai precipitar na forma de sal, por isso o processo de clarificação e a estabilização do vinho são etapas importantes antes do engarrafamento. O engarrafamento é a etapa final na elaboração do vinho tinto, onde a bebida vai ficar para envelhecimento, assim como no vinho branco, deve ser engarrafado em garrafas bem higienizadas e fechadas com rolhas de cortiça natural. Uma vez que engarrafado, a garrafa de vinho deve ficar em pé por pelo menos 3 horas, para que a rolha adquira elasticidade. Após este processo as garrafas poderão ser armazenadas deitadas em pilhas, para manter a rolha úmida (GIEHL et al., 2007). 3 PARAMETROS FÍSICO-QUÍMICOS PARA ANÁLISE DE VINHOS 3.1 ACIDEZ TOTAL O vinho possui alguns ácidos orgânicos, os que provêm da fruta ainda em cultivo como os ácidos málico, cítrico, tartárico, ascórbico, oxálico, galacturônico, e os ácidos que provêm da fermentação da uva, como o acético e o lático, o succínico e o pirúvico. Dentre os ácidos, o mais forte é o ácido tartárico, que é o principal da uva, ele dá uma maior resistência à uma invasão bacteriana e também define o pH. No início do processo, sua dosagem é alta e tende diminuir até o momento do engarrafamento da bebida (RIZZON; MIELE, 2002). A acidez dos vinhos favorece a estabilidade biológica, também condiciona a cor e o sabor da bebida. Devido a insolubilização do ácido tartárico na forma de sais, a acidez total e o pH podem ser alterados no processo da elaboração do vinho. Para avaliar a acidez do mosto e a acidez do vinho é determinada a acidez total da amostra (RIZZON; MIELE, 2002). A acidez total é a soma dos ácidos que são tituláveis quando o pH é neutralizado em 7,0 com uma solução alcalina. A determinação da acidez total se dá por meio de titulação volumétrica com uma solução de NaOH (hidróxido de sódio) e a solução de fenolftaleína como indicador. A titulação é uma técnica muito utilizada nos laboratórios para análises químicas quantitativas, a técnica é utilizada para determinar a concentração de um reagente. Este método vai reagir o volume da amostra com o volume do reagente e uma solução padrão. A substância a ser determinada é chamada de analito. Para a determinação de acidez total dos vinhos, é utilizada a titulação ácido-base, reagindo um ácido em uma base para atingir o ponto de equivalência (CORAZZA; RODRIGUES; NOZAKI, 2001). Segundo Brasil (2004) a legislação estabelece o padrão de no máximo 130,0 meq/L (miliequivalente por litro) e o mínimo de 55 meq/L para acidez total, não havendo diferença entre vinho tinto e branco e suave e seco. Os vinhos que possuem uma acidez total elevada podem apresentar uma agressividade intensa em seu sabor e quando apresentam acidez mais baixa pode haver falta de brilho, de aroma e de cor para o vinho (MIELE et al, 2000; SOUZA, 2014). 3.2 DETERMINAÇÃO DO PH O pH é a concentração do hidrogênio iônico, da acidez titulável e da concentração de ácidos orgânicos e de cátions, em especial o potássio, é avaliado através da acidez real do vinho. O pH é uma das características mais importantes presente no vinho, pois ele é 23 responsável pelas propriedades organolépticas, exercendo um papel fundamental sobre o efeito do gosto da bebida, ele interfere na cor e no sabor dos vinhos. Quando o pH do vinho está elevado, a bebida pode sofrer alterações oxidativas, bem como alterações biológicas, quando o teor de dióxido deenxofre livre é menor. Dentre os fatores que contribuem para alteração do pH estão: a dissolução dos minerais e dos ácidos orgânicos presentes na uva no processo de maceração; a transformação do açúcar em etanol; os ácidos orgânicos quando são sintetizados no processo de fermentação alcoólica; o ácido málico quando é degradado na fermentação maloláctica; e ainda a precipitação do ácido tartárico (MANFROI et al, 2006; RIZZON; MIELE, 2002). No processo de vinificação, o pH não possui um valor estabelecido pela legislação, porém, a literatura descreve que o valor desejável para o vinho deve estar abaixo de 3,3. As variações que ocorrem no pH são explicadas pelas alterações nos fatores de manejo da fruta e produção do produto, até o engarrafamento, quando o pH do vinho está elevado, a bebida pode sofrer alterações oxidativas e biológicas, fatores que podem indicar que está ocorrendo uma absorção elevada de potássio pela própria videira, transformando os ácidos orgânicos em sais, principalmente o ácido tartárico, dificultando a precipitação destes ácidos (TECCHIO, 2007; RIZZON & MIELE, 2002). 3.3 TEOR DE CINZAS As cinzas são os resíduos que se obtém quando aquecemos um produto a uma temperatura entre 550 a 570ºC. Os resíduos podem não apresentar toda a substância inorgânica que está presente na amostra, pois os sais presentes podem sofrer uma volatilização durante o processo de aquecimento ou até mesmo redução. Os resíduos são obtidos por ignição de quantidade aparente na amostra. Alguns produtos que contêm sais de metais alcalinos que podem reter proporções variáveis do CO2 são tratados após a incineração, primeiramente com uma solução de ácido sulfúrico diluído, depois da secagem do seu reagente, elas são aquecidas e pesadas, portanto, o resíduo é chamado de cinzas sulfatizadas. Na maioria das vezes é maior vantagem combinar a determinação de umidade e cinzas, por incineração do resíduo obtido na determinação da umidade (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008). 24 3.4 EXTRATO SECO Segundo Martins (2007) o extrato seco do vinho nada mais é do que o peso dos resíduos que são obtidos logo após a evaporação dos compostos voláteis presentes no vinho. Sousa (2014) também descreve o extrato seco como o peso do resíduo que se obtém através da evaporação dos compostos voláteis. Os principais grupos são os ácidos fixos, os sais minerais e os sais orgânicos, compostos fenólicos e nitrogenados, açúcares e polissacarídeos. Esta técnica é utilizada para determinar a qualidade do vinho, da uva e do processo de vinificação. O extrato seco está relacionado com o corpo do vinho. Para o extrato seco, a legislação brasileira determina valor máximo para a relação álcool em peso e extrato seco, sendo 4,8g/l (gramas por litro) para vinhos tintos e 6,5g/l para vinhos brancos. 25 4. CONTROLE DE QUALIDADE A qualidade do produto como o sabor, a cor, o aroma, a consistência, a aparência desse vinho qual vai para o mercado é muito importante e dependente dos constituintes químicos presentes na bebida. Os trabalhos realizados no Brasil para analisar a composição química do vinho através das análises físico-químicas, são realizadas, todas baseadas na legislação brasileira e relacionadas junto a legislação, que indica o padrão de qualidade e identidade do vinho (OLIVEIRA; SOUZA; MAMEDE, 2011). A fiscalização dos vinhos é feito pelo Poder Público, que exige uma padronização da identidade e da qualidade do vinho. Para a comercialização do vinho, o elaborador deverá estar registrado no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A legislação estabelece esses Padrões de Identidade e qualidade para o vinho, a mesma refere-se a valores máximos e mínimos que são comparados através das análises físico-químicas como a acidez total, o pH, os açúcares redutores, cinzas e extrato seco (BRASIL, 2004). 4.1 A LEI DO VINHO A lei 10.970 de 12 de novembro de 2004 juntamente com a portaria 229 de 25 de outubro de 1988 e o Decreto nº5.305 de 13 de dezembro de 2004 do MAPA fazem parte da legislação brasileira do vinho, estas determinam os padrões de qualidade dos vinhos produzidos no Brasil, estabelecendo todos os parâmetros para a produção, circulação e comercialização do vinho, a legislação vai determinar que os produtores deverão atender as normas dos Padrões de Qualidade e Identidade do vinho, determinando também que a padronização e a fiscalização deste produto compete ao MAPA. A determinação destas características físico-químicas dos vinhos é de grande importância, a fim de garantir que os consumidores vão receber um produto de qualidade, de acordo com a legislação brasileira (BRUCH, 2012). Na tabela 1 padrão de valores estabelecidos pela legislação para análises físico-químicas. 26 Tabela 1 – Padrão de valores para análises físico-químicas do vinho. Vinho Acidez total meq/L pH Cinzas g/ L Extrato seco g/L Tinto suave Min 55 - Máx 130,0 Máx 3,30 Min 1,5 Máx 4,8 Branco suave Min 55 - Máx 130,0 Máx 3,30 Min 1,3 Máx 6,5 Tinto seco Min 55 - Máx 130,0 Máx 3,30 Min 1,5 Máx 4,8 Branco seco Min 55 - Máx 130,0 Máx 3,30 Min 1,3 Máx 6,5 Fonte: BRASIL (2004). 4.2 INSTITUTO ADOLFO LUTZ O Instituto Adolfo Lutz (IAL) é um laboratório de análises do governo do Estado de São Paulo que atua como laboratório Central de Saúde Pública, sendo credenciado pelo MS (Ministério de Saúde), possui 12 laboratórios regionais que estão localizados em lugares estratégicos no estado. Todos os laboratórios atuam juntos, com os mesmos objetivos nas áreas de epidemiologia, em ações da vigilância sanitária e ambiental. O IAL, além de atuar como laboratório, também desenvolve projetos científicos nas áreas Bromatológicas, Biomédicas e Químicas, trabalha com a prevenção, o controle e a eliminação de doenças de interesse na Saúde Pública (SÃO PAULO, 2017). O laboratório é reconhecido internacionalmente, pois tem competência para responder as ocorrências em suas áreas de atuação, por isso, o IAL também foi credenciado pelo MS como Laboratório de Referência Macrorregional e Laboratório Nacional de Saúde Pública, monitorando contaminantes em alimentos, é referência para o controle de qualidade analíticas, coordena o programa de monitoramento de matérias estranhas nos alimentos. Além da área alimentícia, o laboratório também tem atuação na área da saúde, sendo um Centro de Referência para o diagnóstico da AIDS (SÃO PAULO, 2017). 5 MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 TIPO DE PESQUISA A pesquisa é de caráter quantitativo, sendo essa especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística, qual vai colocar em números as informações coletadas para que os dados possam ser analisados e classificados (SILVA; MENEZES,2005; SOUZA; ILKIU, 2017). 5.2 AMOSTRA Foram utilizadas 10 amostras de vinho colonial, sendo 6 de vinho tinto e 4 de vinho branco produzidos por diversos produtores do município de Canoinhas (SC). As amostras foram transportadas para o laboratório em suas próprias garrafas, enroladas em jornal dentro de caixa de isopor. As amostras foram denominadas de acordo com o tipo de vinho e numeradas, conforme demonstradas na tabela 2. Tabela 2 – Denominação de amostras de acordo com o tipo de vinho. Denominação Amostra Tipo de Vinho Localidade ATSU1 Tinto Suave Campo D’Água Verde ATSU2 Tinto Suave Salto D’Água Verde ATSU3 Tinto Suave Paula Pereira ATSU4 Tinto Suave Serra da Lucindo ATSE1 Tinto Seco Salto D’Água Verde ATSE2 Tinto Seco Campo D’Água Verde ABSU1 Branco Suave Campo D’Água Verde ABSU2 Branco Suave Serra da Lucindo ABSE1 Branco Seco Salto D’Água Verde ABSE2 Branco Seco Serra da Lucindo Fonte: O Autor (2017). 28 5.3 LOCAL DO ESTUDO As práticas foram realizadas no laboratório de Bromatologia e Química do Edifício Sede das Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu localizada na Rua PadreSaporiti, nº 717,| Bairro Rio D'Areia União da Vitória (PR). 5.4 INSTRUMENTO DA PESQUISA As amostras foram coletadas, analisadas e observadas em laboratório para controle de qualidade. Os testes realizados foram acidez total, pH, cinzas e extrato seco, todos os procedimentos realizados foram baseados nas técnicas do livro Métodos físico-químicos para análise de alimentos conforme Instituto Adolfo Lutz (2008). 5.5 MATERIAIS 5.5.1 Reagentes e equipamentos Os materiais utilizados foram: Mufla da marca Quimis®; estufa da marca Odontobrás®; balança analítica Bel Engineering®; cadinho Chiarotti®, pHmetro, bico de Bunsen, banho-maria, chapa aquecedora, dessecador, termômetro e reagentes da marca Dinâmica®: Solução de hidróxido de sódio 0,1 N ou 0,05 N Solução de fenolftaleína, Soluções-tampão de pH 4, 7 e 10, solução saturada de acetato neutro de chumbo, soluções A e B de Fehling tituladas, Acetato de chumbo. 5.5.2 Vidrarias As vidrarias utilizadas para o desenvolvimento do trabalho foram: pipeta volumétrica, frasco Erlenmeyer , béquer, bureta, pipeta graduada, funil de separação, funil com papel de filtro qualitativo, balão volumétrico, proveta, espátula, balão de fundo chato, cadinho de porcelana. 5.6 PROCEDIMENTOS 5.6.1 Procedimento para análise de Acidez Total As amostras de vinho tinto de caráter escuro foram descoloradas com Acetato de Chumbo antes do procedimento. Após a descoloração, foi pipetado 10mL da amostra descarbonatada e colocada em Erlenmeyer de 500ml contendo 100 ml de água. Foi 29 adicionado 0,5 mL de fenoftaleína e titulado com solução de hidróxido de sódio padronizada de 0,01 molar, até que a coloração rósea ficou persistente (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008). Na Figura 3, amostras de vinho logo após a titulação, analisadas para determinar a acidez total e posteriormente foram calculados de acordo com a fórmula abaixo: 𝑛 𝑥 𝐹 𝑥 𝑁 𝑥 1000 𝑉 = 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑒𝑚 𝑚𝑒𝑔/𝐿 n = volume em mL de solução de hidróxido de sódio gasto na titulação F = fator de correção da solução de hidróxido de sódio N = normalidade da solução de hidróxido de sódio V = volume da amostra Figura 3 – Amostras após análise de acidez total. Fonte: Arquivo pessoal (2017). 5.6.2 Procedimento para a determinação do pH Foram utilizados 10 ml da amostra em um béquer, diluído com auxílio de 100 mL de água, após, o conteúdo foi agitado até que as partículas ficassem uniformemente suspensas. O pH da amostra foi determinado com o aparelho calibrado, que foi operado de acordo com as instruções do manual do fabricante (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008). A Figura 4 mostra as amostras de vinho preparadas para análise de pH através do pHmetro. 30 Figura 4 - Amostras preparadas para análise de pH Fonte: Arquivo Pessoal (2017) 5.6.3 Teor de Cinzas Os cadinhos foram aquecidos em mufla a 550°C por 30 minutos, após o seu resfriamento, foram transferidos 10 mL da amostra para o cadinho onde se realizou a carbonização dos mesmos em forno mufla a 550°C constante num período de três horas. Posteriormente foram retirados e deixados em dessecador para temperatura ambiente. Na Figura 5 cadinho em aquecimento para evaporação da amostra (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008). O teor de cinzas foi realizado de acordo com o cálculo abaixo: Cálculo 40 𝑥 (𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑖𝑛𝑧𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 a = peso do cadinho com cinzas b = peso do cadinho. 31 Figura 5 – Amostra em cadinho para evaporação. Fonte: O Autor (2017). 5.6.4 Extrato Seco Foi transferido 20ml da amostra para uma cápsula metálica de fundo chato, esta amostra foi evaporada em banho-maria para secar o resíduo. Após este procedimento a amostra foi resfriada em dessecador e pesada. O resíduo foi aquecido em estufa a 100ºC, por 1 hora. Depois o resíduo foi resfriado em dessecador e pesado. As operações foram repetidas na estufa e dessecador até que foi obtido o peso constante (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008). 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados das determinações analíticas para acidez total das amostras estudadas encontram-se na tabela 3. Tabela 3 - Análise de acidez total em amostras de vinho colonial. Amostra Acidez total (meq/L) Parâmetros Legais Máximo Mínimo ATSU1 98 130 55 ATSU2 135 130 55 ATSU3 252 130 55 ATSU4 133 130 55 ATSE1 232 130 55 ATSE2 132 130 55 ABSU1 178 130 55 ABSU2 126 130 55 ABSE1 141 130 55 ABSE2 138 130 55 Fonte: O Autor (2017). Os resultados apresentados na tabela 3 indicam que há diferenças significativas entre as amostras avaliadas para acidez total. Apenas 20% das amostras apresentaram resultados dentro do esperado, as outras oito amostras (80%) apresentaram valores elevados em relação ao valor limite estabelecido pela legislação, sendo que o valor limite é de 55 a 130 meq/L. Os valores determinados nas amostras variaram entre 98 a 252 meq/L para vinhos tintos (ATSU e ATSE) e de 126 a 178meq/L para vinhos brancos (ABSU e ABSE). As amostras ATSU1 e ABSU2 apresentaram valores dentro do limite estabelecido (BRASIL, 2004). As oito amostras que apresentaram valores acima do limite estabelecido pela legislação pode ter sofrido alterações durante o processo de colheita da uva, na fermentação ou ainda, erros durante o processo de descoloração do vinho ou titulação para a determinação da acidez total (RIZZON; MIELE, 2002). Em estudos realizados por Martins (2007) algumas amostras apresentaram acidez total baixa, sendo necessário realizar correção das mesmas para mantê-las dentro dos padrões estabelecidos pela legislação. Nas análises realizadas para determinação do pH todas as amostras apresentaram valores dentro do padrão desejável segundo a literatura de 3,3 para vinhos tintos e brancos. Os 33 valores obtidos através de pHmetro nas amostras foram de 2,83 a 3,26 conforme apresentado na tabela 4 abaixo. Tabela 4 - Análise de pH em amostras de vinho colonial. Amostra pH Parâmetro Legal Máximo ATSU1 3,04 3,3 ATSU2 2,83 3,3 ATSU3 3,08 3,3 ATSU4 3,19 3,3 ATSE1 3,18 3,3 ATSE2 3,13 3,3 ABSU1 3,26 3,3 ABSU2 3,13 3,3 ABSE1 3,20 3,3 ABSE2 3,12 3,3 Fonte: O Autor (2017). O pH é fundamental na determinação da cor e também atua sobre o sabor do vinho. Quando o vinho tem um pH aumentado, pode sofrer alterações oxidativas e também biológicas, esse aumento também pode estar relacionado a diminuição de potássio no mosto. Com o valor de pH destas amostras dentro do desejável, pode indicar que o sabor e a coloração dos vinhos não passaram por alterações durante o processo de produção da bebida (CHAVARRIA et al., 2008; OLIVEIRA; SOUZA; MAMEDE, 2011). Segundo Brasil (2004) o valor padrão mínimo para as cinzas em vinhos tintos é de 1,5g/L e para vinhos brancos de 1,3g/L. Nas análises realizadas para a determinação de cinzas, todas as amostras apresentaram valores dentro do valor mínimo estabelecido pela legislação para os dois tipos de vinho, conforme demonstrado na tabela 5. Conforme citou INMETRO (2007) quando amostras de vinho apresentam valores abaixo do estabelecido pela legislação para cinzas, os mesmos podem indicar que os vinhos podem ter sofrido alterações fraudulentas, como por exemplo, a adição de água, o que indica que não ocorreu fraude nestas amostras de vinho, que apresentaram valores esperados para teor de cinzas. 34 Tabela 5 - Análise de teor de cinzas em amostras de vinho colonial. Amostra Teor de Cinzas (g/l) Parâmetro Legal Mínimo ATSU1 2,3 1,5 ATSU2 5,0 1,5 ATSU3 5,0 1,5 ATSU4 6,0 1,5 ATSE1 5,0 1,5 ATSE2 4,0 1,5 ABSU1 4,0 1,3 ABSU2 3,3 1,3 ABSE1 6,0 1,3 ABSE2 2,3 1,3 Fonte: O Autor, 2017. Nas análises realizadas para determinação de extrato seco nas amostras de vinho colonial apresentaram diferenças significativas em relação ao valor estabelecido pela legislação, sendoque os valores limite para extrato seco é de no máximo 4,8g/L para vinho tinto e 6,5g/L para vinhos brancos (BRASIL, 2004). Das amostras analisadas, cinco apresentaram valores dentro do esperado, sendo elas ATSU1, ATSE1, ABSU1, ABSU2 e ABSE1. As demais amostras apresentaram valores elevados em relação ao máximo permitido para cada tipo de vinho conforme demonstrado na tabela 6. 35 Tabela 6 - Análise de extrato seco em amostras de vinho colonial. Amostra Extrato Seco (g/l) Parâmetro Legal Máximo ATSU1 1,38 4,8 ATSU2 6,30 4,8 ATSU3 5,0 4,8 ATSU4 6,70 4,8 ATSE1 4,60 4,8 ATSE2 5,80 4,8 ABSU1 2,29 6,5 ABSU2 2,05 6,5 ABSE1 6,0 6,5 ABSE2 10,1 6,5 Fonte: O Autor, 2017. Souza (2014) em estudo semelhante realizado com vinhos de mesa e vinhos finos constatou aumentos em algumas amostras na determinação de extrato seco. Quando ocorre o aumento de extrato seco na amostra significa que algumas substâncias presentes no vinho não volatizaram durante a evaporação, este fato pode indicar que ocorreu um longo período de maceração no processo de vinificação. O extrato seco pode ser composto por ácidos fixos, minerais, açúcares e sais orgânicos, o mesmo está relacionado com a percepção sensorial do vinho, este parâmetro pode aumentar de acordo com a quantidade de açúcar que for acrescentada ao mosto durante o processo de fermentação. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O vinho é obtido através da fermentação alcoólica do mosto da uva, sendo que a fermentação é descrita como um processo de catabolismo. No processo de fermentação alcoólica do vinho ocorre a transformação da glicose em etanol. As características físico-químicas do vinho adquiridas através de sua fermentação podem ser determinadas através das análises físico-químicas, estas análises fazem parte do controle de qualidade da bebida desde a sua produção até a sua comercialização, para verificar se os vinhos encontram-se dentro dos padrões de identidade estabelecidos pela legislação brasileira. Os vinhos coloniais não são fiscalizados e analisados com frequência pelos órgãos responsáveis, podendo assim, ser comercializados e consumidos sem um controle de qualidade adequado. As análises foram realizadas em 10 amostras de vinho colonial e após, os resultados foram comparados com a legislação brasileira. Os resultados obtidos apresentaram diferenças quando comparados aos valores estabelecidos pela legislação, apenas nas análises de pH e teor de cinzas todas as análises apresentaram valores dentro dos padrões estabelecidos pela legislação. Sendo assim, observou-se que a realização das análises físico-químicas para controle de qualidade em vinhos colonial é de grande importância, já que para a obtenção de um bom produto, é necessário que todas as fases do processo de fabricação ocorram perfeitamente, dentro dos parâmetros esperados para obtenção do vinho, para que assim, seja comercializado um produto de qualidade. Dessa forma, o profissional Biomédico, dentro de suas atribuições, pode atuar no controle de qualidade em alimentos e especificadamente em realizar controle de qualidade laboratorial em amostras de vinhos. REFERÊNCIAS ALFARO, C. Vinhos do Mundo. Editora Zahar, 4. ed, p. 688, 2009 ANDRADE, Marcelo Farias de et al. Análise Multivariada de Parâmetros Físico-químicos em amostras de vinhos tintos comercializados na região metropolitana do Recife. Quim. Nova, Recife, v. 31, n. 2, p.296-300, jan. 2008. BASTOS, Reinaldo Gaspar. Tecnologia das fermentações: fundamentos de bioprocessos. 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